Acre
Policial penal acusado de estuprar várias crianças no Acre será julgado na próxima semana
A menor de 12 anos, também abusada, disse que nunca denunciou o caso porque sofria ameaças por parte do policial penal, que estava permanentemente armado

O caso veio à tona após as denúncias iniciais, que desencadearam uma investigação minuciosa por parte da Decav (Delegacia de Atendimento à Criança e Adolescente Vítima). Foto:
Na próxima terça-feira (5), o juízo da 2ª Vara Criminal julga, em juizado singular, no Fórum da Cidade da Justiça, em Rio Branco, o policial penal Everton Martins da Silva, de 47 anos, por estupro de vulneráveis, crianças com idades entre 5, 10 e 12 anos de idade, que o consideravam como avô. Mulheres adultas, pelo menos duas mães das crianças violentadas, também relataram terem sido vítimas do acusado quando eram crianças e adolescentes.
Everton Martins da Silva, antigo morador do bairro Geraldo Fleming, está preso desde abril deste ano. Ele está no presídio conhecido como “Papudinha”, localizado no bairro do Ipê, nas imediações do Lago do Amor, em Rio Branco, numa prisão de segurança flexível onde ficam presos considerados de bom comportamento, uma regalia criticada por familiares das vítimas, considerando a natureza e a gravidade dos crimes dos quais ele é acusado. O processo tramita em segredo de Justiça por envolver menores, mas o ContilNet obteve informações detalhadas dos crimes.
De acordo com depoimentos de parentes das vítimas, as quais não serão identificadas pela obviedade do caso, e que também foram vítimas do acusado, ele é casado com a avó das crianças. Nos dias de folga das atividades de policial penal, cargo que ele ocupa há pelo menos dez anos, o acusado, aproveitando-se dos momentos em que os pais das crianças estavam ausentes por causa do trabalho e também nos momentos que sua esposa, mesmo estando em casa, se ocupava de tarefas domésticas, ele passava a agir. Era quando abusava das crianças.
O caso veio à tona após as denúncias iniciais, que desencadearam uma investigação minuciosa por parte da Decav (Delegacia de Atendimento à Criança e Adolescente Vítima). A mãe de uma das vítimas, aquela criança de 5 anos, descobriu o abuso da filha quando foi dar banho na menina.
“Ela pediu que eu não molhasse as partes íntimas dela dizendo que estava ardendo e doendo porque o vovô havia mexido lá”, contou a mãe. “Foi um choque, porque eu sabia o que ele havia feito com crianças que ficaram adultos, duas primas do meu esposo, que é pai da minha filha”, disse a mulher ao ContilNet, cujos depoimentos estão gravados e disponíveis às autoridades.
Uma parente do marido da mulher, que foi abusada quando criança e adolescente pelo mesmo homem, disse que seu filho, o menino de 10 anos, havia dito a ela que o avô havia metido o dedo nele, por trás.
A menor de 12 anos, também abusada, disse que nunca denunciou o caso porque sofria ameaças por parte do policial penal, que estava permanentemente armado, inclusive dentro de casa, quando estava de folga. A Polícia Civil, ao identificar o caso, confirmou que o suspeito adotava táticas de intimidação, como o cercamento da residência de uma das vítimas, buscando coagi-la e amedrontá-la”, explicou a delegada titular da DECAV, Carla Fabíola Coutinho.
Diante das evidências coletadas, a delegada representou pela prisão preventiva do policial, cujo mandado de prisão foi expedido pela 2ª Vara da Infância e Juventude de Rio Branco, que vai julgá-lo na próxima semana.
Após a prisão, o suspeito foi conduzido para interrogatório e, em seguida, colocado à disposição da justiça. A revolta das mães das crianças em relação à avó das vítimas é grande porque ela, uma senhora com 50 anos de idade, vem fazendo uma verdadeira campanha junto aos demais familiares dizendo que o acusado é inocente e que as crianças estão mentindo. Em apoio ao marido, a senhora diz que os netos estão mentindo e busca testemunhas que possam ser apresentadas no julgamento e que possam corroborar a tese de defesa de negativa de autoria.
Em suas redes sociais, na área de status sobre relacionamento, o acusado se identifica como em envolvimento num “relacionamento complicado”. O ContilNet não conseguiu contato com a defesa do acusado. O espaço segue aberto.
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Acre
Câmara aprova pacote de projetos sobre enchentes, educação e eventos públicos
Por Saimo Martins
Durante a sessão ordinária desta quinta-feira (12), a Câmara Municipal de Rio Branco aprovou uma série de projetos de lei voltados à proteção da população afetada por enchentes, à moralização de eventos públicos e ao fortalecimento da educação municipal. Ao todo, seis matérias foram apreciadas e receberam parecer favorável dos parlamentares.
Remissão de IPTU para imóveis atingidos por enchentes
Entre os projetos aprovados, está uma matéria do Poder Executivo que dispõe sobre a remissão do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) e da Taxa de Remoção de Resíduos Sólidos e Entulhos para imóveis residenciais edificados atingidos por enchentes, inundações e alagamentos decorrentes das fortes chuvas ocorridas em Rio Branco.
A proposta tem caráter emergencial e busca oferecer alívio fiscal a famílias afetadas por desastres naturais, isentando temporariamente os contribuintes impactados.
Fim das inaugurações de obras públicas inacabadas
Também foi aprovado o projeto de autoria do vereador Éber Machado (MDB) que proíbe a inauguração de obras públicas inacabadas no município de Rio Branco. A proposta visa aumentar a transparência e a responsabilidade da gestão pública, impedindo cerimônias simbólicas de entrega sem a efetiva conclusão e funcionalidade da obra.
Proibição do uso recreativo de embarcações motorizadas em alagamentos
De autoria do vereador Fábio Araújo, outro projeto aprovado proíbe o uso recreativo de embarcações motorizadas durante períodos de enchentes e alagamentos na capital acreana. A proposta ainda estabelece penalidades mais severas quando o município estiver sob situação de emergência ou calamidade pública.
Restrições em eventos públicos familiares
Foi aprovado ainda o projeto do vereador Zé Lopes que proíbe a contratação de shows, artistas ou utilização de músicas com apologia sexual explícita em eventos públicos classificados como “familiares” e abertos à participação de crianças e adolescentes. A medida visa proteger o público infantojuvenil de conteúdos inadequados, especialmente em atividades promovidas com recursos públicos.
Homenagem à presidente do Sinteac
A Câmara também aprovou uma moção de aplauso à professora Rosana Nascimento, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Acre (Sinteac), em reconhecimento à sua trajetória à frente da entidade e por sua recente reeleição, conquistada com votação expressiva da categoria.
Hortas e Fazendinhas nas escolas
Encerrando a lista de votações, foi aprovado o projeto de lei do presidente da Casa, vereador Joabe Lira, que institui o programa “Hortas e Fazendinhas nas Escolas Municipais”. A iniciativa visa promover educação ambiental, segurança alimentar e o contato direto dos alunos com práticas sustentáveis e de cultivo urbano.
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Incêndio em estande do BOPE em Rio Branco assusta moradores com nuvem de fumaça tóxica
Chamas atingiram pneus usados em treinamentos; fogo foi controlado pelo Corpo de Bombeiros
Um incêndio de pequenas proporções atingiu, na tarde desta quinta-feira (12), uma área do estande de tiro do Batalhão de Operações Especiais (BOPE), localizado na Estrada Dias Martins, bairro Ipê, em Rio Branco. O fogo começou após um policial militar que realizava treinamento deixar, acidentalmente, um tambor com fogo próximo a pneus armazenados no local.
Segundo relatos de militares que estavam de serviço, o vento espalhou as chamas, que rapidamente atingiram cerca de 50 pneus, provocando uma intensa fumaça preta e tóxica. A nuvem foi vista de diversos pontos da capital, gerando preocupação entre moradores da região da Chácara Ipê.
Diante da situação, os próprios militares acionaram o Corpo de Bombeiros do 3º Batalhão. A equipe chegou rapidamente e conseguiu controlar o incêndio antes que se alastrasse. Ninguém ficou ferido.
Apesar de controlado, o incidente chamou a atenção para os riscos de armazenamento inadequado de materiais inflamáveis em ambientes de treinamento. As autoridades devem apurar as circunstâncias do acidente e avaliar medidas de prevenção para evitar novos episódios.
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Segurança dá início à operação Sejusp em Ação com foco no combate à criminalidade em Rio Branco e interior do Acre
Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (SEJUSP) deu início a operação Sejusp em Ação, com objetivo de reforçar o combate à criminalidade em Rio Branco e demais municípios estratégicos do estado. A operação iniciou nesta quinta-feira (12) segue até o dia 31 de dezembro de 2025.
Com foco no enfrentamento direto a crimes como roubo e furto de veículos, porte ilegal de arma de fogo, tráfico de entorpecentes e na captura de foragidos da justiça, a operação mobiliza efetivos do Grupo Especial de Fronteira (GEFRON), além de outras forças de segurança pública estaduais. A colaboração da população, por meio de denúncias anônimas, é essencial para o sucesso da operação. As denúncias podem ser feitas pelo Disque 181, de forma sigilosa.
O secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública do Acre, José Américo Gaia, destacou o caráter preventivo e repressivo da ação. “Nossa meta é prender foragidos, tirar armas ilegais das ruas, desarticular o tráfico e reduzir drasticamente os indicadores de violência. Essa é uma ação coordenada, que une inteligência e presença territorial do Estado”, ressaltou.
A ação começou na capital, Rio Branco, mas será estendida para os municípios de Cruzeiro do Sul, Brasiléia, Tarauacá e Sena Madureira, envolvendo áreas de fronteira e localidades em todas as regionais.
Segundo o coordenador do GEFRON, Assis dos Santos, a presença ostensiva é fundamental para ampliar a sensação de segurança da população. “Estamos empregando inteligência, mobilidade e estratégia para atuar em pontos estratégicos da capital e do interior. A segurança está comprometida em restabelecer a tranquilidade em todas as regionais. Esta operação será constante”, afirmou.
A operação conta com patrulhamentos ostensivos fixos e móveis, bloqueios policiais em pontos estratégicos e ações de inteligência, com base em dados de indicadores criminais, denúncias anônimas e demandas da comunidade.
Nas três regionais de Rio Branco, as equipes vão atuar com abordagens, revistas, patrulhamentos. A operação terá continuidade e desdobramentos em todo o segundo semestre, com reforço em, quando tradicionalmente há aumento na circulação de pessoas.
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