Cotidiano
MPF em SP oferece 27 denúncias contra representantes de empresas por fraudes à Lei Rouanet
Empresas usavam recursos públicos para festas particulares e corporativas, diz MPF. Defesa do Grupo Bellini diz que não vai se manifestar.
O Ministério Público Federal anunciou nesta quinta-feira (13) que 27 representantes de empresas foram denunciados por desvios na Lei Rouanet. Essa é a segunda parte da operação que foi batizada como “Boca Livre”. Na primeira fase foram apurados R$ 41 milhões de desvios. Agora, foram apurados mais R$ 25 milhões, num total de R$ 66 milhões.
A reportagem teve acesso a todas as denúncias oferecidas. Segundo o Ministério Público Federal foram dois tipos de desvio: em um o dinheiro que era captado para a realização de projetos aprovados era usado para festas particulares. No outro, as empresas patrocinadoras exigiam que uma parte do recurso fosse aplicada em seus próprios eventos.
“Os mecanismos da Lei Rouanet acabaram sendo desviados da sua finalidade, para justamente satisfazer interesses para dessas empresas patrocinadoras e do grupo Bellini que – na verdade promovia supostamente a realização desses eventos culturais”, afirmou a procuradora da República do MPF SP Karen Kahn.
Segundo o MPF, as empresas se apresentaram como patrocinadoras e os recursos eram aplicados de forma fraudulenta em eventos privados e corporativos, realizados pelo Grupo Bellini Cultural.
A investigação do MPF iniciou em 2011, quando o órgão recebeu uma denúncia anônima apontando fraudes cometidas pelo grupo Bellini Cultural, dirigido por Antonio Carlos Bellini Amorim, que figura como acusado em todas as 27 denúncias.
O empresário, diz o MPF, era o responsável pela assinatura de projetos culturais das empresas do conglomerado a serem financiados por meio da Lei Rouanet.
O G1 tentou contato com o Grupo Bellini e os advogados dos administradores do grupo. O advogado Luis Carlos Dias Torres, que representa os filhos Bruno e o Felipe Amorim, disse que “a defesa não vai se manifestar porque não foi notificada da denúncia”.
Lei Rouanet
A Lei de Incentivo à Cultura foi criada em 1991, no governo de Fernando Collor e ficou conhecida como Lei Rouanet, em referência ao secretário de cultura na época em que foi sancionada, Sérgio Paulo Rouanet.
Pela lei, o projeto é apresentado ao governo. Se for aprovado, começa a captação de recursos com empresas e pessoas físicas.
Em 2013, após a CGU exigir a fiscalização dos projetos, o Ministério da Cultura bloqueou repasses para duas empresas do grupo Bellini, que passou então a diversificar a apresentação dos projetos, terceirizando-os para outras empresas e emitindo notas fiscais frias por meio de firmas de funcionários ou laranjas, por exemplo, para burlar as inspeções e forjar a execução das propostas. Nas denúncias mais recentes oferecidas pelo MPF, além de Bellini, são denunciados seus filhos, funcionários da empresa, parentes do produtor cultural que eram sócios de outras empresas do grupo e os responsáveis pelos projetos em cada uma das empresas patrocinadoras envolvidas.
As fraudes do grupo Bellini dividiam-se em cinco modalidades: superfaturamento, elaboração de serviços e produtos fictícios, duplicação de projetos, utilização de terceiros como proponentes e contrapartidas ilícitas às empresas patrocinadoras.
Na primeira fase da operação, o MPF detectou que parte do dinheiro de projetos culturais chegou a ser usada para o casamento de um dos filhos de Bellini, Felipe, na praia de Jurerê Internacional, em Florianópolis.
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Mecânico que matou noiva após pedido de casamento é julgado por feminicídio em Rio Branco
Teve início nesta quinta-feira (17), no Fórum Criminal de Rio Branco, o julgamento de Simey de Menezes Costa, acusado de matar brutalmente a própria noiva, Kettely Soares de Souza, com mais de 30 facadas. O crime chocou a população pela violência e pelo fato de ter ocorrido poucos dias após um pedido público de noivado, realizado no altar de uma igreja.
A sessão está sendo realizada no plenário da 2ª Vara do Tribunal do Júri e Auditoria Militar, sob acusação do promotor de Justiça Efrain Enrique Mendonza. Simey responde por homicídio qualificado, com as agravantes de feminicídio e uso de recurso que dificultou a defesa da vítima.
O crime aconteceu na noite de 8 de junho do ano passado, em uma residência no Ramal Raimundo Saldanha, no Polo Benfica, região da Vila Acre, em Rio Branco. O corpo de Kettely só foi encontrado na manhã seguinte.
Quatro dias após o assassinato, Simey se apresentou espontaneamente à Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM), onde foi preso preventivamente.
De acordo com o Ministério Público, embora a lei que transforma o feminicídio em crime autônomo ainda não estivesse em vigor na data do crime, a qualificadora foi incluída na denúncia devido à motivação de gênero e à brutalidade do ato.
O caso atrai atenção por envolver uma relação marcada por um gesto simbólico de amor – o pedido de noivado feito diante de uma congregação religiosa – seguido por um desfecho trágico que reforça a gravidade da violência contra mulheres no Estado.
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Fluminense da Bahia inicia preparação para o Campeonato Estadual

Foto PHD: Fluminense da Bahia entra no Estadual como um dos favoritos ao título
O elenco do Fluminense da Bahia iniciou nessa quarta, 16, no CIEC da Estação, a preparação para a disputa do Campeonato Estadual de Futsal da 1ª Divisão. A competição começa no dia 12 de agosto com jogos em Rio Branco.
Elenco experiente
A diretoria do Fluminense da Bahia vem montando um grupo bastante experiente. O goleiro Jefson, o fixo Renan e os alas Victor e Matheus Ceará são nomes certos na equipe da Baixada da Sobral.
9 anos fora
O técnico Ed Carlos Maia, tricampeão Estadual pela AABB, volta a comandar uma equipe na elite do futsal acreano depois de 9 temporadas longe da beira da quadra.
“Temos um grupo qualificado e a ideia é ter um time competitivo na estreia”, declarou Ed Carlos.
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Empresários agradecem redução do IPTU em distritos industriais de Rio Branco
Empresários ligados à indústria acreana se reuniram na manhã desta quinta-feira (17), em Rio Branco, para um café da manhã em agradecimento à aprovação da lei que reduz pela metade o valor do IPTU cobrado de empresas instaladas nos distritos industriais da capital. O encontro, organizado pela Federação das Indústrias do Estado do Acre (FIEAC), contou com a presença do prefeito Tião Bocalom e de parlamentares.
A nova legislação transforma em lei um benefício fiscal que antes era concedido por decreto. “Antes, esse incentivo vinha por decreto. Qualquer nova gestão podia simplesmente acabar com ele. Agora, sendo lei, isso muda completamente o cenário, porque passa a dar estabilidade para quem está aqui e também para quem pensa em investir”, disse o deputado federal José Adriano, que também preside a FIEAC.
Segundo ele, a cobrança integral do imposto em 2023, após o fim do período de isenção concedido durante a pandemia, colocou muitas empresas em dificuldade financeira. “A gente começou a ver a preocupação de várias empresas aqui no distrito e no parque industrial. No início, buscamos a isenção total, mas entendemos que isso não passaria pelo crivo do parlamento e dos órgãos de controle. A saída foi negociar uma redução de 50%, que ainda não é o ideal, mas é o possível”, afirmou.
A carga tributária, segundo empresários, vinha levando parte das indústrias a migrarem para a zona rural, onde o custo com impostos é menor. “A área urbana começou a ficar muito cara. Isso levou empresários a buscar terrenos na zona rural, o que traz várias dificuldades, desde transporte de mão de obra até fiscalização e segurança”, comentou.
O projeto foi aprovado por unanimidade na Câmara de Vereadores e sancionado por Bocalom. Durante o evento, o prefeito defendeu a proposta como uma medida para incentivar a geração de empregos.
“Nós sempre dissemos que é preciso produzir para empregar. A prefeitura tem que criar o ambiente para quem gera emprego e renda. Queria zerar o imposto, mas Rio Branco ainda é uma capital pobre. Fizemos o que foi possível”, afirmou o prefeito.
Segundo Bocalom, a aproximação entre prefeitura e setor produtivo foi decisiva para a proposta avançar. “O que a gente não pode é criar lei que espante empresário. A ideia é ter regras que ajudem quem quer trabalhar, não atrapalhem”, disse.
A expectativa de empresários e representantes do setor é que a redução do imposto ajude a conter a evasão de empresas das áreas industriais e estimule novos investimentos.
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