Acre
PSB se agita para definir situação do partido no Acre
Segue repercutindo de modo muito sonoro a possível saída do PSB da Frente Popular do Acre, a coligação que da sustentação política ao governador Tião Viana. Ontem, caciques socialistas, como Gabriel Maia e Manoel Morais, estavam em Brasília para saber o real destino do PSB, aliado de primeira hora do PT que, junto com o PCdoB, são de fato o triunvirato da FPA. As últimas notícias promoveram correria e dúvidas: Sergio Petecão, senador do PSD, estaria mesmo solapando o PSB? O governador Tião Viana já deu a resposta: “Isso é um assalto à sigla, ele [Petecão] deveria ter conquistado esse espaço pelas bases, conversando com o grupo aqui no Acre”.
Os caciques socialistas anteciparam a volta ao Acre devido ao ruge-ruge que tomou conta do Acre por conta do noticiário. “Estou no aeroporto, barão. Quando chegar aí, vamos nos reunir com o Carlos Alberto para compreender e digerir melhor essa situação’, disse Evandro Rosas, presidente municipal do PSB e secretário de Direitos Humanos da Prefeitura de Rio Branco.
Outra importante liderança, o sindicalista Marcelo Jucá encontra-se também fora do Acre. Ele participa de encontro de sua categoria, os urbanitários, na cidade do Rio de Janeiro.
“Temos de nos reunir, debater essa questão com a diretoria do partido e só então saberemos o que falar”, disse, pelo telefone, o vereador Jucá. Os debates contarão com a consulta a advogados para se saber o que é possível fazer juridicamente.
O PSB foi, de fato, a força política que mais cresceu no Acre nas últimas eleições “e, em nível nacional, tornou-se uma força poderosa que está fornecendo importante lastro para a candidatura do governador Eduardo Campos. “Ele é o melhor governador e certamente será um bom candidato a Presidente da República”, defendeu Manoel Morais, deputado estadual que há oito anos milita no PSB. Ele não sabe, no entanto, qual será seu destino em nível regional se sustentada a decisão de adotar Petecão como filiado e quase líder. “Sou amigo pessoal do Petecão”, disse, ressalvando que o governador Tião Viana vem fazendo um bom trabalho.
O crescimento do PSB foi importante no Acre em 2012 mas, comparando-se com outras regiões, o partido não apresentou uma perfomance melhor que o Amapá, por exemplo “ou Tocantins, onde os socialistas conquistaram 16 prefeituras. No Acre, há um prefeito eleito pela legenda, que é o médico Roney Firmino, que sucedeu ao petista Paulo Almeida em Plácido de Castro. Em termos percentuais, a única cadeira executiva conferiu ao PSB 4,55% de participação no bolo eletivo. Em nível nacional, o PSB conquistou quase 1,7 milhão de votos na eleição passada, configurando-se na quarta agremiação mais votada. “O partido ocupa posições estratégicas no governo do Estado e na prefeitura da capital e registrou o segundo maior crescimento nas eleições passadas com a conquista de 42 mil votos em todo o Acre”, lembrou Carlos Alberto Araújo, dirigente partidário e estrategista da FPA.
A expectativa é que o PSB administre uma receita anual de R$ 23 milhões na cidade de Plácido de Castro, onde cuida da vida de 21,7 mil pessoas. Do total de participantes da legenda no pleito de 2012, a eleição do Dr. Roney simboliza 33%.
Partido teve 42 mil votos nas últimas eleições no Acre
O presidente regional do PSB, Gabriel Maia (foto), é diretor administrativo e financeiro do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) ocupado pelo presidente do partido no Acre, Gabriel Maia, que também é o segundo suplente do senador Jorge Viana. O PSB controla também as políticas para a juventude, uma vez que um filiado seu, Tiago Higino, é o assessor especial da Juventude de Tião Viana.
Além de Evandro Rosas, o PSB tem nas mãos a presidência da Empresa Municipal de Urbanização de Rio Branco (Emurb), hoje gerenciando a maior fatia do orçamento da Ação de Inverno, a operação de limpeza e melhoria da infraestrutura executada pelo prefeito Marcus Alexandre. Marinheiro foi para o PSB acompanhando César Messias.
Eles saíram do PP quando a sigla decidiu sair da FPA. Na Câmara de Rio Branco, o PSB está igualmente muito forte: conquistou a presidência da Casa com o Professor Roger e ainda tem dois edis, Marcelo Jucá e Antonio Morais.
Vice-governador César já saiu do PP para ficar na FPA
Além do vice-governador César Messias, o PSB ocupa cargos interessantes no governo do Estado. Ilmara Cordeiro é a titular da Pasta do Turismo, Esporte e Lazer. A vice-governadoria vem experimentando um relevante processo de fortalecimento desde o governo Binho Marques, quando o próprio Messias era seu ocupante. Com Tião Viana, Messias efetivou-se como interlocutor político e tem a tarefa de executar o maior programa da engenharia civil acriana, o Cidade do Povo. “Não vi esse senador fazendo nada. Aliás, vi uma coisa: ele quer um velódromo para as pessoas ficarem chorando”, disse o vice-governador na cerimônia de lançamento do programa habitacional que agora está sob seu comando.
Petecão, na opinião de um socialista de tutano, “é um parasita”. “Ele é responsável por diversos óbitos partidários. Veja o PMN, o PSD que não sai do lugar. Onde o Petecão foi, o partido fica do tamanho dele: cada vez menor”, atacou o socialista ao condenar duramente o que classificou como oportunismo do senador abraçar a candidatura de Eduardo Campos e forçar a saída do PSB da Frente Popular do Acre. “Fiquei feliz pelo PSB ter saído de debaixo da saia do PT porque ele ganhou independência pela primeira vez”, disse Petecão com exclusividade para A Tribuna. E completou: “continuo sendo PSD e não tomei de assalto o PSB. Apenas ficou decidido que o Eduardo Campos será o candidato a presidente pelo PSB. Então, o PSB do Acre não pode apoiar a candidatura do PT’.
RAIO-X DO PSB DO ACRE
22
Vereadores
1
Prefeito
42
Mil votos em todo o Estado em 2012
*O partido comanda a execução do maior empreendimento imobiliário da história do Acre, a Cidade do Povo através do vice-governador César Messias. Tem cérebro no núcleo de inteligência da FPA e controla importantes secretarias e assessorias, como a Setul e de Políticas para Juventude, no Governo do Estado; e Secretaria de Direitos Humanos e Emurb, na prefeitura da capital, entre dezenas de outras funções de apoio.
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Brasileia: MPAC instaura procedimento para acompanhar revogação de edital da Educação
O Ministério Público do Estado do Acre (MPAC) instaurou procedimento administrativo para acompanhar e fiscalizar a exoneração e eventual nova contratação de profissionais da educação no município de Brasileia, especialmente aqueles que atuam no atendimento de crianças e adolescentes com deficiências, como alunos com Transtorno do Espectro Autista (TEA).
A medida foi adotada após informações de que a prefeitura teria revogado o Edital nº 001/2025 de contratação temporária de professores e pessoal de apoio pedagógico da rede municipal, além da comunicação, em 19 de dezembro de 2025, da rescisão contratual e demissão de diversos servidores da área da educação, incluindo monitores de alunos, auxiliares de sala, professores, mediadores, psicólogos, assistente social e nutricionista.
No procedimento, assinado pelo promotor de Justiça plantonista, Daisson Teles, o MPAC destaca que, parte desses profissionais havia sido contratada por meio de processo seletivo simplificado, com previsão de vigência contratual de 24 meses, o que gerou expectativa legítima de continuidade do vínculo.
O procedimento também considera a necessidade de garantir a continuidade do serviço público de educação, sobretudo o Atendimento Educacional Especializado (AEE), que exige formação específica e continuada dos profissionais.
Como providência inicial, o Ministério Público requisitou à Secretaria Municipal de Educação e à Prefeitura de Brasiléia que, no prazo de até dez dias, prestem informações detalhadas sobre os fatos, incluindo cópia do edital, dos contratos, do ato que determinou as rescisões, relação dos servidores atingidos, estudo de impacto financeiro, pagamento de verbas rescisórias e previsão de lançamento de novo edital.
O procedimento tem caráter administrativo e não possui finalidade investigatória criminal, tendo como objetivo o acompanhamento da regularidade administrativa e a garantia dos direitos dos usuários da rede municipal de ensino.
Marcelina Freire – Agência de Notícias do MPAC
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Governador Gladson Camelí entrega obra de reforma do Núcleo de Qualidade de Vida da Polícia Civil
O governador do Acre, Gladson Camelí, entregou oficialmente, na tarde desta segunda-feira, 22, as obras de reforma e adequação do Núcleo de Qualidade de Vida dos Servidores da Polícia Civil (Qualivida). O espaço passou por melhorias estruturais com o objetivo de fortalecer as ações voltadas ao cuidado integral dos servidores da instituição.

Núcleo Qualivida reforça o compromisso da instituição com a saúde e a qualidade de vida dos policiais civis. Foto: José Caminha/Secom
A obra contemplou a reforma e adequação da estrutura física do Qualivida, garantindo melhores condições de atendimento e funcionamento do núcleo. O investimento total foi de mais de R$ 595 mil, sendo R$ 70 mil aplicados na aquisição de equipamentos e mobiliário e o restante destinado às obras.

Unidade é localizada no centro da cidade e contou com recursos de emenda parlamentar e do Estado. Foto: José Caminha/Secom
Os recursos utilizados tiveram como origem R$ 200 mil de emenda parlamentar federal, destinada pelo deputado federal Coronel Ulysses, além de mais de R$ 95 mil de recursos próprios do Estado. O parlamentar participou da solenidade de entrega e parabenizou o empenho da Polícia Civil em entregar a edificação com agilidade, prezando pela qualidade de vida dos agentes de segurança.
O governador Camelí ressaltou: “Essa ação reafirma o nosso compromisso com políticas públicas voltadas à valorização do servidor, reconhecendo que cuidar de quem cuida da segurança da população é essencial para um serviço público mais eficiente e humanizado. Vamos sempre para frente valorizando os nossos servidores”, destacou.
O Núcleo Qualivida tem como missão cuidar da saúde mental, emocional e social dos servidores da Polícia Civil. Com uma equipe multidisciplinar formada por profissionais da psicologia, assistência social e outras áreas, o núcleo desenvolve ações de prevenção, escuta qualificada, acolhimento e apoio psicossocial, contribuindo para o bem-estar e para a melhoria do desempenho profissional dos policiais civis.

Unidade conta com atendimento psicológico essencial para melhor apoio aos agentes. Foto: José Caminha/Secom
Entre os principais benefícios proporcionados aos servidores estão a promoção do bem-estar integral, com prevenção de doenças físicas e emocionais; a melhoria do clima organizacional, com relações interpessoais mais saudáveis; maior motivação e comprometimento no exercício das funções; oportunidades de desenvolvimento pessoal; além do fortalecimento da resiliência para enfrentar os desafios diários da profissão.
Durante a solenidade, o delegado-geral da Polícia Civil, José Henrique Maciel, destacou a importância do investimento para a valorização dos servidores. “Seguindo o que o governador Camelí preza, estamos empenhados em cuidar de pessoas. Queremos que nossos profissionais estejam psicologicamente bem para devolver para a sociedade um trabalho de qualidade e com todos em segurança”, disse.
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Conselheira do CFM defende exame de proficiência e alerta para riscos da má formação médica
A defesa da criação de um exame nacional de proficiência médica – frequentemente comparado ao exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) – foi o ponto central da entrevista concedida pela médica pediatra e doutora em bioética Dra. Dilza Teresinha Ambros Ribeiro ao programa Médico 24 Horas, apresentado pelo médico Fabrício Lemos e exibido nesta segunda-feira (22) no ac24horas.com e nas redes sociais oficiais do jornal. Conselheira federal do Conselho Federal de Medicina (CFM) pelo Acre, a médica afirmou que a medida é necessária diante da expansão desordenada de cursos de medicina e da queda na qualidade da formação profissional.
Durante a entrevista, Dra. Dilza explicou que o Conselho passou a defender a prova de proficiência após constatar que muitos cursos foram autorizados sem critérios técnicos adequados. “Com o aumento exagerado de cursos de medicina, com abertura sem critérios, porque hoje os critérios são muito mais políticos do que técnicos, o Conselho se viu na obrigação de fazer alguma coisa”, afirmou. Segundo ela, a ausência de infraestrutura mínima compromete a formação e coloca em risco a assistência à população.
A conselheira detalhou que o exame não tem caráter punitivo nem objetivo de proibir faculdades, mas sim de garantir um padrão mínimo de competência profissional. “Não se trata de proibir faculdade de medicina, nem de prejudicar ninguém. É uma forma de selecionar, de melhorar a qualidade do médico no Brasil, porque estão formando profissionais sem condições adequadas de atuação”, destacou. Para ela, o exame seria uma ferramenta de proteção tanto para o paciente quanto para o próprio médico recém-formado.
Ao comparar a proposta com o exame da OAB, Dra. Dilza afirmou que a medicina chegou a um ponto semelhante ao vivido pelo Direito no passado. “Assim como aconteceu no Direito, que precisou criar uma prova para controlar a atuação profissional, infelizmente na medicina vai ter que ser a mesma situação”, declarou. Segundo a médica, a proliferação de cursos sem estrutura levou a uma formação desigual, em que alguns egressos chegam ao mercado sem prática clínica suficiente.
A conselheira trouxe exemplos concretos da realidade encontrada pelo CFM em diferentes regiões do país. “Tem faculdade que não tem hospital, não tem posto de saúde, não tem preceptor. Às vezes, nem médico existe na cidade para dar aula, e quem está formando o aluno são outras profissões que não têm conhecimento da medicina”, relatou. Ela ressaltou que, nessas condições, o estudante não desenvolve as competências mínimas exigidas para o exercício seguro da profissão.
Segundo Dra. Dilza, o debate sobre o exame de proficiência está em andamento no Congresso Nacional, mas enfrenta entraves políticos. “A gente participa de todas as reuniões no Senado, muitas vezes ganha na votação, mas quando ganha pedem vistas, tiram de pauta. Mesmo assim, eu acredito que a gente vai conseguir”, afirmou. Para ela, a resistência não anula a urgência da medida, já que o impacto da má formação recai diretamente sobre a população.
A médica também chamou atenção para o fato de que o recém-formado acaba sendo vítima desse modelo de ensino. “Esse médico pagou para a faculdade por um serviço e não recebeu a formação adequada. Ele não tem culpa, mas vai sofrer depois no mercado de trabalho e quem mais sofre é o paciente”, disse. Segundo ela, a prova de proficiência também funcionaria como um mecanismo de valorização do profissional bem formado.
Ao final da entrevista, Dra. Dilza reforçou que a defesa do exame é uma questão ética e de responsabilidade social. “Quem está sofrendo com essa formação sem qualidade é a população, e é obrigação do Conselho controlar isso. O que nós queremos é qualidade, dignidade humana e segurança na assistência médica”, concluiu.
Dilza Ribeiro é membro da Academia Brasileira de Medicina de Reabilitação e da Academia Acreana de Medicina, doutora em Bioética pela Universidade do Porto, especialista em pediatria e administração hospitalar, assessora técnica do Hospital Regional do Juruá e médica da Universidade Federal do Acre. No Conselho Federal de Medicina, ela é secretária-geral, coordenadora da Comissão de Integração de Médicos de Fronteira, membro da Câmara Técnica de Pediatria e das Comissões de Humanidades Médicas e de Bioética.





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