Cotidiano
Idoso com Covid-19 espera há dias por vaga em UTI no AC: ‘não sei mais o que fazer’, diz filha
Saúde diz que 100% dos leitos de UTI de Rio Branco estão ocupados. Filha conta que idoso está entubado desde terça-feira (19) na UPA do Segundo Distrito.

Cabeleireira reclama de demora para conseguir vaga de UTI para pai internado no AC com Covid-19 — Foto: Reprodução/Rede Amazônica Acre
Por Iryá Rodrigues
O número de contaminados pelo novo coronavírus no Acre tem batido recordes a cada dia e a demanda crescente de pacientes que precisam ser internados acaba lotando os leitos disponibilizados para atendimento de casos de Covid-19.
A cabeleireira Alcileide Felipe da Silva, de 33 anos, está com o pai Raimundo Nonato Araújo, de 63, internado na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Segundo Distrito de Rio Branco há uma semana. Ela reclama da demora para conseguir um leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para o idoso.
A Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre) disse que não há mais vagas de UTI na capital, Rio Branco. Segundo o órgão, os 32 leitos tanto do pronto-socorro como do Instituto de Traumatologia e Ortopedia (Into) estão lotados.

Filha conta que idoso está entubado desde terça-feira (19) na UPA do Segundo Distrito — Foto: Arquivo pessoal
Após apresentar os sintomas da doença, o idoso chegou a ser tratado em casa por dez dias. Mas, acabou piorando o quadro e foi levado por uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) para a UPA do Segundo Distrito, unidade referência no atendimento de Covid-19 na capital.
“Na terça-feira [19], ele foi entubado aqui na UPA e desde esse dia eu estou tentando transferir ele para um leito de UTI. Só dizem que não tem vaga. Ele está na emergência, entubado. Ele precisa ser transferido para uma UTI, precisa de cuidado especial por ser de idade e eu estou tentando, mas não tem vaga”, contou.
Emocionada, Alcileide disse que não sabe mais a quem recorrer e que teme pela vida do pai. “Situação muito complicada, estou muito nervosa, é meu pai e não posso cuidar. Não sei mais nem o que fazer, está nas mãos de Deus. Uma hora dizem que ele está grave, depois que ele melhorou um pouco. Ele está lutando pela vida”.
Taxa de contaminação
O Acre é o quinto estado com a maior taxa de contaminação de Covid-19, segundo dados do Ministério da Saúde atualizados até a noite desta quarta-feira (20). O levantamento mostra que o Acre tem 319,4 casos para cada 100 mil habitantes. O Acre tem 2.817 casos da doença.
Os dados mudam diariamente, mas o levantamento pega como base a última atualização do Ministério da Saúde. Com isso, os cinco primeiros estados com o maior índice de contaminação pelo coronavírus, proporcionalmente por número de habitantes são:
- Amazonas (571,9);
- Amapá (537,9);
- Roraima (341,2);
- Ceará (334,6);
- Acre (319,4)
Os números seguem mostrando que os estados mais afetados com a pandemia do país se concentram nas regiões Norte e Nordeste.
Sem leitos de UTI em Rio Branco
De acordo com os números de leitos passado pela Secretaria Estadual de Saúde (Sesacre) até quinta-feira (21), a capital Rio Branco estava com 100% dos leitos de UTI ocupados. A Sesacre não divulgou a ocupação atualizada até esta sexta-feira (22).
Diariamente, à noite, a Sesacre faz um levantamento dos pacientes internados. Os números da última divulgação, mostram que, em todo estado, estão disponíveis 205 leitos, sendo apenas 41 são de UTIs, o restante são leitos clínicos. Desse total de leitos, 154 estão ocupados, sendo 37 de UTI.
Coronavírus no Acre
O número de casos de Covid-19 no Acre continua aumentando. Em 24 horas, o estado teve mais um recorde com 286 infectados pela doença. O número saltou de 2.817 para 3.103 casos, segundo o boletim divulgado pela Secretaria de Saúde do Acre (Sesacre), nessa quinta-feira (21). A quantidade de óbitos também aumentou, mais três mortes foram registradas, o número saltou de 75 para 78.
Além dos casos confirmados, mais 1.556 aguardam análise dos exames. Das 22 cidades, apenas Manoel Urbano, Jordão e Porto Walter ainda não registraram a doença.
A Saúde também já contabiliza, até esta quinta, 1.098 pacientes recuperados. Dos pacientes que seguem em tratamento, 1.846 estão em isolamento domiciliar e 81 internados, sendo que 17 seguem na UTI e 64 em enfermarias.
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Chuva aumenta e Defesa Civil alerta para riscos na captação de água e navegação no Rio Acre
O coordenador também detalhou o comportamento do rio ao longo da semana. Segundo ele, o nível oscilou de 6,68 metros na segunda-feira para 5,43 metros na manhã desta sexta

Cláudio Falcão explicou que a Defesa Civil segue acompanhando a evolução do cenário e reforçou que o período chuvoso está apenas começando. Foto: captada
Suene Almeida
Apesar de Rio Branco não registrar volumes extremos de chuva nos últimos dias, a Defesa Civil Municipal tem monitorado de perto o comportamento do Rio Acre e suas consequências para a capital. Em entrevista nesta sexta-feira (5), o coordenador municipal da Defesa Civil, tenente-coronel Cláudio Falcão, detalhou a situação, chamou atenção para riscos menos aparentes e reforçou que o momento exige cautela.
Segundo Falcão, até a manhã de hoje o acumulado de chuva dentro do perímetro urbano estava em cerca de 18 milímetros. No entanto, o volume que atinge a cidade desde o início da tarde tende a alterar esse cenário. “Daqui a pouco, quando a gente finalizar essa chuva aqui, vamos perceber que o que choveu hoje equivale praticamente à semana inteira”, explicou.
Ele reforça que, embora o índice acumulado não pareça alto dentro de Rio Branco, o quadro regional é mais preocupante. “Mesmo não tendo chovido muito na cidade, nós temos um acumulado na bacia de 250 a 300 milímetros só nesta primeira semana de dezembro, que nem terminou ainda. Ainda é sexta-feira.”
Oscilações do nível do Rio Acre preocupam
O coordenador também detalhou o comportamento do rio ao longo da semana. Segundo ele, o nível oscilou de 6,68 metros na segunda-feira para 5,43 metros na manhã desta sexta, uma queda significativa em poucos dias. Apesar disso, Falcão esclarece que não há risco de enchente neste momento.
O alerta da Defesa Civil, porém, está focado em outro ponto, que é na presença de balseiros, grandes aglomerados de troncos e vegetação que descem com a correnteza e podem causar danos a estruturas e embarcações.
“Existe uma preocupação atual nossa em relação a essa oscilação de nível, que é a formação de balseiros. Esses balseiros colocam em risco a captação de água e a navegação, trazendo grandes possibilidades de acidentes”, afirmou o tenente-coronel.
Ele explica que, mesmo sem perspectiva de transbordamento, o comportamento irregular do rio traz desafios que exigem vigilância constante. “A gente não está preocupado com o transbordamento, que não vai acontecer agora, mas estamos atentos às outras consequências que o nível do rio traz quando ele oscila dessa forma”, destacou.
Cláudio Falcão explicou que a Defesa Civil segue acompanhando a evolução do cenário e reforçou que o período chuvoso está apenas começando, “Essas primeiras chuvas já mostram que a gente precisa ficar alerta. O momento é de atenção, não de pânico”, concluiu.
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Prefeito de Rio Branco anuncia pagamento do salário e 13º de servidores para o dia 19 de dezembro
Tião Bocalom afirmou que os depósitos devem injetar cerca de R$ 80 milhões na economia local e destacou que a gestão mantém todos os pagamentos em dia

A confirmação foi feita durante coletiva de imprensa realizada na Praça da Revolução. Segundo o gestor, os dois pagamentos devem injetar aproximadamente R$ 80 milhões na economia local. Foto: captada
O prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom, anunciou em coletiva de imprensa realizada na manhã desta sexta-feira (5) que o salário de dezembro e o 13º salário dos servidores municipais serão depositados no próximo dia 19. Segundo o gestor, os pagamentos devem injetar aproximadamente R$ 80 milhões na economia da capital.
Bocalom destacou que a política da administração municipal é a de antecipar parte do 13º apenas mediante solicitação do servidor, prática que, de acordo com ele, é pouco comum.
— A grande maioria dos nossos trabalhadores deixa para receber tudo no final do ano, como foi pensado quando o 13º foi criado — afirmou.
O prefeito explicou ainda que adiantar o pagamento no meio do ano pode reduzir o impacto financeiro do benefício devido aos descontos obrigatórios, o que, em sua visão, “desvirtua” o propósito original da gratificação natalina. Ele também reafirmou o compromisso da gestão com a pontualidade nos pagamentos.
— Nunca atrasamos salários, férias ou qualquer outro direito. Fechamos o ano mais uma vez com tudo em ordem, pagando todos os nossos trabalhadores — completou Bocalom.
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Obra do viaduto Mamedio Bittar em Rio Branco é adiada para março de 2026
Prefeitura culpa atraso na entrega de insumos vindos de outros estados; estrutura, orçada em R$ 24 milhões, estava prevista para dezembro de 2025

A prefeitura admitiu que não conseguirá entregar a obra ainda este ano e divulgou que a nova previsão é o primeiro trimestre de 2026. Foto: captada
A Prefeitura de Rio Branco admitiu que não conseguirá entregar ainda este ano a construção do viaduto Mamedio Bittar, na confluência das avenidas Ceará, Dias Martins e Isaura Parente. Em nota divulgada nesta quarta-feira (4), a gestão municipal adiou a conclusão da obra para março de 2026.
O novo prazo é o terceiro anunciado pela administração: inicialmente, a entrega estava prevista para outubro de 2025, depois foi adiada para dezembro e, agora, para o primeiro trimestre do ano que vem. Segundo a prefeitura, o atraso se deve à demora na chegada de insumos metálicosnecessários para a estrutura.
— Ressaltamos que não houve má-fé nem por parte da empresa executora, nem da gestão municipal. Trata-se de uma situação logística, considerando também a distância geográfica do Acre em relação aos centros produtores — justificou o município.
De acordo com a nota, os últimos vãos da passagem estão sendo concretados e, após a conclusão do viaduto, ainda serão realizados serviços de acabamento. A prefeitura não informou se o custo inicial de R$ 24 milhões foi alterado.
O viaduto Mamedio Bittar é considerado essencial para desafogar o trânsito em uma das áreas de maior fluxo da capital acreana, especialmente nos horários de pico. A previsão atual é que a obra seja entregue totalmente concluída e dentro dos padrões de qualidade até março do próximo ano.

Segundo a prefeitura, o atraso se deve à demora na chegada de insumos metálicos necessários para a estrutura. Foto: captada
Nota da Prefeitura de Rio Branco
A Prefeitura de Rio Branco, por meio da Secretaria Municipal de Infraestrutura, esclarece que o atraso na entrega do Elevado Mamedio Bittar ocorreu em razão de dificuldades no fornecimento dos insumos metálicos utilizados na obra.
O material é fabricado sob medida, de forma milimétrica, e adquirido junto a grandes siderúrgicas do sul do país, como a Usiminas e a Gerdau, que atendem não apenas o Brasil, mas também o mercado internacional. Houve, portanto, atrasos na produção e na entrega dessas estruturas, o que impactou diretamente o cronograma da obra.
Ressaltamos que não houve má-fé nem por parte da empresa executora, nem da gestão municipal. Trata-se de uma situação logística, considerando também a distância geográfica do Acre em relação aos centros produtores.
Neste momento, os últimos vãos estão sendo concretados e os serviços de urbanismo já foram iniciados. Após a conclusão da estrutura, ainda serão executados os acabamentos do tabuleiro, passeios, laterais, pintura e toda a urbanização na parte inferior do elevado.
A Prefeitura reforça que não irá inaugurar a obra de forma inacabada. A previsão é de que o Elevado Mamedio Bittar seja entregue totalmente concluído e dentro dos padrões de qualidade no primeiro trimestre de 2026, mais precisamente até o mês de março.

Ainda segundo a nota, os últimos vãos da passagem estão sendo concretados e que, após a conclusão do viaduto, ainda haverá serviços de acabamento. Foto: captada

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