Brasil
Dólar tem nova queda e fecha a R$ 4,87, com fiscal e ata do Copom no radar; Ibovespa sobe
A moeda norte-americana recuou 0,25%, cotada em R$ 4,8750, renovando o menor nível em mais de mês. Já a bolsa brasileira encerrou em alta de 0,71%, aos 119.268 pontos.
O dólar encerrou a sessão desta terça-feira (7) em baixa, na 5ª queda consecutiva da moeda. Investidores repercutiram a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada pela manhã.
O mercado também avalia o cenário fiscal do país e monitora eventuais sinais sobre as taxas de juros nos Estados Unidos.
Já o Ibovespa, principal índice de ações da bolsa brasileira, operava em alta na última hora do pregão.
Dólar
Ao final da sessão, o dólar caiu 0,25%, cotado a R$ 4,8750, renovando o menor patamar em mais de um mês. Na mínima do dia, chegou a R$ 4,8588. Veja mais cotações.
Na véspera, a moeda norte-americana havia recuado 0,16%, cotado a R$ 4,8873. Com o resultado, passou a acumular perdas de:
- 0,41% na semana;
- 3,29% no mês;
- 7,64% no ano.
O que está mexendo com os mercados?
O destaque desta terça-feira ficou com a ata da última reunião do Copom, em que o mercado esperava sinalizações do Banco Central sobre o rumo da Selic.
O BC disse que aumentou a incerteza sobre as contas públicas diante da discussão recente sobre a mudança da meta fixada para o ano de 2024, de déficit zero. E acrescentou que o debate já vem pressionando as taxas de juros futuras, que servem de base para os empréstimos bancários.
“O Comitê vinha avaliando que a incerteza fiscal se detinha sobre a execução das metas que haviam sido apresentadas, mas nota que, no período mais recente, cresceu a incerteza em torno da própria meta estabelecida para o resultado fiscal, o que levou a um aumento do prêmio de risco”, avaliou o Copom.
A instituição reafirmou também a importância da “firme persecução” das metas das metas fiscais já estabelecidas para a “ancoragem das expectativas de inflação e, consequentemente, para a condução da política monetária [definição dos juros para conter a inflação]”. A explicação é que, se o governo gastar mais, isso pode pressionar a inflação.
A instituição também acrescentou que o “esmorecimento” (desânimo, abandono) no esforço de reformas estruturais e, também, da disciplina fiscal, ou seja, relativa às contas públicas, em conjunto com outros fatores, têm o potencial de elevar a taxa de juros neutra da economia.
Na última reunião, o Copom fez um novo corte da taxa básica brasileira (Selic) de 0,50 ponto percentual (p.p.), para 12,25% ao ano. Foi o terceiro corte consecutivo promovido pela autoridade monetária.
Quanto mais baixos os juros estiverem no país, maior tende a ser o apetite por risco no mercado. Assim, investidores tendem a vender seus títulos de renda fixa e comprar ações, por exemplo, impulsionando a bolsa brasileira para cima.
Diante desse cenário, os agentes seguem monitorando uma possível mudança na meta fiscal de 2024. Nesta terça-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse a empresários que o governo garantirá estabilidade para investimentos no Brasil.
“Vamos garantir estabilidade política, estabilidade social, estabilidade jurídica, nós vamos garantir para vocês estabilidade fiscal e nós queremos garantir para vocês a possibilidade de vocês colocarem a inteligência empresarial de vocês para que esse país cresça cada vez mais”, afirmou Lula em evento.
A afirmação vem dias após o petista colocar em dúvida o cumprimento da meta de zerar o déficit no próximo ano, argumentando que o governo faça investimentos e afirmando que “dinheiro bom é dinheiro transformado em obra”.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defende a meta de zerar o déficit das contas públicas em 2024. Já a ala política do governo defende uma meta com déficit de até 0,5%, para evitar corte de gastos em ano de eleições municipais. O próprio presidente já afirmou que a meta de déficit zero “dificilmente” será alcançada no ano que vem.
Ainda no Brasil, destaque para os números de endividamento e inadimplência, que caíram na leitura de outubro da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
A parcela de endividados ficou em 76,9% no mês, a mais baixa desde fevereiro de 2022 e menor do que a de outubro do ano passado (79,2%). No caso da inadimplência, o percentual ficou em 29,7%, inferior à parcela de setembro (30,2%) e à de outubro do ano passado (30,3%).
Por sua vez, a parcela de inadimplentes sem condição de quitar seus débitos foi de 13%, igual à de setembro, mas superior à de outubro do ano passado (10,6%). Mas para confederação, por seguir estável entre setembro e outubro, isso demonstra que as reduções das taxas de juros e as renegociações de dívidas começam a surtir efeito.
Nos Estados Unidos, os mercados continuam a monitorar a possibilidade de novos cortes na taxa de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) no próximo ano.
Nesta terça-feira, o presidente do Fed de Chicago, Austan Goolsbee, disse que o órgão fez avanços significativos para levar a inflação nos Estados Unidos de volta à meta de 2% e, se isso continuar, as atenções se voltarão para a questão de por quanto tempo manter a taxa de juros nos níveis atuais.
“Nos próximos dois meses, poderemos igualar a queda mais rápida da inflação no último século”, disse Goolsbee em uma entrevista à emissora CNBC. “Portanto, estamos progredindo na taxa de inflação.
“E, enquanto estivermos progredindo, como venho dizendo há algum tempo, o momento de discutir até que ponto a taxa deve subir vai desaparecer e se transformar em até quando devemos manter os juros nesse nível, já que a inflação está caindo.”
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Polícia Federal apreende 613 kg de cocaína em galpão de empresa de fachada em Blumenau
Droga estava escondida em bunker subterrâneo e seria enviada à Europa; um homem foi preso e investigação aponta ligação com cidadãos britânicos procurados internacionalmente

Cocaína estava armazenada em um bunker de empresa de fachada em Blumenau. Fot: captada
A Polícia Federal (PF) apreendeu 613 quilos de cocaína durante uma operação de combate ao tráfico internacional de drogas em Blumenau, no Vale do Itajaí (SC). A ação contou com apoio da Polícia Militar de Santa Catarina e resultou na prisão de um homem suspeito de integrar a organização criminosa.
A droga estava escondida em um bunker no subsolo de um galpão pertencente a uma empresa de exportação de ligas metálicas, que funcionava como fachada para o esquema. Segundo as investigações, o local era usado para o preparo e armazenamento da cocaína antes do envio para a Europa.
Durante a operação, a PF também cumpriu um mandado de busca em um endereço residencial em Florianópolis ligado ao suspeito, onde foram apreendidos veículos, embarcações, joias e documentos. O inquérito aponta a existência de uma estrutura criminosa internacional com base em Santa Catarina, que contava com suporte logístico de brasileiros e liderança de cidadãos britânicos com histórico de tráfico na Inglaterra e procurados internacionalmente.
A investigação continua para identificar outros integrantes do esquema, que já tinha rotas estabelecidas para o narcotráfico transatlântico.
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Exame toxicológico para primeira CNH é vetado pelo governo federal
Medida que exigia resultado negativo para condutores de motos e carros foi rejeitada com argumento de aumento de custos e risco de mais pessoas dirigirem sem habilitação; novas regras do Contran para tirar CNH sem autoescola, no entanto, podem alterar contexto

Na justificativa do veto, o governo argumentou que a exigência aumentaria os custos para tirar a CNH (Carteira Nacional de Habilitação) e poderia influenciar na decisão de mais pessoas dirigirem sem habilitação. Foto: captada
O governo federal vetou a exigência de exame toxicológico para obter a primeira habilitação nas categorias A (motos) e B (carros de passeio). A medida, que seria incluída no Código de Trânsito Brasileiro, foi rejeitada com a justificativa de que aumentaria os custos para tirar a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e poderia incentivar mais pessoas a dirigirem sem a documentação obrigatória.
O veto, no entanto, pode ter perdido parte de sua sustentação após o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) editar resolução que permite a retirada da CNH sem a obrigatoriedade de cursar autoescola, reduzindo significativamente o custo total do processo de habilitação.
Outro ponto do projeto que virou lei, e também relacionado aos exames toxicológicos, permite que clínicas médicas de aptidão física e mental instalem postos de coleta laboratorial em suas dependências — desde que contratem um laboratório credenciado pela Senatran para realizar o exame. O governo também vetou esse artigo, alegando riscos à cadeia de custódia do material, o que poderia comprometer a confiabilidade dos resultados e facilitar a venda casada de serviços(exame físico e toxicológico no mesmo local).
As decisões refletem um debate entre a busca por maior segurança no trânsito — com a triagem de possíveis usuários de substâncias psicoativas — e o impacto financeiro e logístico das novas exigências para os futuros condutores.
Assinatura eletrônica
O terceiro item a ser incluído na lei é o que permite o uso de assinatura eletrônica avançada em contratos de compra e venda de veículos, contanto que a plataforma de assinatura seja homologada pela Senatran ou pelos Detrans, conforme regulamentação do Contran.
A justificativa do governo para vetar o trecho foi que isso permitiria a fragmentação da infraestrutura de provedores de assinatura eletrônica, o que poderia gerar potencial insegurança jurídica diante da disparidade de sua aplicação perante diferentes entes federativos.
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Brasil
Caixa de som que ficou três meses no mar é achada intacta e funcionando no litoral gaúcho
Equipamento JBL, resistente à água, foi encontrado na Praia do Hermenegildo após provavelmente cair de um navio a 300 km dali; aparelho ligou normalmente

A caixa de som, projetada para ser resistente à água, sobreviveu à corrosão salina por todo esse período. Ao ser ligada, o equipamento funcionou normalmente. Foto: captada
Uma caixa de som à prova d’água da marca JBL passou cerca de três meses no mar e foi encontrada intacta e ainda funcionando na Praia do Hermenegildo, no extremo sul do estado. A descoberta foi feita por um morador que passeava de quadriciclo na orla na última segunda-feira (30) e avistou o equipamento entre algas e areia.
Acredita-se que a caixa tenha caído de um container durante um transporte marítimo em agosto, próximo à Praia de São José do Norte, a cerca de 300 quilômetros dali. Apesar do longo período submerso e da exposição à água salgada, que acelera a corrosão, o aparelho resistiu e ligou normalmente quando testado.
O caso chamou atenção pela durabilidade do produto, projetado para ser resistente à água, e pela jornada incomum — percorrer centenas de quilômetros à deriva no oceano e ainda chegar em condições de uso à costa gaúcha. A situação virou uma curiosidade local e um exemplo inusitado de “sobrevivência” tecnológica.

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