Duas comunidades rurais já sofrem com os efeitos da alagação do Rio Acre: as comunidades do Panorama e do Catuaba, na região do Belo Jardim. Essas comunidades também estão recebendo auxílio da Prefeitura de Rio Branco.
Acre
13 a cada 100 moradores do AC não têm banheiro em casa; pior índice do país
De acordo com levantamento do Instituto Trata Brasil, cerca de 36 mil casas no estado do Acre não têm banheiro para os seus moradores.

Na casa da aposentada Ivone Lopes não tem rede de esgoto e o banheiro é improvisado — Foto: Reprodução/Rede Amazônica
Cerca de 139 mil moradores do estado do Acre vivem sem um banheiro dentro de casa. É o que mostra um estudo do Instituto Trata Brasil divulgado nessa quinta-feira (16), feito em parceria com a EX ANTE Consultoria Econômica e o Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS).
O número representa aproximadamente 15,4% do total de pessoas no estado, a maior taxa do país. São cerca de 36 mil casas que não dispõe de um banheiro de uso exclusivo.
Conforme o estudo, no Acre, cerca de 13 a cada 100 pessoas moravam em residências sem banheiro de uso exclusivo. Esse também foi o pior índice relativo do país.
Em números reais, na região Norte, os maiores problemas estavam nos estados do Pará e Amazonas, onde se situavam, respectivamente, 984 mil e 354 mil habitantes sem banheiro de uso exclusivo.
O estudo também analisou a privação dos acreanos a outros serviços de saneamento básico. A falta de reservatório de água, por exemplo, afeta 5,8% das residências do estado: são 60 mil e pessoas sem caixa d’água ou outro tipo de reservatório de água potável em casa.
O número de acreanos que moravam nas habitações sem acesso à rede geral de abastecimento de água em 2022 foi de 335 mil pessoas. Isso correspondeu a 35,2% da população do estado, o quarto pior índice, segundo o estado.
Além disso, 69,5% das residências no Acre não tinham um abastecimento regular de água potável, essa foi a pior taxa do país. Isso significa que a rede geral de água não é a principal forma de abastecimento dessas casas, ou que elas não recebem água diariamente. Essa situação afeta mais de 631 mil acreanos.
O estudo mostrou que 509 mil acreanos em 150 domicílios não têm coleta de esgoto. Isso significa que 56,5% da população do estado não têm rede de esgoto em casa. Nesse quesito, o Acre fica em 10º lugar no ranking entre os que piores resultados.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2023/H/r/LKdbzQSem5JeHJEf8UhQ/whatsapp-image-2023-11-17-at-10.43.37-1-.jpeg)
Morador de Rio Branco construiu uma cisterna em casa — Foto: Reprodução/Rede Amazônica
‘Cadê o líquido precioso?’
O aposentado Motacy Oliveira construiu uma cisterna em casa. O reservatório tem capacidade para receber 12 mil litros de água da chuva. Ele e a esposa vivem sem água encanada há mais de 10 anos, em um bairro da periferia da capital acreana. Com a estiagem prolongada, fica difícil ter água.
“Eu louvo a Deus quando dá uma chuvinha de 30 minutos que eu consigo pegar 500 litros para poder abastecer a residência. Porque, precisa lavar roupa, precisa fazer comida, tomar banho, fazer os serviços de casa. Aí pra mim poder segurar um pouco de água, fiz essa cisterna aqui com esforço próprio mesmo, fiz com boca de lobo, juntamente com a minha esposa. A gente trabalhando junto, conseguimos em três meses fazer esse tanque aí. Mas cadê o líquido precioso? A água que não chega”, disse o aposentado.
A moradora Ivone Lopes sofre há 7 anos sem água encanada em casa, hoje ela tem pouco mais de 500 litros. Para lavar a louça tem que economizar. Na casa dela, em Rio Branco, também não tem rede de esgoto e o banheiro é improvisado.
“Eu já pensei em fazer um empréstimo para fazer um banheiro, mas aí, e a água? De onde é que vai tirar água pra todo dia tá lavando né? Não tem condição. Eu não tenho condição de fazer um poço. O jeito é esperar por Deus, pela vontade dos outros né”, afirmou a moradora.
Colaborou o repórter Eldérico Silva, da Rede Amazônica Acre.
Comentários
Acre
Prefeitura de Rio Branco intensifica ações de emergência para famílias afetadas por fortes chuvas
Diante da situação crítica, a administração municipal, em conjunto com a Defesa Civil estadual, está concentrando esforços nos 19 bairros mais atingidos pelos alagamentos

O volume acumulado de água em razão das fortes chuvas, fez o nível do Rio Acre subir rapidamente e provocou o transbordamento de igarapés que cortam a cidade. Foto: captada
A Prefeitura de Rio Branco mobilizou, nas primeiras horas deste sábado (27), uma força-tarefa para atendimento às famílias afetadas pelas fortes chuvas registradas nas últimas 48 horas na capital.
O volume acumulado de água fez o nível do Rio Acre subir rapidamente e provocou o transbordamento de igarapés que cortam a cidade, atingindo diversas áreas urbanas. Diante da situação, o prefeito Tião Bocalom convocou uma reunião de emergência em seu gabinete, reunindo todos os secretários municipais para alinhar ações imediatas de resposta e assistência.
Logo após o encontro, o prefeito visitou a Escola Álvaro Vieira da Rocha, no bairro Conquista, onde 10 famílias — totalizando 36 pessoas — já estão abrigadas pela Defesa Civil Municipal e pela Secretaria de Assistência Social.
Tião Bocalom destacou o trabalho integrado das equipes municipais e reforçou que todas as providências vêm sendo adotadas desde o início das ocorrências.
“Não é com prazer, é com tristeza. Mas fazer o quê? Infelizmente, as chuvas chegaram e as inundações começaram a aparecer. Desde ontem, nossas equipes da Defesa Civil, apoiadas por todas as secretarias, estão em campo até duas horas da manhã para retirar famílias. Aqui nesta escola estão 10 famílias, 36 pessoas, e estamos tomando todas as providências possíveis. A prefeitura está fazendo a sua parte, como sempre fizemos, junto ao governo do Estado e à Defesa Civil. Tanto é que em 2021 ganhamos o prêmio de melhor acolhimento da Defesa Civil Nacional. Fazemos tudo com dor no coração, porque sabemos o quanto é difícil para as famílias, mas seguimos firmes para garantir apoio a quem mais precisa.” ressaltou o prefeito de Río Branco

Tião Bocalom destacou o trabalho integrado das equipes municipais e reforçou que todas as providências vêm sendo adotadas desde o início das ocorrências. Foto: capadas
Após visitar as famílias abrigadas, o gestor seguiu para o Parque de Exposições, onde equipes já iniciam a preparação para novas ações de acolhimento e prevenção, caso o nível das águas continue subindo.
A Prefeitura de Rio Branco segue monitorando a situação e reforça que está de prontidão para atender novas ocorrências decorrentes das chuvas.

A Prefeitura de Rio Branco segue monitorando a situação e reforça que está de prontidão para atender novas ocorrências decorrentes das chuvas. Foto: assessoria
Comentários
Acre
Com 40 bairros atingidos pela cheia do Rio Acre e enxurradas, Prefeitura de Rio Branco já abrigou mais de 70 famílias
Acre
Vídeo: Cheia do Rio Acre vira cenário de lazer para donos de jet-skis e lanchas em Rio Branco
Calçadão da Gameleira e bairro da Base reuniram banhistas, famílias e embarcações recreativas durante a tarde de domingo
A cheia do Rio Acre em Rio Branco, que tem causado transtornos a dezenas de famílias ribeirinhas, também acabou se transformando em cenário de lazer para proprietários de veículos aquáticos, como jet-skis e lanchas, que aproveitaram o nível elevado do rio para se divertir neste domingo.
As regiões da Gameleira e do bairro da Base concentraram a maior movimentação. Em meio à descida de balseiros e à água barrenta, diversos condutores colocaram suas embarcações na água para realizar passeios e manobras, atraindo a atenção de quem acompanhava tudo do calçadão.
No calçadão da Gameleira, centenas de pessoas — entre adultos, crianças e até animais de estimação — aproveitaram a tarde ensolarada para caminhar, socializar e observar a movimentação no rio, transformando o local em um ponto de encontro informal.
Apesar de algumas manobras consideradas arriscadas, não houve registro de acidentes envolvendo jet-skis ou lanchas ao longo do dia, segundo informações apuradas.
As autoridades, no entanto, reforçam o alerta para que os condutores mantenham cautela, especialmente durante o período de cheia, quando há aumento do fluxo de balseiros, troncos e outros obstáculos que podem representar riscos à navegação recreativa.























Você precisa fazer login para comentar.