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Secretário que reagiu a assalto e matou suspeito segue internado e diz ter duas balas alojadas no corpo: ‘Era eu ou ele’

Servidor público foi baleado na mão, no tórax, abdômen, rosto e de raspão na cabeça. Balas que atingiram tórax e cervical ainda estão alojadas no corpo, de acordo com o secretário. Assalto ocorreu na sexta-feira (16), na Escola Lourival Sombra, que fica no Conjunto Tangará, em Rio Branco.

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Secretário escolar está internado no Pronto Socorro de Rio Branco desde sexta-feira (16) – Foto: Arquivo pessoal

Ainda internado e se recuperando dos ferimentos no pronto socorro, o secretário da Escola Estadual Lourival Sombra, em Rio Branco, de 30 anos, que reagiu a um assalto e matou o suspeito, na sexta-feira (16), conversou com a reportagem e contou como foi a invasão ao colégio. O secretário pediu que a identificação não fosse divulgada.

O servidor público foi atingido com cinco tiros: na mão, no tórax, no abdômen, no rosto que pegou no nariz e na cabeça de raspão. Ele diz ter duas balas alojadas no corpo, sendo uma próxima ao tórax e outra na cervical que não devem ser retiradas, conforme o servidor.

O servidor passou por uma cirurgia na mão, porque estava com um sangramento intenso nessa região. Ele teve o pescoço atingido, mas o quadro é estável, está consciente e internado em uma das enfermarias da unidade hospitalar.

“Não teve conversa, falou que era um assalto. Ficamos esperando o que ele ia fazer e só sacou a arma e não falou o que queria. Não pediu nada. Era eu ou ele ou outro servidor [morto]. Já aconteceu na escola questão de segurança também, não com arma de fogo, mas com outros profissionais com pais que agredirem”, recordou.

O assaltante foi identificado com Ivanilso Ângelo Reis da Silva, de 28 anos. Um comparsa dele, que estava do lado de fora do colégio, fugiu ao ouvir os disparos dentro da instituição. A coordenadora administrativa da escola, de 50 anos, que também ficou ferida na ação criminosa, recebeu alta do hospital ainda na sexta.

A Polícia Civil marcou de falar sobre a investigação do caso nesta terça-feira (20).

Escola Lourival Sombra suspendeu atendimento presencial – Foto: Murilo Lima/Rede Amazônica Acre

Coordenadora usada como escudo

O secretário recordou que utilizava o computador de outra sala quando o local foi invadido. Ele estava com outros três servidores que se reuniram para iniciar o expediente. O portão do colégio estava aberto para receber os pais de alunos que iriam pegar as atividades escolar.

Geralmente fica um servidor no portão para organizar a entrada e saída desses pais, mas essa pessoa ainda não tinha chegado na escola. O servidor falou que viu o assaltante olhando na sala e saindo, mas acreditava que era alguém em busca de atendimento.

“Foi quando ele apareceu na porta com a coordenadora, ela não sabia o que falar e nem ele. Até que falou que era um assalto e ficamos sem saber o que fazer. Colocou a coordenadora na frente dele, usou como escuto, sacou a arma e já começou a atirar. Foi quando levantei, saquei a minha arma e atirei também. Só que, como estava com ela na frente, eu não consegui atirar direito, tive que esperar o momento certo para não acertar ela”, destacou.

O servidor disse que, mesmo ferido, continuou atirando no assaltante até ter certeza de que ele não iria mais fazer nenhum disparo. Sobre a coordenadora, ele afirmou não saber quem atirou nela. “Pelo que falou foi atingida nas costas, e ela estava de frente para mim e de costas para ele. Achei que tinha sido ele, mas não sei. Não sei onde atingi ele, dei vários disparos até ter certeza que não estava mais atirando em mim”, frisou.

A Polícia Militar falou, no dia do crime, que foram disparados mais de 15 tiros dentro da sala. O secretário explicou que, durante o tiroteio, os demais servidores ficaram abaixados e escondidos.

Porte de arma

Mesmo ferido, o servidor disse que não desmaiou e nem caiu. Após o suspeito morrer, ele relembrou que chegou a ir até a frente do colégio e depois se abrigou na sala e pediu para chamarem socorro. O servidor garantiu que tem porte de arma desde 2017, que entregou a arma para perícia e apresentou a documentação exigida.

Ainda segundo o servidor público, essa foi a primeira vez que teve que sacar a arma e reagir a um assalto.

“Ando com minha arma para onde vou, inclusive, já fui parado pela polícia e apresentei a documentação. Minha arma foi recolhida para perícia. Acho que tinham morrido até mais gente [se não tivesse armado]. Quando esse pessoal entra na escola nunca sabe se vão executar vários, como já aconteceu no Brasil, ou qual é a situação. Sem saber que eu estava armado sacou a arma e apontou. Não dá para saber”, diz.

Segundo o secretário, os médicos falaram que as balas que atingiram o tórax e a cervical vão permanecer onde estão dentro de seu corpo, que não trarão prejuízos. Ele ainda não tem previsão de alta médica .

“Foi feita uma cirurgia no braço para retirar uma bala que transfixou, tenho mais duas no meu corpo, na cervical e no tórax. O médico falou que essa na cervical é mais perigoso mexer e corre o risco de ficar paraplégico. Segundo os médicos, não vão ofender, por enquanto”, concluiu.

Local ficou sujo de sangue das vítimas após tiroteio dentro do colégio – Foto: Andryo Amaral/Rede Amazônica Acre

Assalto

Um vídeo gravado por populares mostra o momento da chegada da PM-AC no colégio. O assaltante morreu no local e os servidores foram levados para o pronto socorro pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

À Rede Amazônica Acre, o tenente da Polícia Militar (PM-AC) Rogério Silva explicou que o suspeito entrou no colégio, andou pelo corredor e foi na sala do secretário escolar, de 30 anos. Ele retornou para o corredor e, segundo relatos, nesse momento, a coordenadora administrativa, que estava na sala, saiu e foi rendida.

“A pessoa pegou essa senhora [coordenadora] e levou para a sala do secretário, provavelmente se fosse roubo era para ninguém perceber, entraram e aconteceram os disparos lá dentro. Foi alvejado o secretário, a pessoa que estava com ele e o assaltante”, contou o militar.

A polícia relatou que foram disparados mais de 15 tiros dentro da sala. As informações apuradas até o momento são de que o secretário possui porte de arma de fogo. Foram apreendidas duas armas no local, uma usada pelo assaltante e outra pelo secretário.

Atendimento presencial em escola suspenso

Dois dias depois do assalto, que deixou dois servidores feridos e um dos assaltantes mortos, a direção das Escola Estadual Lourival Sombra, em Rio Branco, suspendeu o atendimento presencial na instituição, segundo informou a coordenadora Gleicy Ribeiro nesta segunda (19).

“A equipe da escola está toda apreensiva, está com medo. Principalmente as pessoas que estavam aqui presentes na sexta (16), que participaram do que aconteceu. No momento, a gente suspendeu o atendimento presencial na escola. Vamos continuar nossos trabalhos de maneira totalmente remota, de casa. O atendimento ao público aos pais está suspenso até a gente conseguir organizar novamente a nossa escola”, informou.

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Consumidor pagará menos na conta de luz em janeiro

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De acordo com o Ministério de Minas e Energia, a adoção da bandeira verde reflete um cenário de segurança energética, no qual não há necessidade de acionamento intensivo de usinas termelétricas

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou nesta terça-feira (23) que o ano de 2026 começará sem custo extra na conta de energia para a população. Em janeiro, será aplicada a bandeira tarifária verde.

A agência reguladora destacou que apesar de o período chuvoso ter iniciado com chuvas abaixo da média histórica, em novembro e dezembro houve no país, de um modo geral, a manutenção do volume de chuvas e do nível dos reservatórios das usinas.

“Em janeiro de 2026 não será necessário despachar as usinas termelétricas na mesma quantidade do mês anterior, o que evita a cobrança de custos adicionais na conta de energia do consumidor”, explicou a Aneel.

Neste mês de dezembro já houve a redução na bandeira tarifária vermelha no patamar 1 para amarela.A medida reduziu em R$ 4,46 a cada 100 quilowatts-hora (KW/h) consumidos e passou a R$ 1,885.

De acordo com o Ministério de Minas e Energia, a adoção da bandeira verde reflete um cenário de segurança energética, no qual não há necessidade de acionamento intensivo de usinas termelétricas. Essas unidades, além de apresentarem custo de geração mais elevado, utilizam combustíveis fósseis e contribuem para a emissão de gases de efeito estufa.

“Apesar da crescente participação de fontes renováveis como solar e eólica na matriz energética brasileira, a geração hidrelétrica segue como base do sistema elétrico nacional. A capacidade de produção das usinas depende diretamente do volume de chuvas que incide sobre as principais bacias hidrográficas, fator que tem se mostrado”, lembra a pasta.

Custos extras

Criado em 2015 pela Aneel, o sistema de bandeiras tarifárias reflete os custos variáveis da geração de energia elétrica. Divididas em cores, as bandeiras indicam quanto está custando para o Sistema Interligado Nacional (SIN) gerar a energia usada nas residências, em estabelecimentos comerciais e nas indústrias.

Quando a conta de luz é calculada pela bandeira verde, não há nenhum acréscimo. Quando são aplicadas as bandeiras vermelha ou amarela, a conta sofre acréscimo a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumido.

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Prefeitura de Rio Branco assina contratos de R$ 850 mil para auxílio emergencial durante seca

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Acordos para cestas básicas e combustível foram firmados em dezembro e publicados no DOE; recursos, autorizados por portaria federal, poderão ser usados até março de 2026

Os recursos poderão ser utilizados até 15 de março de 2026, conforme estabelecido pela Portaria nº 2.817 do governo federal, que autorizou o repasse de verbas à capital. Foto: captada 

A Prefeitura de Rio Branco assinou dois contratos emergenciais, no valor total de R$ 850.875, para atender famílias em situação de vulnerabilidade durante a seca que atinge o Acre. Os acordos foram firmados em dezembro de 2025 e publicados no Diário Oficial do Estado (DOE) na última terça-feira (23/12), após correções de informações.

Destinação dos recursos:
  • R$ 825 mil para aquisição de cestas básicas, contratadas com a empresa A. A. Souza Ltda;

  • R$ 25.875 para fornecimento de combustível à Coordenadoria Municipal de Defesa Civil (Comdec), firmado com o Jaguar Auto Posto Acre Ltda.

As contratações foram feitas por meio da Dispensa de Licitação nº 06/2025, com fundamento na Lei nº 14.133/2021, que permite procedimento direto em situações de calamidade pública. A justificativa aponta a estiagem prolongada e o risco de desabastecimento de água, reconhecidos por atos municipais, estaduais e federais ao longo de 2025.

Os recursos poderão ser utilizados até 15 de março de 2026, conforme estabelecido pela Portaria nº 2.817 do governo federal, que autorizou o repasse de verbas à capital. A seca foi classificada como desastre natural, levando a prefeitura a decretar situação excepcional em agosto, posteriormente reconhecida pela Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sedec).

Os contratos foram firmados pelo secretário municipal da Casa Civil, Valtim José da Silva, pelo coordenador da Comdec, tenente-coronel Cláudio Falcão de Sousa, e pelos representantes das empresas fornecedoras.

Embora as medidas atendam a uma resposta imediata, especialistas apontam a dependência de ações paliativas diante da falta de políticas estruturais para enfrentar os efeitos da estiagem. A cada nova ação emergencial, fica evidente a vulnerabilidade da cidade e a necessidade de planejamento que vá além da lógica da urgência.

A Comdec deverá prestar contas sobre a aplicação dos recursos. Enquanto isso, a população aguarda a implementação de soluções de longo prazo para conviver com os períodos de seca, que têm se intensificado nos últimos anos.

Os contratos emergenciais reforçam a gravidade da crise hídrica no Acre e a necessidade de ações coordenadas entre município, estado e União para mitigar os impactos sobre as famílias mais pobres.

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No Café com Notícias (TV5) Jorge Viana diz que 40 mil pessoas deixaram o Acre por falta de emprego: “Fico triste”

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Ex-governador e presidente da Apex disse que 40 mil pessoas deixaram o estado e pediu união dos parlamentares para destinar recursos às rodovias

Ao falar sobre as BR’s 364 e 317, o ex-governador cutucou a bancada acreana ao afirmar que os deputados federais e senadores deveriam destinar, juntos, emendas para a recuperação das rodovias. Foto: captada 

O ex-governador e atual presidente da ApexBrasil, Jorge Viana, defendeu a retomada de investimentos públicos e privados no Acre para conter o êxodo populacional e gerar emprego, durante entrevista ao programa Café com Notícias (TV5) nesta quarta-feira (24). Ele citou que cerca de 40 mil pessoas deixaram o estado nos últimos anos e celebrou a retomada do Minha Casa, Minha Vida no governo Lula.

— 40 mil pessoas foram embora do Acre. Fico triste com essa situação. Para que isso não aconteça você tem que ter investimentos públicos e privados. O Acre não pode deixar de pegar carona nessa fase boa que o Brasil está vivendo — afirmou Viana.

Ele também criticou a bancada federal acreana por não destinar emendas parlamentares para a recuperação das BRs 364 e 317, rodovias essenciais para o estado. Viana lembrou que, em sua gestão, havia articulação conjunta entre deputados e senadores para viabilizar recursos.

— Por que esse pessoal não pega R$ 2, R$ 3 milhões, junta todos eles e põe só nas BRs? Os senadores e os deputados, isso tinha na minha época… eu ia lá, chamava todos, todo mundo assinava — disse.

O ex-governador defendeu a construção civil e os programas habitacionais como geradores de emprego e reforçou a necessidade de o estado aproveitar o momento de crescimento nacionalpara atrair investimentos e reter sua população.

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