Brasil
José Serra anuncia que fica no PSDB e que prioridade é derrotar o PT
Tucano foi convidado pelo PPS para se candidatar à Presidência em 2014.
Em nota, Aécio comemorou permanência do ex-governador no partido.
Do G1
O ex-governador de São Paulo José Serra anunciou nesta terça-feira (1º), em sua conta pessoal no Facebook, que vai permanecer no PSDB. O tucano vinha sendo sondado para ingressar no PPS para se candidatar à Presidência no ano que vem, o que deveria ocorrer até o próximo sábado (5). A decisão foi antecipada no início da tarde pelo Blog do Camarotti, no G1.
Na mensagem, Serra diz que sua prioridade é “derrotar o PT” e que o PSDB será a “trincheira adequada para lutar por esse propósito”. Ele não mencionou se pretende indicar seu nome no partido para concorrer à Presidência. Dentro do PSDB, o mais cotado atualmente para concorrer é o senador Aécio Neves (MG), presidente do partido.
Em agosto, Serra chegou a propor prévias para escolher o candidato tucano, mas a ideia não foi levada adiante pelo partido até o momento. Em entrevista nesta tarde no Senado, Aécio disse que, na conversa que teve nesta segunda com Serra, a “não se cogitou” a realização da disputa interna.
“O governador e ex-ministro José Serra, não colocou nenhuma condicionante para ficar no PSDB. Não exigiu nem isso, nem aquilo, ao contrário, ele reconheceu que era esta a sua casa, uma casa que ele ajudou a construir ao longo dos últimos 25 anos, onde ele tem inúmeros amigos”, disse.
Questionado sobre qual será o papel de Serra na campanha eleitoral do ano que vem, Aécio respondeu: “O que ele quiser desempenhar”, sem dar detalhes sobre que cargo ele poderá disputar. “Estaremos viajando juntos. Ele terá a sua agenda, eu terei a minha agenda. O fato é que daqui por diante o PSDB, mais do que nunca, estará unido para vencermos as eleições. José serra terá o papel de protagonista nessa história”, disse Aécio.
‘Indispensável’
Em nota divulgada mais cedo, Aécio Neves comemorou dizendo que Serra é “figura indispensável ao PSDB” e que o “protagonismo” do ex-governador “no processo político, agora e nas eleições presidenciais que se avizinham, é um fato absolutamente natural e desejável não apenas aos meus olhos, como aos daqueles que buscam uma alternativa ao governo petista”.
Na mensagem a seus seguidores na rede social, Serra diz que a prática e projeto do PT “já comprometem o presente e ameaçam o futuro do Brasil”. Afirmou que, no PSDB, se empenhará “para agregar outras forças que pretendem dar um novo rumo ao país”.
“O Brasil não pode continuar vítima de uma falsa contradição entre justiça social e desenvolvimento. É preciso pôr fim a esse impasse, que, na verdade, acaba punindo os mais pobres, incentivando a incompetência e justificando erros grosseiros na aplicação de políticas públicas”, escreveu.
Aécio, por sua vez, evitou mostrar-se como possível candidato na nota e disse que ainda não é o momento de definir quem disputará a Presidência pelo PSDB. “A presença de José Serra em nossas fileiras fornece a nós, tucanos, e aos partidos aliados uma opção de grande dimensão política a ser avaliada no momento e segundo critérios adequados para o sucesso da luta comum”, afirmou.
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Criança de dois anos morre engasgada com moeda em Porto Velho
Um menino de dois anos morreu na noite de quarta-feira (13) após engasgar com uma moeda de 50 centavos, no distrito de Calama, em Porto Velho (RO). A criança chegou a ser levada às pressas para a Unidade de Saúde local, mas não resistiu e veio a óbito antes de receber atendimento médico.
Segundo familiares, o garoto brincava sozinho quando colocou a moeda na boca e começou a apresentar dificuldade para respirar. Ele foi colocado em um carro e encaminhado imediatamente à unidade de saúde. Exames confirmaram que o objeto era uma moeda de 50 centavos.
O corpo foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) de Porto Velho e deve ser sepultado nesta quinta-feira (14). A Polícia Civil informou que irá apurar se houve crime de responsabilidade.
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Marina Silva mantém veto à pavimentação da BR-319 e critica licenciamento do governo Bolsonaro
Ministra do Meio Ambiente afirma que obra só avançará com licença ambiental completa e defende conexão sustentável entre Amazonas e Rondônia

A declaração foi feita durante participação no programa Bom Dia, ministra reforçou o veto do presidente Lula a um trecho da Lei de Licenciamento Ambiental que poderia facilitar a obra. Foto: captada
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, reafirmou nesta quinta-feira (14) sua oposição à pavimentação da BR-319, única ligação terrestre entre o Amazonas e o restante do país. Durante participação no programa Bom Dia, Ministra, do Canal Gov, ela justificou o veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a um trecho da Lei de Licenciamento Ambiental que poderia flexibilizar a obra, classificando o projeto como de “altíssimo impacto ambiental no coração da Amazônia”.
Marina destacou que a recuperação dos 400 km de asfalto deteriorado só poderá avançar com licenciamento ambiental completo, descartando atalhos legais. “Para obras pavimentadas, só é possível seguir adiante aquelas que já têm licença. As que não têm, não poderiam ser pavimentadas por esses instrumentos”, explicou.
A ministra criticou a condução do processo no governo anterior, lembrando que a licença prévia foi emitida apenas no último ano da gestão Bolsonaro: “É curioso que ficaram quatro anos no poder e não fizeram nada. Só no final deram a licença, ignorando padrões atuais de proteção ambiental”.

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, reafirmou sua posição contrária à pavimentação da BR-319, estrada considerada a única ligação terrestre entre o Amazonas e o restante do país. Foto: captada
Ao reconhecer a legitimidade da demanda por conexão terrestre, Marina defendeu uma solução sustentável: “Isso não precisa ser feito em detrimento da Amazônia ou dos interesses de médio e longo prazo do Estado”. O impasse sobre a BR-319 permanece, com o governo federal exigindo estudos robustos para evitar danos ao bioma e às comunidades tradicionais.

Marina argumentou que o projeto, que busca recuperar cerca de 400 quilômetros de asfalto deteriorado, não pode avançar sem licenciamento ambiental completo. Foto: captada
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Pessimismo dos empresários da indústria completa oito meses após queda em agosto
Levantamento da CNI aponta que juros altos e incertezas internacionais continuam afetando expectativas do setor
A confiança do empresário industrial brasileiro voltou a cair em agosto, segundo pesquisa divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), na quarta-feira (13). O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) registrou 46,1 pontos, recuo de 1,2 ponto em relação a julho, e permanece abaixo da linha de 50 pontos pelo oitavo mês seguido, que representa sinal de falta de confiança no setor.
O movimento foi influenciado principalmente pela piora das projeções para os próximos meses. O Índice de Expectativas, que mede a percepção sobre o futuro da economia e das próprias empresas, caiu de 49,7 para 47,8 pontos, acumulando dois meses consecutivos em quadro negativo, após mais de dois anos de resultados positivos.
De acordo com o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo, a combinação de juros elevados desde o fim de 2024 e o agravamento das incertezas no cenário externo vêm enfraquecendo a confiança. “A confiança vem sendo contaminada pela elevação das taxas de juros desde o final do ano passado. Isso vem contaminando tanto as expectativas quanto a avaliação das condições de negócio. Isso aconteceu ao longo de todo o primeiro semestre deste ano, mas agora em agosto, além disso, a gente tem um agravamento do cenário externo. Trouxe bastante incerteza e certamente isso também ajuda a explicar essa piora nas expectativas”, avalia.
Para Hugo Leonard, economista, o resultado mostra que o pessimismo já se tornou estrutural. “O setor industrial segue navegando em águas turbulentas. O fato de este ser o oitavo mês consecutivo abaixo da linha dos 50 pontos indica um quadro estrutural de incerteza, e não apenas um soluço momentâneo. Em termos práticos, esse desânimo na indústria pode se traduzir em menos contratações, cortes de produção e adiamento de projetos. É um alerta não apenas para o setor, mas também para formuladores de política econômica: se a confiança não reagir, a recuperação industrial pode ser mais lenta que o previsto”, analisa.
O Índice de Condições Atuais, que reflete a percepção sobre o momento presente, oscilou de 42,4 para 42,6 pontos, mantendo avaliação negativa sobre a situação das empresas e da economia. José Augusto Almeida, sócio e head de Inteligência e Dados da empresa Rock Mais, observa que o cenário já afeta diretamente decisões estratégicas. “Quando a confiança da indústria se mantém abaixo da linha do otimismo por vários meses, o reflexo no mercado é claro, empresas adiam investimentos, desaceleram contratações e evitam assumir riscos. Esse comportamento cria um efeito em cadeia, apertando fornecedores, reduzindo demanda por insumos e pressionando cadeias produtivas”, explica.
O ICEI é apurado mensalmente pela CNI e nesta edição ouviu 1.177 empresas, sendo 474 de pequeno porte, 423 de médio porte e 280 de grande porte, entre 1º e 7 de agosto de 2025.
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