Acre
Mãe de adolescente morto por ex-sargento do trisal lamenta decisão judicial no Acre: ‘Ele implorou para não morrer’
Erisson de Melo Nery, conhecido por formar um trisal e por outra tentativa de homicídio, foi condenado a oito anos de prisão em regime semiaberto no último dia 22 de novembro. O outro denunciado, Ítalo de Souza Cordeiro, foi absolvido pelo Tribunal do Júri em Rio Branco.

Ficou comprovado que Fernando não estava armado no momento que foi morto por ex-sargento. Foto: Arquivo pessoal
“Ele não só matou meu filho, ele exibiu o menino como troféu, tripudiou em cima da morte dele”. Este é o relato de Ângela Maria de Jesus, de 51 anos, mãe do adolescente Fernando de Jesus, de 13 anos, morto em 2017 quando tentou furtar a casa do ex-sargento da Polícia Militar, Erisson de Melo Nery, em Rio Branco. Em entrevista exclusiva ao g1, ela lamentou a decisão judicial que condenou Nery a oito anos de prisão em regime semiaberto e absolveu o outro réu, Ítalo de Souza Cordeiro, na última sexta-feira (22).
A reportagem não conseguiu contato com as defesas dos réus até a última atualização desta reportagem.
Sete anos após a morte de Fernando, Ângela relatou a curta trajetória de seu filho, que era dependente químico e que, segundo ela, por esse motivo teria entrado na casa do ex-sargento para furtar itens e vender. Conforme a denúncia, na manhã do dia 24 de novembro de 2017, Nery matou o adolescente com pelo menos seis tiros, no intuito de “fazer justiça pelas próprias mãos”, e alterou a cena do crime. O caso ocorreu no Conjunto Canaã, bairro Areal, em Rio Branco.
Ângela diz que descobriu, posteriormente, que o filho foi induzido por outros jovens a entrar na casa do policial, por ser pequeno e conseguir passar por lugares menores.
“Esse policial que matou meu filho falou que ele tinha entrado para assaltar e ele não entrou para assaltar. Ele foi junto com dois caras que ‘convidaram’ ele, porque sabia que ele era pequeno. Eles colocaram o Fernando para subir e abrir o portão para eles entrarem para furtar. Eles tinham pegado televisão e várias coisas e tinha deixado no portão para levar”, narra ela.
Ainda de acordo com a denúncia, ao perceberem a chegada de uma viatura da polícia, os dois maiores de idade conseguiram pular o muro e fugir, enquanto que Fernando de Jesus foi deixado para trás pelos comparsas e acabou morto pelo policial. Ângela descreve que ficou sabendo da morte do filho através de grupos de notícias, mesmo a casa do policial não sendo distante da dela.
“Eu fui buscar meus filhos na escola e passei de frente da rua que ficava a casa do policial e não tinha movimentação de nada, não tinha carro de polícia, não tinha nada. Estava lavando roupa no fundo do quintal, aí escutei uma sirene ligada. Falei assim pro meu esposo: ‘aconteceu uma coisa muito grave, porque a ambulância passou voada no meio da rua’, afirma.
Meia hora depois, o cunhado de Ângela chegou informando que haviam fotos do filho dela morto sendo compartilhadas em um grupo no WhatsApp.
“Pelo que dá para ver na foto, tem a bota do policial, então deve ter sido ele mesmo que tirou a foto e postou em algum grupo que vazou. Na hora que aconteceu, os vizinhos me disseram que ele trancou o portão e ficou sozinho lá e só depois as pessoas foram chegando. Tinha uma loja de material de construção na beira da rua, que tinha um muro, e teve gente que atrepou [sic.] em cima do muro e viu as coisas que ele estava fazendo lá”, sustenta ela.

Sargento do trisal foi condenado a 8 anos em regime semiaberto pela morte de adolescente. Foto: Arquivo pessoal
‘Não tinha necessidade de ter matado’
Inicialmente, a mãe de Fernando diz que soube por testemunhas que, no momento da morte, o filho estava sozinho e desarmado. Primeiramente, o policial teria atirado na perna do garoto e que Fernando teria implorado pela vida.
“Ele mesmo pediu para ele não matar ele, que levasse ele pra delegacia, e ele continuando atirando no menino. Ele implorou para não morrer”, narra ela.
As informações recebidas pela mãe dão conta ainda de que o crime teria ocorrido por volta das 11h e o ex-sargento teria ficado trancado com o garoto por volta de uma hora dentro da casa e, somente após ter lavado o corpo para limpar o sangue, chamou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que apenas pôde atestar o óbito. Ela garante que durante esse período, teriam colocado a arma para fingir que seu filho estava armado e também lavado o corpo dele.
“Eu sei que ele estava furtando, que ele fazia coisas erradas, mas não tinha necessidade de ter matado o menino, podia muito bem ter pegado o menino, ter espirrado spray de pimenta nele, levado para a delegacia, encaminhado para o Conselho Tutelar, pedido para recolher ele na pousada, não tinha necessidade de ter matado […] ele é policial, sabe que o barulho que o menino estava fazendo era a agonia da morte. Aquilo para mim foi o fim”, disse ela.
‘Exibiu o menino como troféu’
Ângela ainda contesta a quantidade de tiros informada pela polícia, já que na autópsia foram constatadas 10 perfurações em Fernando. Ela conta que ainda que, mesmo Fernando sendo dependente químico, nunca foi agressivo, não estava armado e tinha porte de criança, não apresentando perigo ao ex-policial.
“Ele ficou tripudiando em cima da morte, dizendo que tinha dado seis tiros nele e que lutou com o menino. Não tem nem cabimento, porque a pessoa quando pega um tiro daquela arma, já fica imobilizado […] se ele [Fernando] fosse um homem adulto, eu ficaria até calada. Se ele estivesse armado, eu até que entenderia, mas era um menino de 13 anos, bem magrinho, desnutrido por conta da dependência química, ele quase não comia, só queria saber de usar droga. Ele não só matou meu filho, ele exibiu o menino como troféu, ele tripudiou em cima da morte dele”, evidencia Ângela.
Ângela também afirma que teve o apoio das pessoas do bairro onde morava, pois viram que a ação do ex-policial foi desproporcional no momento do ocorrido.
“Ninguém nunca achou que o que ele [Fernando] fez foi certo. Todo mundo sabia que meu filho estava errado em ir roubar, mas não dava o direito dele [Erisson Nery] ter feito o que ele fez. Era para ele ser um policial correto, ele tinha que ter feito o correto, que era proteger as pessoas e não executar”, lamenta ela.
Velório e intimidações
A mãe de Fernando afirma que quando velou o corpo do filho, se sentiu perseguida e sofreu muito porque observava uma viatura policial passando constantemente em frente à igreja onde o corpo estava sendo velado. “Ficaram me oprimindo. Ninguém ficou no velório, todo mundo foi embora com medo”, conta ela.

Fernando era dependente químico desde muito novo e acabou entrando na casa do ex-sargento para furtar. Foto: Arquivo pessoal
Ângela diz ainda que, após a morte de Fernando, os jornais locais repercutiram a história, mas depois não teve mais respostas judiciais e decidiu postar um desabafo na internet. No entanto, ela recebeu ameaças para retirar a publicação.
“Pedi para minha filha postar porque eu achava o cúmulo uma pessoa fazer o que ele fez e ficar por isso mesmo. Aí eu não sei se era ele ou quem era, mas começou a mandar mensagem para minha filha pedindo para ela retirar [a publicação], porque disse que a gente estava ofendendo e ameaçando ele. Aí a minha filha retirou, ela ficou arrasada”, declara.
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Mailza arrecada mais de 2 mil brinquedos para crianças com Corrida Solidária
A Corrida Solidária com Mailza, realizada neste sábado, 13, reuniu milhares de corredores em um grande ato de solidariedade, esporte e celebração da vida. Promovida pela vice-governadora Mailza Assis, em comemoração ao seu aniversário, a iniciativa arrecadou mais de 2 mil brinquedos, que serão destinados a crianças em situação de vulnerabilidade neste Natal.
Com clima favorável, sol aparecendo ao longo do percurso e muita animação, a corrida transformou-se em uma verdadeira festa popular. Antes da largada, os participantes cantaram parabéns para a vice-governadora. Ao final, além da entrega das medalhas, teve bolo de aniversário e um animado banho de mangueira garantido pelo Corpo de Bombeiros, fechando o evento em clima de alegria e confraternização.
Mailza agradeceu a participação do público e destacou o significado da ação. “Quero agradecer a cada pessoa que colaborou, que sonhou comigo esse momento, que trouxe um brinquedo e participou dessa corrida. É um gesto que simboliza compartilhar, solidarizar com as famílias que mais precisam, especialmente as nossas crianças. Também é cuidar da saúde, rever amigos e viver um momento de descontração. Esse evento foi preparado com muito amor e carinho, e juntos vamos fazer um Natal diferente para muitas crianças”, afirmou ela que também é secretária de Assistência Social e Direitos Humanos.
Entre os participantes, histórias de inclusão e afeto marcaram o evento. Regimar Souza do Nascimento e Leide Fernandes prestigiaram a corrida acompanhados da filha Jayane, de 24 anos, que tem paralisia cerebral.
“Ela quis vir, disse: ‘mãe, eu quero ir’. Trouxemos ela para participar e também homenagear o aniversário da vice-governadora”, contou Leide.
Regimar também parabenizou a iniciativa. “É uma ação linda. Ela transforma o próprio aniversário em um presente para quem mais precisa, para as crianças. Isso é algo que Deus abençoa, e que inspira outras pessoas a fazerem o bem”, afirmou.
Entre os grupos que mais chamaram atenção pelo entusiasmo esteve o Funcional da Polícia Militar do Acre, formado exclusivamente por mulheres, que chegaram animadas e abrilhantaram ainda mais a festa.
“Foram mais de 100 mulheres aqui. As meninas estavam muito ansiosas para participar, porque é um evento solidário. Nós trabalhamos em bairros periféricos, como Cidade do Povo, Taquari e também na Arena da Floresta. Ao todo, são 106 mulheres, todas muito alegres e felizes por estarem aqui hoje”, relatou a instrutora Halida Prado.
Resultados da corrida
Na categoria masculina, o grande vencedor foi Kauan Vitor, seguido por Jefferson Ramos em segundo lugar e Manoel Cunha em terceiro.
Kauan parabenizou a vice-governadora e ressaltou a importância do esporte aliado à solidariedade.
“Sou da corrida amadora há dois anos. Além de promover o esporte, essa ação ajuda as crianças do nosso Acre. Nem todo mundo consegue dar um presente no Natal, então é maravilhoso poder ajudar fazendo o que a gente ama”, disse.
Jefferson Ramos, corredor amador há dez anos, destacou os benefícios da prática esportiva.
“Qualquer esporte é importante para a nossa saúde. Depois da pandemia, as pessoas passaram a se cuidar mais. E hoje, além disso, estamos fazendo o bem”, ressaltou.
Na categoria feminina, Dalvanir Alves conquistou o primeiro lugar, seguida por Fran Melo em segundo e Juliane Souza em terceiro. Dalvanir celebrou a iniciativa.
“Uma oportunidade maravilhosa de incentivar o exercício físico e, ao mesmo tempo, proporcionar um Natal mais feliz para as crianças. A vice-governadora festejou seu aniversário da melhor forma, junto à população”, destacou.
Fran Melo, corredora profissional há oito anos, também elogiou o evento. “Foi uma ação linda. Quem ganha de verdade são as crianças, porque as doações foram brinquedos. Parabéns à vice-governadora por essa iniciativa”, afirmou.
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Mototaxista e passageira ficam feridos após caminhonete desgovernada causar acidente em Brasiléia
Veículo atingiu motocicleta e derrubou parte do muro do cemitério municipal na Avenida Rui Lino
Um acidente envolvendo uma caminhonete Toyota Hilux e um mototáxi deixou duas pessoas feridas na manhã deste sábado (13), por volta das 9h20, na cidade de Brasiléia. O caso ocorreu na Avenida Rui Lino e mobilizou equipes de socorro e autoridades de trânsito.
Segundo informações preliminares, a caminhonete Hilux, placa MZY-8979, era conduzida por uma mulher, que não teve a identidade divulgada. Testemunhas relataram que a motorista teria se atrapalhado com os pedais do veículo, que possui câmbio automático, ao sair de um comércio localizado do outro lado da avenida. Com isso, o veículo atravessou a via e colidiu de ré contra o muro do cemitério municipal.
No momento do descontrole, um mototáxi passava pelo local. O condutor, identificado como Assis Leite, ex-vereador de Epitaciolândia, transportava uma passageira na garupa. Com o impacto, o mototaxista sofreu um corte na perna direita,
enquanto a passageira teve escoriações.
Por pouco, a caminhonete não passou por cima da motocicleta. O impacto ainda derrubou parte do muro do cemitério. A motorista permaneceu no local e prestou esclarecimentos às autoridades.
As vítimas foram socorridas e encaminhadas ao hospital para atendimento médico, onde permaneceram em observação. As autoridades competentes foram acionadas e apuram as circunstâncias do acidente.
Segundo foi informado, o mototaxista após análise completa na sala vermelha do hospital de Brasileia, onde passou por todos os procedimentos necessários, logo foi transferido para Rio Branco devido a gravidade do estado dele. Assis sofreu fratura exposta na Tíbia e Fíbula do membro inferior direito, e ao chegar na Capital, iria passar por cirurgia de reparação para fazer a fixação dos ossos da perna. A passageira teria suspeita de fraturas em alguma costelas.
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Militar do Exército fica ferido em acidente de moto na BR-317, em Epitaciolândia
Colisão com caminhonete ocorreu em frente ao Fórum e deixou condutor com fratura no fêmur
Um acidente de trânsito foi registrado na noite desta sexta-feira (12), na BR-317, em frente ao Fórum de Epitaciolândia. O condutor de uma motocicleta, identificado como Maurício Custódio Alves, militar do Exército Brasileiro, ficou ferido após colidir com uma caminhonete Hilux, placas NXR4D78. Motorista não foi identificado.
De acordo com informações apuradas no local, Maurício seguia de Epitaciolândia em direção à rodovia BR-317 quando a caminhonete realizou uma manobra de retorno. O motociclista, que pilotava uma moto boliviana modelo Kingo, placa NF-6637, acabou colidindo frontalmente com o veículo.
Com o impacto, o militar sofreu fratura no fêmur da perna direita, além de um corte profundo na região atingida. Apesar da gravidade, a fratura não ficou exposta.
Equipes de socorro do 6º Batalhão do Corpo de Bombeiros, realizaram a imobilização da vítima ainda no local e, em seguida, Maurício foi encaminhado ao pronto-socorro para atendimento médico.
As circunstâncias do acidente deverão ser apuradas pelas autoridades competentes.






















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