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Juiz decreta prisão de ex-namorado da cantora Caliane Soares, morta em Xapuri no ano passado

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A medida se relaciona a denúncia do MP por lesão corporal, em contexto de violência doméstica, que o acusado teria provocado na então namorada no dia 14 de outubro de 2020

O juiz da Vara Única Criminal da Comarca de Xapuri, Luís Gustavo Alcalde Pinto, decretou, na tarde desta quarta-feira, 26, a prisão cautelar preventiva do ex-namorado da cantora e estudante de medicina Elicaliane de Oliveira Soares, que cometeu suicídio, segundo inquérito da Polícia Civil, no dia 6 de dezembro do ano passado.

A prisão de João Paulo da Silva Tavares, de 24 anos, não se relaciona, no entanto, com a morte da cantora, mas com uma denúncia proposta pelo Ministério Público do Estado do Acre (MPAC) de lesão corporal em contexto de violência doméstica que o acusado teria provocado em Elicaliane no dia 14 de outubro do ano passado.

O Ministério Público diz na denúncia que os fatos foram praticados com violência e grave ameaça à vítima e requereu a decretação da prisão cautelar preventiva do réu, tendo a defesa dele, representada pelo advogado Mathaus da Silva Novais, apresentado argumentos e se manifestado em sentido contrário.

O juiz argumentou em sua decisão que o pedido do Ministério Público era perfeitamente possível e aceito pela legislação processual com previsão expressa nos termos dos artigos 312 e 313 do Código de Processo Penal se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher.

O magistrado também considerou a possibilidade de o acusado empreender fuga, uma vez que após o suicídio da ex-namorada ele foi residir em Rio Branco, em local não declarado, se deletando da internet e, de maneira especial, das redes sociais, em razão do clamor público e da repercussão causados pela morte da cantora.

Esclarecendo que a morte de Elicaliane não é objeto do processo em questão, o juiz afirmou que a sociedade local clama por justiça diante dos fatos de violência doméstica, física ou psicológica, denunciados pelo MP. Ele ainda lembrou que, segundo a Polícia Civil, a vítima tirou a própria vida em razão do relacionamento conturbado com o réu.

Ao site ac24horas,o juiz Luís Gustavo Alcalde Pinto disse ser perfeitamente possível que, temendo uma condenação judicial, João Paulo voltasse a se ausentar da comarca e residir em local desconhecido e se ausentando das redes sociais.

“Fato que certamente iria dificultar a aplicação da lei penal”, afirmou o magistrado.

O processo já passou da fase das alegações finais pelo Ministério Público e pela defesa e vai agora para a conclusão pelo juiz titular da comarca com a previsão de sentença para o prazo de 30 dias.

A reportagem entrou em contato com o advogado de João Paulo, Mathaus Novais, que afirmou que o acusado não assume as agressões denunciadas, mas diz que apenas se defendeu. Ele disse também entender que o clamor público que o juiz alega ao decretar a prisão não se refere aos fatos denunciados pelo MP, mas às circunstâncias da morte da cantora.

O advogado afirmou que vai recorrer da medida do juiz e que protocolou um pedido de habeas corpus ainda na noite desta quarta-feira, argumentando que não há razão jurídica para a decretação da prisão do seu cliente e nem qualquer indício de que ele pretendesse fugir da cidade ou que tenha estado foragido em algum momento do processo.

“Não consta no processo nenhuma comprovação de que ele pretenda empreender fuga ou de que ele tenha ficado foragido, haja vista que ele não tem nenhuma restrição de locomoção. Todas as vezes que foi procurado pelo Oficial de Justiça foi encontrado na primeira oportunidade, compareceu a todos os atos do processo e forneceu seu telefone para a polícia de maneira espontânea”, explicou.

Relembre o caso

Elicaliane de Oliveira Soares, com 29 anos à época dos fatos, foi encontrada morta em seu apartamento, na área central de Xapuri, na manhã do dia 6 de dezembro de 2020. A morte da cantora causou grande comoção em Xapuri, além de enorme repercussão nas redes sociais, inclusive em âmbito nacional.

Denúncias da família de que a garota vivia um relacionamento abusivo com o ex-namorado, João Paulo da Silva Tavares, de 24 anos, criaram um clima de tensão e expectativa na cidade em torno do caso. Ele havia sido denunciado por ela mesma à polícia, dois meses antes, por agressões físicas.

Diversos testemunhos do relacionamento amoroso conturbado e os relatos da família, especialmente do pai, o ex-vereador Eliomar Soares, de que a cantora era vítima de violência física e psicológica por parte de João Paulo, junto com o fato de ter sido ele quem encontrou a jovem morta, resultaram em uma atmosfera de dúvidas e desconfiança em torno do trágico caso.

No dia 30 de dezembro passado, a investigação policial concluiu que Caliane, como a jovem era mais conhecida, estava sozinha no momento de sua morte, não sendo encontrados indícios de que ela tenha sido vítima de uma ação de natureza criminosa, sendo descartada a hipótese de homicídio.

“O trabalho de investigação concluiu que a vítima estava sozinha no apartamento no momento da morte, que se deu em virtude de suicídio e não por evento de natureza criminosa, restando, inicialmente, descartada a hipótese de homicídio”, disse o delegado Gustavo Neves.

O delegado também afirmou que fizeram parte do conjunto de elementos que levaram a polícia a descartar a possibilidade de homicídio o resultado do laudo do exame cadavérico, assim como das análises toxicológicas e de alcoolemia que, segundo ele, foram negativas.

Quanto às perícias realizadas nos telefones celulares da jovem morta e do ex-namorado, que foi quem encontrou o corpo, o delegado optou por não dar detalhes a respeito. Segundo ele, as informações constavam no inquérito que foi para as mãos do representante do Ministério Público.

Durante a investigação policial, João Paulo não falou à imprensa sobre as suspeitas que recaiam sobre ele, mas sua mãe disse ao site ac24horas que acreditava na inocência do filho, afirmando, no entanto, que “se ele devesse algo à Justiça, iria pagar”. Porém, muito abalada emocionalmente, ela pediu que as pessoas não o julgassem antecipadamente.

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PM de folga impede assalto e prende dois homens após família ser feita refém em Cruzeiro do Sul

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Suspeitos foram baleados e detidos após invadir residência no bairro 25 de Agosto; quatro criminosos participaram da ação.

Dois homens foram presos na noite desta quinta-feira (4) após invadirem uma residência e fazerem uma família refém durante um assalto no bairro 25 de Agosto, em Cruzeiro do Sul. A ação foi interrompida por um policial militar que estava de folga, que reagiu ao ser abordado por um dos suspeitos armados. Um dos detidos, identificado como Cauã, foi baleado na perna, e o outro, Jarlisson, sofreu um ferimento no supercílio. Ambos receberam atendimento médico e foram conduzidos à Delegacia de Polícia Civil.

Segundo relatos das vítimas, quatro assaltantes armados com pistolas entraram na casa e fizeram a família — incluindo uma criança — refém. Eles procuravam ouro e joias, por saberem que a moradora comercializava esses itens. Durante a ação, as vítimas foram algemadas, e a mulher chegou a ser enforcada para revelar onde supostamente guardava o ouro. Sem encontrar os objetos desejados, o grupo fugiu levando relógios, pulseiras, celulares e cerca de R$ 2 mil em dinheiro.

Durante as buscas, a Polícia Militar foi informada de que um colega havia contido dois suspeitos nas proximidades. O PM relatou que estava em frente à própria residência quando viu três indivíduos correndo. Ao perceber que um deles portava uma pistola e apontava em sua direção, reagiu e efetuou um disparo que atingiu Cauã.

Com a dupla, os policiais apreenderam sete relógios, uma pulseira, um perfume, dinheiro, dois celulares e uma pistola Taurus modelo .838, com 13 munições intactas. As vítimas reconheceram os dois como participantes do roubo.

Os outros envolvidos na ação criminosa ainda não foram localizados.

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Justiça do Acre funciona em regime de plantão nesta segunda (8)

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Foto: TJAC/assessoria

O Tribunal de Justiça do Acre (TJAC) informa que não haverá expediente nas unidades jurisdicionais e administrativas na próxima segunda-feira, 8 de dezembro, em virtude do feriado do Dia da Justiça.

A data é comemorada desde 1940, mas sua primeira celebração oficial ocorreu somente dez anos mais tarde, por iniciativa da Associação dos Magistrados Brasileiros. A Lei 1.408, de 1951, criou o Dia da Justiça como feriado forense em todo o território nacional.

O atendimento das demandas emergenciais, no âmbito do primeiro e segundo graus de jurisdição, ocorrerá em regime de plantão, conforme escala definida. A relação de magistradas, magistrados, servidoras e servidores plantonistas pode ser consultada na aba Plantão Judiciário do portal do TJAC ou diretamente pelo link: https://www.tjac.jus.br/spj/.

Os prazos processuais que tenham início ou término durante o feriado serão automaticamente prorrogados para o primeiro dia útil subsequente, garantindo segurança e continuidade à tramitação processual.

 

Fonte: Ascom/TJAC

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Acusado de homicídio em disputa entre facções volta a júri popular nesta quinta em Rio Branco

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Raimundo Fernandes Silva, que havia sido condenado a mais de 21 anos de prisão em 2022, passa por novo julgamento após anulação da sentença pelo TJAC.

Raimundo Fernandes Silva, acusado de homicídio qualificado, voltou a sentar no banco dos réus na manhã desta quinta-feira (5), na 2ª Vara do Tribunal do Júri e Auditoria Militar de Rio Branco. Ele é apontado como o autor do assassinato de Alessandro da Silva Santos, ocorrido em 2018. A sessão teve início às 8h30, no Fórum Criminal, e o resultado do julgamento deve ser conhecido no início da tarde.

O réu chegou a ser condenado em fevereiro de 2022 a 21 anos, 10 meses e 15 dias de prisão, em regime fechado. No entanto, a defesa recorreu ao Tribunal de Justiça do Acre (TJAC), alegando que testemunhas consideradas essenciais não haviam sido ouvidas, o que poderia alterar o entendimento dos jurados.

A Câmara Criminal acolheu o recurso e anulou a sentença, determinando um novo julgamento.

Segundo a denúncia do Ministério Público, o crime ocorreu na noite de 8 de agosto de 2018, em meio a uma disputa entre facções criminosas. Alessandro da Silva Santos foi surpreendido quando chegava em casa, no bairro Tancredo Neves, por um homem armado com uma espingarda de grosso calibre e executado com vários disparos.

Raimundo Fernandes Silva foi indiciado pela Delegacia de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) e não compareceu à sessão do júri realizada em 2022, quando acabou condenado pela primeira vez.

Fonte: PCAC

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