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PCC fatura R$ 4,9 bilhões ao ano com tráfico e preocupa europeus

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O Primeiro Comando da Capital, o PCC, alcançou faturamento de R$ 4,9 bilhões por ano, segundo o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), do Ministério Público de São Paulo. O crescimento e a sofisticação dos negócios da maior organização criminosa do país têm preocupado autoridades inclusive do outro lado do Atlântico.

O que aconteceu

O PCC fatura desde 2020 cerca de US$ 1 bilhão ao ano — o que equivale a mais de R$ 4,9 bilhões, na cotação atual, segundo o promotor de Justiça do Gaeco, Lincoln Gakiya. A arrecadação se refere ao tráfico de drogas em São Paulo e ao lucro, sobretudo, da cocaína comercializada para países da Europa.

Dois terços do faturamento do PCC são exclusivamente do tráfico internacional, de acordo com as investigações. O setor da organização criminosa responsável pela atividade ficou conhecido como “Tomate”. Isso porque, segundo o promotor, a cocaína saía do país por meio de carregamentos de tomates.

O restante do lucro é obtido com o comércio de drogas em São Paulo — a arrecadação em outros estados permanece nos locais e não entra nessa conta. “Não há um caixa único do PCC no país. Os integrantes de São Paulo mandam dinheiro para os estados que têm interesse”, afirma Gakiya.

O volume de cocaína que sai dos portos do país aumentou nos últimos anos. Segundo o promotor, em 2016 e 2017, de 200 kg a 300 kg de droga eram colocados em cargas para deixar o país por mês. Já em 2021, as investigações demonstravam que a facção despachava, mensalmente, no mínimo uma tonelada de cocaína.

A facção se tornou tema de preocupação em diversos países europeus. Na medida em que eles se consorciaram com as organizações mafiosas do leste europeu, passaram a lavar dinheiro e ganharam sofisticação.Lincoln Gakiya, promotor de Justiça do Gaeco, do MP-SP

Outras formas de arrecadação

Hoje, outras formas de arrecadação financeira utilizadas pela facção criminosa acabaram perdendo força, segundo autoridades que investigam a organização.

Desde 2002 — e com mais intensidade a partir de 2008 —, o PCC arrecadava R$ 5 milhões por ano. O dinheiro era proveniente do setor chamado “Progresso”, responsável pelo tráfico de drogas, das rifas e da “cebola”, a mensalidade cobrada de integrantes em liberdade.

A partir de 2018, o PCC aboliu a rifa, a mensalidade e outras formas de obtenção de lucro em São Paulo. Desde então, a arrecadação passou a se concentrar integralmente no tráfico dentro e fora do país.

Entre 2010 e 2012, uma prática utilizada pela facção para guardar dinheiro eram as casas-cofres. Os valores eram enterrados em um cofre em uma casa administrada por membros da organização.

Preocupação entre europeus

No site da Europol (Agência Policial Europeia), o PCC é classificado como “notório grupo criminoso”. “Há cinco anos, essa preocupação [com a facção] era mais tímida. Hoje, sou demandado quase que semanalmente por autoridades e policiais da Europa buscando informações sobre o PCC”, relata Gakiya.

A Polícia Judiciária de Portugal começou a investigar o número de presos envolvidos com o tráfico de drogas, afirma Ivana David, desembargadora do Tribunal de Justiça de São Paulo. “O número de brasileiros presos naquele país chamou a atenção nos últimos cinco anos. Durante as investigações, observou-se que se tratavam de presos faccionados.” Segundo a desembargadora, em muitos casos, os presos são procurados da Justiça, têm mandado de prisão ou estão citados em processos envolvendo a facção no Brasil.

A desembargadora também diz que a principal preocupação da Europa e dos EUA hoje é a extensão do PCC nesses países. Segundo Ivana, investigações apontam que a arrecadação não é somente financeira. “O Brasil envia drogas e recebe armas. A venda de drogas não ocorre somente em troca de dinheiro. A droga é trocada por ouro, diamante.”

No rastro do droga e do dinheiro

Integrantes da organização criminosa paulista compram a droga produzida na Bolívia e no Peru. Parte da substância entra em território nacional pela fronteira com o Paraguai e o produto final é escoado principalmente pelo Porto de Santos, em São Paulo. “Santos tem um movimento por dia intenso que facilita a atuação para o crime no que se refere ao transporte de drogas e dificulta o controle das polícias”, diz Ivana.

Na Europa, não há lideranças do PCC, mas integrantes da organização responsáveis movimentações financeiras. Nos países europeus, há operadores e doleiros que trabalham para a facção e recebem um percentual do valor da venda.

O fluxo do tráfico e do lucro obtido com o comércio ilegal de drogas também se sofisticou ao longo das três décadas de história da organização criminosa. A droga chega aos países europeus por diferentes portos.

Quando os pontos de entrada pela Europa estão sob maior fiscalização, a ordem é para que as substâncias passem antes pelos países africanos e asiáticos. Em abril de 2020, um dos principais nomes da facção Gilberto Aparecido dos Santos, 49, o Fuminho, foi preso em Maputo, capital de Moçambique. Segundo investigações, ele planejava controlar o crime no sul da África.

O dinheiro movido pelo tráfico internacional passa também pela China, segundo Gakiya. “Passa por dezenas de contas chinesas para dificultar o rastreamento”, afirma. Um dos integrantes do PCC, investigado pelo Gaeco por envolvimento com roubo a banco teve o dinheiro recebido na Holanda; depois, o valor passou pela China, chegou ao Brasil e saiu para o Paraguai, segundo o promotor.

O rastreamento depende de cooperação internacional e acordos entre países. “Temos que contar com a colaboração de outros países para rastrear o dinheiro porque o crime não tem mais fronteiras”, diz o promotor.

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Processo do assassinato de sobrinho-neto de Marina Silva chega a fase decisiva no Acre

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Dois acusados pelo crime que completou um ano em fevereiro serão interrogados na segunda-feira (19); vítima foi executada a tiros em sua própria casa

A audiência de instrução e julgamento do processo será realizada na 1ª Vara do Tribunal do Júri, no Fórum Criminal, em Rio Branco. Foto: cedida 

O caso do assassinato de Kauã Nascimento Silva, sobrinho-neto da ministra do Meio Ambiente Marina Silva, entra em fase decisiva nesta segunda-feira (19) no Fórum Criminal de Rio Branco. André de Oliveira da Silva e Denis da Rocha Tavares, acusados pelo crime ocorrido em fevereiro de 2023, serão interrogados durante audiência de instrução e julgamento na 1ª Vara do Tribunal do Júri.

Kauã, então com 19 anos, foi executado com vários tiros dentro do quarto de sua casa, na Rua Baguari, no bairro Taquari, em Rio Branco. Segundo as investigações, ele não teve chance de reação. O crime ganhou repercussão nacional por envolver um parente da ministra Marina Silva.

Na audiência desta semana, serão ouvidas testemunhas de acusação e defesa antes dos interrogatórios dos réus. Em março deste ano, o julgamento havia sido iniciado com o depoimento de duas testemunhas, mas foi suspenso.

André de Oliveira, primeiro a ser preso em setembro de 2023, é apontado como autor material do crime – teria invadido a residência e efetuado os disparos. Já Denis da Rocha Tavares, detido em dezembro passado, é acusado de fornecer a arma usada no homicídio. O caso está sendo acompanhado pela Delegacia de Homicídios da Polícia Civil do Acre.

Em março deste ano, na primeira audiência duas testemunhas chegaram a ser ouvidas, mas os trabalhos foram suspensos. Foto: cedida 

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Líder de facção é alvo de novo mandado dentro de presídio em Rio Branco

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Manoel Lopes de Souza, de 22 anos, já preso por roubo, agora é investigado por comandar ações criminosas e recrutar jovens para o tráfico mesmo em liberdade; ele também é apontado como autor de pichações com mensagens de facção.

A Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) cumpriu, nesta sexta-feira (16), um novo mandado de prisão preventiva contra Manoel Lopes de Souza, de 22 anos. O detento, que já cumpre pena por roubo e corrupção de menores, foi formalmente acusado de integrar uma organização criminosa. A ordem judicial foi executada dentro do Complexo Penitenciário de Rio Branco, onde ele já está custodiado.

De acordo com as investigações, enquanto esteve em liberdade, Manoel assumiu uma posição de liderança no setor administrativo de uma facção criminosa que atua na capital do Acre. Segundo o delegado Gustavo Neves, ele era o principal responsável por recrutar adolescentes e jovens de baixa renda para atuar no tráfico de drogas, oferecendo remunerações diárias que podiam chegar a R$ 200, conforme o volume de vendas.

Além do envolvimento direto com o tráfico, Manoel também foi identificado como o autor de diversas pichações em bairros de Rio Branco. As mensagens exaltavam a facção criminosa, demarcavam territórios e tinham como objetivo amedrontar a população. “Foi identificado como autor de várias pichações ligadas a um grupo criminoso e isso reforça o papel dele como articulador dentro da organização”, afirmou o delegado.

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Peão de 20 anos é arrastado por touro durante rodeio em Hortolândia (SP) e fica inconsciente

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Jovem de 20 anos teve o pé preso no equipamento de montaria, foi pisoteado e precisou ser entubado, mas passa bem, segundo organização do evento

De acordo com testemunhas, a fivela da botina do peão enroscou, impedindo que ele se soltasse do touro, que continuou pulando descontrolado na arena. Foto: captada 

Um peão de 20 anos sofreu um acidente grave durante a Festa do Peão de Hortolândia, no interior de São Paulo, na noite desta sexta-feira (17). O jovem ficou preso ao touro após a fivela de sua botina enroscar no equipamento de montaria, sendo arrastado e pisoteado pelo animal.

O momento foi registrado em vídeo por um espectador e mostra o peão sendo sacudido violentamente antes de ficar desacordado. Ele recebeu atendimento imediato no local e foi encaminhado ao Hospital Municipal Mário Covas pelo Samu.

De acordo com a organização do evento, o rapaz precisou ser entubado, mas seu estado é estável, sem risco de morte. Exames confirmaram que não houve fraturas. A equipe do rodeio afirmou que está prestando toda assistência necessária ao peão e à família.

O incidente reacende discussões sobre segurança em eventos de rodeio, mas a prefeitura e os organizadores afirmam que todos os protocolos foram seguidos.

Veja vídeo:

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