Cotidiano
Mãe de picolezeiro morto por policial penal diz que briga começou após ele defender uma pessoa: ‘Perdi meu filho’
Caso ocorreu nesse sábado (12), em um bar na capital acreana. Polícia diz que policial penal atirou em picolezeiro pelas costas e vai ser indiciado por homicídio doloso.
![](https://oaltoacre.com/wp-content/uploads/2020/12/gilcimar-660x970.jpg)
Vendedor de picolé Gilcimar da Silva Honorato foi morto nesse sábado (12), em Rio Branco — Foto: Arquivo
Por Alcinete Gadelha
A família do vendedor de picolé Gilcimar da Silva Honorato, de 38 anos, morto com dois tiros nesse sábado (12), disse que ele nunca esteve envolvido em brigas e que no momento em que ele foi morto tentava defender uma pessoa que estava sendo agredida pelo policial penal Alessandro Rosas Lopes.
Honorato foi atingido com dois tiros pelas costas disparados por Lopes. O crime ocorreu nas proximidades de um bar no Conjunto Esperança, em Rio Branco. O suspeito disse que agiu em legítima defesa, após ter sido atingido por uma facada no ombro dada pela vítima. Já a polícia afirma que tem um vídeo que confirma que o policial penal cometeu um homicídio doloso – quando há intenção de matar.
“Sei que ele estava vendendo picolé, passou pelo bar e esse agente estava bebendo, quando ele passou pelo local, teve um deles que chamou meu menino para comprar picolé. Ele fez a volta e vendeu o picolé e tinha essa briga dentro do bar, esse homem da polícia batendo no outro e, como ele conhecia todo mundo lá, foi tentar interromper a briga”, contou a mãe de Honorato, Lucinda Severo.
O advogado Alcides Pessoa, que acompanhou o policial penal na delegacia, confirmou a versão de que houve a discussão com uma terceira pessoa.
“Ele [Alessandro] comentou que teve a discussão e que não era com o Gilcimar, foi com um terceiro. Não falou o nome. Aí parece que o picolezeiro se meteu e houve a briga, teve empurrões e lá ele bateu no cara [Gilcimar], que puxou a faca e esfaqueia, tentando acertar ele [Alessandro] na face, que desvia e acerta no ombro. Nesse momento, ele corre para o carro, e contou que o Gilcimar correu atrás dele, só que quando viu que tinha pegado a arma, correu e ele atirou. Essa foi a informação que ele repassou”, contou.
O advogado disse ainda que o delegado desqualificou a tese de legítima defesa e que no início da manhã deste domingo (13) ainda aguardava para ser chamado para a audiência de custódia.
“A defesa vai tentar trabalhar para manter a legítima defesa, ele foi esfaqueado, desviou. Se não desvia, teria pegado no rosto ou pescoço dele e poderia ter ido a óbito. Então, foi uma reação espontânea e até profissional. Até porque ele é um agente de segurança pública. A defesa vai trabalhar e vamos pegar tudo o que for preciso para dar um julgamento justo”, acrescentou.
![](https://oaltoacre.com/wp-content/uploads/2020/12/img-20201212-wa0023-660x650.jpg)
Alessandro Lopes está preso na Defla por homicídio doloso pela morte de Gilcimar da Silva Honorato — Foto: Arquivo pessoal
Quero justiça’
Abalada, a mãe disse que passou mal quando recebeu a notícia. Ela pede justiça pela morte do filho. Lucinda contou que o vendedor deixou um filho e lamentou, porque ele é quem a ajudava.
“Quero justiça. Porque do jeito que ele fez com o meu filho, pode fazer com qualquer outro, e até mesmo com uma mulher. Nunca vi um policial bêbado, no bar a noite toda com uma arma de fogo. Ele já vem com intenção de fazer o mal a qualquer um próximo. Eu tinha dois homens e duas mulheres e fiquei com um homem só. Ele quem me ajudava em tudo, fazia o dinheirinho dele e mandava para mim. Perdi meu filho. Não sei o que eu faço”, chorou.
Indiciado
O policial penal foi indiciado por homicídio doloso pela morte de Honorato. Ele está preso na Delegacia de Flagrantes de Rio Branco (Defla) e aguardava pela audiência, que deve ocorrer ainda neste domingo.
Segundo a Polícia Civil, Lopes alegou legítima defesa quando foi preso pela Polícia Militar, mas, imagens de câmeras de segurança de uma casa próxima mostraram que ele correu atrás do picolezeiro e atirou nas costas da vítima.
Honorato foi morto com dois tiros após uma discussão no bar. Ele e o policial penal discutiram e entraram em luta corporal durante a confusão. O servidor público alegou, quando foi preso, que tinha sido perseguido pela vítima, pegou a arma no carro e atirou para se defender.
O advogado disse que a defesa ainda não teve acesso ao vídeo e nem aos depoimentos prestados na delegacia.
Após os disparos, Lopes saiu do local em seu carro, mas a população anotou a placa do veículo e repassou para a PM. Ele foi encontrado horas depois em casa e levado para a delegacia.
O picolezeiro ainda chegou a ser socorrido por uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), levado ao pronto-socorro, mas morreu após ter uma parada cardiorespiratória.
À Rede Amazônica Acre, o delegado plantonista da Defla que atendeu o caso, Adriano Araújo, disse que o policial penal permaneceu calado durante o depoimento. Contudo, ele usou o relato que o servidor público tinha dado à PM no momento em que foi preso em casa.
“Alegou uma possível legitima defesa, afirmando que o picolezeiro entrou em perseguição com ele e, no momento em que conseguiu pegar a arma no veículo, desferiu disparos para parar uma injusta agressão. Porém, as imagens mostram o contrário, mostram que o picolezeiro deu uma facada que atingiu o ombro do Alessandro e após isso ele se afasta e sai correndo do ambiente. Nessa oportunidade, o Alessandro vai até o carro dele, pega a arma de fogo, sai em perseguição e atira pelas costas do Gilcimar, que veio a óbito”, afirmou.
O delegado acrescentou ainda que a polícia apreendeu a faca utilizada pelo picolezeiro e o revólver do servidor público. “Está sendo autuado por homicídio doloso por conta das imagens captadas de uma casa vizinha de onde aconteceram os fatos e por diligências que fizemos no IML, que comprovam que os dois disparos que desferiu atingiram as costas do Gilcimar”, finalizou.
Iapen acompanha o caso
O Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Iapen-AC) informou que também acompanha, juntamente com a Corregedoria do órgão, o caso. A direção argumentou ainda que vai tomar as medidas administrativas cabíveis, mas que, por enquanto, a situação está a cargo da Polícia Civil e do Poder Judiciário.
Uma nota, assinada pelo presidente da Associação dos Servidores do Sistema Penitenciário do Acre (Asspen), Eden Azevedo, afirma que o policial penal agiu em legítima defesa, após ter sido atingido pela vítima com um golpe de faca no ombro.
“É importante salientar, que o policial penal só sacou a sua arma após ser ferido por um golpe de faca, desferido pelo Sr. Gilcimar, na direção de seu pescoço, ferindo o ombro do agente de segurança pública”, destacou.
A associação acrescentou também que acompanha o caso e acredita que a Polícia Civil vai elucidar os fatos.
Comentários
Cotidiano
Nuvens carregadas persistem no Acre nesta sexta-feira, alerta Censipam
De acordo com o órgão, o oeste acreano terá céu nublado a encoberto, com possibilidade de chuva a qualquer hora do dia. Já na capital, Rio Branco, e nas demais regiões, o sol aparece entre muitas nuvens
![](https://oaltoacre.com/wp-content/uploads/2025/02/brasileia-660x452.jpeg)
Em Assis Brasil, Brasiléia, Epitaciolândia, Capixaba e Xapuri as temperaturas oscilam entre a mínima de 21°C e a máxima de 33ºC.
O Acre segue sob influência de instabilidade atmosférica nesta sexta-feira (7), conforme o Centro Gestor do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam). O fluxo de umidade em baixos níveis da atmosfera mantém o tempo fechado em grande parte do estado.
De acordo com o órgão, o oeste acreano terá céu nublado a encoberto, com possibilidade de chuva a qualquer hora do dia. Já na capital, Rio Branco, e nas demais regiões, o sol aparece entre muitas nuvens.
Confira abaixo as temperaturas por região.
Alto Acre
Em Assis Brasil, Brasiléia, Epitaciolândia, Capixaba e Xapuri as temperaturas oscilam entre a mínima de 21°C e a máxima de 33ºC.
Baixo Acre
Mínima de 22°C e máxima de 32ºC são as temperaturas registradas em Acrelândia, Bujari, Plácido de Castro, Porto Acre, Senador Guiomard e Rio Branco.
Vale do Juruá
Já em Cruzeiro do Sul, Mâncio Lima, Marechal Thaumaturgo, Porto Waltere Rodrigues Alves os termômetros ficam entre 23ºC e 31ºC.
Vale do Purus
Em Manoel Urbano, Santa Rosa do Purus e Sena Madureira faz entre 22ºC e 31ºC.
Vale do Tarauacá/Envira
Por fim, em Feijó, Tarauacá e Jordão as temperaturas variam entre 23ºC e 31ºC.
Publicidade:
📢 Anuncie Aqui Você Também! 🚀
Destaque sua marca e sua empresa nas plataformas do Jornal O Alto Acre! 📰✨
Apareça para milhares de leitores e seguidores todos os dias, a qualquer hora.
✅ Aumente sua visibilidade
✅ Alcance mais clientes
✅ Impulsione suas vendas
Não perca essa oportunidade! Entre em contato agora e leve sua marca ainda mais longe!
📲 WhatsApp (68) 99214 – 2033
Comentários
Cotidiano
Após veto, PL que proíbe nomeação de condenados por violência doméstica e sexual é reapresentado em Rio Branco
Vereadora Elzinha Mendonça apresentou novamente, na última quarta (5), o Projeto de Lei que proíbe a nomeação em cargos públicos municipais. Prefeito Tião Bocalom vetou PL em 2024
![](https://oaltoacre.com/wp-content/uploads/2025/02/1-3-660x372.jpeg)
Projeto de Lei visa proibição de condenados por violência doméstica volta para a câmara. Foto: Reprodução
A vereadora Elzinha Mendonça apresentou novamente, na última quarta-feira (5), o Projeto de Lei que proíbe a nomeação de pessoas condenadas por violência doméstica ou familiar e sexual em cargos públicos municipais. O PL foi vetado pelo prefeito Tião Bocalom no início de dezembro do ano passado depois de ter sido aprovado pela Câmara de Vereadores da capital.
O veto se baseou no entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) contra a caracterização de condenações anteriores e penas já cumpridas como maus antecedentes. Além disso, o veto questionou a competência do legislativo municipal para tratar sobre o tema.
Cerca de dois meses depois, a vereadora justificou que atualizou a redação do PL, fez os ajustes sugeridos pela Procuradoria Jurídica da Câmara Municipal e que o projeto mantém o mesmo objeto e essência da versão anterior.
“Trata-se de uma medida que encontra sustentação tanto no ordenamento jurídico brasileiro quanto em princípios sociais e éticos fundamentais, e que se justifica pelo imperativo de se garantir que o exercício de funções públicas, especialmente em cargos administrativos e políticos, seja pautado pela moralidade, integridade e respeito aos direitos humanos”, disse.
Aprovação do projeto
Os vereadores de Rio Branco aprovaram, em outubro do ano passado, o projeto proibindo a nomeação de pessoas condenadas por violência doméstica ou familiar e sexual em cargos públicos municipais, durante sessão no dia 24 de outubro. Na ocasião, o Projeto de Lei Ordinária (PLO) n.º 28/2024 foi aprovado por sete votos a um.
“A aludida vedação inicia com a certificação do trânsito em julgado da decisão judicial de condenação definitiva e se encerra com a sentença judicial que julga extinta a punibilidade pelo cumprimento integral da pena”, afirmava o paragrafo único do PLO.
A proibição, segundo o texto, seria válida apenas após o trânsito em julgado e durante o cumprimento da pena.
O texto revogava a Lei 2.321/2019, de autoria do então vereador Mamed Dankar, aprovado em uma legislatura anterior. Elzinha reconheceu que um projeto semelhante já havia sido aprovado, mas afirmou que este amplia para além da violência doméstica, que era a abrangência do texto anterior.
O único parlamentar que votou contra o projeto foi o vereador não reeleito Arnaldo Barros (Podemos). Para ele, o texto dava margem para injustiças, e culpou até mesmo a imprensa por supostas “armações”.
Comentários
Cotidiano
Gerido por Marina Silva, Fundo Amazônia recebeu R$ 990 milhões em 2024
Os Estados Unidos fizeram o terceiro maior repasse, de R$ 276 milhões, equivalente a 28% do total. A continuidade das doações norte-americanas, porém, está sob risco após a posse de Donald Trump na presidência
![](https://oaltoacre.com/wp-content/uploads/2025/02/2K1P106-660x440.jpeg)
Os recursos são destinados a projetos de prevenção e combate ao desmatamento, além de iniciativas de conservação florestal. Foto: internet
Gerido pela ministra de Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, a acreana Marina Silva, o Fundo Amazônia recebeu R$ 990 milhões em doações em 2024. O valor é 5 vezes maior que o registrado em 2023, quando arrecadou R$ 150 milhões.
O Fundo Amazônia foi criado em 2008 e é a principal ferramenta de captação de recursos internacionais para preservação e desenvolvimento sustentável na Amazônia Legal. Os recursos são destinados a projetos de prevenção e combate ao desmatamento, além de iniciativas de conservação florestal.
O montante dos recursos foi alcançado após o fundo ficar paralisado de 2019 a 2022, durante o governo de Jair Bolsonaro. Reino Unido, Noruega, Estados Unidos, Alemanha, Dinamarca e Japão foram os países doadores em 2024. Em 2023, apenas Alemanha, Estados Unidos e Suíça haviam contribuído.
Os Estados Unidos fizeram o terceiro maior repasse, de R$ 276 milhões, equivalente a 28% do total. A continuidade das doações norte-americanas, porém, está sob risco após a posse de Donald Trump na presidência. Trump declarou que retirará o país do Acordo de Paris sobre mudanças climáticas, da Organização das Nações Unidas (ONU), e desfará medidas ambientais do governo Joe Biden.
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), administrador do fundo, negocia novos repasses de R$ 400 milhões nas próximas semanas – R$ 314 milhões do Reino Unido e R$ 86 milhões da Dinamarca.
Criado em 1º de agosto de 2008, o Fundo Amazônia tem como principal objetivo captar recursos para investir em ações de prevenção, monitoramento e combate ao desmatamento, bem como para promover a conservação e o uso sustentável da Amazônia Legal.
Combate a incêndios no MT
No último dia 24, o Ministério de Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) anunciou que o Fundo Amazônia destinará R$ 45 milhões para fortalecer a estrutura do Corpo de Bombeiros Militar do estado do Mato Grosso.
Mato Grosso é o oitavo estado a receber apoio para ações de prevenção e combate a incêndios florestais, que totalizam R$ 405 milhões do Fundo, em valores não reembolsáveis, na Amazônia Legal. O projeto compreende aquisição de um helicóptero e acessórios, capacitação de agentes públicos, sensibilização de comunidades locais e formação de brigadas, ampliando os serviços prestados pela corporação.
A destinação de recursos para os estados da Amazônia Legal que apresentarem projetos para prevenção e combate a incêndios foi aprovada pelo Comitê Orientador do Fundo Amazônia (COFA) em 2023, após a retomada do Fundo e do comitê.
Publicidade:
📢 Anuncie Aqui Você Também! 🚀
Destaque sua marca e sua empresa nas plataformas do Jornal O Alto Acre! 📰✨
Apareça para milhares de leitores e seguidores todos os dias, a qualquer hora.
✅ Aumente sua visibilidade
✅ Alcance mais clientes
✅ Impulsione suas vendas
Não perca essa oportunidade! Entre em contato agora e leve sua marca ainda mais longe!
📲 WhatsApp (68) 99214 – 2033
Você precisa fazer login para comentar.