Cotidiano
Imunização lenta leva mais de 2.400 cidades à busca por vacina
O presidente Jair Bolsonaro sancionou a lei que permite que estados e municípios comprem vacinas contra a Covid-19, após o Supremo Tribunal Federal (STF) autorizar a aquisição e distribuição dos imunizantes por estados e municípios caso o governo federal descumpra o Plano Nacional de Imunização. Com o respaldo legal, diversas regiões já organizam compras próprias.
O Consórcio Nacional de Vacinas das Cidades Brasileiras (Conectar) soma 2.425 cidades que manifestaram interesse em adquirir os imunizantes a quase 150 milhões de brasileiros (veja mapa abaixo). Porém, enquanto há de um lado o interesse em agilizar o processo de aplicação das doses contra o novo coronavírus, esse cenário também cria debates sobre os riscos de ampliação de desigualdades com as aquisições por cada município ou estado.
“Passa a ser cada um por si e Deus por todos”, afirma o epidemiologista e professor do departamento de Saúde Coletiva da Universidade de Brasília (UnB), Jonas Brant. Para ele, é preciso observar a história de sucesso do País em eliminar doenças como sarampo, poliomielite e varíola, o que só foi possível com a definição de papéis para cada um dos entes federados, com uma padronização nacional.
“Ao abrir a possibilidade de compra da vacina por município ou por outras entidades, criamos uma competição onde o capital começa a exercer um domínio sobre o processo de compra e não mais a equidade, o cuidado. Então nós, provavelmente, vamos acabar visualizando municípios tendo acesso à vacina antes de outros mais vulneráveis ou que não têm capital para competir nesse jogo financeiro”, opina.
O especialista lamenta que o contexto atual do País seja de baixa vacinação e procuras individualizadas, que mostram que “o governo federal não conseguiu exercer o papel de líder de uma rede” nem respeitar “o princípio da equidade do SUS, que diz que quem precisa mais tem que receber mais”.
Necessidades
Já a Frente Nacional de Prefeitos (FNP), que lidera o consórcio de vacinas, argumenta que há pouco investimento na Saúde por parte do governo federal. A organização levanta que, entre 2002 a 2019, houve redução da participação da União na Saúde, de 52% para 42%, um aumento dos estados, de 22% para 26%, e um crescimento ainda maior dos municípios, de 25% para 31%.
A FNP também argumenta que, no mesmo período, o investimento na saúde dos orçamentos locais saltou de 16,5% para 22,7%, acima do mínimo estipulado pela Constituição Federal, de 15%.
Na avaliação da Frente, as aquisições pelo Conectar são necessidades “diante desse contexto tão complexo e dramático”, em que é cotidianamente observado “o sofrimento dos cidadãos”, obrigando “prefeitas e prefeitos a tomarem atitudes pró-ativas”, como diz uma nota divulgada pela FNP.
Gilberto Perre, secretário-executivo da Frente Nacional de Prefeitos, avalia também que o consórcio é a melhor estratégia para o momento. “Até o momento, mais de 2.300 cidades manifestaram interesse, perfazendo uma população representada de mais de 143 milhões de brasileiros. Isso pode oferecer capacidade de negociação do consórcio com laboratórios internacionais, conseguindo contratos com menor preço, prazos menores e condições contratuais melhores.”
Desigualdades
A Confederação Nacional de Municípios (CNM), assim como a FNP, também se manifestou, durante a pandemia, de forma crítica à velocidade da vacinação no País, emitindo nota ressaltando a “indignação com a condução da crise sanitária pelo Ministério da Saúde” e solicitando a troca de comando da pasta. Porém, apesar do descontentamento, a CNM entende que a compra de vacinas de forma descentralizada é prejudicial.
“Cremos e cobramos diariamente o governo federal e o Ministério da Saúde para que o Plano Nacional de Imunização seja cumprido e tenha a maior quantidade possível de vacinas sendo distribuídas para cada um dos municípios brasileiros. Entendemos que a eventual possibilidade de algum estado ou município comprar vacina fora do plano nacional pode acarretar uma grande distorção da nossa Federação”, diz Eduardo Stranz, consultor da área técnica da CNM.
Para a entidade, a compra e a distribuição de todas as vacinas devem ser feitas pela União para que exista igualdade entre todos os brasileiros, e as aquisições individuais acabam sendo uma forma de aceitar o enfraquecimento do Sistema Único de Saúde (SUS).
Renato Kfouri, diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), acredita que uma das opções diante desse debate seria a compra de doses pelas regiões para que elas sejam incluídas no plano nacional, e não de forma exclusiva para os habitantes delas. “De nada adianta um município se livrar da Covid-19 ou um estado ter uma condição melhor enquanto o resto do Brasil não tiver a mesma possibilidade. Hoje, os estados e municípios obtendo essa possibilidade de aquisição de vacinas, elas devem ser centralizadas no Programa Nacional de Imunizações. Esse é o melhor caminho”, acredita.
Legislação
A lei que possibilita a compra por estados e municípios teve origem no PL 534/2021, projeto de lei apresentado pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco. O texto facilita que novos imunizantes sejam aplicados no Brasil, além da CoronaVac e da vacina de Oxford/Astrazeneca, pois define que os compradores assumam a responsabilidade civil pela imunização, uma exigência de diversas fabricantes.
Outra medida que possibilita a chegada de outros produtos vacinais é uma autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O órgão aprovou uma resolução que permite importações de medicamentos e vacinas contra a Covid-19 mesmo que não exista ainda uma aprovação de uso no Brasil, desde que seguidas regras estipuladas, como estudos clínicos de fase 3 concluídos ou com resultados provisórios, e os produtos autorizados para uso emergencial por, no mínimo, uma das autoridades sanitárias estrangeiras autorizadas pela Anvisa.
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Barcelona goleia Real Sociedad e lidera LaLiga
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Lamine Yamal, Araújo e Lewandowski celebram gol do Barcelona – EFE/ Alejandro García
Equipe catalã se aproveitou de expulsão precoce e passou fácil pela Real Sociedad, com atuação inspirada de Lamine Yamal
Placar
O Barcelona passou com autoridade pela Real Sociedad neste domingo, 2, e voltou à liderança de LaLiga com uma goleada por 4 a 0, no Estádio Olímpico Lluís Companys, na Catalunha.
A expulsão de Elustondo, aos 16 minutos de jogo, facilitou o trabalho do Barça, que marcou com Gerard Martín, Casadó, Araújo e Lewandowski. Raphinha e Lamine Yamal voltaram a brilhar com participações nos gols.
Como ficou a classificação do Campeonato Espanhol
A vitória deixou o Barcelona na liderança do Espanhol com 57 pontos, um a mais que o vice-líder Atlético de Madrid. O Real Madrid, derrotado no sábado pelo Betis em Sevilla, é o terceiro com 54 pontos.
1 – Barcelona: 57
2 – Atlético de Madri: 56
3 – Real Madrid: 54
4 – Athletic Bilbao: 48
5 – Villarreal: 44
Na próxima rodada, a 27ª, o Barcelona recebe o Osasuna, enquanto o Atlético de Madrid visita o Getafe e o Real Madrid pega o Rayo Vallecano, em casa.
Como foi Barcelona 4 x 0 Real Sociedad.
O jogo era parelho até a expulsão de Elustondo, que era o último homem e impediu a entrada na área de Lewandowski. Com um a mais, o Barça passou a mandar no jogo e abriu o placar em belo chute de Gerard Martín, completando jogando espetacular de Lamine Yamal pela direita. O segundo foi de Casadó, desviando chute de Dani Olmo.
No segundo tempo, o Barcelona seguiu encurralando a equipe do País Basco e chegou ao terceiro em cobrança de escanteio de Raphinha, que Lewandowski desviou, e Araújo completou após rebote do goleiro. O oposto aconteceu na jogada seguinte: o zagueiro uruguaio foi quem finalizou e o artilheiro polonês apareceu para completar para as redes.
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Palmeiras e Corinthians jogam em casa: os cenários da semifinal do Paulistão
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Palmeiras e São Paulo podem se enfrentar na semifinal – – Cesar Greco/Divulgação/Palmeiras
Última partida das quartas de final entre São Paulo e Novorizontino definirá os cruzamentos; confira as possibilidades
Placar
Com três dos quatro classificados definidos, o cenário da semifinal do Paulistão 2025 começa a tomar forma. Corinthians e Palmeiras, com a primeira e segunda melhores campanhas respectivamente, já sabem que jogarão a semifinal em casa, mas ainda não conhecem seus adversários. O Santos é o outro garantido, enquanto São Paulo e Novorizontino definem a última vaga nesta segunda-feira, 3.
Caso avance à final, o Timão fará o segundo jogo na Neo Química Arena, por já ter assegurada a primeira posição geral. O regulamento estabelece que a semifinal será disputada em jogo único da seguinte maneira: 1º x 4º e 2º x 3º, levando a conta a pontuação da primeira fase e também das quartas.
Jogos das quartas de final
Confira os confrontos das quartas de final:
1/3, às 20h30 – São Bernardo 0 x 3 Palmeiras (Estádio Primeiro de Maio)
2/3, às 18h30 – Corinthians 2 x 0 Mirassol (Neo Química Arena)
2/3, às 20h30 – Santos 2 x 0 Bragantino (Vila Belmiro)
3/3, às 20h – São Paulo x Novorizontino (Morumbi)
Pontuação dos clubes
Os pontos do mata-mata são somados aos da primeira fase. A lista de melhores campanhas até o momento está assim:
Corinthians (30 pontos)
Palmeiras (26)
Santos (21)
São Paulo (19)
Novorizontino (18)
Cenários da semifinal
A única certeza até o momento é que Corinthians e Palmeiras não se enfrentarão na próxima fase. Caso o São Paulo vença o Novorizontino no tempo normal, os confrontos serão: Corinthians (1º) x Santos (4º) e Palmeiras (2º) x São Paulo (3º)
Se o São Paulo passar nos pênaltis (com um empate com Novorizontino) a equipe tricolor terminará em quarto e enfrentará o Corinthians, com Palmeiras x Santos na outra semifinal. Em caso de classificação do Novorizontino, a equipe do interior também enfrentará o Timão.
As semifinais do Paulistão estão previstas para ocorrer em 9 de março (domingo), mas a Federação Paulista de Futebol (FPF) ainda confirmará as datas, horários e locais.
Maior campeão paulista com 30 taças, o Corinthians não conquista o título desde 2019, enquanto o Palmeiras é o atual tricampeão e pode igualar recorde do tetracampeão consecutivo do Paulistano que já dura 106 anos.
Quando será a estreia de Vitor Roque
A semifinal do Paulistão deve marcar a estreia do Vitor Roque pelo Verdão. O jogador que estava emprestado ao Real Betis deve chegar já está inscrito na FPF, deve iniciar os treinos nesta semana e estar à disposição do técnico Abel Ferreira.
O atacante que pertencia ao Barcelona custou 25,5 milhões de euros (cerca de R$ 154 milhões), o que faz dele o jogador mais caro da história do futebol brasileiro, superando seu colega Paulinho.
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Fluminense goleia Volta Redonda e se aproxima da final do Carioca
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Canobbio brilhou na vitória sobre o Volta Redonda – Marcelo Gonçalves/Fluminense
Com dois gols de Canobbio, Tricolor das Laranjeiras abre enorme vantagem no jogo de ida da semifinal no Maracanã
Placar
O Fluminense não tomou conhecimento do Volta Redonda e colocou um pé na final do Campeonato Carioca 2025 com um triunfo por 4 a 0 na tarde deste domingo, 2, no Maracanã. O atacante uruguaio Agustín Canobbio foi o destaque da partida com dois gols.
Com o resultado, o Tricolor poderá perder por até três gols de diferença no jogo de volta, no Raulino de Oliveira, no próximo domingo, 9. Na outra semifinal, o Flamengo abriu vantagem sobre o Vasco por 1 a 0. Os times se enfrentam no próximo sábado, 8, no Maracanã.
Como foi o jogo
O clube das Laranjeiras construiu sua vantagem ainda na primeira etapa, após pane da defesa do Volta Redonda. Logo aos 6 minutos, Wellington Silva recuou mal para Jean Drosny, Canobbio roubou a bola e tocou na saída do goleiro.
Aos 17, Jhon Arias trabalhou a jogada com Germán Cano e passou para Canobbio finalizar cruzado para as redes: 2 a 0. Aos 29, o Voltaço reagiu quando PK bateu firme e Fábio defendeu. No rebote, Bruno Sanros cabeceou no travessão.
O Fluminense matou o jogo no Maracanã em um golaço de Jhon Arias aos 38 minutos. O colombiano recebeu de Martinelli e acertou uma bomba no ângulo de Jean Drosny.
Já na segunda etapa, outro ídolo tricolor fechou a conta: após bela jogada de Keno pela esquerda, Cano precisou de dois toques para marcar o seu 99º gol com a camisa tricolor e garantir a festa no Maracanã.
Campeão em 2022 e 2023, o Fluminense deve ir em busca de seu terceiro título estadual na década. No ano passado, o campeão foi o Flamengo.
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