Conecte-se conosco

Geral

Acre está entre os 9 Estados que dobraram registro de armas de fogo para civis

Publicado

em

A Polícia Federal liberou a civis o equivalente a 419 armas de fogo por dia no País no primeiro semestre deste ano

Imagem Ilustrativa/internet

A Polícia Federal liberou a civis o equivalente a 419 armas de fogo por dia no País no primeiro semestre deste ano. A quantidade, que totalizou 76.329 novas armas em circulação, representa crescimento de 67% ante os primeiros seis meses do ano passado.

É a maior taxa em pelo menos 13 anos, demonstrando a alta vertiginosa sentida sob a gestão Jair Bolsonaro, defensor de maior acesso a armas.

A elevação nas concessões destinadas a cidadãos comuns foi notada em todos os Estados. O crescimento desse tipo de registro mais que dobrou em São Paulo e outros oito Estados. Os dados foram obtidos junto à PF pela agência Fiquem Sabendo, especializada no acesso a informações públicas.

Em números absolutos, Minas (10.916), Rio Grande do Sul (8.499) e Santa Catarina (6.460) lideram as licenças no primeiro semestre. Em termos proporcionais à população, Rondônia (16,9 novas armas por 10 mil habitantes), Mato Grosso (15,8) e Acre (12,8) estão na frente.

Os números dizem respeito a armas concedidas na categoria “cidadão”, que representa civis que buscam a autorização para arma própria, geralmente com intuito de defesa pessoal. Armas concedidas a órgãos de segurança pública ou ao Judiciário são contabilizadas em outras categorias pela PF.

Para Natália Pollachi, gerente de projetos do Instituto Sou da Paz, um dos motivos é a flexibilização por meio de portarias e decretos que facilitam o acesso. Desde o início da gestão Bolsonaro, são 31 alterações de normas, diz estudo do Sou da Paz.

Antes, quem quisesse ter arma tinha de apresentar documentação comprovando que a sua justificativa era verdadeira. Por exemplo: um indivíduo, que tem um comércio que já foi assaltado três vezes, teria de apresentar todos os boletins de ocorrência feitos e comprovar que as ações de proteção da polícia foram insuficientes para fazer cessar os roubos.

Agora, por outro lado, a forma de comprovar “necessidade efetiva” para a posse de arma mudou. Decreto de junho de 2019 diz que a PF presume “a veracidade dos fatos e circunstâncias afirmadas na declaração de efetiva necessidade” entregue pelo cidadão. Nesse caso, basta a declaração detalhando a razão da necessidade da arma para entrar com o pedido.

“Na prática, a Polícia Federal tem efetivo muito insuficiente para processar todas essas solicitações por mês e não vai fazer uma investigação detalhada de cada caso”, diz Natália. “Essas justificativas foram esvaziadas e quando isso acontece, esvazia o entendimento que arma é um produto controlado.”

Além da flexibilização das regras, Rafael Alcadipani, professor da FGV e membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, aponta outros motivos para a alta: “As pessoas acham que estão mais seguras se estiverem armadas e, além disso, há um governo que vende essa ilusão.” As consequências desse aumento já são conhecidas, diz ele: “Quanto mais armas de fogo tem em uma população, maior é o número de homicídios, de suicídios e de acidentes.”

Divulgado este mês, o Anuário Brasileiro de Segurança Pública apontou aumento de armas de fogo no País como uma das explicações para a escalada de mortes violentas. Houve ainda mais armas de fogo em assassinatos registrados: 78% deles tiveram uso do instrumento. Em 2019, foram 72,5%.

A elevação também reacendeu o debate sobre fragilidades no controle da circulação de armas, com maior risco de desvio para o crime organizado e roubo de arsenais particulares legalizados. “Ao mesmo tempo em que está multiplicando o número de novas armas, as ferramentas de fiscalização e controle de circulação estão sendo precarizadas, ao invés de serem melhoradas”, argumenta Natália. “As fronteiras são porosas e já há dificuldade gigantesca de fazer controle no País. Quanto mais desregulamenta, mais vai ter esse problema”, diz Alcadipani.

Pró-arma

O diretor legislativo da Federação Nacional de Entidades de Oficiais Militares Estaduais, coronel Elias Miler da Silva, não vê elo entre compra maior de armas e mais crimes. “Estou ameaçado, vou na polícia. Preencho os requisitos, quero uma arma. Se o Estado não me dá, tem de proteger. Se não me proteger, tem de indenizar a minha família e a mim”, defende. “A pessoa tendo preparo psicológico e técnico, a arma é grande instrumento de defesa”, conclui. Ele defende critérios mais rígidos para o porte (quando a pessoa pode carregar a arma com ela, fora de casa).

Já o coordenador da Frente Parlamentar Armamentista, deputado Loester Trutis (PSLMS) diz não haver “arma legal usada em crime”.

A posição se choca com estudos da área. Análise do Sou da Paz em 2018 sobre armas apreendidas no Nordeste mostrou perfil prioritariamente de origem brasileira, indicando relação entre mercados legal e ilegal, por desvios ou roubos. A constatação foi ao encontro de diagnósticos anteriores que chegaram a conclusões similares. Procurados pelo Estadão, o Palácio do Planalto e o Ministério da Justiça e Segurança Pública não responderam.

Especialistas pedem cautela

Se sentir mais segura foi o motivo que fez a advogada Thaís Sousa, de 27 anos, tomar a decisão de comprar uma arma de fogo este ano. Após receber ameaças vinculadas à sua prática profissional, sentiu a necessidade de ir a um clube de tiro e iniciar o treinamento para uso do instrumento. “Por mais que a gente fale da tutela do Estado, sabe que efetivamente não consegue se sentir 100% protegido”, diz.

Goiás, onde vive Thais, ocupou o pódio de novos registros na categoria em 2014, 2015, 2016 e 2018. Neste ano, 3,4 mil novas armas foram adquiridas por cidadãos até agora.

A advogada iniciou o pedido de posse – autorização para ter arma em casa – em maio, um mês após a publicação de quatro decretos que facilitam o acesso. Enquanto aguarda o processo, faz treinos semanais para manusear a arma. “Não adianta só ter licença, é necessário também passar por uma prática habitual, fazer aulas e sentir se realmente está preparado para adquirir a arma de fogo”, conta.

Aos poucos, ainda tenta convencer os pais da ideia, já que moram juntos. Diz precisar do instrumento para proteger a família, mas que só ela terá acesso, enquanto os parentes não fizerem o treinamento. Ela diz que a lei precisa ser mais clara quanto ao treinamento contínuo e à justificativa para compra. “Um erro é o cidadão civil achar que por ter arma em sua residência, no local de trabalho, não precisa do treinamento.”

O decreto exige que, para um pedido de posse, é preciso ter 25 anos completos, não constar em inquérito policial, não ter antecedentes criminais, comprovar capacidade técnica para manuseio, aptidão psicológica, declarar que tem lugar seguro para armazenar, além da comprovação da necessidade efetiva.

Thais acredita que muitas mulheres seguem este caminho para se sentirem mais seguras. “Se a gente autorizar um cidadão civil a ter a posse de arma, um meliante vai pensar duas vezes antes de entrar na sua residência”.

O que especialistas apontam, em oposição a essa tese, é que a maior presença de armas de fogo potencializa desfechos violentos e fatais em disputas banais, como briga de trânsito, ou agressão doméstica. Em casos de assaltos, dizem os analistas, a presença da arma tende a escalar o confronto, com maior risco de morte para os envolvidos.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Comentários

Continue lendo
Publicidade

Geral

Adolescente de 15 anos morre em grave acidente entre moto e caminhão na BR-364 em Tarauacá

Publicado

em

Jovem seguia como garupa e não resistiu aos ferimentos; condutor da moto foi hospitalizado. Acidente ocorreu de madrugada em trecho de neblina

Com a força da batida, o jovem foi arremessado ao solo e não resistiu aos ferimentos, morrendo ainda no local do acidente, antes da chegada de qualquer socorro médico. Foto: captada 

Um adolescente de 15 anos morreu na madrugada desta quarta-feira (24) após um grave acidente entre uma motocicleta e um caminhão na BR-364, em Tarauacá. O jovem seguia como passageiro (garupa) da moto quando houve uma colisão lateral com o veículo de carga nas proximidades do Areal do Rames, no km 3 da rodovia.

Com o impacto, o adolescente foi arremessado ao solo e não resistiu aos ferimentos, falecendo ainda no local. O condutor da motocicleta sofreu ferimentos graves e foi socorrido pelo SAMU, sendo encaminhado ao hospital. O motorista do caminhão permaneceu no local e prestou esclarecimentos.

Com o forte impacto, a motocicleta ficou praticamente partida ao meio, com partes espalhadas pela via. Foto: captada 

O acidente ocorreu ao amanhecer, em um trecho asfaltado da rodovia e sob condições de neblina, que podem ter contribuído para a tragédia. O caso já está sendo investigado pelas autoridades competentes. A morte do jovem às vésperas do Natal causou comoção na comunidade de Tarauacá.

O acidente ocorreu no momento em que o dia começava a clarear, em um trecho da rodovia com asfalto, sob condições de neblina, o que pode ter contribuído para a tragédia. Foto: captada 

Comentários

Continue lendo

Geral

Homem preso com armas e drogas no Belo Jardim é colocado em liberdade após audiência de custódia

Publicado

em

Dioney Bruno Ferreira de Souza, 23 anos, foi detido com pistola 9mm, espingarda e 42 porções de cocaína, mas Justiça não impôs medidas cautelares

Com a aproximação das viaturas, a maioria dos envolvidos fugiu, pulando muros e cercas de residências próximas. Foto: arquivo

O jovem Dioney Bruno Ferreira de Souza, de 23 anos, preso na noite da última terça-feira (23) durante operação da Polícia Militar no bairro Belo Jardim em Rio Branco, foi colocado em liberdadeapós audiência de custódia no Fórum Criminal. A decisão judicial não impôs nenhuma medida cautelar ao investigado, que havia sido flagrado com armas de fogo e drogas.

Material apreendido durante a prisão:
  • 1 pistola calibre 9mm

  • 1 espingarda calibre 28

  • 26 munições de diversos calibres

  • 42 papelotes de cocaína

Circunstâncias da prisão:

A operação ocorreu por volta das 21h no Beco Cristo Rei, região conhecida por conflitos entre facções criminosas. Durante patrulhamento, policiais encontraram várias pessoas ingerindo bebidas alcoólicas em via pública com som em volume elevado, configurando perturbação da ordem pública. Com a aproximação das viaturas, a maioria fugiu, mas Dioney permaneceu no local.

Segundo a Polícia Militar, o jovem teria arremessado uma arma no quintal de uma residência vizinha antes da abordagem. A apreensão incluiu ainda os entorpecentes e munições encontradas nas proximidades.

Durante a ação, os policiais apreenderam uma pistola calibre 9 milímetros, uma espingarda calibre 28, 26 munições e 42 papelotes de cocaína. Foto: arquivo

Decisão judicial:

Após a audiência de custódia, o judiciário decidiu pela liberdade do investigado sem impor medidas como uso de tornozeleira eletrônica, proibição de contato com testemunhas ou comparecimento periódico à Justiça. O caso segue em investigação pela Polícia Civil, que deverá analisar as evidências e decidir sobre denúncia formal pelos crimes de porte ilegal de arma e tráfico de drogas.

A decisão contrasta com a gravidade do material apreendido e ocorre em um bairro que vive tensão constante devido a disputas territoriais entre facções criminosas.

Dioney Bruno, preso durante uma operação da Polícia Militar no bairro Belo Jardim, foi colocado em liberdade após passar por audiência de custódia. A decisão judicial não impôs medidas cautelares ao investigado. Foto: captada 

Comentários

Continue lendo

Geral

Rotam prende homem por tráfico e apreende drogas em duas ações na mesma noite em Rio Branco

Publicado

em

Equipes da Companhia Rotam, do Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar do Acre (BOPE/PMAC), realizaram duas ações distintas de combate ao tráfico de drogas, na noite de terça feira, 23, que resultaram na prisão de um homem e na apreensão de entorpecentes em bairros diferentes da capital.

Durante patrulhamento preventivo da Operação Impacto, no bairro Vitória, os policiais observaram um indivíduo com uma mochila que, ao perceber a aproximação da viatura, fugiu a pé pelos fundos de uma residência, dispensando o objeto durante a fuga. Na mochila, a equipe encontrou entorpecentes.

O suspeito foi localizado em seguida, escondido em uma residência próxima, e recebeu voz de prisão. Questionado, ele assumiu a propriedade da droga e informou que utilizava o imóvel, pertencente à sua avó, para armazenar entorpecentes. O homem foi conduzido à Delegacia Especializada, juntamente com o material apreendido, para as providências cabíveis.

Apreensão no bairro Defesa Civil

Ainda na mesma noite, outra equipe da Rotam realizou uma apreensão de drogas no bairro Defesa Civil. Durante patrulhamento tático na rua Fluminense, área conhecida pela intensa comercialização de entorpecentes, os policiais localizaram, em uma casa abandonada, 103 trouxinhas de cocaína, totalizando 78 gramas, e 10 invólucros de maconha, com cerca de 20 gramas.

Nenhum suspeito foi localizado no local, e todo o material apreendido foi recolhido e encaminhado à unidade responsável para os procedimentos legais.

Comentários

Continue lendo