Cotidiano
Marfisa Galvão fala sobre sua separação, seu futuro político e a relação com o prefeito Tião Bocalom
Evandro Cordeiro
A vice-prefeita de Rio Branco, Marfisa de Lima Galvão, é uma mulher impulsiva. Aos 42 anos, essa professora de Educação Física tem várias atividades durante o dia. Acorda cedo, dorme tarde e, entre esses dois atos, cuida dos três filhos, responde por duas das maiores secretarias da prefeitura da capital, a Ação Social e a Garibaldi Brasil, que engloba ainda o esporte. Se não bastasse, ainda é campeã do TikTok. Vez por outra, ela surge com um vídeo novo e, claro, sempre polêmico. É com essa mulher danisca que a gente conversou. Foi por telefone, mas valeu a pena. Vamos ouvir a Marfisa?
AcreNews – Como vai sua vida diante de um desafio que parece estar acima da peleja de ser mulher, mãe e professora, que é ser vice-prefeita da maior cidade do Acre, uma ocupação tradicionalmente de marmanjos?
Marfisa – Parei agora minhas atividades para responder aqui suas perguntas. É, para mim, os trabalhos têm sido mais intensos ultimamente. Desde quando assumi o mandato de vice-prefeita, até agora, os trabalhos vêm ficando mais tensos, mas ao mesmo tempo eles são satisfatórios porque à medida que você vai trabalhando e você vai vendo o resultado e a aprovação das pessoas, você vai trabalhando mais, você quer mais ideias e elas vão surgindo. Nós temos muitas coisas para fazermos ainda aqui pelo nosso município de Rio Branco.
Quanto a marmanjos, eu não acho que a política é só para marmanjo (risos). Eu tenho um grande orgulho de hoje estar como vice-prefeita da maior cidade do Estado. Tenho muito orgulho do cargo. Além de vice-prefeita, como todos sabem, também ocupo a pasta da Assistência Social, a qual compõe ainda a secretaria de Juventude, Direitos Humanos, Bolsa Família, Auxílio Moradia, Auxílio Funeral, entre outros serviços. Então ela é bastante intensa, bem trabalhosa. Ocupa a maioria do meu tempo, mas eu até agora tenho feito o que eu posso para atender todas as demandas. Quando sou convidada, claro, ainda represento o prefeito em algumas ocasiões.
AcreNews – Como é sua rotina no dia-a-dia?
Marfisa – Eu recebo as pessoas aqui na “casa amarela”, tomo um café com elas e converso. Agora, é claro que eu não tenho mais aquele tempo que eu tinha, de ficar um tempão, uma hora com as pessoas conversando. O tempo é curto. 8 horas da manhã já tenho que estar na secretaria, mas eu procuro atender a todos. Ninguém sai daqui sem ser atendido. Quando eu não consigo atender por algum motivo maior, eu remarco, a pessoa vem de novo tomar aquele cafezinho preto com a gente aqui e acaba com um bate-papo.
Às vezes, eu desço toda assanhada, que é meu jeito de ser. Depois é que eu vou tomar um banho para poder chegar na secretaria. Então, meu dia é assim. Vou cumprir as agendas. Às vezes, o prefeito Bocalom não pode ir e eu vou no lugar dele. Agora são 18h. Cheguei agorinha, daqui a pouco vou para a academia e volto para casa, mas ainda tem agenda. Ainda vou no Cidade Nova.
Acrenews – A senhora é mãe da Ana, a Marfisinha, do Pietro e da Mel. Parece muito apegada a eles. Como é dividir a prefeitura com eles?
Marfisa – Eu adoro meus filhos. O Pietro está em Brasília, não quis vir, mas eu fico com a Juliana e a Mel, que me ajudam muito. A Mel é uma menina muito inteligente, que tem me ajudado muito. Eu procuro estar próximo deles, envolvendo eles em algumas ações sociais no sábado e no domingo, que é o dia que eu tiro para fazer visitas. Eu quero que meus filhos cresçam vendo que a vida não é fácil. Eu não tive vida fácil. Você sabe: quem nasce na Cidade Nova, não tem vida fácil. Minha família era muito pobre e eu sofri muito. A minha mãe teve que me dar para eu poder ser criada. Por isso completei meus estudos. Não foi fácil.
Então, eu procuro no final de semana colocar meus filhos no carro e levar eles nesses lugares para eles conhecerem de perto. Eu faço a Mel fazer doações do que que ela não precisa. Faço a interação da Mel com outras crianças nos bairros, nos abrigos. A Mel está começando a adorar isso. Ela conhece as crianças pelo nome e essas crianças gostam dela. Então, eu procuro fazer com que meus filhos entendam que essa parte de cuidar com carinho das pessoas e garantir os direitos delas é importante. A Ana é mais cabeça e a Mel mais sentimental.
Acrenews – O prefeito Tião Bocalom tem um jeitão meio peculiar de agir. É um conhecido durão. Como é o tratamento dele com a senhora e com os servidores?
Marfisa – Esse tempo que eu estou com o Bocalom, até agora, eu não tenho percebido esse jeitão dele não. É um homem comum, que gosta de brincar. Ele só não gosta de papagaiada. Ele é uma pessoa muito séria. Dificilmente você vai ver o Bocalom falando palavrão ou tirando algum tipo de onda da cara de alguém. Ele é incapaz de praticar qualquer tipo de pressão além do normal ou assédio moral. Quando eu falo assédio moral, é você humilhar as pessoas, falar que a pessoa é feia, que a pessoa é gorda. O Bocalom é uma pessoa que se relaciona bem com todos os funcionários. Ele entra na prefeitura e sobe pelas escadas, fala com todo mundo e desce pela escada. Ele não usa elevador. Eu sei porque quando eu vou lá, eu vejo ele fazendo isso e hoje ele esteve lá na Assistência Social, foi em todas as salas, cumprimentou todo mundo.
Inclusive eu deixei ele na minha sala terminando de atender as pessoas e fui resolver outras situações. Depois encontrei ele já nas outras salas. Então, assim, é uma pessoa muito comunicativa. Ele é uma pessoa que gosta de tudo certo, que acompanha e fiscaliza. É um homem muito inteligente. Sinceramente, eu gosto muito do jeitão dele. É um jeito político de governar que a população ainda não está acostumada, mas ele é uma pessoa muito técnica e aí durante esses quatro anos a população do Acre vai saber realmente quem é Tião Bocalom, vai ter o prazer de conhecer o Tião Bocalom, assim como eu estou tendo prazer de conhecer.
Acrenews – Como vice-prefeita da capital, a senhora, às vezes, não se excede quando aparece na internet gravando coisas de pessoas comuns, viralizando no TikTok?
Marfisa – Não, eu não concordo. Primeiro que eu sou uma pessoa comum. Eu estou no momento no cargo de vice-prefeita e secretária, mas isso não me tira o direito de ser uma pessoa normal. Não sou diferente. Somos seres humanos, somos iguais, sabe. Isso nos dá o direito de erros e acertos. Existem pessoas que gostam de trabalhar, existem pessoas gostam de compartilhar, existem as que não gostam. Tem pessoas que gostam de seguir pessoas na internet, que gostam de expor sua vida, de mostrar tudo que faz, então tem pessoa para todo gosto. Eu não sou diferente de ninguém. Eu não acho que eu exagero de forma nenhuma nos vídeos que eu faço. Eu me amarro. Quem me conhece, me acompanha, sabe que eu já faço isso há muito tempo.
É claro que eu fico triste com algumas colocações de alguns jornalistas, algumas postagens. Fico triste porque, infelizmente, a gente ainda vê muito preconceito em relação a uma postura. Eu acredito que a gente tem que começar a prestar atenção no trabalho da pessoa, no trabalho que ela executa, e não no que ela faz de brincadeira. Eu não estou roubando ninguém, não estava zombando de ninguém. Eu estava apenas divulgando os vídeos que eu faço. São vídeos de pessoas que querem brincar. A gente brinca, se diverte no momento de folga. Quando estou trabalhando, mudo de postura. Eu gosto das coisas bem organizadas.
Acrenews – Algum dos seus vídeos causaram prejuízos pessoais ou políticos?
Marfisa – Eu não tive nenhum tipo de prejuízo pessoal e nem político. Ao contrário. Onde eu chego as pessoas sempre comentam positivamente. Então, tranquilo.
Acrenews – A senhora anunciou em sua página no Facebook a separação com o senador Sérgio Petecão (PSD), seu marido há mais de uma década. A senhora ainda fala nesse assunto?
Marfisa – Então, Evandro, eu acho que hoje o meu foco é o trabalho. Quem me acompanha nas redes sociais sabe que eu acordo cedo eu dou uma atenção aqui na minha casa para as pessoas que vem aqui me visitar. Quem vem pedir algum tipo de apoio, eu estou atendendo. Continuo como sempre trabalhando o dia inteiro. Não falta trabalho. Meu foco hoje é falar sobre o trabalho e trabalhar de verdade.
Acrenews – E sobre as eleições de 2022?
Marfisa – Sinceramente, eu nunca imaginei que um dia eu estaria na situação que eu estou hoje. Isso foi acontecendo na minha vida. A gente não se programa. Em relação à política, a gente não se programa. No ano passado ninguém pensava, nem passava pela minha cabeça, eu ser vice-prefeita. Eu estava matriculada, ia fazer uma pós-graduação. Então, nem passava pela minha cabeça isso tudo. As coisas vão acontecendo. O que eu acredito que me move é o meu coração mesmo, a vontade grande de estar perto daquelas pessoas que realmente acreditam que eu posso fazer alguma coisa por elas.
Quando conheci o Petecão, há 16 anos, a gente juntou o útil ao agradável. Ele fazia política e eu gostava de estar no meio das pessoas. Até hoje sou assim, mas pretensões políticas para 2022 eu não tenho. Tenho um compromisso com o Tião Bocalom, até 2024, como vice-prefeita. Eu não tenho projeto político nenhum. Meu único projeto é terminar esses quatro anos e trabalhar muito porque a gente quer cumprir tudo que a gente prometeu.
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Na Baixada da Sobral, arte marcial vira ferramenta de transformação social

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Em meio aos desafios enfrentados pela periferia de Rio Branco, uma iniciativa vem se destacando como símbolo de esperança. É na Baixada da Sobral, no bairro Bahia Nova, tradicional reduto de força e resistência, que o mestre e professor de Kung Fu, Nill Figueiredo, está plantando as sementes da mudança por meio da arte.
O projeto social que ele idealizou teve sua primeira atividade nesta quinta-feira (12), na Escola Tancredo Neves. Voltado para alunos de escolas públicas e para moradores da comunidade, o programa oferece aulas gratuitas de Kung Fu e Tai Chi Chuan, além de fornecer uniformes, equipamentos de treino e luta e acompanhamento para a progressão nas graduações das artes marciais.
Mas a proposta vai muito além dos golpes e movimentos precisos. A arte marcial é usada como instrumento de disciplina, autocontrole e cidadania. Para participar, os jovens precisam manter frequência escolar, boas notas e bom comportamento dentro e fora da sala de aula. “Queremos formar não apenas atletas, mas cidadãos comprometidos”, diz o professor Nill.
A meta do projeto é alcançar 800 alunos em 12 escolas da capital acreana, ampliando o alcance nas regiões que mais precisam de oportunidades. E os primeiros resultados já são visíveis.
Maria José, moradora da região e mãe de três alunas do projeto, relata uma mudança marcante no dia a dia das filhas. “Depois que começaram no Kung Fu, ficaram mais calmas”, conta emocionada.
Em uma região muitas vezes marcada pela exclusão e pela ausência do poder público, a arte resiste. E mais do que isso: transforma. Na Baixada da Sobral, o Kung Fu está ensinando mais do que defesa pessoal — mostrando que disciplina, respeito e perseverança também podem nascer na periferia. E florescer.
O gestor da escola, Laézio Lira, espera que a prática esportiva entre os alunos melhore o nível competitivo. Segundo ele, a seletiva criou um modelo de interação saudável.
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Larva em comida do RU da Ufac viraliza e gera revolta entre estudantes
Postagem em perfil de humor universitário mostra suposto inseto em refeição do Restaurante Universitário; comunidade reage com ironia e cobra posicionamento

Na imagem, aparece a frase “Servidos, calouros?”, acompanhada da conversa de um direct com a foto do prato. O conteúdo viralizou e foi rapidamente compartilhado em grupos de WhatsApp e perfis de estudantes.
Uma foto que circulou nesta quinta-feira (12) no perfil “Spotted UFAC” no Instagram causou polêmica ao mostrar o que parece ser uma larva em um prato de comida servido no Restaurante Universitário (RU) da Universidade Federal do Acre. A imagem, acompanhada da legenda irônica “Servidos, calouros?”, rapidamente viralizou entre estudantes e servidores.
Repercussão imediata:
Publicação original recebeu centenas de interações em poucas horas
Comentários ironizavam a situação: “Proteína extra no cardápio” e “Kinder Ovo do RU”
Imagem foi amplamente compartilhada em grupos de WhatsApp da comunidade acadêmica
Caso reacende críticas recorrentes sobre a qualidade da alimentação no campus
A Ufac, procurada pela reportagem, ainda não se pronunciou oficialmente sobre o ocorrido. O RU é um dos principais serviços de assistência estudantil da instituição, atendendo diariamente centenas de alunos com refeições subsidiadas.
Este não é o primeiro caso do tipo: em 2022, estudantes já haviam registrado queixas semelhantes sobre a presença de corpos estranhos nas refeições. A comunidade aguarda uma manifestação da administração universitária sobre as medidas de controle de qualidade que serão adotadas.
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PMAC recupera motocicleta furtada em Brasileia e prende condutora
Mulher que pilotava veículo alegou ter comprado a moto de terceiros; caso ocorreu durante patrulhamento do Giro no bairro José Peixoto

A condutora, que afirmou ter comprado o veículo ilegalmente, foi presa em flagrante por receptação e levada à delegacia junto com a motocicleta. Foto: cedida
O Grupamento de Intervenção Rápida e Ostensiva (Giro) do 5º Batalhão da Polícia Militar do Acre recuperou na noite desta quinta-feira (12) uma motocicleta Honda/CG 150 Titan que havia sido furtada em 1º de junho em Brasileia. A ação ocorreu durante patrulhamento de rotina no bairro José Peixoto.
Como ocorreu a apreensão:
A guarnição recebeu denúncia sobre o paradeiro do veículo furtado
Policiais localizaram uma mulher pilotando a motocicleta
A condutora afirmou ter adquirido o veículo de um terceiro não identificado
Diante da inconsistência na documentação, a PMAC efetuou a prisão em flagrante
A motocicleta, avaliada em aproximadamente R$ 15 mil, foi encaminhada para perícia, enquanto a suspeita foi levada à Delegacia de Brasileia para prestar esclarecimentos. O caso será investigado como receptação de bem furtado, crime previsto no artigo 180 do Código Penal, com pena de 1 a 4 anos de detenção.
Esta é a terceira recuperação de veículos furtados realizada pelo Giro somente neste mês em Brasileia, reforçando a atuação ostensiva da PMAC na fronteira acreana. A polícia busca agora identificar a rede de receptadores que atua na região.
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