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Senado aprova texto que destina R$ 125 bi para estados, municípios e DF enfrentarem pandemia

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Texto foi aprovado em sessão remota nessa quarta (06) e traz como contrapartida ao auxílio o congelamento de salários; profissionais da saúde e da segurança ficam de fora dessa regra

O Senado Federal aprovou, nessa quarta-feira (06), o texto do Projeto de Lei Complementar (PLP) 39/2020. A proposta, em substituição ao PLP 149/19, cria o Programa Federativo de Enfrentamento ao Coronavírus, que prevê auxílio financeiro de até R$ 125 bilhões a estados, municípios e Distrito Federal, além da suspensão de dívidas com a União. O projeto segue agora para sanção presidencial.

O objetivo é auxiliar os entes federativos no combate à pandemia. Desse montante, de acordo com o texto, seriam destinados R$ 60 bilhões em quatro parcelas mensais – sendo que R$ 10 bi seriam exclusivos para os setores da saúde e da assistência social e R$ 50 para uso livre, com proporção de 60/40 entre estados e municípios. O DF receberia uma cota à parte de R$ 154,6 milhões, também em quatro parcelas.

Os outros R$ 60 bilhões seriam relativos à suspensão e renegociação de dívidas com a União e com bancos públicos, além da renegociação de empréstimos com organismos internacionais, que têm aval da União.

A contraproposta feita pelo Congresso é de congelar as folhas de pagamentos, até o final de 2021, de servidores da União, estados, Distrito Federal e municípios. Profissionais da saúde e da segurança, civis e militares, que estiverem na linha de frente do combate à covid-19 ficariam de fora dessa regra.

O texto segue praticamente o mesmo do aprovado pelos senadores no último sábado (02), com algumas mudanças feitas pela Câmara dos Deputados nessa semana. Dentro das alterações sugeridas pela Câmara, os senadores rejeitaram a emenda que alteraria um dos critérios de distribuição de recursos entre os estados. Porém, a Casa acatou o pedido dos deputados para suspender os prazos de validade de concursos públicos já homologados.

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), considerou a aprovação uma vitória. Para ele, o projeto é “fundamental” ao conceder socorro aos estados e municípios brasileiros. “Conseguimos, de fato, construir nesses últimos 15 dias um texto praticamente com unanimidade do Senado, tivemos apenas um voto contrário”, disse. “Isso foi muito importante, porque, naquele momento, tivemos a consolidação de uma regra estabelecida a várias mãos, buscando diálogo com a equipe econômica do governo federal e com a Câmara dos Deputados.”

O senador é categórico ao afirmar que o projeto vai auxiliar os brasileiros diante do cenário de hoje e do pós-pandemia. “Nós temos, nesse momento, 70 milhões de brasileiros que, direta ou indiretamente, perderam a condição de seu sustento e se arriscam em uma fila de banco para buscar um apoio votado nessa casa de R$ 600. Cada um pode ter sua opinião, e eu respeito, mas não podemos esquecer o momento em que o mundo vive”, lembrou.

O autor da proposta, senador Antonio Anastasia (PSD-MG), acredita que a realidade será mais “austera” após o período de crise, mas afirma que as mudanças que virão vão ajudar a população a superar o momento. “Vamos continuar trabalhando firmes, nesse sentido, para que possamos oferecer a estados e municípios os instrumentos necessários para juntos enfrentarmos a grande pandemia.”

Clique na imagem para ver os municípios separadamente

Taxa de incidência
Outra alteração do PLP 39/2020 vinda da Câmara – e rejeitada pelos senadores – foi a da expressão “números de casos absolutos da covid-19” para justificar a distribuição de recursos. No texto do Senado, o que se lia era “taxa de incidência da covid-19”.

No relatório, o senador Davi Alcolumbre afirma que “considerar a taxa de incidência, enfim, é ter um olhar para onde o sofrimento é maior. (…) É importante, pois, que os critérios sejam complementares e capazes de apontar o melhor caminho para amenizar a dor de todos os brasileiros.”

O médico infectologista do Hospital das Forças Armadas (HFA) Hemerson Luz explica que o número absoluto de casos é o total de pessoas infectadas, podendo incluir as já curadas. A taxa de incidência, contudo, mostra o número de casos novos em um determinado intervalo de tempo e local.

“Se eu tenho curvas diferentes de novos casos em várias regiões, eu tenho que ter políticas diferenciadas de enfrentamento”, esclarece Luz. Por isso, de acordo com o infectologista, alguns lugares estão hoje em lockdown, ou seja, com fechamento completo das atividades não essenciais e com circulação mais restrita da população, e outros estão com regras mais flexíveis.

“Sendo assim, as políticas de enfrentamento, incluindo a distribuição de ajuda financeira a estados e municípios, devem ser proporcionais ao dano que a doença está causando à sociedade, incluindo o prejuízo humano e econômico”, defende Luz.

A Frente Nacional de Prefeitos (FNP), que representa municípios com mais de 80 mil habitantes, comenta que, apesar de o texto aprovado apontar preocupação com o equilíbrio federativo e com a justiça distributiva, a partilha dos recursos mostra o contrário.

Segundo a entidade, a proporção de 60/40 (60% para estados e 40% para municípios) não corresponde à realidade, já que, segundo a FNP, municípios financiam e executam mais despesas em saúde do que estados.

“A proposta original previa a restituição das perdas efetivas de ISS e ICMS por parte de estados e municípios. Era um apoio muito justo e necessário. Agora, com valor fixo, esse valor pode não atender os municípios. O projeto não olhou exclusivamente a arrecadação dos impostos de 2019, que, de fato, é um indicador que precisa ser utilizado quando se fala em recuperação de perdas de receitas”, afirma o secretário-executivo da FNP, Gilberto Perre.

De acordo com dados técnicos da Frente, municípios com população acima de 500 mil habitantes, por exemplo, devem deixar de arrecadar R$ 11,2 bilhões em 2020 somente com o Imposto Sobre Serviços (ISS). Ao analisar os demais tributos impactos pela crise, a baixa total é de R$ 21,4 bilhões.

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Cortes no orçamento das universidades federais ameaçam funcionamento da UFAC em 2026; redução será de quase R$ 400 milhões

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Por Dell Pinheiro

As universidades federais brasileiras enfrentarão um novo cenário de restrição financeira em 2026, com a redução de quase R$ 400 milhões no orçamento discricionário aprovada pelo Congresso Nacional. Entre as instituições impactadas está a Universidade Federal do Acre (UFAC), que já lida com limitações orçamentárias e vê agravadas as dificuldades para manter atividades essenciais.

O orçamento discricionário é responsável por custear despesas básicas do funcionamento universitário, como pagamento de água, energia elétrica, segurança patrimonial, limpeza, manutenção de prédios e apoio a atividades acadêmicas. Com o corte, a UFAC poderá ter comprometida a rotina dos campi de Rio Branco e Cruzeiro do Sul, afetando diretamente o ensino, a pesquisa e as ações de extensão desenvolvidas junto à comunidade acreana.

Uma das áreas mais sensíveis é a assistência estudantil. Programas de auxílio permanência, moradia, alimentação e transporte, fundamentais para estudantes em situação de vulnerabilidade social, correm risco de sofrer redução. Na UFAC, esses auxílios são considerados estratégicos para garantir o acesso e a permanência de alunos do interior do estado, de comunidades indígenas, ribeirinhas e de baixa renda.

A Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) manifestou preocupação com o cenário e alertou que o orçamento previsto para 2026 será inferior ao de 2025. Segundo a entidade, a queda ocorre em um contexto de inflação acumulada e de reajustes contratuais, o que reduz ainda mais a capacidade das universidades de manter seus compromissos financeiros.

Para a UFAC, os cortes representam um desafio adicional em um Estado onde a universidade federal desempenha papel central na formação de profissionais, na produção científica e no desenvolvimento regional. Gestores e a comunidade acadêmica alertam que a manutenção do ensino público, gratuito e de qualidade depende de um financiamento compatível com as demandas reais das instituições.

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VÍDEO: Segundo envolvido no assassinato de Moisés Alencastro é preso pela DHPP em Rio Branco

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Nataniel Oliveira teve prisão preventiva decretada pela Justiça; outro suspeito já havia sido preso e confessado o crime

A Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) prendeu, no fim da tarde desta quinta-feira (25), Nataniel Oliveira de Lima, apontado como o segundo envolvido no assassinato do colunista Moisés Alencastro, ocorrido no último domingo (22), em Rio Branco.

A prisão aconteceu em uma residência localizada na Rua Sete de Setembro, no bairro Eldorado, durante uma ação de investigadores da especializada. Contra Nataniel havia um mandado de prisão preventiva expedido pela Vara Estadual das Garantias, após representação feita pelo delegado Alcino Ferreira Júnior. No mesmo endereço, a polícia também cumpriu um mandado de busca e apreensão.

Ainda na madrugada desta quinta-feira, a DHPP já havia prendido Antônio de Souza Morães, de 22 anos, que confessou a autoria do crime. No entanto, os detalhes sobre a dinâmica e a motivação do homicídio não foram divulgados oficialmente.

Moisés Alencastro, que era servidor do Ministério Público do Acre e atuava como colunista, foi morto dentro do próprio apartamento, localizado no bairro Morada do Sol. O caso causou grande repercussão no meio jornalístico e institucional do estado.

Segundo a Polícia Civil, a principal linha de investigação aponta para um crime de natureza passional. As investigações continuam para esclarecer completamente as circunstâncias do assassinato e a participação de cada envolvido.

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PAA: Nova portaria libera R$ 4 milhões para compra direta de alimentos de produtores acreanos

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Por Wanglézio Braga

O Governo Federal destinou até R$ 4 milhões para o Acre executar a modalidade Compra com Doação Simultânea (CDS) do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), voltada à compra de produtos da agricultura familiar para doação a povos indígenas em situação de insegurança alimentar. A medida foi oficializada por portaria do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, publicada no Diário Oficial da União (DOU) do dia 23, e terá vigência inicial de 12 meses, com possibilidade de prorrogação.

Pela regra, o Estado deverá priorizar a compra direta de alimentos produzidos pelos próprios povos indígenas. Caso a oferta não seja suficiente, a aquisição poderá ocorrer junto a outras comunidades tradicionais e, em último caso, a agricultores familiares em geral. Os alimentos, in natura ou industrializados, deverão respeitar os hábitos alimentares locais e serão distribuídos diretamente nas aldeias ou em equipamentos públicos instalados nos territórios indígenas.

O pagamento aos fornecedores será feito diretamente pelo Governo Federal, por meio do MDS, garantindo mais segurança ao produtor e evitando atrasos. Para ter acesso aos recursos, o Acre precisa confirmar o interesse no programa em até 30 dias após a publicação da portaria, aceitando as metas no sistema do PAA. Caso o prazo não seja cumprido, o recurso poderá ser remanejado para outros estados.

O Estado terá até 90 dias para cadastrar a proposta no sistema e iniciar as operações, após aprovação do plano operacional e emissão dos cartões dos beneficiários fornecedores.

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