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Acre

Um fenômeno chamado Cameli e a derrocada de Jorge Viana, Petecão, Mara e companhia

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Por Jairo Carioca*

Nem os analistas mais antenados poderiam imaginar no que se transformaria o cenário político no Acre nos últimos quatro anos, escanteando da cena eleitoral quem antes batia no peito, orgulhoso da própria popularidade.

Um olhar retroativo autoriza dizer que a eleição do governador Gladson Cameli em 2018, não tenha sido apenas resultado do ódio ao PT, hoje sua reeleição mostra que o mesmo está acima da política partidária, foi um fenômeno, lutou contra tudo e contra todos e venceu com folga, ajudando a varrer a velha política do estado.

Jorge Viana, Marcos Alexandre, Nazaré, Daniel Zen e os demais vermelhos, parecem não ter andado pela periferia. Não entenderam que o eleitor mudou, estar mais empreendedor e, mesmo os que estão na faixa de extrema pobreza, querem resultados, maior garantia de alimento à sua mesa. Se cansaram desse papo manso da esquerda.

O que Jorge Viana apresentou como novo?

Nem o discurso inovou, ficou no “canta, canta minha gente que a vida vai melhorar”, sucesso gravado em 1974 por Martinho da Vila. Nem sei se essa foi a música pedida por Jorge Viana ao fantástico. As urnas mostraram que o “melhor governador da história” é coisa do passado.

Marcus Alexandre foi um dos que ao embarcar nessa aventura do ex-senador, que as vezes pareceu um rebelde sem causa tamanha a prepotência que é seu DNA, trocou uma vaga garantida no parlamento por um ingresso na balsa. Sofreu matando carapanã rumo a Manacapuru.

Estou há uma semana internado na enfermaria A do Pronto Socorro de Rio Branco. São três leitos pós-operatório que se revezam com pacientes que têm alta médica. Tenho ouvido cada análise popular que impressiona. Jorge não conseguiu tirar o rótulo de governo perseguidor, do prefeito que mais cobrou impostos, das multas aplicadas ao homem do campo. Essa turma não conseguiu se reinventar!

O senador Sérgio Petecão (PSD-AC) que poderia abusar de sua experiência legislativa e impulsionar a credibilidade que o povo lhe deu nas últimas eleições, o elegendo como político mais votado da história com 244.109 votos, assumiu uma postura de ódio nunca antes vista, perdeu uma oportunidade única de, através do programa eleitoral de rádio e tv, detalhar seu programa econômico e se aproveitar do segmento do eleitorado que Jorge Viana do PT não soube enxergar.

Aliás, Petecão chegou a ser deselegante, exagerou no tom, na interpretação que uma candidatura majoritária exige, principalmente, no horário eleitoral e nos debates. Conseguiu ser impopular, se tornou mais rejeitado do que o próprio Jorge Viana. Resultado pífio, o 100% popular teve 27.393 votos, ficando à frente de Márcio Bittar (UB) professor Euclides (PSOL) e do candidato David Hall (AGIR).

Para Mara Rocha a parada seria mesmo difícil. Irmã do vice-governador Major Rocha, correu um risco e acabou ficando numa postura desorientada, titubeante, criticando pesado uma gestão que ela e o irmão ajudaram a construir. Eles nomearam cargos estratégicos para os setores do agro e da segurança, que diga-se de passagem, os que mais deram certo no atual governo. A credibilidade da Mara Rocha jornalista foi ofuscada. Nadaram abraçados rumo a Manacapuru. Em 2020 o eleitor já tinha dado sinais de que não concordava com esse discurso de ódio, do nada presta, do quanto pior melhor. Mara deputada federal e Rocha vice-governador, não conseguiram eleger o irmão ao cargo de vereador. Era para ter aberto os olhos e mudado a postura desde então. Parece que trabalharam pré-campanha e campanha sem pesquisa qualitativa nas mãos.

O vaivém da maré fez muita gente nadar contra a correnteza nas eleições desse ano. O eleitor está preocupado com sua vida, na conquista de mais empregos e menos baixaria. Com raríssimas exceções, outro projeto que o cidadão acreano varreu foi o da familiocracia. Aquela história de transferência do capital político.

Pelo o que protagonizou na pré-campanha, a família Bittar foi a mais derrotada desse processo político. O eleitor parece ter interpretado mais como uma “DR” do que como projeto político, as candidaturas de Bittar (UB) ao governo e a ex-esposa, Marcia (PL) ao Senado. Enquanto o senador obteve para governo apenas 1,22% dos votos válidos (pouco acima dos 4 mil votos), a ex-esposa teve 9,99%, ficando em quarto lugar entre os sete concorrentes ao Senado da República.

Não se repetiu também nesta eleição estadual, o voto de protesto que em 2008 elegeu o mecânico Cabide para vereador de Rio Branco com 2.117 votos. Ele regrediu para 38 votos em 2018 e apenas 10 votos esse ano. Figuras tidas como influenciadoras digitais, conhecidas por suas atuações no mundo virtual, como Marcelo Bimbi, também não caíram nas graças do povo na hora do voto.

Naufragaram também as candidaturas de figuras marcadas nas eleições, tidas como “velhos” na política. É o caso de Flaviano Melo do MDB. Vários foram os recados dados nas urnas, há especialistas comemorando um avanço ideológico, embora lento, mas, que se alimenta de esperança para o fim do coronelismo, o clientelismo, a compra de votos nas eleições do país.

Cameli que surfou na onda popular deu uma aula de carisma, empatia. Conseguiu mobilizar o cidadão a partir dele mesmo, sem pesados mecanismos de marketing. Mostrou que, gestos simples e espontâneos, como o de sentar e comer pipoca nas escadarias do Palácio Rio Branco, valem mais do que as grandes obras cobradas intensamente pela oposição.

Jairo Carioca é jornalista, assessor de imprensa, está coordenador da Rede Aldeia de Rádios FM.

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Acre

Prefeitura de Assis Brasil promove primeira Jornada Pedagógica para professores da zona urbana

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A Prefeitura de Assis Brasil, por meio da Secretaria Municipal de Educação, realizou nos dias 03, 04 e 06 de fevereiro a primeira Jornada Pedagógica de 2025, voltada para os professores da zona urbana. O evento teve como tema “Práticas Pedagógicas”, destacando a importância da qualificação contínua dos educadores para aprimorar o ensino nas escolas do município.

Durante a jornada, os participantes tiveram acesso a formações conduzidas por profissionais experientes da área educacional. Para os professores do Ensino Fundamental I, as atividades foram ministradas por Márcia Vileme, Mariléia Marques e Elizângela Lanes. Já os professores da Educação Infantil contaram com a orientação de Mariléia Marques e Célia Queiroz.

A iniciativa reforça o compromisso da gestão municipal com a valorização da educação e a melhoria da qualidade do ensino oferecido às crianças e adolescentes de Assis Brasil. A Prefeitura segue investindo em ações que promovam o desenvolvimento profissional dos educadores e, consequentemente, um aprendizado mais eficaz para os alunos.

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Acre

Prefeitura de Assis Brasil realiza ação de combate à dengue no KM 02

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A Prefeitura de Assis Brasil, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, realizou nesta semana uma importante ação de conscientização no KM 02, voltada para o combate à dengue. A mobilização contou com a participação de agentes de saúde, enfermeiros, técnicos de enfermagem e demais profissionais da secretaria, que distribuíram panfletos educativos e orientaram os moradores sobre as medidas de prevenção contra o Aedes aegypti.

A equipe reforçou a importância de cuidados simples, como eliminar recipientes com água parada, manter quintais limpos e tampar caixas d’água. Além disso, os profissionais esclareceram dúvidas da população e alertaram sobre os principais sintomas da dengue, incentivando a busca por atendimento médico em caso de suspeita da doença.

A Secretaria Municipal de Saúde segue empenhada no trabalho de prevenção e monitoramento da dengue, promovendo ações educativas e visitas domiciliares.

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Acre

Sindicato dos Jornalistas do Acre repudia declarações do secretário de Educação de Rio Branco

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Pastor Paulo Machado criticou jornalistas em redes sociais, chamando-os de “raça de víboras e mercenários”, após ser alvo de matéria que relembrou seu apoio a governos petistas.

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Acre publicou uma Nota de Repúdio contra o secretário municipal de Educação de Rio Branco, pastor Paulo Machado, após declarações polêmicas feitas por ele nas redes sociais. O secretário reagiu a uma matéria jornalística que o citava em uma foto ao lado de ex-governadores petistas do Acre, como Tião Viana, e relembrava seu histórico de apoio a governos do PT.

Em sua publicação, o pastor não citou nomes, mas direcionou críticas duras aos jornalistas, chamando-os de “raça de víboras e mercenários”. As declarações geraram indignação entre profissionais da imprensa e motivaram a reação do Sindicato, que defendeu a liberdade de imprensa e o trabalho ético dos jornalistas.

Além da polêmica envolvendo a matéria, o nome do secretário também foi lembrado em meio ao conflito entre o prefeito Tião Bocalom e a família Bestene. A não nomeação da professora Nabiha Bestene para um cargo na Secretaria Municipal de Educação gerou atritos políticos, e o pastor Paulo Machado foi mencionado no contexto da discussão.

O Sindicato dos Jornalistas reforçou, em sua nota, a importância do respeito aos profissionais da imprensa e destacou que ataques como os do secretário representam um risco à democracia e à liberdade de expressão. A entidade cobrou uma retratação pública por parte do pastor Paulo Machado e reafirmou seu compromisso com a defesa da categoria.

A situação expõe as tensões entre a gestão municipal e a imprensa local, além de reacender debates sobre a independência e o papel do jornalismo na fiscalização do poder público.

VEJA NOTA

Nota de Repúdio do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Acre (Sinjac)

Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Acre (Sinjac) vem a público manifestar seu veemente repúdio às declarações levianas e agressivas proferidas pelo secretário-adjunto da Secretaria de Educação de Rio Branco, Paulo Machado, contra a classe jornalística. As palavras do gestor, em que insinua desinformação e desrespeito por parte dos profissionais da imprensa, são não apenas equivocadas, mas também um ataque à liberdade de expressão e ao trabalho essencial da imprensa para o fortalecimento da democracia.

O papel do jornalista é, antes de tudo, buscar a verdade, informar a sociedade e cobrar transparência e responsabilidade de todas as autoridades públicas. Ao atacar a integridade dos jornalistas, Paulo Machado descredita não só os profissionais da área, mas também as instituições que prezam pela liberdade de imprensa e pelo direito da população à informação de qualidade.

Reiteramos que as críticas construtivas são sempre bem-vindas, mas a agressão verbal, a difamação e a tentativa de intimidar jornalistas são inadmissíveis em qualquer esfera pública, especialmente de um representante do Executivo. O Sinjac não irá tolerar qualquer tipo de ameaça ou ataque aos profissionais que, com ética e dedicação, buscam cumprir sua função de informar com veracidade e imparcialidade.

A liberdade de imprensa é um pilar fundamental de qualquer sociedade democrática e, como tal, deve ser respeitada por todos os membros do poder público. O Sinjac exige que Machado se retrate publicamente e que atitudes como essa sejam combatidas com firmeza, em respeito à liberdade de imprensa, aos jornalistas e à sociedade acreana.

Luiz Cordeiro

Presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Acre (Sinjac)

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