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Acre

Quase um ano após enchente, pontos turísticos de Xapuri seguem fechados

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Casa de Chico Mendes, referência no local, deve ser restaurada em fevereiro.
Patrimônio municipal, Casa Branca encontra-se praticamente deteriorada.

Caio Fulgêncio/Do G1 AC

Visitas na Casa de Chico Mendes são feitas com guias apenas pelo entorno desde o ano passado (Foto: Caio Fulgêncio/G1)

Visitas na Casa de Chico Mendes são feitas com guias apenas pelo entorno desde o ano passado (Foto: Caio Fulgêncio/G1)

Local foi atingido pela enchente de Rio Acre no início do ano passado (Foto: Caio Fulgêncio/G1)

Local foi atingido pela enchente de Rio Acre no
início do ano passado (Foto: Caio Fulgêncio/G1)

Quase um ano após a enchente histórica que atingiu no início de 2015 a cidade acreana de Xapuri, distante 188 km da capital Rio Branco, três dos principais pontos turísticos da cidade continuam fechados. Um deles, a casa onde morou e morreu o líder seringueiro Chico Mendes, tem funcionado com visitas conduzidas apenas no entorno.

De acordo com a Defesa Civil municipal, em fevereiro do ano passado, as águas do Rio Acre chegaram à marca histórica de 18,28 metros em Xapuri, atingindo 46% do perímetro urbano e 8% da área rural.

Em torno de 362 famílias precisaram ficar em abrigos públicos. Atualmente, 78 ainda estão em casas custeadas por aluguel social, segundo o coordenador do órgão, Jocires Ângelo.

Apesar de não estar funcionando totalmente, a guia turística Leuda Menezes diz que o local continua atraindo visitas, ainda que alguns se decepcionem pelo acesso ao interior não ser permitido. “O que podemos fazer pelo turismo é acompanhar e tentar resgatar pelo menos na memória. Para que turista não tenha que voltar sem nada, nós apresentamos a história do Chico”, diz.

O superintendente do Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Deygesson Gusmão, afirma que o contrato para a restauração da casa já foi finalizado e a ordem de serviço deve ser assinada ainda este mês, após os últimos trâmites burocráticos. A obra, orçada em pouco mais de 118,8 mil, deve ser iniciada em fevereiro.

Mobília da casa de Chico está guardada em outro espaço, no Museu do Xapuri (Foto: Caio Fulgêncio/G1)

Mobília da casa de Chico está guardada em outro espaço, no Museu do Xapuri (Foto: Caio Fulgêncio/G1)

Ele explica ainda que com a enchente e a necessidade de retirada urgente da mobília da casa, muitos dos objetos ficaram danificados, como mesa e camas. O guarda-roupa ficou totalmente deteriorado. Gusmão diz que os bens móveis, também amparados pelo tombamento histórico, estão guardados no Museu do Xapuri. A restauração deve ser feita este ano, mas ainda sem data.

“O tombamento inclui também os bens móveis. Já identificamos a necessidade de restauração de alguns, mas priorizamos a restauração da casa, porque é o bem de maior relevância que agrega os outros. Em 2016, vamos avaliar a possibilidade de procedermos com a intervenção do mobiliário da casa”, afirma.

Com a enchente, diversos móveis se deterioraram, como este guarda-roupa (Foto: Caio Fulgêncio/G1)

Com a enchente, diversos móveis se deterioraram,
como este guarda-roupa (Foto: Caio Fulgêncio/G1)

Centro de Memória Chico Mendes
Próximo à casa do líder, o Centro de Memória Chico Mendes, espécie de museu particular que, anteriormente mostrava artigos pessoais e prêmios, atualmente, expõe uma placa de venda. O local é de propriedade da família da primeira esposa do seringueiro, Eunice Feitosa Mendes. Segundo a filha dela, Maria da Silva [que não é filha dele], o espaço já está sendo negociado.

O acervo, de posse da segunda família, ainda não tem local para voltar a ser aberto à visitação, de acordo com Elenira Mendes, filha de Chico. “O acervo pertence à família e não faz parte do tombamento da casa. Provavelmente será exposto novamente, mas ainda não está definido”, acrescenta.

Centro de Memória Chico Mendes, também atingido pela enchente, atualmente, está para venda (Foto: Caio Fulgêncio/G1)

Centro de Memória Chico Mendes, também atingido pela enchente, atualmente, está para venda (Foto: Caio Fulgêncio/G1)

Casa Branca
Outro prédio, às margens do Rio Acre, que está muito deteriorado é a Casa Branca, apontado pelo patrimônio histórico municipal como antiga intendência boliviana, onde iniciou-se a Revolução Acreana, no dia 6 de agosto de 1902. O historiador Marcus Vinícius diz que, apesar de tratar-se de uma lenda, o imóvel tem grande importância para a história do município.

“É uma das mais antigas construções tradicionais de Xapuri, de 1910, que mantém as características arquitetônicas daquele período. Na reforma da década de 1980, colocaram isso de ser uma intendência boliviana. Sempre teve e terá grande importância para a cidade e é impossível pensar Xapuri sem ela, com ou sem lenda. É um patrimônio coletivo”, declara.

Prêdio da Casa Branca era, originalmente, de dois andares; reforma deveria ter iniciado em abril de 2015 (Foto: Caio Fulgêncio/G1)

Prêdio da Casa Branca era, originalmente, de dois andares; reforma deveria ter iniciado em abril de 2015 (Foto: Caio Fulgêncio/G1)

Estendida no chão do local, a placa da obra de reforma, estimada em mais de R$ 497 mil, mostra que a restauração deveria ter iniciado em abril de 2015, com um prazo de conclusão de 180 dias, ou seja, aproximadamente, setembro do mesmo ano. Porém, o que pode ser visto são restos de madeira e móveis espalhados pelo imóvel.

Ao G1, a prefeitura do município informou, por meio da assessoria de comunicação, que a reforma do patrimônio chegou a ter início, por meio de licitação e contrato de empresas. No entanto, devido a um bloqueio de recursos federais, precisou ser interrompida desde agosto do ano passado. A administração estaria esperando até agora por esse dinheiro.

Dentro da Casa Branca, cenário parece de guerra, com diversos objetos perdidos (Foto: Caio Fulgêncio/G1)

Dentro da Casa Branca, cenário parece de guerra, com diversos objetos perdidos (Foto: Caio Fulgêncio/G1)

Cheia histórica em Xapuri
A terra natal do líder seringueiro Chico Mendes, Xapuri, viveu nos primeiros meses de 2015 uma enchente histórica. As águas atingiram a paróquia de São Sebastião, na Rua Benjamin Constant, no Centro, tida como referência. Segundo a Defesa Civil, somente em 1978, ano em que ainda não havia medição do nível do Rio Acre, a água chegou na escadaria da igreja.

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Prefeitura de Assis Brasil lança Projeto Implanon para adolescentes

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A Prefeitura de Assis Brasil, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, realizou o lançamento do Projeto Implanon, uma importante iniciativa voltada à promoção da saúde sexual e reprodutiva de adolescentes do município.

O projeto é fruto de uma parceria entre o Governo do Estado e o Município, e tem como público-alvo adolescentes com faixa etária de 14 a 19 anos. Além da oferta do método contraceptivo Implanon, a ação inclui orientações reforçando o compromisso com a informação, a prevenção e o cuidado integral.

O Implanon é um método contraceptivo de longa duração e alta eficácia, que contribui significativamente para a prevenção da gravidez não planejada. A iniciativa tem como principal objetivo reduzir os índices de gravidez na adolescência, promovendo mais qualidade de vida, autonomia e oportunidades para as jovens assis-brasilenses.

Durante o lançamento, a equipe da Secretaria Municipal de Saúde destacou a importância do diálogo, da orientação adequada e do acesso a políticas públicas que garantam direitos e cuidado à juventude.

A Prefeitura de Assis Brasil segue investindo em ações que fortalecem a saúde pública e reafirma seu compromisso com o bem-estar da população, especialmente de crianças e adolescentes.

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Nicolau Júnior destaca papel da Aleac na democracia durante última sessão solene do ano

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O presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Acre (Aleac), deputado Nicolau Júnior (Progressistas), conduziu nesta quinta-feira (18), no auditório do Detran Acre, a última sessão solene de 2025, marcada pela tradicional entrega de Títulos de Cidadão Acreano e Moções de Aplausos. O momento reuniu autoridades, homenageados, servidores e representantes da sociedade civil em uma celebração de reconhecimento e valorização de quem contribui com o desenvolvimento do Estado.

Em seu discurso, Nicolau Júnior destacou a união e o trabalho coletivo como marcas do ano legislativo. O presidente ressaltou que os desafios enfrentados ao longo do período foram superados graças ao empenho conjunto de deputados, deputadas e servidores da Casa. “Cada desafio vencido foi possível graças à união e ao trabalho incansável de todos, que atuaram com obstinação, superando expectativas”, afirmou.

Ao reforçar o papel institucional do Parlamento, Nicolau enfatizou que o Poder Legislativo representa a alma e o espírito da verdadeira democracia, destacando a integração entre os Poderes, as instituições e a população. Segundo ele, a Aleac se consolida como uma Casa aberta, funcionando como um verdadeiro portal de diálogo para atender as necessidades do povo acreano.

O presidente também classificou a solenidade como um reconhecimento público à sociedade civil e política do Estado, transformando o evento em um marco na história do Parlamento acreano e na cultura de um povo que vive e luta por um Acre cada vez melhor. Para Nicolau, a Assembleia cumpre um papel essencial ao fortalecer a conexão entre o Legislativo e os cidadãos que ajudaram a construir o Estado, incluindo aqueles que vieram de outras regiões e adotaram o Acre como sua terra.

Durante o pronunciamento, Nicolau Júnior agradeceu ao governador Gladson Cameli, aos deputados e deputadas, às instituições parceiras e aos servidores do Poder Legislativo, destacando o compromisso coletivo com o fortalecimento das políticas públicas e da democracia.

Encerrando sua fala, o presidente projetou um futuro de ainda mais trabalho e dedicação. Ele afirmou que, em 2026, o entusiasmo será redobrado para garantir melhores serviços à população na esfera do Poder Legislativo Estadual. “Que 2026 seja um ano de grandes realizações no seio desta Casa e para o desenvolvimento do nosso querido Estado do Acre”, concluiu.

Texto: Mircléia Magalhães/Agência Aleac

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Rio Acre sobe quase três metros em 24 horas em Rio Branco após chuvas intensas

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Mesmo com elevação expressiva, nível do rio permanece abaixo das cotas de alerta e transbordo, segundo a Defesa Civil

Foto: Sérgio Vale/ac24horas

O nível do rio Acre em Rio Branco registrou uma elevação de quase três metros nas últimas 24 horas, reflexo direto do grande volume de chuvas que atingiu a capital acreana na quarta-feira (17). As informações foram divulgadas pela Defesa Civil Municipal.

Conforme os boletins oficiais, às 5h da manhã de quarta-feira (17) o rio marcava 6,30 metros. Já no mesmo horário desta quinta-feira (18), o nível chegou a 9,05 metros, o que representa uma elevação aproximada de 2,75 metros em apenas um dia.

Apesar da subida significativa, o rio Acre ainda permanece abaixo da cota de alerta, estabelecida em 13,50 metros, e da cota de transbordo, fixada em 14,00 metros. A Defesa Civil informou que segue monitorando continuamente o comportamento do manancial, principalmente diante da possibilidade de novas chuvas na região.

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