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Acre cria programa de apoio psicológico para profissionais da saúde que atuam na pandemia
Lei que institui programa voltado ao acompanhamento dos profissionais vítimas de traumas decorrentes do trabalho durante a pandemia foi publicada nessa quarta-feira (14) no DOE.

Acre cria programa de apoio psicológico para profissionais da saúde — Foto: Júnior Aguiar/Secom
Por Iryá Rodrigues
Lidar todos os dias com a pressão de cuidar e salvar vidas já é por si só uma tarefa um tanto desafiadora e desgastante. Há mais de 1 ano e meio, cerca de 12 mil profissionais da saúde viram esse serviço ficar ainda mais exaustivo com a chegada da pandemia da Covid-19 no Acre.
Desde então, o que já não era tarefa fácil, pesou ainda mais, uma vez que eles ficam na linha de frente no enfrentamento dessa doença, que já levou mais de 1,7 mil vidas no Acre.
Muitos ficaram doentes, alguns perderam suas vidas nessa luta e tantos outros ainda sofrem com as sequelas e o medo diário.
Um dos casos é o da técnica de enfermagem Socorro Ribeiro, de 60 anos. Ela trabalha no Pronto-socorro de Rio Branco há mais de 36 anos e fica no setor de observação. Em junho do ano passado, Socorro foi contaminada pelo coronavírus.
Ela contou que apresentou sintomas um pouco mais graves da doença, mas que não chegou a ser internada, porque relutou. Socorro disse que não só ela, mas todos os colegas trabalham dia a dia com receio de ser contaminado e que isso afeta em todos os sentidos.

Técnica de enfermagem Socorro Ribeiro conta que precisou buscar atendimento psicológico na pandemia – Foto: Arquivo pessoal
“Fiquei 30 dias afastada quando peguei a doença. Na época, também passei para meu marido, mas ele não teve sintomas graves. Nós temos medo até hoje aqui, porque a pandemia ainda está aí. Trabalhamos todos paramentados, mas com medo, porque tem uns que dizem até que pegaram duas vezes a doença. Cheguei a procurar aqui mesmo no PS atendimento psicológico, mas depois estava me sentindo melhor e não fui mais. Vou para a igreja, converso com meus colegas, meus familiares e trabalho, que é o que amo fazer”, disse a técnica.
Atendimentos
Em julho do ano passado, pensando em dar suporte psicológico para esses profissionais, a Divisão de Vigilância em Saúde do Trabalhador (Disat) da Secretaria Estadual de Saúde criou o Programa de Acolhimento Psicológico Remoto aos Servidores da Linha de Frente à Covid-19 (Acovida).
Conforme a chefe da divisão, Eliane Costa, de lá para cá já foram feitos mais de 550 atendimentos por telefone a esses profissionais. Com a alta demanda, o governo viu a necessidade de instituir um programa estadual para ampliar os serviços na rede.
E, após apresentação e aprovação na Assembleia Legislativa do Acre do projeto de lei, de autoria do deputado Jenilson Leite (PSB), sobre a implantação de um programa nesse formato, o governador Gladson Cameli sancionou a norma. A lei foi publicada na edição desta quarta-feira (14) do Diário Oficial do Estado (DOE).
“Percebemos um aumento de procura por parte dos profissionais, porque a pandemia realmente despertou o que já existia. No ano passado tivemos 344 atendimentos e este ano são mais de 200. Com essa preocupação, o governador entender a necessidade de ter realmente uma lei que fortalecesse esse apoio em toda a rede. A ideia é que nosso trabalhador se sinta mais seguro e confiante e possa desenvolver suas atividades com segurança e obviamente oferecer um melhor serviço à população. Então, temos que cuidar de quem está cuidando”, afirmou Eliane.
Programa
O programa é voltado para o acompanhamento dos profissionais da saúde vítimas de traumas decorrentes do exercício da profissão, diante da pandemia.
Conforme a norma, a coordenação do programa vai dispor dos meios já existentes na rede pública de saúde e dos sistemas de saúde das instituições envolvidas, bem como de convênios previamente autorizados para prestar esse apoio aos trabalhadores.
Ainda segundo o texto, a ideia é dispor de psicólogos que vão entender e auxiliar, de forma individual, os trabalhadores na superação de medos, angústias, insegurança e outros aspectos emocionais que são desencadeados pela situação de pandemia.
As intervenções psicológicas junto aos profissionais da saúde vão poder acontecer tanto por plataformas online, como por ligações telefônicas e também por atendimento presencial, se for necessário.
Serviço essencial
Conforme o Sindicato dos Trabalhadores em Saúde do Acre (Sintesac), mais de 2,3 mil trabalhadores da saúde que atuam na rede estadual ficaram doentes com a Covid-19. O presidente do sindicato, Adailton Cruz, não soube dizer qual o número total considerando também os profissionais municipais e das empresas privadas.
A Sesacre atualizou os números da quantidade de trabalhadores que foram infectados, mas não obteve retorno até última atualização desta reportagem.
Ainda segundo o sindicato, foram 192 trabalhadores que perderam suas vidas para a Covid-19 em todo o estado.
Apesar de já existir o programa Acovida, o sindicalista disse que a maioria dos trabalhadores procurou por conta própria o apoio psicológico em meio à pandemia. Ele avalia como fundamental esse serviço.
“Esse serviço é extremamente essencial para esses trabalhadores. Não são todos que pegaram Covid que ficaram abalados, mas uma porcentagem considerável ficou bem afetada. Tem trabalhador que entrou em pânico, não conseguia ir para o plantão com medo de levar para suas famílias a doença. Ficaram realmente apavorados”, afirmou Cruz.
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Aprovados do Iapen começam a realizar entrega de documentos

Foto: Isabelle Nascimento
“Hoje eu me sinto muito feliz. Desde criança tenho esse sonho de um dia ser policial e poder prestar um serviço para a sociedade”. A frase dita pelo novo policial penal Thiago Lima, expressa a alegria que ele estava ao entregar os documentos necessários para assumir o cargo. Thiago foi um dos primeiros aprovados a chegar à Sede do Instituto de Administração Penitenciária (Iapen), nessa quinta-feira, 18.
Ele contou um pouco de sua trajetória até chegar a este momento tão importante. “Quando já tinha aquela expectativa do concurso eu comecei a me preparar, a estudar, e foram ali mais ou menos um ano e meio ali estudando. Teve muitos momentos difíceis, porque a gente não tinha certeza de quando seria a prova, e a gente ficava naquela expectativa estudando, mas quando realmente saiu, eu foquei. Abdiquei de muita coisa na minha vida, o que era possível, e foquei em estudar, porque eu sabia que ainda tinha um caminho longo, prova, TAF, psicotécnico, exame de saúde, depois o curso de formação, que foram ali três meses de muita determinação, muita garra. Então é uma realização, é uma felicidade a gente poder ver aquilo que a gente está se dedicando dar certo.”

Thiago falou sobre a alegria de ser policial penal Foto: Isabelle Nascimento
Thiago foi um dos primeiros nomeados a fazer a entrega da documentação na sede do Iapen. Foto: Isabelle Nascimento
Os 183 novos servidores, aprovados no concurso do Iapen, sendo 170 policiais penais e 13 para cargos administrativos, iniciam agora uma etapa muito importante, que contempla a inspeção médica e a entrega de documentos e, em seguida, a posse. Josiane Maia, Chefe da Divisão de Gestão de Pessoas, explica que os convocados devem entregar a documentação exigida no edital até o dia 30 de setembro, das 8h às 14h, na sede do Iapen, em Rio Branco, ou também na Unidade Prisional Manoel Neri da Silva, em Cruzeiro do Sul. Os candidatos terão até o dia 13 de outubro para concluir todas as etapas e garantir a posse nos cargos.
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Advogado acusado de tentativa de homicídio deixa prisão e agradece atuação de defesa

Foto: rede social/divulgação
O advogado Keldheky Maia da Silva, que foi preso no dia 7 de agosto acusado de tentativa de homicídio durante uma confusão que resultou na morte da assistente jurídica Juliana Chaar Marçal, de 36 anos, na madrugada de 21 de junho, em frente à casa noturna Dibuteco, no bairro Isaura Parente, em Rio Branco, teve a prisão preventiva revogada nesta quinta-feira (18) por determinação dos desembargadores do Tribunal de Justiça do Acre (TJAC) e utilizou as redes sociais para agradecer a atuação de sua defesa durante o processo.
A revogação da prisão de Keldheky aconteceu depois que sua defesa argumentou à justiça que não foram apresentados elementos que justificassem a prisão. O desembargador Francisco Djalma, relator do caso, se manifestou favorável ao pedido de liberdade, e foi acompanhado pelos desembargadores Samuel Evangelista e Denise Bomfim. O Ministério Público do Acre (MPAC) também se manifestou favorável à liberdade, mas recomendou medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica e recolhimento noturno – recomendações que foram acatadas pelos magistrados.

Foto: rede social/divulgação
Na primeira publicação em rede social após ser solto, o advogado destacou a competência de sua defensora, a advogada Paula Belmino. “Quero agradecer imensamente essa minha amiga e advogada de excelência! Obrigado por todo o teu esforço e competência para com minha causa”, escreveu. Belmino aparece ao lado de Keldheky em frente ao Batalhão de Operações Especiais, onde ele estava preso.
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TJ revoga prisão preventiva de advogado Keldheky Maia
Caso Juliana Marçal

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