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DF tem programa para quem quer parar de fumar
Uma rotina estressante e um quadro de diabetes avançado. Aos 45 anos de idade, fumando 40 cigarros por dia, esta é a vida do eletricista Dênis Soares Oliveira. Ele fuma desde a juventude e agora está cada vez mais convencido da importância de parar. “Eu já parei de beber [álcool]. Mas a minha vontade é parar de fumar. Vejo que quando eu vou tentar parar não consigo porque fico muito nervoso. Vai ser difícil, mas vamos conseguir” , conta. Ele faz parte do grupo de 8,4% de adultos brasilienses que se declaram como usuários de cigarros, segundo o Ministério da Saúde , uma população que é estimulada a abandonar o vício todo 31 de maio, o Dia Mundial Sem Tabaco.
Dênis se inscreveu no grupo de combate ao tabagismo da Unidade Básica de Saúde 7 de Ceilândia, onde será atendido por uma equipe multidisciplinar formada por farmacêutico, nutricionista, assistente social, médica, terapeuta ocupacional e equipe de enfermagem. Em todo o Distrito Federal, a Secretaria de Saúde (SES) conta com mais de 80 unidades para atender quem quer largar o vício, com uma abordagem que envolve desde rodas de conversa ao uso de medicamentos.
“Os pacientes acreditam que o medicamento funciona como uma dipirona para dor de cabeça, mas não é assim” , explica o farmacêutico Ronaldo Kobayashi, da UBS 7 de Ceilândia. Questões emocionais, a identificação do que leva ao uso do cigarro e o apoio coletivo fazem parte do tratamento. “Há casos de pacientes que usam os medicamentos, mas não param de fumar, e outros que conseguem mesmo sem precisar de auxílio do medicamento” , completa o farmacêutico.
Não é fácil largar o cigarro. Em 2023, 1.673 pessoas procuraram o serviço da Secretaria de Saúde – dessas, 647 completaram o tratamento e 337 deixaram de fumar, cerca de 20,1% do total. Ainda assim, a estratégia é considerada bem-sucedida, sobretudo porque os pacientes podem tentar várias vezes e contar tanto com a própria experiência quanto a de outros usuários do serviço.
“Para vencer o hábito de fumar, o acompanhamento é fundamental. A pessoa ter o acesso a uma unidade próxima ao seu domicílio, onde possa não só frequentar o consultório médico, mas também um grupo de aconselhamento, trocar experiência com outros pacientes e ter o acompanhamento multiprofissional é um fator que interfere para o êxito” , explica o gerente de vigilância de doenças e agravos não transmissíveis e promoção à saúde da SES, Adriano de Oliveira.
Cigarros eletrônicos
O índice de 8,4% de fumantes entre a população adulta do DF foi apresentado na edição de 2023 da pesquisa Vigitel Brasil, do Ministério da Saúde, trazendo uma redução frente aos números de 2021, quando eram 11,8%. O problema é que parte da população pode ser fumante e não se enxergar dessa forma. “As pessoas ainda não identificam que o uso de dispositivos eletrônicos as colocam na mesma condição de alguém que faz uso do cigarro tradicional” , ressalta Adriano.
O tema é visto como motivo de preocupação. A médica pneumologista Nancilene Melo alerta para os riscos do uso desses dispositivos, geralmente chamados de vapes ou pods.
“O uso de cigarros eletrônicos é extremamente prejudicial à saúde. Estudos científicos têm demonstrado que esses dispositivos também contêm substâncias tóxicas e cancerígenas, causando danos aos pulmões e ao sistema cardiovascular. Além disso, a nicotina presente nos cigarros eletrônicos é altamente viciante, levando à dependência e aumentando o risco de desenvolver doenças crônicas” , detalha.
Outro tema que chama a atenção é o índice de fumantes passivos. De acordo com a pesquisa Vigitel de 2023, 10,4% da população do DF está exposta à fumaça de cigarros no ambiente doméstico. A exposição à fumaça do tabaco pode ter efeitos negativos na saúde, incluindo o aumento do risco de desenvolver doenças cardiovasculares, câncer de pulmão e problemas respiratórios. A situação fica mais alarmante quando se trata de crianças ou idosos.
“Os fumantes passivos estão expostos aos mesmos riscos que os fumantes ativos. Portanto, ao parar de fumar, o fumante ativo reduz a exposição dos seus familiares à fumaça do cigarro e contribui para a melhora da saúde de todos ao seu redor” , completa a Nancilene.
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Fonte: Nacional
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PCAC prende idoso condenado por estupro de vulnerável em ação da DEAM de Cruzeiro do Sul
O custodiado será submetido aos exames de praxe e permanecerá sob custódia do Estado, à disposição do Poder Judiciário da Comarca de Cruzeiro do Sul

Idoso é preso após mandado definitivo expedido pela Vara da Infância e Juventude. Foto: cedida
A Polícia Civil do Acre (PCAC), por meio da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM) de Cruzeiro do Sul, prendeu nesta sexta-feira, 12, J.R.M., de 77 anos, em cumprimento a um mandado de prisão definitivo, já transitado em julgado, expedido pela Vara da Infância e da Juventude do município. O detido foi condenado pelo crime de estupro de vulnerável.
A prisão ocorreu na região do Rio Croa, área rural de Cruzeiro do Sul, onde o idoso encontrava-se homiziado. A localização do condenado foi resultado de um intenso trabalho de inteligência e investigação realizado pela equipe especializada de oficiais da Polícia Civil.
Durante a abordagem, J.R.M. foi informado sobre o teor do mandado de prisão e não ofereceu resistência. Ele foi conduzido à unidade policial para o cumprimento das formalidades legais. O custodiado será submetido aos exames de praxe e permanecerá sob custódia do Estado, à disposição do Poder Judiciário da Comarca de Cruzeiro do Sul para o imediato início do cumprimento da pena.
A ação integra uma série de diligências realizadas pela DEAM ao longo da semana. Na mesma data, outra prisão foi efetuada no município, desta vez relacionada a um crime de violência doméstica, reforçando o compromisso da PCAC com o enfrentamento a delitos praticados contra mulheres e vulneráveis.
O delegado Vinícius Almeida destacou a importância das duas prisões para a proteção da população. “Hoje conseguimos retirar de circulação dois indivíduos condenados por crimes graves, um por violência doméstica e outro por estupro de vulnerável. As prisões refletem o trabalho firme e contínuo da Polícia Civil no combate a qualquer forma de violência, especialmente aquelas que atingem mulheres, crianças e adolescentes. Nossa equipe tem atuado de forma incansável para garantir justiça e segurança às vítimas”, enfatizou o delegado.
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Recesso do Judiciário começa em 20 de dezembro e vai até 6 de janeiro; prazos processuais ficam suspensos
Durante o período, apenas atendimento de plantão para casos urgentes, como liminares e alimentos provisórios; advogados são orientados a antecipar protocolos

Durante esse intervalo, os prazos processuais ficam suspensos, mas o Judiciário continuará funcionando em regime de plantão para atendimento de demandas consideradas urgentes. Foto: assessoria
O Judiciário brasileiro entrará em recesso a partir do dia 20 de dezembro de 2025, retomando suas atividades em regime normal somente em 6 de janeiro de 2026. Durante esse período, os prazos processuais ficarão suspensos, e os tribunais e fóruns funcionarão apenas em regime de plantão para atender a demandas consideradas urgentes.
De acordo com as regras estabelecidas pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e pelos tribunais, serão analisados apenas casos de urgência, como pedidos de liminares, alimentos provisórios, busca e apreensão, medidas cautelares e outras situações que possam causar prejuízo irreparável se aguardarem o fim do recesso.
Os prazos processuais voltam a correr a partir do primeiro dia útil após 6 de janeiro de 2026, quando o funcionamento do Judiciário será integralmente retomado. A orientação para advogados e partes é que antecipem o protocolo de ações urgentes antes do dia 20 de dezembro, evitando atrasos e garantindo maior agilidade na análise de processos que dependam de decisão imediata.
O planejamento prévio é fundamental para assegurar que medidas urgentes sejam apreciadas ainda no expediente regular, antes do início do recesso, garantindo maior efetividade na prestação jurisdicional.
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Por que as pesquisas que você vê agora não dizem quem vai ganhar a eleição
Por que pesquisas divulgadas muito antes do período eleitoral não mostram quem vai ganhar — e qual é a única pesquisa que realmente ajuda a entender o eleitor

A pesquisa que vale não é a que tenta prever o futuro antes da hora, mas a que revela quem somos, o que sentimos e o que esperamos da política. Foto: captada
Por Zé América Silva, jornalista e pós-graduado em Gestão da Comunicação Integrada
Todos os anos eleitorais começam da mesma forma: antes mesmo de o período eleitoral se aproximar, surgem pesquisas de intenção de voto por todos os lados. Elas aparecem nas redes sociais, no noticiário e nas conversas do dia a dia, como se já fossem um retrato fiel de quem está à frente e de quem não tem chances.
Mas será que esses números, divulgados com tanta antecedência, mostram de fato a vontade dos eleitores?
A resposta é simples: não.
Pesquisas quantitativas realizadas com mais de seis meses de distância da eleição não conseguem medir de maneira real o comportamento do eleitor. Isso ocorre porque, nesse período, a maior parte da população sequer está pensando em política partidária. As pessoas estão ocupadas com suas rotinas, seus problemas, seu trabalho, e não dedicam tempo a avaliar propostas, comparar candidatos ou refletir sobre a disputa que virá. Ou seja, esses números não representam decisão alguma; no máximo, mostram quem é mais conhecido naquele momento.
Por isso, pesquisas tão antecipadas acabam servindo mais ao meio político do que ao cidadão comum. Tornam-se instrumentos de especulação: grupos políticos usam esses resultados para criar clima de favoritismo, tentar influenciar debates internos e até fortalecer determinadas narrativas. Muitas das pesquisas divulgadas nesse período são encomendadas com objetivos claros de agradar clientelas específicas ou movimentar o tabuleiro político. Não é raro que candidatos que aparecem nas últimas posições meses antes da eleição acabem vencendo o pleito, enquanto outros, que comemoravam lideranças momentâneas, desaparecem quando as urnas são abertas.
Se essas pesquisas não servem para prever o resultado, o que realmente importa então? A resposta está em outro tipo de estudo: as pesquisas qualitativas. Diferentemente das quantitativas, que apenas medem percentuais, as qualitativas conversam com as pessoas de maneira mais profunda. Elas investigam sentimentos, desejos, frustrações, percepções sobre problemas da cidade e expectativas para o futuro. Funcionam como uma ultrassonografia da opinião pública, revelando aquilo que não aparece nos números frios.
Esse tipo de pesquisa não aponta quem vai ganhar, mas mostra o que o eleitor pensa de verdade. E é isso que orienta campanhas sérias: entender o que as pessoas valorizam, o que rejeitam, o que esperam da política e como elas enxergam o momento em que vivem. É com essas informações que um grupo político pode ajustar seu discurso, construir propostas sólidas e se conectar com o público.
Portanto, quando você vir uma pesquisa muito antes das eleições, lembre-se: ela não define nada. Para quem realmente deseja compreender o eleitor, o que importa é ouvir, com profundidade, a população. A pesquisa que vale não é a que tenta prever o futuro antes da hora, mas a que revela quem somos, o que sentimos e o que esperamos da política.

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