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Polo Moveleiro do município de Xapuri pede socorro ao governo
Sem acesso a matéria-prima de origem legal, marceneiros lançam mão de madeira clandestina para não parar produção
Concebido para concentrar todos os marceneiros do município em um parque industrial, tornando a atividade moveleira um dos modelos de geração de emprego e renda a partir da exploração sustentável de madeira, via planos de manejo comunitário, o projeto do Polo Moveleiro de Xapuri não vingou e as marcenarias lá instaladas funcionam hoje tal qual há seis anos, quando operavam na informalidade dos fundos de quintal das residências de seus proprietários.
Atualmente, o projeto se encontra sem gerência definida no município e o cenário atual é de descrédito no futuro por parte dos 8 marceneiros em atividade no polo. Nessas oficinas, eles geram cerca de 20 empregos diretos, contando com os seus próprios. A maioria sequer está em dia com todas as exigências para usufruir dos benefícios da Política de Incentivo às Atividades Industriais do Estado do Acre.
O presidente da Cooperativa de Produção dos Moveleiros de Xapuri, Francisco Patrício, 73 anos, diz que após a entrega dos galpões pelo governo do estado, em 2013, os marceneiros passaram por um período de entusiasmo e de esperança que a atividade fosse alavancada no município. Passado algum tempo, o ânimo com o empreendimento esfriou e os moveleiros voltaram a se sentir subvalorizados e esquecidos pelo governo do estado ainda durante a gestão do governador Tião Viana.
A instalação dos marceneiros no polo foi resultado de um Termo de Ajustamento de Conduta firmado entre governo do estado, Ministério Público e município para retirar os marceneiros da informalidade em que trabalharam durante toda a vida. Um dos fatores apontados como essenciais para o sucesso do empreendimento era a conexão do projeto com a Fábrica de Tacos, que forneceria madeira legal e dentro dos padrões de qualidade exigidos para a fabricação de móveis.
Com o fracasso da gestão governamental da Fábrica de Tacos e a sua posterior privatização por meio de uma parceria público-privada, o Polo Moveleiro de Xapuri foi abandonado à própria sorte. Para sobreviver, os marceneiros foram obrigados a lançar mão da aquisição de madeira clandestina, que é adquirida na forma de blocos. Essa madeira ilegal é comumente cerrada e vendida em Xapuri sob a vista grossa das autoridades ambientais. A prática é fomentada pela necessidade não apenas dos moveleiros, mas de toda a população ao acesso a madeira para os mais diferentes fins, principalmente para a construção civil.
Francisco Patrício, o presidente da cooperativa dos moveleiros, afirma que a maior dificuldade dos marceneiros assentados no polo é exatamente a falta de matéria-prima. Eles não tem acesso à madeira extraída dos planos manejo florestal que é comercializada com o Complexo Industrial Florestal de Xapuri (CIFLOX). Segundo ele, o que a indústria ainda oferece são sobras da linha de produção que geralmente não são aproveitáveis para a fabricação de móveis. Além disso, o preço dessa madeira – em média R$ 1 mil pelo metro cúbico – é muito alto para as marcenarias.
“Nós estamos aqui nos sentindo abandonados. Estamos quase parando. Não temos acesso à madeira legalizada e temos que nos sujeitar a fazer o que não é correto, e sempre vamos ter problemas por conta disso. Trabalhamos com esses blocos de madeira, o que dificulta muito o nosso trabalho por causa do peso. Também não temos acesso ao mercado, aos processos de compra do estado ou da prefeitura. Essa ajuda do governo com os galpões foi muito boa, não estou reclamando, mas parou nisso”, afirma.
Apenas uma das oito marcenarias que estão em atividade no polo está adquirindo uma pequena quantidade de madeira oferecida pelo Complexo Industrial Florestal. É a do pequeno empresário Aldenor Ferreira, que diz aproveitar algumas peças que são descartadas após a secagem nas estufas. Ele ressalta que no embrião do projeto do Polo Moveleiro havia a orientação de que a atividade seria alimentada pela madeira produzida nos planos de manejo comunitário por meio da Fábrica de Tacos.
“Era essa a ideia original, de pelo menos 20% da madeira extraída pelos planos de manejo ser destinada ao Polo Moveleiro, o que, inclusive, seria uma quantidade muito além das nossas necessidades. Não tenho condição de explicar o porquê desse pensamento haver se perdido com o passar do tempo porque era uma ideia do próprio governador Jorge Viana, e era um consenso entre todos de que não haveria como o projeto se desenvolver se não houvesse a garantia de madeira legal para a produção de móveis”, diz.
O diretor-presidente da Agência de Negócios do Acre (ANAC), Jânio Mário Pereira Santos, explica que o contrato de parceria público-privada para a gestão da Fábrica de Pisos de Xapuri não possui nenhuma cláusula que preveja a destinação de parte da madeira adquirida junto aos planos de manejo florestal para o mercado local. Segundo ele, ao consultar a direção do Complexo Industrial Florestal sobre o assunto, foi informado de que a indústria, que é voltada para a confecção de pisos tipo deck para exportação, não teria condição de configurar suas máquinas para processar madeira para as marcenarias ou construção civil.
“Teremos que inserir essa pauta nas discussões futuras sobre as novas licenças de planos de manejo. É possível que agendemos uma ida a Xapuri junto com o Anderson (Anderson Abreu de Lima – Secretário de Indústria, Ciência e Tecnologia) para abrimos um diálogo sobre esse assunto com as pessoas envolvidas com esse tema que é fundamental para o andamento de projetos como o do Polo Moveleiro. Esse novo governo é plenamente favorável ao incentivo das indústrias no nosso estado e estaremos sempre abertos a esse debate”, afirmou.
Galpão de estufas se transforma em garagem para caminhões boiadeiros
Uma outra reclamação da Cooperativa de Produção dos Moveleiros de Xapuri é a respeito de duas estufas de secagem de madeira cujo galpão se encontra atualmente servindo de garagem para caminhões boiadeiros. O proprietário dos caminhões que ocupam o galpão, Gilberto Antônio Souza da Silva, informou à reportagem que possui autorização da Sedens – antiga Secretaria de Estado de Desenvolvimento da Indústria, do Comércio e dos Serviços Sustentáveis – para usar o espaço como garagem.
Gilsiane Marciele dos Santos Campos, chefe da Divisão Técnica da Comissão da Política de Incentivo às Atividades Industriais do Estado do Acre (COPIAI), ligada à Secretaria de Estado de Indústria, Ciência e Tecnologia – SEICT, nos informou que a secretaria já está ciente da situação relacionada aos caminhões boiadeiros e que o proprietário dos veículos já foi procurado para uma conversa, mas não foi encontrado na ocasião em que uma equipe da SEICT esteve em Xapuri. Segundo ela, o espaço terá que ser desocupado quando as estufas forem postas em funcionamento.
“Existem algumas situações que são de ordem política que estão sendo tratadas diretamente pelo secretário. A atuação da COPIAI é voltada para a parte técnica como, por exemplo, o processo de concessões de uso da área e a própria gestão dos parques industriais e dos polos. Mesmo assim, nós estivemos no polo e averiguamos a situação desse galpão, tentamos falar com o proprietário dos caminhões, mas não o encontramos. Fato é que quando as estufas forem recuperadas, e a gente ainda não tem noção desses custos, o espaço terá de ser desocupado”, disse.
A COPIAI é o órgão que tem a responsabilidade sobre as ações necessárias à aplicação da legislação da Política Industrial Acreana. Entre outras competências, dispõe sobre a política de incentivos para a área industrial, acompanha os efeitos de planos e programas de desenvolvimento industrial, analisa seus resultados e recomenda medidas necessárias a seu aperfeiçoamento, estabelecendo prioridades nas linhas de financiamento direcionados às atividades industriais.
Gilsiane informou também que esteve em Xapuri no mês de agosto passado, quando se reuniu com os marceneiros do Polo Moveleiro da cidade. Segundo ela, várias demandas foram recebidas, inclusive por meio de ofício, e que as respostas já estão sendo encaminhadas. Para ela, apesar do momento apresentar algumas dificuldades, principalmente com relação à falta de recursos financeiros, há a esperança de se fortalecer a atividade em todo o estado.
“Creio muito que vai haver um momento melhor para eles, com a união de forças entre o Instituto de Meio Ambiente do Acre – IMAC – e a Secretaria de Meio Ambiente, para viabilizar essa questão do acesso à matéria-prima. Eles estão muito bem instalados e equipados, o que já foi uma grande vitória, estamos regularizando as concessões e, o que é mais importante, eles têm a qualidade do serviço, e investindo um pouco mais na qualificação da mão-de-obra a tendência é melhorar. Essa é a nossa aposta”, finalizou.
Por Raimari Cardoso
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Municípios do Acre mantém mobilização para aumentar coberturas vacinais de crianças e adolescentes
Pais, mães e responsáveis, devem procurar postos de vacinação e vacinem crianças e adolescentes
Os 22 municípios da Macrorregião Única de Saúde do Acre – entre eles Brasiléia, Cruzeiro do Sul, Epitaciolândia, Rio Branco, Sena Madureira e Tarauacá – seguem mobilizados na vacinação de crianças e adolescentes.
As coberturas vacinais registradas desde janeiro preocupam. Diversas vacinas, como a de poliomielite e a tríplice viral, que protege contra o sarampo, estão abaixo da meta estabelecida pelo Ministério da Saúde.
Em Cruzeiro do Sul, a técnica de laboratório Catiane Alencar, de 45 anos, mantém a caderneta da filha, de 10 anos, sempre atualizada. Para a moradora do bairro Arthur Maia, vacinar é um gesto de amor.
“Minha filha tem 10 anos, tomou todas as vacinas, todas as vacinas que têm na rede pública. Acredito nas vacinas porque, hoje em dia, existem muitas doenças que foram erradicadas a partir do surgimento das vacinas.”
Para ampliar a imunização, o estado Acre realiza uma classificação de risco para cada município. Com base nela, são definidas estratégias específicas. A informação é da coordenadora de imunização do Acre, Renata Aparecida Quiles.
A Operação Gota, vacinação realizada pela Força Aérea com helicóptero em áreas de difícil acesso, é uma dessas ações.
A coordenadora reforça a importância de manter o calendário vacinal em dia.
“Precisa vacinar e vacinar na idade preconizada pelo Ministério da Saúde, com isso a criança obtém a melhor resposta imunológica e com isso também resulta na diminuição da circulação das doenças.”
O esforço é para garantir a atualização da caderneta de vacinação de crianças e adolescentes menores de 15 anos.
As vacinas fazem parte do Calendário Nacional de Vacinação e estão disponíveis durante todo o ano nas Unidades Básicas de Saúde. Não deixe de se proteger e proteger aqueles que você ama!
As vacinas para as crianças garantem proteção contra doenças como sarampo, poliomielite, tuberculose, hepatite B, meningites, difteria, tétano, coqueluche, HPV, febre amarela e Covid-19.
Para os adolescentes menores de 15 anos, o foco é atualizar a situação vacinal, completando os esquemas em atraso de suas vacinas. . É importante lembrar que a vacina de HPV está disponível para jovens de 15 a 19 anos até dezembro deste ano. Não perca a oportunidade de mais essa proteção!
O diretor do Programa Nacional de Imunizações, Eder Gatti, ressalta que a vacinação é a melhor medida para manter o país livre as coberturas vacinais impede o retorno de das doenças já controladas, como poliomielite e sarampo. Faça sua parte!
“Tivemos grande êxito, mas não podemos deixar que essas doenças retornem. Então, é muito importante que a população se vacine. As vacinas do SUS [Sistema Único de Saúde] são muito boas, são seguras e protegem, o que é mais importante. Então, vacinar é uma proteção individual, mas também proteção de toda a comunidade.”
Atenção, pais e responsáveis do Acre! Atualizem a caderneta de vacinação de crianças e adolescentes menores de 15 anos. Procurem uma Unidade Básica de Saúde e mantenham a proteção em dia.
Saiba mais em gov.br/vacinacao.
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Motociclista fica ferido após colisão com táxi em Epitaciolândia
Acidente ocorreu na Avenida Santos Dumont e mobilizou equipes do Corpo de Bombeiros

Um acidente de trânsito registrado na manhã desta terça-feira, por volta das 10h30, deixou um motociclista ferido na Avenida Santos Dumont, em Epitaciolândia, no interior do Acre. A ocorrência mobilizou equipes de resgate do 6º Batalhão do Corpo de Bombeiros.
No local, os socorristas encontraram a vítima, identificada como Erivelton da Silva, de 34 anos, caída ao solo. Ele apresentava ferimento cortante no supercílio esquerdo e escoriações pelo corpo, mas, segundo a equipe de resgate, não havia sinais aparentes de fraturas.
De acordo com as informações repassadas, Erivelton conduzia uma motocicleta preta de origem boliviana, placa NN-3822, quando colidiu com um táxi de cor branca, placa QLW1J64. Após os procedimentos de atendimento pré-hospitalar, a vítima foi encaminhada a uma unidade de saúde para avaliação médica.
As circunstâncias da colisão não foram detalhadas e o caso deverá ser apurado pelas autoridades competentes.
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Tá virando moda? Homem é preso após tentar agredir enfermeiro e tomar arma de vigilante no PS de Rio Branco
Francisco Daniel Costa dos Santos, de 38 anos, foi preso na noite desta segunda-feira (22) após uma tentativa de agressão e roubo no Pronto-Socorro de Rio Branco, localizado na Avenida Nações Unidas, na capital acreana.
De acordo com informações da Polícia Militar, Francisco deu entrada na unidade hospitalar em busca de atendimento médico. Durante o procedimento de triagem, ele retirou um termômetro que havia sido colocado em sua axila e tentou ferir um enfermeiro.
Diante da agressão, vigilantes do hospital foram acionados para conter o paciente. Ainda segundo a polícia, o homem reagiu de forma violenta, entrou em luta corporal e tentou tomar a arma de fogo de um dos seguranças. A ação foi contida, e Francisco acabou imobilizado no local.
Policiais militares da Força Tática do 1º Batalhão foram acionados, deram voz de prisão ao suspeito e o conduziram à Delegacia de Flagrantes (DEFLA), onde foram adotados os procedimentos legais cabíveis.
O caso será apurado pelas autoridades competentes.































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