Brasil
Juros futuros sobem com maior percepção de risco sobre o Brasil
Noticiário político e econômico alimentou preocupação com as perspectivas para o país

No fim da tarde, a taxa do DI (Depósito Interfinanceiro) para janeiro de 2027 estava em 14,085% • Marcello Casal Jr./Agência Brasil
As taxas dos DIs fecharam em alta nesta quinta-feira (21), com ganhos mais acentuados nos contratos de prazos mais longos, conforme o mercado elevou os prêmios de risco sobre o Brasil na esteira de um noticiário político e econômico que alimentou preocupação com as perspectivas para o país.
No fim da tarde, a taxa do DI (Depósito Interfinanceiro) para janeiro de 2027 estava em 14,085%, ante o ajuste de 14,033% da sessão anterior. A taxa para janeiro de 2028 marcava 13,43%, ante o ajuste de 13,359%.
Entre os contratos longos, a taxa para janeiro de 2031 estava em 13,77%, em alta de 13 pontos-base ante 13,637% do ajuste anterior, e o contrato para janeiro de 2033 tinha taxa de 13,92%, com ganho de 14 pontos ante 13,781%.
Nesta sessão, os investidores continuaram demonstrando receios com o impasse comercial entre Brasil e Estados Unidos, principalmente depois de uma decisão judicial do ministro Flávio Dino, do STF (Supremo Tribunal Federal), que gerou a percepção de piora nas relações dos dois países.
Dino determinou na segunda-feira que cidadãos brasileiros não podem ser afetados por leis estrangeiras relacionadas a atos cometidos no Brasil, indicando, na prática, que o ministro Alexandre de Moraes não poderá sofrer as consequências das sanções econômicas impostas por Washington a ele.
Os agentes financeiros avaliam que a decisão de Dino dificultou as tentativas do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de negociar a tarifa de 50% imposta pelos EUA, e temem que uma resposta norte-americana possa afetar as operações de bancos nacionais.
Para além da questão comercial, outras notícias divulgadas nesta quinta também abalaram o mercado doméstico. Pela manhã, uma pesquisa Genial/Quaest mostrou Lula liderando todos os cenários eleitorais de 1º turno para 2026 e ampliando a vantagem sobre seus adversários no 2º turno.
De forma geral, os investidores projetam que um novo mandato do presidente possa colocar o país em uma trajetória fiscal ainda mais delicada, em meio a dúvidas sobre o comprometimento de Lula com o controle das contas públicas.
Os agentes ainda retomaram a preocupação com o projeto do governo que amplia a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5.000. Mais cedo, a Câmara dos Deputados aprovou a urgência da proposta por unanimidade.
O mercado também reagiu negativamente a uma fala de Lula destacando que aprovou o envio ao Congresso de um projeto de lei prevendo a distribuição, pelo governo federal, de gás de cozinha gratuito para 15,5 milhões de famílias.
“Movimento predominante de hoje ainda é local. São todas notícias velhas, mas a precificação (das taxas futuras) estava muito benigna. Então, foram feitos ajustes de magnitude, com base na renovação dos temores”, disse Marcelo Bacelar, gestor de portfólio da Azimut Brasil Wealth Management.
Apesar de ter ficado mais de lado neste pregão, o cenário externo era outro impulso para as taxas dos DIs, na esteira dos ganhos dos rendimentos dos Treasuries. O rendimento do Treasury de dois anos — que reflete apostas para os rumos das taxas de juros de curto prazo — tinha alta de 5 pontos-base, a 3,792%.
Os mercados globais aguardam ansiosamente por discurso do chair do Federal Reserve, Jerome Powell, no simpósio econômico de Jackson Hole, evento promovido pelo banco central dos EUA, na sexta-feira (22), quando buscarão sinais sobre os próximos passos da política monetária norte-americana.
Em meio à espera, operadores reduziram nesta quinta as apostas de que o Fed retomará os cortes da taxa de juros em sua próxima reunião, em setembro. No momento, dados da LSEG mostram 70% de chance de uma redução de 0,25 ponto percentual, contra 84% no dia anterior.
Os agentes foram pegos de surpresa com uma pesquisa PMI, divulgada pela S&P Global, que mostrou que o setor industrial dos EUA saiu do território de contração e passou a expandir em agosto, o que indicou resiliência da maior economia do mundo e impulsionou os rendimentos dos títulos do país.
Fonte: CNN
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Aleac aprova programa que prioriza compra de café de indústrias locais pelo governo do Acre
Projeto divide estado em regiões para aquisição direta; café saltou de R$ 33,7 mi para R$ 139,6 mi em valor de produção entre 2023 e 2025

A compra diretamente no estado reduz custos de logística, prazos de entrega e eleva a eficiência no fornecimento, fator este que repercute na economicidade dos recursos públicos. Foto: cedida
A Assembleia Legislativa do Acre (Aleac) aprovou na última quarta-feira (17) o Projeto de Lei que institui o Programa Estadual de Compras Governamentais de Incentivo à Indústria do Café. O texto prioriza a aquisição de café industrializado diretamente de fábricas instaladas em cada região onde os órgãos públicos estaduais estão localizados.
O deputado Edvaldo Magalhães, autor da proposta, explicou que o programa dividirá o estado em regiões de compra: Baixo Acre (Rio Branco e entorno), Alto Acre (Brasiléia e região), Cruzeiro do Sul e entorno, e Tarauacá-Envira. As indústrias locais poderão se credenciar para fornecer o produto às secretarias estaduais, garantindo preço de mercado e fomento à produção regional.
— Se o Estado investe muito na compra do café, inclusive para a merenda escolar, é mais do que justo ter um mecanismo de compra da indústria local, que está comprando o café da região — afirmou Magalhães.
O Valor Bruto da Produção (VBP) do café no Acre saltou de R$ 33,7 milhões em 2023 para R$ 139,6 milhões em 2025, aumento de 314,2% – o maior entre todos os produtos analisados. Com isso, o café passou a ocupar a quinta posição no ranking estadual, à frente da soja.
A medida visa reduzir custos logísticos, prazos de entrega e aumentar a eficiência no uso de recursos públicos. O projeto segue agora para sanção do governador Gladson Cameli.

Com esse avanço, o café passou a ocupar a quinta posição no ranking estadual e superou a soja, que registrou VBP de R$ 123,6 milhões e crescimento bem mais modesto (16,3%). Foto: captada
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Idaf alerta que prazo para declaração de rebanho e vacinação contra brucelose termina em 31 de dezembro
Produtores rurais do Acre que não cumprirem a obrigação podem ter cadastro bloqueado, ficar sem Guia de Trânsito Animal e receber multa

A declaração é obrigatória para todos os animais de produção, incluindo bovinos, bubalinos, caprinos, ovinos, suínos, equinos, asininos, muares e aves de produção. Foto: captada
O Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Acre (Idaf) reforçou que o prazo para a declaração anual de rebanhos e para a vacinação contra brucelose termina no próximo 31 de dezembro. A orientação é para que os produtores rurais não deixem para a última hora, sob risco de bloqueio do cadastro, impedimento de emissão da Guia de Trânsito Animal (GTA) e aplicação de multas.
A declaração é obrigatória para todas as propriedades e deve incluir bovinos, bubalinos, caprinos, ovinos, suínos, equinos, asininos, muares e aves de produção. Já a vacinação contra brucelose deve ser aplicada em fêmeas bovinas e bubalinas com idade entre 3 e 8 meses.
De acordo com o coordenador do Programa Estadual de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa, Renan Viana, a brucelose é uma zoonose – pode ser transmitida a humanos –, o que reforça a importância da imunização.
— A declaração nos permite enxergar onde estão as propriedades, a quantidade de rebanho e proteger o patrimônio pecuário do Acre, que representa uma parcela importante do PIB do estado — destacou Viana.
O Idaf lembra que o cumprimento das campanhas evita transtornos, prejuízos financeiros e contribui para o controle sanitário do rebanho acreano, além de subsidiar políticas públicas e decisões estratégicas para o setor agropecuário.
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Sérgio Cunha Mendonça toma posse para terceiro mandato como procurador-geral do MPC-AC
A sessão foi conduzida pela presidente do TCE-AC, conselheira Dulce Benício, e contou com a presença dos conselheiros Ronald Polanco, Valmir Ribeiro, Antonio Jorge Malheiro, Cristóvão Messias, da conselheira Naluh Gouveia e da conselheira substituta Maria de Jesus

O procurador-geral Mario Sérgio Neri parabenizou o novo procurador-geral e desejou uma gestão promissora reforçando o compromisso com a atuação do MP de Contas para assegurar a defesa do interesse público. Foto: captada
O procurador Sérgio Cunha Mendonça tomou posse como Procurador-Geral do Ministério Público de Contas do Estado do Acre (MPC-AC) nesta quinta-feira, 18 de dezembro, durante sessão especial do Pleno do Tribunal de Contas do Estado do Acre (TCE-AC). Esta é a terceira vez que o membro assume a chefia do MPC-AC, agora para o biênio 2026/2027.
Na ocasião, o Procurador-Geral destacou o compromisso com o fortalecimento institucional do MPC-AC, a atuação integrada junto ao Tribunal de Contas e a defesa do interesse público, ressaltando a importância da transparência, da eficiência e do controle externo como instrumentos de aprimoramento da gestão pública.
“Quero agradecer por esses dois anos. Acho que foram anos muito abençoados. Conseguimos fazer muita coisa diante da nova estrutura que temos e, agora, precisamos entregar mais e trabalhar ainda melhor. Também agradeço a todos os colaboradores do Ministério Público de Contas que estão aqui participando desta solenidade. O trabalho de vocês é extremamente importante para que possamos cumprir o nosso papel”, afirmou em seu discurso de posse.
A sessão foi conduzida pela presidente do TCE-AC, conselheira Dulce Benício, e contou com a presença dos conselheiros Ronald Polanco, Valmir Ribeiro, Antonio Jorge Malheiro, Cristóvão Messias, da conselheira Naluh Gouveia e da conselheira substituta Maria de Jesus.
O procurador-geral Mario Sérgio Neri parabenizou o novo procurador-geral e desejou uma gestão promissora reforçando o compromisso com a atuação do MP de Contas para assegurar a defesa do interesse público.
“Hoje não se encerra apenas um ciclo de gestão, mas se reafirma um compromisso que permanece: o pertencimento a esta instituição, que é maior do que qualquer mandato. Cada decisão e cada desafio enfrentado foram guiados pelo propósito de fortalecer o Ministério Público de Contas como guardião da transparência e da justiça perante o Tribunal. Saio do cargo, mas sigo parte desta missão coletiva, porque pertencemos à defesa do interesse público”, declarou.
A presidente do TCE-AC, conselheira Dulce Benício, também destacou a atuação do procurador que encerra o mandato e deu as boas-vindas ao novo gestor.
“O Dr. Mario realizou uma condução brilhante à frente do Ministério Público de Contas nesses dois anos, contribuindo com sua sabedoria e experiência para o fortalecimento dos nossos processos. Da mesma forma, damos as boas-vindas ao procurador Sérgio Cunha, desejando êxito na nova gestão”, afirmou.
Para o mesmo biênio, também foram designados os seguintes procuradores para cargos no âmbito do Ministério Público de Contas:
• Procurador-Geral Adjunto: João Izidro de Melo Neto;
• Titular da 1ª Câmara e Corregedora: Anna Helena de Azevedo Lima;
• Titular da 2ª Câmara e Ouvidor: Mario Sérgio Neri de Oliveira.
Sobre o Procurador-Geral
Sérgio Cunha Mendonça é graduado em Administração de Empresas pela Faculdade de Ciências Políticas e Econômicas do Rio de Janeiro e em Direito pela Universidade Federal do Acre (UFAC), com especialização em Direito Constitucional pela Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL).
Ingressou no Tribunal de Contas do Estado do Acre em 2005, após aprovação em concurso público para o cargo de Procurador do Ministério Público de Contas.
Construiu trajetória profissional diversificada nas áreas administrativa, jurídica e de gestão pública, com atuação no planejamento governamental, administração pública, assessoria jurídica, licitações, segurança pública e controle institucional em órgãos como a Secretaria de Estado de Planejamento, na Dataprev, no Governo do Estado do Acre, e Procuradoria-Geral do Município de Rio Branco.
No âmbito do Ministério Público de Contas, exerceu a função de Procurador-Chefe nos biênios 2010/2011 e 2018/2019

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