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Defesa de mãe que perdeu filhos em incêndio diz que não houve abandono e que ela recebe apoio psicológico
Advogado Leonardo Vasconcelos, que representa Jociane Evangelista Monteiro, diz que mãe foi ao bar comprar churrasquinho, mas nunca abandonou os filhos. As três crianças morreram carbonizadas no dia 19 de dezembro do ano passado, no bairro Portal da Amazônia, em Rio Branco.

Três crianças morreram carbonizadas após serem deixadas trancadas em casa por mãe que foi para bar no AC — Foto: Arquivo pessoal
Por Alcinete Gadelha
Após a Justiça do Acre aceitar denúncia contra Jociane Evangelista Monteiro, mãe das três crianças que morreram carbonizadas no dia 19 de dezembro do ano passado, no bairro Portal da Amazônia, em Rio Branco, a defesa dela apresentou resposta, na última semana, e afirmou que ela não abandonou os filhos e que foi ao bar comprar um churrasquinho. Segundo o advogado Leonardo Vasconcelos, ela passa por acompanhamento psicológico desde o episódio e que tem se mantido reclusa.
“Que as pessoas tenham um pouco mais de compaixão pelo que a Jociane viveu e vive. Isso é um sentimento que vai carregar eternamente, ela vai sofrer constantemente, é um impacto que não vai sair da mente dela. O acompanhamento psicológico que ela está fazendo é para aprender a lidar com isso, que sempre vai estar presente [o sofrimento],” disse o advogado.
Jociane foi denunciada pelo Ministério Público Estadual (MP-AC) pelo crime de abandono de incapaz com alguns agravantes, como o fato de ser mãe das vítimas, em janeiro deste ano. A denúncia foi aceita pela 4º Vara Criminal de Rio Branco, no dia 21 de janeiro, quando o inquérito policial foi transformado em ação penal.
O advogado de Jociane disse que a realidade social dela é de alguém que precisava cuidar sozinha dos filhos e por isso acabou saindo de casa e os deixou naquela noite.
“Arrolamos as testemunhas que devem corroborar que ela foi comprar seu alimento como também outras condutas positivas da Jociane. O pouco dinheiro que tinha, havia uma colega do bairro que ela chamava para ser sua babá, quando era financeiramente possível. Outra testemunha que era cliente da Jociane [deve afirmar] que como não tinha com quem deixar, ela levava os filhos para atender junto com ela. Então, ela não abandonava os filhos, como em determinado momento foi citado”, pontuou.
A tragédia ocorreu depois que a mãe das vítimas deixou as crianças, de 4 e 2 anos e um bebê de 8 meses, trancados em casa sozinhos para ir a um bar. Vizinhos ainda tentaram socorrer as crianças ao ouvir os gritos, mas não foi possível retirar os três irmãos.
A mulher chegou a ser presa e levada para a Delegacia de Flagrantes (Defla), na capital, mas foi liberada após audiência de custódia e cumpre medidas cautelares.
“A Jociane é de uma classe social muito baixa, de uma realidade em que muitas mães têm que se virar sozinha sem os pais para ajudar a cuidar dos seus filhos. Essa é a realidade que a Jociane se encontra, ela é manicure, sempre cuidou de sues filhos um pouco com a ajuda da família, já os pais das crianças não comparecem e inevitavelmente pessoas nessa realidade social precisam se ausentar, para ir na mercearia, comprar alguma coisa”, justifica.
Vasconcelos afirmou que a saída da mãe naquela noite foi para ir ao bar e comprar um churrasquinho e que antes disso, ela havia dado banho e alimentado as crianças. E informou ainda que ela iniciou acompanhamento psicológico para lidar com a situação. O protocolo de atendimento deve ser anexado ao processo.
“Foi justamente em uma destas situações que esse fatídico acidente ocorreu. Infelizmente, são situações que muitas mãe estão sujeitas diariamente no Brasil. Não era para ser. Diante de uma situação social como esta, ela naquela noite deu banho nos seus filhos, alimentou e foi cuidar do seu próprio alimento. Mas, foi, de fato, isso que ela foi fazer, a ausência dela foi para ir comprar o churrasquinho no bar, porque em todo bairro tem um barzinho que vende churrasco”, acrescentou.

Casa estava trancada com cadeado e vizinhos não conseguiram abrir — Foto: Eldérico Silva/ Rede Amazônica
Indiciamento
Ainda em dezembro, a Polícia Civil concluiu o inquérito sobre o caso e indiciou a mãe por abandono de incapaz qualificado pela morte da vítima e pena aumentada porque foi cometido pela mãe contra os filhos.
O delegado responsável pelas investigações, Yvens Moreira, chegou a informar que ouviu cerca de dez pessoas sobre o caso, entre familiares, vizinhos e testemunhas.
A suspeita é que o fogo tenha começado por um curto circuito em um ventilador. Mas, somente a perícia deve confirmar. A reportagem tentou confirmar com o departamento científico da Polícia Civil se o laudo já saiu, por vários dias, mas foi informado apenas que a requisição chegou ao órgão no dia 15 de março. O advogado disse que até o início desta semana, o documento ainda não tinha sido anexado ao processo.
Inicialmente a informação repassada pela polícia era de que o laudo deveria ser feito pelo Corpo de Bombeiros. Porém, a assessoria de comunicação da Polícia Civil disse que devido o incêndio ter tido vítima fatal a competência mudou e a perícia criminal ficou sob responsabilidade da Polícia Civil.

Casa foi totalmente destruída — Foto: Eldérico Silva/ Rede Amazônica
Denúncia do Conselho Tutelar
Jociane já tinha sido denunciada no Conselho Tutelar por negligência e maus-tratos. A informação foi confirmada pelo conselheiro tutelar Celso Inácio, em entrevista ao Bom Dia Amazônia Acre, dois dias após a morte das crianças.
Conforme o Conselho Tutelar, no mês de setembro, foi recebida uma denúncia anônima contra a mulher. O próprio conselheiro chegou a ir ao endereço da família por três vezes e somente na terceira foi que encontrou a mulher em casa.
Naquele momento, ela foi advertida, segundo o conselheiro, tanto verbalmente como por escrito sobre os deveres de uma mãe. Durante a entrevista, a mulher informou ao conselho que cuidava sozinha dos filhos e que eles não tinham pai.
“Nós havíamos recebido denúncia anônima da população, fomos até o local por três vezes e na terceira vez conseguimos encontrá-la em casa. Conversamos com a genitora, pedimos para ver as crianças e demos todas as orientações. Aplicamos ainda uma advertência nela por escrito para ela ficar ciente dos deveres de mãe para com seus filhos. Ela disse que era mãe solo, cuidava das crianças sozinha, que não tinham pai. Falamos que se ela precisasse da nossa ajuda, nós estaríamos com os braços abertos para ajudá-la”, afirmou o conselheiro.
O advogado disse que a informação de que ela já tinha sido denunciada pelo Conselho Tutelar não faz parte do processo e ele não pode se manifestar sobre o que não está nos autos.
Duas crianças estavam embaixo da cama
“Foi justamente em uma destas situações que esse fatídico acidente ocorreu. Infelizmente, são situações que muitas mãe estão sujeitas diariamente no Brasil. Não era para ser. Diante de uma situação social como esta, ela naquela noite deu banho nos seus filhos, alimentou e foi cuidar do seu próprio alimento. Mas, foi, de fato isso que ela foi fazer, a ausência dela foi para ir comprar o churrasquinho no bar, porque em todo bairro tem um barzinho que vende churrasco”, acrescentou.
Segundo informações do tenente que atendeu a ocorrência, Felipe Lima, os dois irmãos mais velhos tentaram se proteger embaixo da cama. “Os dois maiores estavam embaixo da cama. Já o bebê de 8 meses estava em cima da cama”, contou o tenente.
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Idosa de 60 anos é atropelada por moto em ponto movimentado de Cruzeiro do Sul
Vítima foi atingida ao atravessar a rua com uma criança, que sofreu escoriações leves; condutor colaborou com a polícia

A vítima apresentava fortes dores, especialmente na região das pernas, e demonstrava dificuldade para se mover. Até o fechamento desta matéria, a equipe do SAMU ainda estava a caminho do local. Foto: cedida
Cruzeiro do Sul, 12 de maio de 2025 – Uma senhora de aproximadamente 60 anos foi atropelada por uma motocicleta na manhã desta segunda-feira (12), próximo à Praça Orleir Cameli, no centro da cidade. O local, um dos mais movimentados de Cruzeiro do Sul, ficou parcialmente interditado após o acidente.
Segundo testemunhas, a idosa atravessava a rua acompanhada de uma criança quando foi surpreendida por uma moto em alta velocidade. A mulher foi atingida com força e caiu no asfalto, enquanto a criança sofreu apenas escoriações leves. Populares imobilizaram a vítima e acionaram o SAMU, que ainda estava a caminho no momento do fechamento desta reportagem.
A Polícia Militar isolou o local e registrou a ocorrência. O motociclista permaneceu no local e prestou esclarecimentos às autoridades. A idosa apresentava dores intensas nas pernas e dificuldade para se mover, sendo aguardado atendimento médico especializado.
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PMAC realiza curso de capacitação sobre câmeras corporais e uso da força para 80 policiais militares

Oitenta policiais militares da capital e do interior do Estado participam da formação. Foto: Joabes Guedes/PMAC
Com foco na qualificação técnica e no uso responsável da força, a Polícia Militar do Acre (PMAC), em parceria com a Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), está promovendo o “Curso de Câmeras Corporais e Uso da Força: Princípios e Prática”, que capacita 80 policiais militares da capital e do interior para atuarem com o uso das tecnologias e instrumentos de menor potencial ofensivo. A abertura da formação, que faz parte da grade de programações em comemoração ao aniversário de 109 anos da PMAC, ocorreu na manhã desta segunda-feira, 12, no Anfiteatro da Universidade Federal do Acre (Ufac), em Rio Branco.
As turmas iniciados no Acre correspondem à 21ª e 22ª edições do curso, que já foi realizado em diversos estados do país. O objetivo é qualificar os participantes para atuarem como multiplicadores do conhecimento sobre o uso responsável da força e a correta utilização das câmeras corporais, contribuindo para a transparência, eficiência e legalidade nas ações policiais.
A formação conta com 40 horas-aula e é dividida em módulos teóricos e práticos. O conteúdo abrange desde fundamentos legais para a gestão de dados audiovisuais até técnicas de presença, postura, verbalização e uso de instrumentos de menor potencial ofensivo, como armas de choque e espargidores de pimenta.
Além da comandante-geral da PMAC, coronel Marta Renata, e do subcomandante-geral, coronel Kleison Albuquerque, participaram da solenidade de abertura representantes da Senasp, oficiais e praças da instituição. A coordenação e instrução do curso estão a cargo de profissionais da própria PMAC e da Senasp, que trouxe instrutores dos estados do Ceará, Distrito Federal, Rio Grande do Sul e Bahia, reforçando o intercâmbio técnico-operacional entre instituições.

O objetivo é qualificar os participantes para atuarem como multiplicadores do conhecimento. Foto: Davi Barbosa/PMAC
A comandante-geral, coronel Marta Renata, destacou que o curso faz parte de um convênio firmado entre o Estado do Acre e a Senasp, com um investimento de aproximadamente R$ 3 milhões. Ela também esclareceu que a aquisição das câmeras corporais ainda está em fase de licitação, e que a PMAC está construindo seu próprio protocolo de uso.
“Nesse primeiro momento, estamos focando na capacitação, para que o policial militar saiba utilizar o equipamento com base em regras claras. Ainda não temos o protocolo finalizado, pois há muitas situações que precisam ser consideradas, desde a privacidade do policial até a transparência exigida pela sociedade. Mas acredito que todos ganham: a população, com mais transparência, e o policial, com mais proteção frente a acusações, muitas vezes injustas e infundadas. A câmera também protege o bom trabalho policial realizado dentro da legalidade”, afirmou a comandante.

A coronel Marta Renata, comandante-geral, esteve à frente da solenidade. Foto: Davi Barbosa/PMAC
Representando a Senasp, o major Alder Albuquerque explicou que o curso está sendo aplicado em todo o país com o objetivo de uniformizar os procedimentos e reduzir a letalidade nas ações policiais. “Esses cursos estão sendo implementados em todas as regiões. Com Rio Branco, já são 18 capitais atendidas. O objetivo é capacitar todos os policiais do Brasil para o uso adequado dos instrumentos de menor potencial ofensivo, promovendo uma atuação mais técnica e menos letal”, disse.

O major Alder Albuquerque faz parte da equipe da Senasp envolvida na coordenação do Curso. Foto: Davi Barbosa/PMAC
O Acre está em processo de adesão ao programa de câmeras corporais do Ministério da Justiça, conduzido por meio da Secretaria de Justiça e Segurança Pública do Estado (Sejusp), e paralelo a isso deverá receber quase dois mil equipamentos de menor potencial ofensivo, entre espargidores e armas de choque.
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Briga violenta na Penitenciária de Villa Busch deixa dois detentos gravemente feridos
Internos sofreram traumatismo craniano e facadas no peito; autoridades reforçam investigação sobre o caso na Penitenciária de Villa Busch

Com graves lesões os dois apegados foram encaminhados para o Hospital Roberto Galindo, onde confirmaram um traumatismo craniano moderado e trauma torácico cansados pela arma branca. Foto: cedida
Um violento confronto entre detentos na Penitenciária de Villa Busch, em Cobija, deixou dois internos com ferimentos graves na madrugada desta segunda-feira, dia 12. Os envolvidos, identificados como Elio G. C. e Johan V. D. S., foram socorridos pelo Comando da Guarda e encaminhados ao Hospital Roberto Galindo Terán.
Ferimentos graves exigem cuidados intensivos
De acordo com relatório preliminar da polícia boliviana, Elio G. C. sofreu um traumatismo craniano moderado após agressões na cabeça, enquanto Johan V. D. S. chegou ao hospital com perfurações por arma branca no tórax, necessitando de cuidados médicos mais delicados.

As autoridades investigam o caso para esclarecer as causas da altercação e reforçar as medidas de segurança, os apegados de nacionalidades brasileira não tiveram nomes divulgados. Foto: cedida
Investigação em andamento
As autoridades locais trabalham para esclarecer as causas da briga e reforçar a segurança no presídio. Ainda não há informações sobre possíveis envolvidos na agressão ou motivações para o conflito.
O caso ocorre em meio a preocupações com a superlotação e violência em unidades prisionais na região de fronteira. A direção da penitenciária não divulgou detalhes sobre a nacionalidade dos outros detentos possivelmente envolvidos no episódio.
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