fbpx
Conecte-se conosco

Cotidiano

Forças de segurança de Maduro cometeram crimes contra a humanidade, diz ONU

Publicado

em

Venezuela’s President Nicolas Maduro speaks during a news conference at Miraflores Palace in Caracas, Venezuela, March 12, 2020. REUTERS/Manaure Quintero

Da Reuters

Forças de segurança venezuelanas e grupos aliados cometeram violações sistemáticas dos direitos humanos, incluindo assassinatos e tortura que constituem crimes contra a humanidade, disseram investigadores da ONU na quarta-feira (16).

Segundo a investigação, existem motivos razoáveis para acreditar que o presidente Nicolás Maduro e seus ministros do Interior e da Defesa ordenaram ou contribuíram para os crimes documentados no relatório a fim de silenciar a oposição.

_________________

A grande maioria das execuções ilegais cometidas pelas forças de segurança não resultou em processos penais e em nenhum momento os oficiais com responsabilidade pelo comando foram levados à justiça.

_________________

A missão de investigação da ONU disse que outras jurisdições nacionais e o Tribunal Penal Internacional (TPI), que abriu um exame preliminar na Venezuela em 2018, deveriam considerar processos. O órgão se disponibilizou a compartilhar seu banco de dados contendo os nomes dos agentes identificados pelas vítimas.

“A missão encontrou motivos razoáveis ??para acreditar que as autoridades venezuelanas e as forças de segurança planejaram e executaram desde 2014 graves violações dos direitos humanos, algumas das quais – incluindo assassinatos arbitrários e o uso sistemático de tortura – constituem crimes contra a humanidade”, a presidente do painel Marta Valinas disse em comunicado.

Não houve resposta imediata do governo de Maduro ao relatório, que se baseou em mais de 270 entrevistas com vítimas, testemunhas, ex-funcionários e advogados e documentos confidenciais.

“Longe de serem atos isolados, esses crimes foram coordenados e praticados de acordo com as políticas do Estado, com o conhecimento ou apoio direto de comandantes e altos funcionários do governo”, disse Valinas.

O painel concluiu que oficiais do Exército, polícia e inteligência cometeram execuções extrajudiciais, e citaram também o ex-chefe do Serviço Nacional de Inteligência, General Christopher Figuera.

Falsificação de evidências

O painel disse que tem razões plausíveis ??para acreditar que o serviço de inteligência falsificou ou plantou evidências nas vítimas e que seus agentes torturaram os detidos. O relatório cita o caso do legislador da oposição Fernando Alban, que o governo disse ter cometido suicídio em 2018, mas cujo partido disse ter sido assassinado.

O capitão da Marinha Rafael Acosta pode ter morrido por tortura sob custódia da agência de inteligência militar venezuelana no ano passado, disseram especialistas da ONU.

O painel, criado pelo Conselho de Direitos Humanos para investigar violações desde 2014, não obteve acesso à Venezuela. Mais de 5 milhões de pessoas – um sexto da população – já fugiram da crise política, econômica e humanitária do país.

Jorge Valero, embaixador da Venezuela nas Nações Unidas em Genebra, disse ao fórum na terça-feira (15) que o governo estava cooperando com o escritório da Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, para facilitar as visitas às prisões.

Valero denunciou as últimas sanções impostas pelo governo Trump estavam “causando sofrimento e morte ao povo venezuelano”. Os Estados Unidos, junto com dezenas de outros países, reconhecem o político da oposição Juan Guaido como o legítimo líder interino da Venezuela.

O relatório constatou que o aparato estatal venezuelano respondeu com táticas repressivas aos protestos da oposição, que cresceram especialmente depois que Maduro foi reeleito em 2018 em meio a protestos sobre os resultados.

“As forças de segurança usaram força letal contra vítimas quando não era estritamente necessário. As forças de segurança também usaram armas não-letais de forma letal, o que resultou em mortes dos manifestantes ”, disse.

Comentários

Continue lendo

Cotidiano

Asaf acerta saída do Santa Cruz e fará teste no Corinthians

Publicado

em

Foto Jhon Silva: Asaf disputou a Copa São Paulo neste temporada

O meia Asaf acertou a saída do Santa Cruz e ainda este mês fará uma avaliação no Corinthians, de São Paulo. Contudo, a rescisão com a Capivara não ocorreu de uma maneira amistosa e o atleta não deve mais vestir a camisa da Capivara.

Relação desgastada

A relação ficou desgastada entre os representantes do atleta e a direção do Santa Cruz chegou ao ápice com a avaliação programada no Corinthians. Os dirigentes do Santa Cruz souberam do teste somente quando o clube paulista pediu a liberação da equipe acreana.

“Os clubes têm um acordo para esse tipo de trabalho. Os pais do Asaf conseguiram programar o teste e o Santa Cruz não vai atrapalhar a vida do atleta. Fizemos a liberação e o Asaf poderá fazer o teste sem nenhum problema”, explicou o diretor do Santa Cruz, Léo Raches.

Comentários

Continue lendo

Cotidiano

Diretoria do Independência fecha as contratações de Passarinho e Cabeludo

Publicado

em

Foto Jhon Silva: O volante Cabeludo foi campeão Estadual em 2024 pelo Tricolor

A diretoria do Independência fechou nesta terça, 8, as contratações do lateral direito Passarinho e do volante Cabeludo, ambos ex-Vasco, para a disputa do Campeonato Brasileiro da Série D. Os dois atletas devem desembarcar na capital acreana ainda nesta semana.

Segue no mercado

Um dos gestores do futebol do Tricolor, João Paulo Junqueira, segue no mercado em busca de mais reforços. A prioridade, no momento, são atacantes para atuar em velocidade pelos lados do campo.

Comentários

Continue lendo

Cotidiano

Polícia Militar cria programa de apoio a estudantes vítimas de violência e transforma realidades

Publicado

em

O Instituto de Educação Lourenço Filho é uma das escolas que abraçaram essa parceria com a Polícia Militar. Segundo a coordenadora da instituição, Poliany Pereira, a presença do Gaev trouxe mudanças significativas para os alunos

Desde sua implantação, em 2024, o Gaev já acompanhou mais de 20 estudantes. Foto: Joabes Guedes/PMAC

“Estou feliz, estou voltando a ser quem eu era. Há um tempo, achei que nem completaria 18 anos, me sentia perdida. Mas recebi apoio da Polícia Militar e da minha escola. Sei que, sem isso, não estaria aqui hoje”. O relato, comovido, pertence a Vitória (nome fictício), estudante do Instituto de Educação Lourenço Filho, localizado na capital acreana, Rio Branco, que carrega cicatrizes de uma infância marcada por abusos, rejeições e tentativas de suicídio.

Foi na escola, durante uma palestra realizada pela Polícia Militar do Acre (PMAC) sobre violência doméstica e abuso sexual, que a jovem encontrou o esclarecimento e a esperança de superar a realidade vivida. Ao buscar apoio com os policiais presentes, deu o primeiro passo para transformar sua história. E não estava sozinha nessa jornada.

Vitória é uma das dezenas de estudantes acompanhadas pelo Grupo de Apoio ao Estudante Vítima (Gaev), programa-piloto desenvolvido pela Coordenadoria de Polícia Comunitária e Direitos Humanos (CPCDH) da PMAC. Criado para suprir uma lacuna no cuidado com crianças e adolescentes vítimas de violência, o Gaev atua como elo entre esses jovens e a rede de proteção, garantindo que recebam assistência integral.

Desde sua implantação, em outubro de 2024, o programa já acompanhou mais de 20 estudantes, com sete casos resolvidos com sucesso. São histórias de superação, como a de um adolescente que, ao atingir a maioridade, ingressou na universidade e hoje constrói um novo caminho. Mas os desafios continuam, e novas demandas surgem diariamente.

Muito além do acolhimento

O trabalho do Gaev vai além do atendimento inicial. Cada caso é acompanhado de perto, com encaminhamentos para órgãos como Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) eCentro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), Ministério Público e Conselho Tutelar, além de serviços de assistência social e saúde. Quando necessário, a equipe realiza visitas domiciliares, ajuda no transporte para exames e tratamentos e assegura que crianças neurodivergentes (cujo funcionamento cerebral difere significativamente do que é considerado típico) tenham acesso ao suporte adequado.

A sargento da Polícia Militar Alda Radine, responsável pela entidade, ressalta a importância de olhar para esses jovens além dos rótulos. “O programa acompanha crianças e adolescentes independentemente de terem cometido atos infracionais, pois entendemos que, na maioria das vezes, também são vítimas. Seja por influência do ambiente, negligência ou abusos sofridos em casa, na vizinhança ou na escola, esses jovens muitas vezes reproduzem o que vivenciam. Acreditamos que, antes de qualquer julgamento, toda criança e adolescente precisa de acolhimento e suporte para transformar sua realidade”, explica.

Sargento Alda Radine é responsável pelo Grupo de Apoio ao Estudante Vítima (Gaev). Foto: Davi Barbosa/PMAC

Impacto dentro e fora da escola

O Instituto de Educação Lourenço Filho é uma das escolas que abraçaram essa parceria com a Polícia Militar. Segundo a coordenadora da instituição, Poliany Pereira, a presença do Gaev trouxe mudanças significativas para os alunos.

“Desde o início da parceria, observamos uma transformação no ambiente escolar. O desempenho das alunas atendidas melhorou e, mais do que isso, passaram a se sentir parte da escola, tornando-se protagonistas na comunidade”, relata.

Poliany destaca ainda que o impacto do programa vai além dos muros da escola, chegando às famílias. “Muitos pais ou responsáveis não sabem nem por onde começar para pedir ajuda. O Gaev tem feito esse elo, orientando e apoiando com sensibilidade e firmeza, garantindo esse suporte”.

Poliany é coordenadora do Instituto de Educação Lourenço Filho, uma das escolas atendidas. Foto: Davi Barbosa/PMAC

Reescrevendo histórias

Hoje, aquela jovem enxerga o futuro sob uma nova perspectiva. O acompanhamento psicológico, a terapia e, principalmente, o acolhimento genuíno que recebeu a ajudaram a reencontrar sua força.

“Aprendi a me expressar, a dizer o que sinto e a pedir ajuda quando é preciso. Sou profundamente grata a todos que me estenderam a mão. E, se Deus quiser, um dia também poderei ajudar outras pessoas como fui ajudada”, diz Vitória, emocionada.

Casos como o dela têm se tornado cada vez mais frequentes para os policiais envolvidos no policiamento comunitário da PMAC. E, em cada história de superação, renova-se a certeza de que cuidado e presença fazem toda a diferença. Para muitas crianças e adolescentes do Acre, essa rede de apoio é o primeiro passo para um novo começo.

Gaev é uma iniciativa de acolhimento que vai além do policiamento ostensivo. Foto: Davi Barbosa/PMAC

Atuação em várias frentes

O Gaev é apenas uma das frentes de atuação da PMAC na proteção da comunidade. A Coordenadoria de Polícia Comunitária e Direitos Humanos também lidera iniciativas como o Grupo de Proteção e Apoio ao Cidadão (GPAC), responsável por patrulhamento comunitário, e as Patrulhas de Prevenção à Violência Doméstica, coordenadas pela Patrulha Maria da Penha, voltadas ao atendimento de mulheres vítimas de violência.

A tenente-coronel Ana Cássia Monteiro, coordenadora da CPCDH, destaca que essas ações são fundamentais no fortalecimento da rede de proteção às vítimas. “Nosso trabalho nas comunidades é feito em múltiplas camadas: escolas, famílias, bairros. As ações de policiamento comunitário vão muito além da presença ostensiva nas ruas. Envolvem palestras e ações educativas voltadas a crianças, adolescentes, mulheres e idosos. Foi ao perceber a reincidência de certos casos e lacunas na rede de proteção que surgiram as patrulhas especializadas e programas voltados exclusivamente a vítimas de violência”, explica.

Ana Cássia ressalta ainda que cada público atendido possui particularidades e que o acompanhamento contínuo é essencial. “Nosso objetivo é garantir que essas pessoas tenham seus casos resolvidos de forma completa. O atendimento policial inicial muitas vezes não basta, pois há danos emocionais e psicológicos profundos. A Polícia Militar, além de sua função ostensiva, também encaminha e acompanha cada caso dentro da rede de proteção, oferecendo suporte [à vítima] sem prejuízo à responsabilização dos agressores”.

Para a oficial, a corporação tem ampliado seu papel na sociedade. Ao investir em iniciativas de escuta e acolhimento, aproxima-se das comunidades, cria vínculos e reafirma o compromisso com a transformação social. “É a oportunidade de mostrar à população que a PM está presente, não só para agir, mas para ouvir, proteger e construir. Estamos inseridos na realidade das famílias acreanas e queremos ser parte ativa da construção de um futuro mais justo, seguro e humano”, afirma.

Tenente-coronel Ana Cássia acredita que a PMAC tem ampliado seu papel com novo posicionamento. Foto: Júnior Barros/PMAC

Comentários

Continue lendo