Acre
Estudantes lamentam fechamento de única biblioteca pública que estava funcionando em Rio Branco: ‘Me sinto injustiçado’
A capital acreana está sem bibliotecas públicas abertas a menos de um mês do Enem. Mesmo com o governo informando o fechamento do local por meio de nota no site oficial na segunda-feira (17), muitos disseram que não sabiam.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2022/M/t/cuV3hTRISEXk7H7z0aow/biblioteca-2-.jpg)
Biblioteca Pública está fechada por tempo indeterminado — Foto: Reprodução/Rede Amazônica Acre
Muitos estudantes que foram até a Biblioteca Estadual Adonay Barbosa, que fica no Centro de Rio Branco, se depararam com as portas fechadas nessa terça-feira (18). Mesmo com o governo informando o fechamento do local por meio de nota no site oficial na segunda-feira (17), muitos disseram que não sabiam.
A Fundação Elias Mansour (FEM) informou que o local deve ficar fechado devido a problemas de ordem técnica, mas não detalhou quais são os problemas especificamente. O local é ponto de encontro de estudantes, amantes da leitura e muito utilizado para pesquisas e o único nesse formato que ainda estava aberto, já que a Biblioteca da Floresta está fechada desde 2019. Ou seja, a capital acreana está sem bibliotecas públicas abertas a menos de um mês do Enem.
Na terça, Igor Caleb Cordeiro, que vai ao local todos os dias foi pego de surpresa. “Não deixaram nenhuma informação falando que estava fechada, porque semana passada eu tava conseguindo entrar tranquilo. Me sinto injustiçado, porque poderia estar lá dentro, lendo um livro e me divertindo”, disse.
A Camile Souza, que vai fazer o Enem nos dias 13 e 20 deste ano, diz que os prejuízos são grandes para quem depende da biblioteca. Na reta final de preparação, ela se sente prejudicada, já que a biblioteca era onde ela conseguia boa parte dos materiais para estudar.
“Não avisaram nada e isso afeta não só a mim, mas outros estudantes que às vezes precisam vir ler um livro que não tem em casa ou porque não tem acesso à internet”, reclama.
Além de auxiliar na alfabetização, a biblioteca, inaugurada em 1979, funciona como espaço para construção de conhecimento, disponibilizando os recursos necessários para a pesquisa e o descobrimento de novas ideias, realidades, culturas e perspectivas.
Mesmo assim, as duas bibliotecas públicas da capital acreana estão fechadas e sem previsão para reabertura.
“Só tinha essa biblioteca, tem gente que não tem como comprar um livro caríssimo ou simplesmente mora em uma zona rural e não tem acesso a internet”, desabafa.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2022/l/L/rltB1IRSqBNT0cCUFlnA/biblioteca-1-.jpg)
Biblioteca Pública em Rio Branco — Foto: Reprodução/Rede Amazônica Acre
A biblioteca foi inaugurada em 1979 e, em 2008, precisou passar por uma reforma. Em dezembro de 2108 a antiga equipe do governo informou que o espaço ia ser fechado para ser modernizado, adaptado e ampliado e com acessibilidade. A obra tinha prazo para durar quatro meses e estava avaliada em R$ 740 mil.
Um mês depois do anúncio da reforma, a biblioteca continuava fechada e não havia uma data prevista para iniciar a reforma. O espaço chegou a ficar dez meses fechado e foi reinaugurado no dia 15 de outubro de 2019.
A biblioteca ficou mais de um ano fechada devido à pandemia de Covid-19 e foi reaberta no dia 8 de setembro de 2021.
Uma nota, assinada chefe da Divisão de Livro Leitura e Literatura da FEM e coordenadora do Sistema Estadual de Bibliotecas Públicas do Acre, Cláudia Valéria Martins Jorge, informa oficialmente o fechamento do espaço.
Colaborou Consuela Conzalez, da Rede Amazônica Acre
Comentários
Acre
Vereadores de Epitaciolândia recebem presidente da Associação de Cafeicultores para discutir fortalecimento do setor
William Muniz destaca potencial do café na região e crescimento da produção devido a preços favoráveis; parceria busca impulsionar desenvolvimento sustentável

A visita foi solicitada pelo vereador Miro Bispo, que busca aproximar os representantes do setor agrícola da Casa Legislativa para discutir o fortalecimento da cafeicultura em nosso município. Foto: cedida
Na manhã desta quinta-feira (08), os vereadores de Epitaciolândia receberam a visita de William Muniz, presidente da Associação de Cafeicultores do Acre (ACA). O encontro, solicitado pelo vereador Miro Bispo, teve como objetivo aproximar os representantes do setor agrícola da Casa Legislativa e discutir estratégias para impulsionar a cafeicultura no município.
Durante a reunião, Muniz destacou o alto potencial do café na região, afirmando que a cultura se destaca pelo melhor custo-benefício entre as atividades agrícolas locais. Ele ressaltou ainda que o número de produtores tem crescido, impulsionado pela alta nos preços de mercado, o que tem elevado a produção e gerado lucros significativos para os agricultores.

Durante o encontro, William Muniz destacou o grande potencial do café na região, ressaltando que a cultura apresenta um dos melhores custos-benefícios entre as culturas agrícolas locais. Foto: cedida
O presidente da Associação de Cafeicultores do Acre (ACA) agradeceu aos parlamentares pela receptividade e pelo interesse em apoiar o setor, reforçando a importância econômica do café para a região. A visita reforça o compromisso da Câmara em promover o desenvolvimento sustentável da agricultura, criando novas oportunidades para os cafeicultores de Epitaciolândia.
A expectativa é que a parceria entre o Legislativo e os produtores resulte em políticas públicas que fortaleçam a cadeia produtiva, garantindo mais renda e empregos para a população local.
Comentários
Acre
Cultura das Cavalgadas prestes a sumir devido exigências severas no Acre: Gladson quer diálogo
Por Wanglézio Braga
O que antes era símbolo de cultura, união e identidade do povo do campo, hoje caminha para a extinção no Acre. As tradicionais cavalgadas, que animavam cidades e comunidades rurais, estão sendo dizimadas por uma série de exigências burocráticas e altos custos impostos por órgãos de fiscalização, como o Idaf-AC, Polícia Militar e outros órgãos de controles.
No quesito financeiro, o participante precisa emitir a Guia de Trânsito Animal (GTA), somada aos exames (Anemia) obrigatórios que chegam a custar de R$ 250 a R$ 300 por cabeça, carteira de vacinação contra a influenza, além do frete dos animais, tem inviabilizado a presença de muitos produtores, pecuaristas e amantes da vida do campo.
Esses eventos não envolvem apenas vaqueiros montados e animais desfilando; eles representam uma rede econômica fundamental. A cavalgada movimenta setores como alimentação, vestuário, postos de combustíveis, selarias, oficinas, transportadoras e ambulantes. Cada cavalo que não vai à rua é uma bota que deixa de ser vendida, uma carroça que não é contratada, uma barraca que não abre. A ausência de incentivo e a crescente fiscalização têm afastado famílias inteiras desses encontros, resultando em ruas vazias e impacto direto na economia local.
Em Rio Branco, por exemplo, muitos organizadores de cavalgadas estão evitando fazer esses eventos por conta das máximas exigências. A exemplo da Expoacre, maior vitrine do agronegócio e comércio no estado, a transformação é visível. Antes, multidões tomavam conta das ruas em festas populares com cavalgadas que abriam oficialmente o evento e enchiam os olhos dos visitantes. Hoje, restam poucos carros com som automotivo e movimentação discreta, enquanto comerciantes amargam prejuízos e empreendedores perdem uma das melhores janelas de vendas do ano.
O esvaziamento da Expoacre é o retrato de um abandono silencioso das tradições que construíram a identidade rural do Acre. No meio de tudo isso, ninguém fala nada.

Governador na cavalgada em Epitaciolândia. Foto: Felipe Freire/Secom
GLADSON É QUESTIONADO
Fã de cavalgada, o governador Gladson Cameli (PP) foi provocado pela reportagem do Portal Acre Mais, durante o aniversário de Acrelândia, no final do mês passado, sobre a situação. Ele reconheceu o problema e prometeu reunir os órgãos de fiscalização para debater uma solução.
“Nós temos que criar oportunidades e deixar a população expor o que ela faz de melhor, que é aquecer a economia do Estado”, disse o governador, ao lado do prefeito Olavo Boiadeiro que promoveu uma linda festa.
Apesar da boa intenção, o setor produtivo cobra mais do que palavras: quer medidas concretas que desburocratizem e incentivem a retomada dessas manifestações culturais e econômicas. Já em Epitaciolândia, também participando de cavalgada, Gladson voltou a ser questionado por nossa reportagem que sinalizou que breve vai conversar com os responsáveis e procurar uma saída para o problema.
E O FUTURO?
Se o governo não agir rápido, a cavalgada deixará de ser apenas uma memória nostálgica para se tornar um símbolo perdido de resistência rural. Mais do que um desfile, essas festas representam um elo entre tradição, identidade e geração de renda. O Acre, estado com raízes profundas no campo, não pode se dar ao luxo de deixar suas expressões culturais e produtivas morrerem pela falta de visão e apoio. É hora de reavaliar prioridades e garantir que a cultura do campo volte a ocupar seu lugar nas ruas — com orgulho, e sem sufoco.
Comentários
Acre
Prefeitura de Assis Brasil inaugura Escola Recife no Ramal do Recife
Em comemoração ao aniversário de Assis Brasil, a Prefeitura entregou nesta semana mais uma importante obra para a comunidade rural: a nova Escola Recife, localizada no Ramal do Recife. A entrega contou com a presença do prefeito Jerry Correia, da secretária municipal de Educação, Vanderleia, do vereador Jurandir, além de pais, alunos e moradores da região.
A nova escola representa um avanço significativo na educação do campo, oferecendo uma estrutura adequada para que crianças e adolescentes tenham acesso a um ensino de qualidade, perto de casa. A unidade conta com sala de aula equipadas, banheiros, área de convivência e foi construída respeitando as necessidades da comunidade local.
Durante a cerimônia, o prefeito Jerry Correia reforçou o compromisso de sua gestão com a melhoria da educação e o desenvolvimento das áreas rurais. Ele também destacou que essa entrega integra o plano de entregar uma obra por mês, como forma de garantir avanços contínuos em todas as áreas do município.
“A Escola Recife é mais um sonho realizado para as famílias do Ramal do Recife. Nosso compromisso é seguir trabalhando com responsabilidade, entregando uma obra por mês, transformando a vida do nosso povo”, declarou o prefeito.
A inauguração da Escola Recife reforça o compromisso da Prefeitura com a valorização da educação e a melhoria da qualidade de vida no campo, marcando mais um passo importante no desenvolvimento do município.
Você precisa fazer login para comentar.