Cotidiano
Pandemia e auxílio emergencial mudaram o jeito de o brasileiro beber cerveja
Juliana Elias, do CNN Brasil Business
Apesar de alguns meses de queda, o Brasil saiu de 2020 tendo bebido um pouquinho mais de cerveja do que em 2019. A estimativa da Associação Brasileira da Indústria da Cerveja (CervBrasil) é que a produção da bebida tenha crescido perto de 0,7% no ano passado, depois de despencar em abril e maio e se recuperar de agosto para frente.
Não foi um grande volume a mais, mas as excentricidades da pandemia reformularam a maneira de o brasileiro beber. Foi o suficiente para pegar a indústria de surpresa, e chegou até a faltar alguns tipos de cerveja em prateleiras de supermercados.
As garrafas retornáveis, famosas pelo formato de 600 mililitros e as mais tradicionais, saíram de cena conforme bares, restaurantes e tudo que envolve bebida com confraternização perdiam espaço. Por outro lado, cresceu a procura pelas embalagens individuais, como latinhas e long necks, que têm por volta de 300 mililitros.
“Sempre tivemos mais ou menos 60% do consumo em garrafas retornáveis e 40% nas descartáveis, mas, com a pandemia, isso se inverteu. Algumas fabricantes chegaram a ter mais de 70% do volume vendido em descartáveis”, conta o presidente da CervBrasil, Paulo Petroni.
Garrafona sobrando, long neck faltando
O problema é que a logística de uma é completamente diferente da outra. Enquanto as reutilizáveis têm uma cadeia enorme já montada para que voltem para as fabricantes e envasem as próximas cervejas, as latinhas e long necks são jogadas fora. A cada nova cerveja produzida é necessária, então, uma nova embalagem.
A mudança brusca criou um pico inesperado de demanda e que antes não existia pelos frascos menores –justamente em um momento em que indústrias de todos os tipos tinham reduzido ou paralisado a produção com o choque inicial da pandemia na economia. As fabricantes de alumínio e, principalmente, de vidro, começaram a não dar conta de fornecer todas as novas latas e garrafas de que as cervejarias passaram a precisar.
O resultado foram fábricas com garrafas de 600 ml sobrando no pátio, mas sem long necks para envasar o que tinham em barril para vender. De acordo com produtores e supermercados consultados pelo CNN Brasil Business, apesar do aperto com que algumas fabricantes chegaram a operar, não houve falta generalizada da bebida no varejo, e ao fim do ano a oferta e procura por garrafinhas já começava se ajustar.
“Com auxílio emergencial, houve um crescimento de sopetão no segundo semestre e as cadeias produtivas não conseguiram reagir rápido. Foi quando começou a haver gradativamente quebras maiores no fornecimento. Não chegou a ter desabastecimento em lugar nenhum, mas pode ter faltado uma marca ou outra nas prateleiras, ou ter a garrafa grande de uma e não ter a pequena”, disse Petroni.
Dados da empresa de tecnologia para cadeia de suprimentos Neogrid apontam que nunca faltou tanta opção de cerveja nos supermercados como no ano passado. Em novembro e dezembro, o índice de ruptura do produto calculado pela Neogrid passou dos 18%, para médias que costumam ficar entre 9% a 12%. Uma ruptura de 18% indica que a cada 10 tipos de cerveja procuradas pelos consumidores, quase duas (1,8) não eram encontradas.
Fim do auxílio e queda no consumo
Em janeiro, de acordo com Petroni, da CervBrasil, a situação já começou a se normalizar. Não só porque as fornecedoras das garrafas e latinhas finalmente conseguiram normalizar seus estoques, mas, principalmente, porque o consumo voltou a cair depois do fugaz aquecimento do segundo semestre.
A razão principal para a queda, de acordo com Petroni, foi a mesma que fez as vendas arrancarem rápido nos meses anteriores: o auxílio emergencial, o benefício pago às famílias de baixa renda que acabou em dezembro.
“O auxílio acabou, a pandemia voltou em um patamar horroroso e, em janeiro, as fábricas já estão operando perto de 10% abaixo de janeiro do ano passado”, disse o presidente da CervBrasil.
Procuradas, a Ambev e a Heineken, as duas maiores produtoras de cerveja do país, informaram que as comunicações a respeito do setor são feitas pelo sindicato que as representa, o Sindcerv. Em nota, o Sindcerv afirmou que as faltas de produtos foram pontuais.
“Trata-se de um reflexo do impacto no fornecimento de insumos, questão que vem afetando diversos segmentos em um contexto atípico motivado pela pandemia”, informou a entidade.
“No setor cervejeiro, estamos enfrentando desafios pontuais com alguns insumos inerentes ao negócio, mas buscando junto aos fornecedores soluções para a normalização e menor impacto possível ao processo.”
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Prefeito Tião Bocalom avalia Carnaval da Família 2025 e anuncia investimentos para Rio Branco
Evento na Praça da Revolução reuniu milhares de foliões; gestor também falou sobre recuperação de ramais, educação, água e transporte coletivo

Outros dois assuntos questionados pelo apresentador foram: Água e transporte coletivo. O prefeito Tião Bocalom, disse que há mais de 20 anos não existia investimento no setor de água da capital. Foto: assessoria
O prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom, avaliou positivamente o encerramento do Carnaval da Família 2025, que reuniu milhares de foliões na noite desta terça-feira (4), na Praça da Revolução. Em entrevista ao jornalista Washington Aquino, no programa Café com Notícias da TV5, Bocalom destacou a importância da parceria entre a Prefeitura, o Governo do Estado e a Associação Comercial, Industrial, de Serviços e Agrícola do Acre (Acisa) para o sucesso do evento.
“Mesmo com falta de recursos, não foram muitos recursos que foram passados para eles, eles fizeram uma linda festa”, afirmou o prefeito, referindo-se ao empenho dos blocos carnavalescos, que marcaram o último dia da festa. Bocalom garantiu que já há planejamento para ampliar os investimentos no Carnaval do próximo ano, visando melhorar ainda mais a estrutura e a organização do evento.
Além do Carnaval, o prefeito abordou outros temas importantes para a capital acreana. Sobre a recuperação dos ramais, Bocalom explicou que aguardará o fim do período chuvoso para intensificar os trabalhos. “Vamos esperar o período chuvoso passar para entrar com força máxima na recuperação dos ramais”, afirmou.
Na área da educação, o gestor garantiu que os problemas na rede municipal foram resolvidos. “A partir de agora, a educação está em paz para cuidar do ano letivo”, disse, reforçando o compromisso com a qualidade do ensino.
Quanto ao abastecimento de água, Bocalom destacou que, após mais de 20 anos sem investimentos significativos, o sistema está sendo modernizado e melhorando gradativamente. Sobre o transporte coletivo, o prefeito garantiu que a população verá avanços nos próximos meses.
A entrevista reforçou o compromisso da gestão municipal com melhorias em setores essenciais, enquanto a cidade comemora o sucesso de um dos maiores eventos culturais do ano, o Carnaval da Família.
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Adolescente de 17 anos com câncer ósseo realiza sonho de andar de helicóptero no Acre: ‘Emocionante’
Tiago Castro Rosas passa por tratamento intenso na Unidade de Alta Complexidade em Oncologia do Acre (Unacon) e teve o sonho realizado a pedido da equipe da unidade. Acompanhado da mãe e da enfermeira, ele desfrutou do passeio sobre a capital acreana no helicóptero do Ciopaer na última terça-feira (4)

Tiago Castro Rosas, de 17 anos, passa por tratamento de um câncer que acomete os ossos e ganhou um voo com o Ciopaer. Foto: Dharcules Pinheiro/Sejusp
Até onde pode ir um sonho? No caso do adolescente Tiago Castro Rosas, de 17 anos, este sonho foi até as maiores altitudes possíveis. Isto porque nessa terça-feira (4), ele realizou um sonho de infância e sobrevoou a capital acreana Rio Branco a bordo de um helicóptero do Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer).
O jovem, que é paciente da Unidade de Alta Complexidade em Oncologia do Acre (Unacon), é natural de Cruzeiro do Sul, interior do Acre, e passa por um tratamento de osteossarcoma, uma forma de câncer que provoca tumores nos ossos e acomete, principalmente, crianças e adolescentes. Recentemente, ele recebeu o diagnóstico de metástase no pulmão.
A família descobriu o câncer em abril do ano passado, e, desde então, foram muitas sessões de quimioterapia e até a amputação de uma das pernas, o que muitas vezes abalou o emocional do rapaz.
Compadecida pela batalha do jovem, a enfermeira Norma Rocha, que acompanha o tratamento dele, procurou a Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre) e a Secretária de Justiça e Segurança Publica (Sejusp) para levar o pedido. Ela ouviu de Tiago que seu maior sonho era voar de helicóptero.
Nessa terça, finalmente chegou a hora de concretizar o sonho. Acompanhado da mãe, Maria Castro, e da enfermeira Norma, ele chegou até o local de embarque. A reportagem, o jovem descreveu a experiência como emocionante.

Jovem teve sonho realizado pelo Ciopaer, por meio de parceria entre Sejusp e Sesacre. Foto: Dharcules Pinheiro/Sejusp
O comando do passeio ficou a cargo do coronel Cleyton Almeida, que pilotou a aeronave durante o trajeto.
“Sem dúvida nenhuma, é uma grande responsabilidade. A gente, ao longo da trajetória das carreiras, se prepara para assumir responsabilidades, mas essa, sem dúvida, é um teste diferente. A gente vai buscar dar o nosso melhor, toda a tripulação já tá empenhada, tá envolvida nessa ação, para que a gente possa, não só promover pro Tiago um excelente voo, mas para também promover para ele uma nova expectativa de vida“, disse antes do voo.
Amizade em meio à adversidade

Tiago e a enfermeira Norma Rocha, a quem ele chama de “tia”, desenvolveram uma relação de amizade. Foto: Dharcules Pinheiro/Sejusp
Norma relembra que, ao perceber que o tratamento estava abalando o psicológico de Tiago, decidiu perguntar a ele qual era seu maior sonho, na expectativa de tentar contribuir de alguma forma para que ele permanecesse forte.
Ao testemunhar o passeio, a profissional comentou ainda que a função de quem atua nessa unidade e tem contato com casos como o de Tiago se torna não só de tratar a saúde, mas também acaba sendo uma amizade próxima. Ela também agradeceu pela oportunidade dada ao rapaz.
‘Hora certa’

Mãe e filho se emocionaram após voo de helicóptero. Foto: Dharcules Pinheiro/Sejusp
Para a mãe, o sonho foi realizado na hora certa. Maria relata que, por conta da intensidade do tratamento e as dificuldades da doença, o adolescente estava muito triste e até pensou em desistir do tratamento.
Ela destaca que o emocional é parte muito importante no tratamento, e que, por isso, esta experiência veio para dar um maior ânimo a seu filho.
Ainda de acordo com Maria, o voo era um sonho de Tiago desde bem cedo.Ela conta que ele sempre gostou de aventuras e sempre falou que gostaria de ser policial.
Com isso, a mãe também se vê realizada. Ela embarcou ao lado do filho durante o voo de helicóptero.
Veja vídeo com TV5:
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Acre tem a 4ª menor renda per capita do Brasil, com média de R$ 1.271 em 2024
Entretanto, média cresceu 16% entre 2023 e o ano passado, de acordo com o mesmo estudo. Índice é um dos critérios que estabelecem os valores do Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal (FPE)

Cédulas de dinheiro, em imagem de arquivo. Foto: Agência Brasil
O Acre teve a 4ª menor renda per capita do país, com média de R$ 1.271 na renda mensal em 2024, segundo pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nessa sexta-feira (28).
Entretanto, o valor cresceu 16% em relação a 2023, quando teve média de R$ 1.095, de acordo com o mesmo estudo. Já o rendimento domiciliar per capita para o Brasil foi de R$ 2.069 em 2024.
O ranking foi liderado pelo Distrito Federal, com R$ 3.444, enquanto o Maranhão ficou na última colocação, com R$ 1.077.
O cálculo desses valores é feito com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua. O rendimento domiciliar per capita é calculado como a razão entre todos os rendimentos das pessoas que vivem uma casa e o número total de moradores.
Na 24ª posição, o Acre ficou à frente, além do Maranhão, de Amazonas e Ceará, e atrás da maioria dos estados do Norte.
Cenário nacional
No cenário nacional, o resultado representa uma alta de 9,30% em relação ao rendimento médio de R$ 1.893 registrado em 2023, acima da inflação acumulada no ano, que foi de 4,83%.
Apesar da alta, o cenário permanece semelhante ao que foi observado em 2023, quando o Maranhão também teve o menor rendimento, de R$ 945, e o Distrito Federal, o maior, de R$ 3.357.
Os estados das regiões Norte e Nordeste tiveram os menores rendimentos em 2024, enquanto os estados do Sul e do Sudeste são a maioria entre aqueles que tiveram os maiores.
Veja o rendimento domiciliar per capita médio de 2024 em cada estado:
- Distrito Federal – R$ 3.444
- Rio Grande do Sul – R$ 2.608
- Santa Catarina – R$ 2.601
- Rio de Janeiro – R$ 2.490
- São Paulo – R$ 2.482
- Paraná – R$ 2.482
- Mato Grosso – R$ 2.276
- Mato Grosso do Sul – R$ 2.169
- Espírito Santo – R$ 2.111
- Goiás – R$ 2.098
- Minas Gerais – R$ 2.001
- Tocantins – R$ 1.737
- Rondônia – R$ 1.717
- Rio Grande do Norte – R$ 1.616
- Roraima – R$ 1.538
- Amapá – R$ 1.514
- Sergipe – R$ 1.473
- Pernambuco – R$ 1.453
- Paraíba – R$ 1.401
- Bahia – R$ 1.366
- Piauí – R$ 1.350
- Pará – R$ 1.344
- Alagoas – R$ 1.331
- Acre – R$ 1.271
- Amazonas – R$ 1.238
- Ceará – R$ 1.225
- Maranhão – R$ 1.077
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