Acre
Mudanças climáticas, créditos de carbono e bioeconomia devem integram pauta de secretários de assuntos indígenas em fórum de governadores no Acre
Os impactos das mudanças climáticas, créditos de carbono e bioeconomia na perspectiva dos povos originários deverão integrar a pauta dos secretários estaduais dos povos indígenas no Fórum de Governadores da Amazônia. O evento será realizado no Acre nos dias 11 e 12 de abril, com o apoio do governo do Estado.

Secretária dos povos indígenas, Francisca Arara, em reunião no comitê. Foto: Dilma Tavares/Seplan
Esses assuntos, juntamente com os sistemas de salvaguardas ambientais, foram alguns dos temas tratados na reunião do Comitê Regional para Parcerias com Povos Indígenas e Comunidades Tradicionais, nesta quinta-feira, 28, em Brasília.
O encontro, que começou na quarta-feira, 27, contou com a participação de secretários de estado da área indígena e lideranças dos estados da Amazônia Legal – Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins. Ontem também participou da abertura dos trabalhos a presidente da Funai, Joênia Wapichana.

Secretária Francisca Arara (direita) é presidente do comité. Foto: Dilma Tavares/Seplan
Presidente do Comitê, a secretária extraordinário de povos indígenas do Acre, Francisca Arara, falou sobre diversos desafios, como o assédio de compradores de crédito de carbono nas aldeias e a crise climática. Os impactos extremos das mudanças do clima foram exemplificados por ela com as recentes inundações no Acre, que ocorreram em 19 dos 22 municípios do estado.
“Estamos vivendo tempos difíceis e o momento, agora, é de reconstrução”, disse a secretária, destacando que, entre os milhares de atingidos estão 161 aldeias e 2 mil famílias indígenas, abrangendo 11 mil pessoas.
No encontro, houve troca de informações sobre projetos de compra de crédito de carbono em terras indígenas e o assédio de compradores nas aldeias foi citado como uma das grandes preocupações, inclusive por se tratar de assunto complexo.
No caso da bioeconomia, ficou definida a estruturação de proposta com a perspectiva indígena sobre o tema.
A presidente da Funai destacou a importância dos debates, reforçando a necessidade dos povos indígenas dominarem os temas que possam impactar nessas comunidades, desde créditos de carbono ao acesso a financiamentos, como os voltados para o enfrentamento às mudanças climáticas.

Presidente da Funai, Joênia (esquerda) e secretária Francisca Arara. Foto: Dilma Tavares/Seplan
Joênia disse que o enfrentamento ao problema climático requer o diálogo com os povos originários e acesso aos financiamentos para a área. “Temos que assegurar que esses financiamentos estejam também voltados às proposições dos povos indígenas”, afirmou.
Conforme o secretário executivo do comitê, Carlos Ramon, os debates buscam exatamente a atualização das lideranças indígenas sobre temas estratégicos. “O objetivo é que eles estejam preparados para se posicionar e tomar decisões sobre esses assuntos”, disse, exemplificando com a questão dos crédito de carbono. A tarefa das lideranças, explicou, é se debruçar sobre esses temas e levar a informação até as aldeias.
No balanço do encontro, a secretária Francisca Arara destacou o retorno fortalecido das atividades do comitê, com ampla participação de secretários de estado da área indígena e a presença de autoridades.

Secretários de povos indígenas alinham debate sobre crise climática e outros. Foto: Dilma Tavares/Seplan
“Estamos retomando as reuniões desse colegiado fortalecidos, com o apoio dos governadores e mais preparados para estar nesses espaços de discussões e negociações, com a pauta da sustentabilidade cada vez mais forte e o entendimento de que as terras indígenas são barreiras para impedir o desmatamento” concluiu a secretária.
Também estavam presentes representantes do governo da Noruega, que financia a formação de lideranças indígenas em padrões de salvaguardas.
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Acre
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Acre
Água invade ruas, casas e deixa praça submersa

Foto: David Medeiros
A forte chuva que atinge a capital acreana desde a madrugada desta sexta-feira (26) continua causando transtornos em diversos pontos de Rio Branco. A reportagem do ac24horas Play segue acompanhando a situação e esteve no bairro Plácido de Castro, na Travessa Tabosa, onde a água já invadiu residências.
De acordo com o repórter David Medeiros, que entrou na área alagada para registrar a situação, a água tomou as ruas do bairro e invadiu várias casas. Com o avanço da enxurrada, veículos já não conseguem trafegar pelo local, e moradores precisaram retirar carros das garagens às pressas para evitar prejuízos.

Foto: David Medeiros
Ainda segundo os relatos, o sistema de drenagem não suportou o volume da chuva, problema recorrente na região. Imagens registradas pela reportagem mostram a pracinha do bairro completamente submersa.
Morador da área, Roni relatou a preocupação com o aumento constante do nível da água e o risco de transbordamento para dentro da residência. “A água tá aumentando, tá subindo. Já chegou na área da frente e na de trás, agora tá entrando dentro da casa. Toda vez que chove forte acontece isso aqui. Ainda bem que agora estão mexendo nas galerias, senão já estaria tudo debaixo d’água”, afirmou.

Foto: David Medeiros
Com a continuidade das chuvas, moradores do bairro amanheceram tentando salvar o que é possível dentro de casa, enquanto quintais e áreas externas seguem completamente alagados.
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Acre
Estrada do Calafate volta a ficar debaixo d’água em Rio Branco

Foto: Eduardo Gomes e David Medeiros
Mais uma vez, como ocorre sempre que chove, moradores da região do bairro Calafate enfrentam dificuldades para trafegar pela estrada de acesso ao bairro, que ficou alagada em razão das chuvas registradas nesta sexta-feira (26), em Rio Branco.
Imagens captadas pela reportagem mostram a via completamente tomada pela água nas proximidades da Igreja Batista do Bosque (IBB) e da Havan, área que costuma registrar transtornos recorrentes durante períodos de chuva intensa, dificultando a passagem de veículos.
O trecho é uma baixada historicamente afetada por alagamentos, o que gera preocupação entre moradores e condutores. Em meio ao avanço da água, algumas pessoas aguardam em pontos de ônibus, enquanto a mobilidade no local se torna cada vez mais comprometida.
De acordo com o coordenador municipal da Defesa Civil, tenente-coronel Cláudio Falcão, informação divulgada pelo repórter David Medeiros, a previsão é de que as chuvas continuem pelo menos até as 13h desta sexta-feira, mantendo o alerta para novos alagamentos na capital. Nas últimas 24 horas, o volume de chuva já ultrapassou os 70 milímetros em Rio Branco.

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