fbpx
Conecte-se conosco

Acre

Caso Jonhliane: Advogada do Alan começa a apresentar defesa do acusado no segundo dia do júri

Publicado

em

Ícaro é o primeiro a depor no segundo dia de julgamento em Rio Branco — Foto: Iryá Rodrigues/g1

Ícaro é o primeiro a depor no segundo dia de julgamento em Rio Branco — Foto: Iryá Rodrigues/g1

Por Iryá Rodrigues e Tácita Muniz

Ícaro José da Silva Pinto e Alan Araujo de Lima estão sendo ouvidos nesta quarta-feira (18) no segundo dia do júri da dupla acusada na morte de Jonhliane Paiva Sousa em agosto de 2020. No primeiro dia de julgamento, foram ouvidas ouvidas nove testemunhas, entre elas a mãe da jovem, Raimunda Paiva, que foi a última a prestar depoimento no plenário.

O júri popular ocorre na 2ª Vara do Tribunal do Júri e Auditoria Militar e está sendo conduzido pelo juiz Alesson Braz. O primeiro dia de sessão durou mais de 10 horas. Neste segundo dia, os acusados são ouvidos e depois defesa e acusação iniciam os debates, que devem durar 6 horas. E o juiz já programa um terceiro dia de julgamento para quinta-feira (19).

Os dois acusados usaram o espaço para deixar claro aos jurados que não fazia racha no momento do acidente. Ícaro disse que não conhecia e Alan e que nenhum acordo foi feito aquele dia, nem mesmo de forma tácita.

O primeiro a ser ouvido foi Ícaro, que iniciou falando que já foi detido por conta de uma situação na Bahia e que o processo está em andamento. Segundo ele, a festa começou no dia 5, era um evento só de quatro amigos em que cada um podia chamar até dez pessoas. Ele diz que chegou na festa com Hatsue, a ex-namorada e que estava tudo bem, porém, no meio da festa uma terceira pessoa teria a beijado, o que iniciou uma discussão.

Advogada do Alan pediu que ele falasse de algumas imagens captadas no dia do acidente  — Foto: Iryá Rodrigues/g1

Advogada do Alan pediu que ele falasse de algumas imagens captadas no dia do acidente — Foto: Iryá Rodrigues/g1

Assim que saiu, ele disse que olhou o celular pra ver se estava tendo blitz, pegou a Antônio da Rocha Viana, em velocidade devagar e a namorada continuava brigando. Segundo ele, a discussão ficou acalorada e foi aí que ele acelerou o carro para deixar a namorada em casa.

Ìcaro disse que tinha consciência ter atropelado alguém, mas ficou nervoso e, por isso, não parou. “No momento, fiquei nervoso, nunca tinha passado situação parecida e com medo de retaliação. Povo quando vê que tem um carro diferente, podia pensar que era um playboy bebendo. Tomei um copo de whisky com energético”, disse.

No depoimento, ele disse que não conhecia o Alan. Que até conhecia a irmã do segundo acusado há anos, mas não sabia que ela tinha irmão. Também negou que tenha combinado racha com Alan. “Jamais”, limitou-se a responder.

Pedido de perdão

 

Ícaro voltou a dizer que o Alan não fazia racha e que está preso injustamente. “A situação que o Alan se encontra, no meu ponto de vista não é certa. Em momento nenhum Alan fez esse acidente, não teve nenhuma participação nisso. Apenas se envolveu por conta do MP e delegado, que disse que teve racha e, por conta disso, o Alan está preso há 1 ano e 9 meses. Infelizmente, não posso voltar no tempo, se pudesse jamais teria feito isso. Tirei a vida de uma filha, não consigo nem imaginar a dor da família, até porque sou pai e não me imagino sem meu filho”, disse.

O acusado pediu perdão à mãe da vítima e também aos irmãos.”Infelizmente não posso voltar no tempo, porque se eu pudesse, eu jamais ocasionaria aquele acidente. Sempre dirigia achando que nunca poderia acontecer comigo”, completou.

Alan nega racha

Perguntado sobre a velocidade que estava dirigindo o fusca e também sobre sucessivas trocar de faixas, Alan disse que, em sua concepção, dirigia normalmente e que estava acima da velocidade permitida da via porque era cedo e não tinha muito trânsito.

Ele disse que viu o acidente, parou, viu que estava chamando socorro e que ainda tentou ver para onde o carro de Ícaro tinha ido.

“Conversei com um rapaz que estava em pé e ele disse que tava ligando pro Samu, falei que ia atrás do rapaz que tinha acertado a vítima e não encontrei, decidi voltar pra ver como estava a vítima. Encontrei um policial, parei ele, e avisei pra onde o motorista poderia ter ido. Voltei pro local do acidente, tinha muita gente, perguntando pra mim o que tinha acontecido, informei qual era o carro. Começaram a cogitar o racha, me senti mal, não me senti seguro no local e fui embora”, relembrou.

Após analisar as imagens do dia do acidente, Alan falou que nunca imaginava um dia sentar no banco dos réus. Há quase dois anos preso, ele disse que perdeu 20 quilos.

“Sempre achei que ia ser testemunha e não acusado. Pensei em esperar ser intimado como testemunha e não como réu como estou agora. Depois que vi todas as acusações, me apresentei à delegacia pra esclarecer as coisas acho que na manhã do outro dia. Estava em plena consciência. Nunca pratiquei algo que fosse ocasionar aquele acidente. Em nenhum momento passou pela minha cabeça que aquilo ia acontecer e que eu ia pagar por uma coisa que não fiz.”, contou.

O promotor Efrain Enrique Filho começou os debates após ouvir os acusados  — Foto: Iryá Rodrigues/g1

O promotor Efrain Enrique Filho começou os debates após ouvir os acusados — Foto: Iryá Rodrigues/g1

Extorsão e ameaça

No fim, Alan pôde falar dos dias que passou preso. Foram 40 dias no Complexo Prisional Rio Branco antes de ir para o Batalhão Ambiental. Mesmo sem laudo, ele disse que passou por problemas psicológicos e tinha dificuldade para comer e dormir.

Questionada pelo juiz sobre o motivo de não ter pedido uma consulta com psicólogo, a defesa disse que Alan não se abria sobre o que passava na cadeia.

O réu disse que foi extorquido e ameaçado no presídio e que há episódios que ele prefere não lembrar.

“Não cometi nenhum crime de racha. Nunca fui amigo do Ícaro, nem de redes sociais. Creio que numa busca de Justiça acabaram criando uma injustiça comigo. Sempre tive uma vida boa Meu pai era muito preocupado comigo quando cheguei lá [na cadeia] e meus advogados levavam dinheiro para mim, foi aí que começou tudo, a intenção do meu pai era me proteger e acabou se tornando um pesadelo pelo fato de eu ter dinheiro”, disse em relação às extorsões que sofreu.

Alan disse que mal se alimentava e que também dava suas refeições aos presos. “Eu não tinha vontade de comer. Dormia e acordava pensando quando isso ia acabar e me perguntava porque estava sendo acusado disso, eu não atropelei ninguém, nem cometi crime de racha”, reforçou.

Questionado sobre qual o tipo de violência que mais o marcou dentro do ambiente carcerário, Alan disse que preferia não expor.

Defesa de Alan diz que respeita o luto da família, mas que o acusado não tem culpa — Foto: Reprodução

Defesa de Alan diz que respeita o luto da família, mas que o acusado não tem culpa — Foto: Reprodução

Defesa de Alan diz que respeita o luto da família, mas que o acusado não tem culpa — Foto: Reprodução

Debate

Após a oitiva dos dois acusados, houve um intervalo e o promotor Efrain Enrique Filho iniciou a fala de acusação, representando o Ministério Público do Acre (MP-AC). Ele iniciou falando sobre o perfil dos acusados e da própria vítima e lembrou que Ícaro já tem um processo em outro estado.

Segundo ele, o que aconteceu na Bahia e o histórico de multas são sinais de que coisas muito piores poderiam acontecer e acabaram acontecendo. Ele disse ainda que não tem dúvida de que houve racha. “Não tenho dúvidas que ocorreu essa disputa ilegal. A velocidade em que Ícaro estava na via é inaceitável”.

O representante do MP disse ainda que não acredita que estava ocorrendo uma discussão entre Ícaro e a namorada no momento do acidente, como o acusado alegou. Também defendeu que houve sim racha.

“Quanto ao Alan, de fato, devo reconhecer que é um menino que não tem vício, não bebe, não fuma, não usa drogas. O Alan tem antecedentes criminais? Não tem. Não tem histórico de multas,mas, senhoras, o que tenho contra o Alan, como pessoa nada, como representante do MP tenho contra ele o envolvimento em uma disputa de veículos, querendo se sobrepor ao outro, vindo a concorrer ao crime que ocasionou a morte.”

Defesa do Alan

Ao iniciar a fala, a banca de defesa de Alan disse que é necessário se compadecer do luto da mãe da vítima, mas defendeu que é necessário entender que a família do Alan e o acusado também são vítimas dessa história.

Se dirigindo aos jurados, o advogado Carlos Venicius, que compõe a banca, disse que confia na decisão após apresentação.

“A família da vítima sofreu uma perda irreparável, a sociedade sofreu uma perda irreparável, uma menina sonhadora que cuidava da mãe. Por esse motivo, diante de qualquer coisa, é preciso um olhar de compaixão para a mãe da vítima, que mais sofre nesse processo, um olhar de compaixão e simpatia. Ontem, quando ela testemunhava, o Acre chorava com ela”, disse se referindo ao depoimento da mãe.

O advogado reforçou ainda que condenar Alan seria uma forma de injustiça. “Não se pode gerar um filho chamado injustiça.”

Em seguida, Helane Christina Silva também usou o tempo para falar com os jurados. Ela pediu justiça, disse que o segundo acusado, Ìcaro, não se esquivou da culpa e disse que condenar Alan seria tentar fazer justiça com uma injustiça.

“Não peço nada mais do que a justiça. A maior pressão que sinto é a pressão da injustiça, nunca tentem fazer a justiça cometendo uma injustiça. Nós temos um culpado, que não se esquivou de sua culpa em momento algum, foi homem desde o primeiro segundo, está pronto para receber sua sentença”, disse a advogada.

Ela também pontuou o que considera contradições em alguns depoimentos das testemunhas.

Alan foi o segundo a ser ouvido no julgamento desta quarta-feira (18) — Foto: Iryá Rodrigues/g1

Alan foi o segundo a ser ouvido no julgamento desta quarta-feira (18) — Foto: Iryá Rodrigues/g1

Veja o resumo do primeiro dia

O primeiro dia começou com o perito responsável pelo laudo sendo ouvido. João Tiago Marinheiro, responsável pelo laudo do acidente, que explicou detalhadamente os pontos que foram analisados no documento.

Pela análise das primeiras imagens, em frente ao Horto Florestal, segundo ele, a moto estava a 23,54km/h, a BMW em 46,44 km/h e o fusca em 30,74 km/h. Já em frente ao Damásio, cerca de 11 metros antes da colisão, a moto estava a 46,12km/h, já a BMW estava a 151,77 km/h e o fusca em 87,91km/h.

No momento da colisão foi calculada somente a velocidade da BMW, porque o fusca não teve interação com a motocicleta, conforme explicou o perito. Já com relação à motocicleta, não foi possível calcular, porque foi absorvida pela velocidade da BMW, que, no momento em que bateu na jovem, estava a 155,23 km/h, segundo o documento. A velocidade máxima da via é 40km/h.

A vítima, segundo o perito, foi arremessada a mais de 70 metros e a moto arrastada por mais de 100 metros.

Logo em seguida, foram ouvidas testemunhas oculares e amigos dos dois acusados. Um dos depoimentos mais esperados foi o da mãe da vítima, Raimunda Paiva, que devia ter sido ouvida ainda pela manhã, mas precisou ir para casa ser medicada. Durante todo o dia, os irmão de Jonhliane optaram que ela não acompanhasse o júri.

Já na noite de terça, ela chegou à sessão e, muito emocionada, respondeu às perguntas do juiz e do Ministério Público (MP-AC), responsável pela acusação dos réus pelo promotor Efrain Enrique Filho. Os advogados de defesa de Ícaro e Alan não quiseram fazer perguntas à Raimunda.

Em seu relato comovente, Raimunda clamou por justiça e disse que nada vai trazer a filha de volta. Além disso, ela falou da indignação em relação à forma como o corpo da filha foi deixado pelos acusados após o acidente. “Eu acho assim, nem um animal que a gente vê na rua a gente trata assim, tem que ajudar, a gente não deixa daquele jeito.”

Ela reforçou ainda a tese de que os acusados, Ícaro e Alan, se conheciam e que estavam fazendo um racha no momento em que a filha foi morta.

“Peço justiça, esse negócio de dizer que ele não estava fazendo racha é impossível por causa daquela velocidade em um ligar que era 40 quilômetros e uma pessoa andar a 150 quilômetros, eu queria uma resposta”, pediu.

A advogada de Alan, Helane Christina Silva, avaliou o primeiro dia de júri como positivo para a defesa. “Somente um dos depoimentos alega ter tido uma visão de racha. Hoje [quinta-feira] chegamos ao ponto de ouvir os réus para depois iniciarmos os debates, que devem durar 6 horas, tendo intervalos, e partiremos para as requisições e o juiz já está programando para concluirmos os debates e a sentença ser dada na quinta

Comentários

Continue lendo

Acre

Álvaro Luiz Pereira recebe medalha do CNOMP durante sessão do Colégio de Procuradores

Publicado

em

Por

Nesta sexta-feira, 26, o Colégio de Procuradores de Justiça do Ministério Público do Estado do Acre (MPAC) realizou a 3ª Sessão Plenária Ordinária do ano, ocasião em que o corregedor-geral Álvaro Luiz Araújo Pereira recebeu a Medalha do Mérito do Conselho Nacional de Ouvidores-Gerais do Ministério Público dos Estados e da União (CNOMP).

Conferida a ex-ouvidores, a medalha tem como objetivo reconhecer feitos relevantes em relação às Ouvidorias. Álvaro Luiz Pereira foi o primeiro ouvidor do MPAC e autor da minuta que se constituiu no anteprojeto de lei que culminou na criação da Ouvidoria do Ministério Público acreano.

A comenda foi entregue pelo procurador-geral de Justiça, Danilo Lovisaro do Nascimento, e pelo ouvidor-geral do MPAC, Ubirajara Braga de Albuquerque, que receberam a medalha do CNOMP em nome do corregedor-geral em evento do Conselho, com a incumbência de fazer a entrega pessoalmente.

“Estamos realizando a entrega na presença do Colégio, que é a forma mais apropriada para fazer essa homenagem, representando a importância dessa função já desempenhada pelo homenageado. Renovo minhas felicitações ao Dr. Álvaro por tudo aquilo que representa para o Ministério Público do Acre e para o Ministério Público brasileiro. A comenda é uma homenagem justa, simbolizando o seu pioneirismo na Ouvidoria do MPAC e reflete o seu trabalho e competência”, disse Danilo Lovisaro.

Álvaro Luiz Pereira expressou gratidão pela homenagem, relembrando a sua experiência como ouvidor e destacando a relevância do cargo. “Eu tive a oportunidade de ser o primeiro ouvidor desta instituição e sou um felizardo por ter podido desempenhar essa função. Agradeço ao Conselho Nacional de Ouvidores do Ministério Público por esta que é verdadeiramente uma distinta honra, a todos os presentes pela fidalguia de testemunhar este momento e ao Dr. Ubirajara por reivindicar essa comenda para minha pessoa”, afirmou.

Além da homenagem, o Colégio de Procuradores também aprovou a proposta de modificação de dispositivos da Resolução CPJ n. 013/2015, que dispõe sobre a Política de Segurança do MPAC e sobre o Plano de Segurança das áreas de recursos humanos, materiais, áreas e instalações da informação, e dá outras providências.

A proposta aprovada partiu de uma nota técnica expedida pela Secretaria de Planejamento Institucional e Inovação, que atestou a necessidade de atualizar a Política de Segurança do MPAC de acordo com as normas do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP).

Texto: Hudson Castelo
Foto: Tiago Teles
Agência de Notícias do MPAC

Fonte: Ministério Publico – AC

Comentários

Continue lendo

Acre

População de Jordão é atendida com Projeto Cidadão e Casamento Coletivo do TJAC

Publicado

em

Por

Em comemoração ao aniversário da cidade, Justiça acreana levou parceiros para promover cidadania com a emissão de documentos e atendimentos nesta sexta-feira e sábado, 26 e 27

Entre os dias 23 e 27 de fevereiro deste ano, nas cheias, Jordão teve 80% da zona urbana atingida, pelo Rio Tarauacá. O município que é um dos quatro isolados do Acre têm 9.222 habitantes, conforme último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2022, e um mês depois, no dia 24 de março, o outro rio que banha a cidade, Rio Jordão, também subiu. A cidade ainda se recupera da situação de calamidade pública e para atender as moradoras e moradores, a população indígena da região e ribeirinhos, está sendo realizado nesta sexta-feira e sábado, 26 e 27, o Projeto Cidadão do Tribunal de Justiça do Acre (TJAC), na Escola Bernardo Abdon da Silva.

O Projeto nasceu em 1995 com a proposta de sanar uma demanda. Contudo, seja por questão de falta de condições para pagar as taxas, seja porque as águas invadiram as casas e perderam os documentos, seja porque são integrantes de comunidades ribeirinhas, indígenas, locais de difícil acesso, ou até para retificar o registro, como é a situação dos povos originários, que precisam retirar o sobrenome do colonizador dos documentos e inserir suas etnias, o Projeto Cidadão a única opção de muitas acreanas e acreanos, para existirem oficialmente perante o Estado.

Nesses 29 anos de existência da ação social da Justiça acreana, com inúmeras edições realizadas, tantas que se perde até a conta, ainda é impressionante a quantidade de pessoas que buscam os atendimentos, como aconteceu no Jordão nesta sexta-feira, primeiro dia de trabalho das equipes do TJAC, do Tribunal Regional Eleitoral do Acre (TRE/AC), do Instituto de Identificação da Polícia Civil, da Defensoria Pública do Acre (DPE/AC), do Ministério Público estadual (MPAC), do Exército, da Assistência Social do Município.

O Judiciário com essas instituições parceiras e também com a Prefeitura do Jordão disponibilizaram para a população a emissão da nova identidade, Carteira de Trabalho, solicitação de 2ª via das Certidões de Nascimento e óbito, e declaração de nascido vivo, além da possibilidade de tirar e regularizar o Título de Eleitor, assim como, atendimentos jurídicos (ações judiciais, consultas, encaminhamentos e retificação de documentos) previdenciário, assistência social com CADÚnico, alistamento no Exército e o Casamento Coletivo de 32 casais, realizado na sexta-feira.

Para participar da cerimônia e de uma agenda extensa de atividades em comemoração ao aniversário do Jordão e mostrando seu olhar cuidadoso com todas as pessoas do estado, a presidente do TJAC Regina Ferrari, acompanhada da coordenadora do Projeto Cidadão, desembargadora Eva Evangelista, das juízas Rosilene Santana e Bruna Perazzo, das servidoras e servidores vieram até a cidade. As integrantes visitaram os atendimentos e, no Casamento Coletivo, a presidente falou diretamente para cada casal sobre o compromisso deles com o respeito e o companheirismo para construírem a união com harmonia.

A decana da Corte de Justiça ressaltou que o Projeto Cidadão é cooperação e sinônimo de serviços essenciais para pessoas que precisam. “O Projeto Cidadão é cooperação, são muitas mãos, Estado, municípios e outras instituições. Esse é um compromisso do Judiciário com a população acreana. Compromisso da presidente do Tribunal, que sabe que é nas famílias onde se constrói a paz. Como coordenadora do Projeto Cidadão quero deixar aqui meus votos de felicidade. Sei que muitos vieram de localidades distantes da zona rural, outros de nações indígenas. Desejo muitas felicidades, que continuem nessa reafirmação de respeito conjunto a suas famílias para promovermos uma sociedade de paz”.

O Casamento foi celebrado pela juíza de Direito Rosilene Santana, titular da Vara Cível da Comarca de Tarauacá e com competência para o Jordão. A magistrada convocou os casais a buscarem na cooperação o caminho para manterem-se unidos. “Tenham compromisso, parceria, amizade, porque o amor é construção. Não é suficiente dizer eu te amo, você precisa mostrar o amor com atitudes, um ajudando o outro no serviço de casa, dividindo a responsabilidade com os filhos. Não é só a mãe, é o pai também. E vocês precisam estar juntos para viverem todos os momentos”.

Mas, da mesma maneira que servidoras e servidores de Rio Branco, Tarauacá, Cruzeiro do Sul precisaram vencerem a distância física para atenderem a população jordãoense, várias pessoas também precisaram se deslocar para acessar os serviços, como o casal Israel Damasceno da Silva e Kelen Pereira de Oliveira. Eles começaram o trajeto de barco, que durou três horas de viagem de canoa pequena, que é mais rápida por ser mais leve, depois vieram andando à pé por um dia para poderem oficializar a união. Israel falou que tinha ido três vezes até Tarauacá tentar casar, mas não conseguiu e agora, na sua cidade realizou seu desejo. “Já tinha gastado um monte de dinheiro para tentar casar e não conseguia, tá com três vezes que tentei e nunca dava certo. Agora, nós conseguimos aqui e vou cumprir a vontade de Deus, vou amar muito ela”, disse o noivo.

Outro que venceu distancias algumas vezes para concretizar os atendimentos, foi prefeito Naudo Ribeiro que foi Rio Branco solicitar a realização do Projeto Cidadão e recebeu e acolheu toda a equipe de trabalhadores. Para o gestor é importante essa articulação entre instituições para promover direitos. “Agradecemos muito o Tribunal de Justiça por essa ação que significa tanto pra nossa cidade. Tenho certeza que os que casam aqui hoje vão lembrar que nos seu casamento tinham duas desembargadoras, duas juízas, promotor, defensor. Só quero agradecer e dizer que Jordão completa 33 anos de idade e desembargadora, vocês estão deixando um presente para nossa cidade”.

Fonte: Tribunal de Justiça – AC

Comentários

Continue lendo

Acre

Alunos de Jordão recebem projeto Cidadania e Justiça na Escola

Publicado

em

Por

Realizado pela Coordenadoria da Infância e Juventude, projeto já atua em diversos municípios com apoio dos parceiros

Distante 811 quilômetros de Rio Branco, o município de Jordão é considerado um dos isolados do Acre, tendo como via de acesso apenas transporte aéreo e fluvial. Antecedendo o aniversário de 33 anos, a cidade recebeu diversas ações do Poder Judiciário acreano, entre elas, o lançamento do projeto Justiça e Cidadania na Escola, nesta sexta-feira, 26.

O projeto foi lançado pela presidente do Tribunal de Justiça do Acre (TJAC), desembargadora Regina Ferrari, acompanhada da decana da Corte acreana, desembargadora Eva Evangelista, das magistradas Rosilene Santana e Bruna Perazzo, do promotor Efraim Mendivil, e do defensor público, Rodrigo Lobão.

Depois da entrega das novas instalações do Centro de Justiça e Cidadania (CEJUC) e da implantação do Ponto de Inclusão Digital da Justiça (PIDJus), a agenda seguiu para a atividade na Escola Estadual Manoel Rodrigues Farias, onde os alunos já aguardavam para o primeiro contato com o projeto que tem o intuito de fomentar o ensino de valores fundamentais para preparar os alunos a serem participantes ativos em suas comunidades.

O projeto Cidadania e Justiça na Escola, que tem à frente a Coordenadoria da Infância e Juventude, gerido pela desembargadora Waldirene Cordeiro, leva aos alunos cartilhas e palestras com reflexões e uma compreensão dos direitos e responsabilidades que eles têm como cidadãos, acreditando que ao aprender sobre os princípios de justiça, eles desenvolvem a capacidade de discernir entre o certo e o errado, além de aprender a valorizar a igualdade, a equidade e o respeito pelos direitos humanos e, acima de tudo, a democracia.

A presidente do TJAC, Regina Ferrari, ressaltou a importância da iniciativa que será mantida com a participação dos magistrados, e também dos promotores e defensores. “Jordão é um município que passa por diversas dificuldades devido a distância e o isolamento, e o Judiciário acreano reforça sua missão fazendo esse esforço de estar presente não só com suas ações jurisdicionais, mas também com iniciativas que contribuem com a sociedade. A partir do momento que ensinamos nossas crianças e adolescentes sobre diferentes culturas, tradições e perspectivas, eles aprendem a valorizar a pluralidade, entendem a importância de conviver harmoniosamente com seus colegas, e isso contribui para a construção de uma sociedade mais tolerante, onde o respeito pela diversidade é fundamental”.

A presidente do TJAC agradeceu também aos parceiros que tornam o projeto viável. “Quero agradecer ao senador Alan Rick, que nos forneceu a impressão das cartilhas, e também ao Governo do Estado e Prefeitura de Jordão pelo apoio”.

Fonte: Tribunal de Justiça – AC

Comentários

Continue lendo