Conecte-se conosco

Acre

Violência contra a mulher aumenta 14% no Acre em julho, com 122 casos de lesão corporal

Publicado

em

Dados da Polícia Civil mostram que domingo é o dia mais perigoso e noite o período de maior risco; capital teve aumento de 18% nas ocorrências

A violência contra a mulher registrou aumento alarmante no Acre em julho de 2025, com 122 casos de lesão corporal dolosa – um crescimento de 14% em relação ao mesmo período de 2024, quando foram contabilizadas 107 ocorrências. Os dados divulgados pela Polícia Civil mostram que a situação vem se agravando em todas as regiões do estado, com exceção do Baixo Acre.

A capital acreana lidera o ranking da violência, com 59 registros em julho (aumento de 18%), seguida pelo interior do estado, que saltou de 57 para 63 casos. Algumas regiões apresentaram crescimentos expressivos: Tarauacá/Envira subiu de 13 para 18 ocorrências; Alto Acre dobrou de 7 para 14; e Purus/Iaco passou de 11 para 18. Apenas o Baixo Acre registrou redução, caindo de 15 para 8 casos.

O perfil das vítimas mantém padrões preocupantes: a maioria são jovens entre 18 e 29 anos (51 casos) e mulheres pardas (45 ocorrências). O domingo consolida-se como o dia mais perigoso, com 29 registros em 2025, enquanto o período noturno concentra o maior número de agressões (42 ocorrências). Os números reforçam a necessidade de políticas públicas efetivas de combate à violência de gênero no estado.

Os dados apresentados não são apenas estatísticas, mas refletem um profundo e violento problema social que atinge o Acre. A análise dos números revela várias camadas de crise:

Análise dos Dados e Tendências Alarmantes
  1. Crescimento Estadual Generalizado: O aumento de 14% nos registros de lesão corporal em um ano (de 107 para 122) é um indicador claro de que as políticas atuais são insuficientes para conter e reverter a epidemia de violência contra a mulher.

  2. A Capital como Epicentro: Rio Branco, com um aumento de 18% (de 50 para 59 casos), concentra sozinha quase metade das ocorrências do estado. Isso demanda uma estratégia específica e urgente para a área metropolitana.

  3. Interior em Chamas: O crescimento não se restringe à capital. Regiões como Tarauacá/Envira e Purus/Iaco viram seus números explodirem, enquanto o Alto Acre simplesmente dobrou sua taxa de violência (de 7 para 14 casos). A exceção do Baixo Acre, que teve uma redução, precisa ser estudada para que suas possíveis ações bem-sucedidas sejam replicadas.

  4. Padrões de Ocorrência Consolidados:

    • Domingo, o dia do terror: A confirmação de que os domingos são os dias de pico (29 casos) sugere uma forte correlação com o convívio familiar prolongado, possivelmente agravado por consumo de álcool e ciúmes.

    • A noite é a mais perigosa: O período noturno (42 casos) é quando as mulheres estão mais vulneráveis e isoladas, com menos acesso a redes de apoio e serviços públicos.

    • Vítimas Jovens e Pardas: O perfil majoritário de vítimas (jovens de 18-29 anos e mulheres pardas) aponta para um grupo demográfico que precisa ser o foco central de políticas públicas de prevenção e proteção.

O que esses números exigem (Além dos Dados)

Os dados da polícia são apenas a ponta do iceberg. Eles representam apenas as violências que foram denunciadas. A realidade é certamente muito pior, com inúmeros casos de ameaça, violência psicológica, patrimonial e sexual que nunca chegam às autoridades.

  1. Políticas Públicas Ineficazes: O aumento consistente dos índices é a maior prova de que as campanhas e ações em vigor não estão funcionando. É necessária uma revisão completa e um reforço agressivo nas estratégias de combate à violência doméstica.

  2. Fortalecimento da Rede de Proteção: É urgente ampliar e melhorar a estrutura de:

    • Delegacias da Mulher (DEAMs): Com pessoal treinado e em número suficiente.

    • Casa da Mulher Brasileira: Um equipamento fundamental que precisa de verba e staff para funcionar 24h.

    • Casas de Acolhimento: Para oferecer um abrigo seguro às vítimas e seus filhos, rompendo o ciclo de violência.

    • Defensoria Pública e Juizados Especializados: Para garantir acesso à Justiça e medidas protetivas ágeis e eficazes.

  3. Educação e Prevenção: Campanhas de conscientização nas escolas, comunidades e mídias sociais são fundamentais para mudar a cultura machista que naturaliza a violência.

  4. Responsabilização dos Agressores: A aplicação efetiva da Lei Maria da Penha e a certeza de punição são elementos cruciais para inibir novos crimes.

Em resumo, os dados de julho/2025 são um grito de socorro das mulheres acreanas e um sinal de falha do poder público. É imperativo que o governo estadual, as prefeituras e a sociedade civil tratem isso com a máxima prioridade, realocando recursos e esforços para enfrentar esta guerra silenciosa que acontece dentro de casa.

O Ministério Público do Estado do Acre (MPAC) lança no último dia 8, a campanha “Quem cala consente”, como parte da programação do Agosto Lilás, para o enfrentamento à violência contra a mulher. O lançamento foi feito pelo procurador-geral de Justiça Danilo Lovisaro do Nascimento, no auditório do MPAC, localizado na Galeria Cunha.

O Agosto Lilás é considerado o mês de proteção à mulher e visa conscientizar a população pelo fim da violência. Por meio da campanha “Quem cala consente”, o MPAC promove uma reflexão sobre a dura realidade de violência ainda enfrentada por muitas mulheres, sobretudo, no estado do Acre que há quatro anos figura no topo do ranking nacional do feminicídio, segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).

O Agosto Lilás faz alusão ao dia 7 de agosto, data em que a Lei Maria da Penha completa 16 anos. Escolhido em 1960, o lilás representa a cor do feminismo. Na seara de proteção de direitos e de combate à violência contra a mulher, o MPAC atua com um forte arranjo institucional, composto por órgãos de atuação finalística e auxiliares.

O Centro de Atendimento à Vítima (CAV) é uma das portas de entrada para o acolhimento de mulheres vítimas de violência e, desde 2016, atua na construção de estratégias para o enfrentamento à violência e proteção da vítima.

Comentários

Continue lendo
Publicidade

Acre

PGE publica diretrizes para concessão de auxílio financeiro a procuradores e servidores

Publicado

em

Foto: Procuradoria-Geral do Estado do Acre

A Procuradoria-Geral do Estado do Acre (PGE) publicou, nesta sexta-feira, 5, duas portarias que estabelecem as diretrizes para concessão de bolsas de auxílio financeiro e ressarcimento destinados à participação de procuradores e servidores em eventos de capacitação no exercício de 2026. As medidas constam nas portarias PGE nº 816/2025 e PGE nº 817/2025, ambas assinadas pela procuradora-geral do Estado, Janete Melo d’Albuquerque Lima de Melo.

Bolsa para Procuradores – Portaria PGE nº 816/2025

A Portaria nº 816 estabelece o valor máximo do auxílio financeiro para participação dos procuradores no 52º Congresso Nacional dos Procuradores dos Estados e do Distrito Federal, que será realizado de 9 a 12 de novembro de 2026, em Curitiba (PR), promovido pela ANAPE. O valor fixado é de R$ 10 mil, destinado a custear inscrição, transporte, hospedagem e alimentação, conforme prevê a Resolução PRES/CPGE nº 10/2010.

Segundo o documento, todos os procedimentos referentes à seleção e concessão do auxílio serão regulamentados pelo Centro de Estudos Jurídicos da PGE, seguindo os critérios previstos na normativa interna da instituição. O pagamento será feito pelo Fundo Orçamentário Especial da Procuradoria, conforme legislação vigente.

Bolsa para Servidores – Portaria PGE nº 817/2025

A Portaria nº 817 define as regras para concessão de auxílio financeiro voltado aos servidores do quadro de apoio da PGE que participarem de cursos, seminários e eventos de qualificação profissional ao longo de 2026. O valor máximo para essas bolsas será de R$ 2.500 por servidor, cobrindo inscrição, deslocamento, hospedagem e alimentação.

A concessão obedecerá critérios de proporcionalidade conforme o número de servidores em cada órgão interno:

órgãos com até 5 servidores: 1 bolsa disponível;

órgãos com 6 a 10 servidores: 2 bolsas;

órgãos com mais de 10 servidores: 3 bolsas.

Os eventos deverão ter relação direta com as atribuições exercidas pelos servidores em suas unidades de lotação. A seleção será preferencialmente feita por edital, considerando a disponibilidade financeira do Fundo Orçamentário Especial e o número de interessados.

Planejamento e transparência

As duas portarias se baseiam no Programa Anual de Capacitação 2026 da PGE, já aprovado e previsto no Plano Plurianual 2024–2027, além da proposta orçamentária do Estado para o próximo ano. Os documentos destacam ainda a política de valorização profissional e a necessidade de promover gestão por competências e capacitação contínua.

Comentários

Continue lendo

Acre

Acre tem sexta-feira de tempo instável e risco de chuvas fortes em todas as regiões do estado

Publicado

em

Previsão indica clima abafado, alta umidade e precipitações pontuais, algumas intensas, de leste a oeste do Acre; temperaturas variam entre 22°C e 32°C.

Foto: Sérgio Vale

O Acre deve registrar nesta sexta-feira (5) um dia de tempo instável, com sol entre nuvens e ocorrência de chuvas pontuais a qualquer hora, algumas com forte intensidade. A previsão, divulgada pelo portal O Tempo Aqui, também se estende ao sul e sudoeste do Amazonas, Rondônia, Mato Grosso, Goiás, Distrito Federal, além de áreas de planície da Bolívia e da região de selva do Peru.

Leste e sul do Acre
Nas microrregiões de Rio Branco, Brasileia e Sena Madureira, o clima permanece abafado e sujeito a pancadas de chuva em pontos isolados. A probabilidade de temporais é considerada média. A umidade relativa do ar deve variar entre 60% e 70% durante a tarde, chegando a 90% e 100% no início da manhã. Os ventos sopram de forma fraca a calma, predominantemente do norte, com variações entre noroeste e nordeste.

Centro e oeste do estado
Nas microrregiões de Cruzeiro do Sul e Tarauacá, o cenário é semelhante: tempo instável, abafado e com possibilidade de chuvas fortes em áreas isoladas. A umidade mínima varia de 65% a 75% à tarde, com máximas entre 90% e 100% no amanhecer. Os ventos também sopram fracos, vindos do norte e com variações de noroeste e nordeste.

Temperaturas por região

  • Rio Branco, Senador Guiomard, Bujari e Porto Acre: mínimas entre 22°C e 24°C; máximas entre 29°C e 31°C.

  • Brasileia, Epitaciolândia, Xapuri, Capixaba e Assis Brasil: mínimas entre 22°C e 24°C; máximas entre 29°C e 31°C.

  • Plácido de Castro e Acrelândia: mínimas entre 22°C e 24°C; máximas entre 29°C e 31°C.

  • Sena Madureira, Manuel Urbano e Santa Rosa do Purus: mínimas entre 22°C e 24°C; máximas entre 29°C e 31°C.

  • Tarauacá e Feijó: mínimas entre 22°C e 24°C; máximas entre 30°C e 32°C.

  • Cruzeiro do Sul, Mâncio Lima e Rodrigues Alves: mínimas entre 22°C e 24°C; máximas entre 30°C e 32°C.

  • Marechal Thaumaturgo, Porto Walter e Jordão: mínimas entre 22°C e 24°C; máximas entre 30°C e 32°C.

Comentários

Continue lendo

Acre

Rio Acre volta a subir e Defesa Civil mantém atenção após novo boletim em Rio Branco

Publicado

em

Mesmo com apenas 7,80 mm de chuva nas últimas 24 horas, histórico de elevações rápidas do manancial acende sinal de alerta na capital.

A Defesa Civil de Rio Branco divulgou, na manhã desta sexta-feira (5), um novo boletim de monitoramento do Rio Acre. Às 5h19, o manancial marcou 5,43 metros, apresentando tendência de elevação nas últimas horas. O documento é assinado pelo coordenador municipal da Defesa Civil, Cláudio Falcão (TC BM).

Nas últimas 24 horas, a capital registrou 7,80 mm de chuva — volume considerado baixo, mas suficiente para manter o órgão em estado de atenção, devido ao histórico de subidas rápidas do nível do rio em períodos de instabilidade climática.

A cota de alerta para o Rio Acre é de 13,50 metros e a de transbordo, 14 metros, ainda distantes da medição registrada nesta sexta-feira.

Comentários

Continue lendo