Brasil
DEM expulsa Rodrigo Maia do partido
Decisão foi tomada pela Executiva Nacional do Democratas nesta segunda-feira (14)

Guilherme Venaglia, da CNN, em São Paulo
O Democratas (DEM) expulsou do partido o deputado federal Rodrigo Maia (RJ), ex-presidente da Câmara dos Deputados. A decisão foi informada pela legenda em nota divulgada nesta segunda-feira (14), em que o partido afirma que Maia teve “amplo direito de defesa” e que a definição foi feita de forma unânime.
“Após garantir o amplo direito de defesa ao parlamentar, os membros da Executiva apreciaram o voto da relatora, deputada Prof. Dorinha. A comissão nacional, à unanimidade de votos, deliberou pelo cometimento de infração disciplinar, e consequente expulsão do deputado”, afirma a legenda.
Segundo o analista de política da CNN Caio Junqueira, a saída de Rodrigo Maia do DEM era algo esperado, mas não com a rispidez do ato de expulsão tomado pela legenda nesta segunda-feira.
Relação desgastada
A expulsão de Rodrigo Maia reflete um processo de desgaste rápido e intenso de uma relação antiga entre o deputado e o partido.
A crise foi deflagrada em fevereiro deste ano, quando a bancada do DEM na Câmara dos Deputados deixou o rol de influência de Maia e apoiou Arthur Lira (PP-AL) para presidir a Casa, em uma candidatura estimulada pelo governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
Rodrigo Maia trabalhou para fazer o deputado Baleia Rossi (MDB-SP) como seu sucessor. O momento em que o próprio partido de Maia migrou para o grupo de Lira foi simbólico para antever a derrota de Rossi no pleito.
O ex-presidente da Câmara não poupou palavras para manifestar seu descontentamento. De imediato, afirmou ter sido vítima de uma “traição” por parte dos colegas de bancada e pelo presidente do DEM, o ex-prefeito de Salvador ACM Neto, que era um dos seus mais antigos amigos e aliados.
Desde então, vinha negociando seu futuro político em conversas com diferentes legendas, com o plano de tentar comandar uma debandada de políticos do partido descontentes com o que dizia ser uma aproximação entre o DEM e o Palácio do Planalto.
Deputados do partido, segundo a analista da CNN Renata Agostini, se movimentaram para virar o jogo. Em vez de deixar que Rodrigo Maia saísse pela porta da frente, sinalizando esse “esvaziamento” do partido, quiseram tirá-lo pela porta de trás.
Primeiro presidente do DEM
Maia era um filiado antigo e influente do partido. Na legenda desde que ela se chamava Partido da Frente Liberal (PFL), o ex-presidente da Câmara foi um dos líderes do movimento que a refundou, adotando o nome de Democratas, no início de 2007. Rodrigo Maia foi o primeiro presidente do DEM e comandou o partido até 2011.
Quando chegou ao comando da legenda, estava no terceiro mandato como deputado federal e era visto como um político para o futuro do partido, sendo a sua principal credencial até então o fato de ser o filho daquele que era o líder mais destacado da legenda, o então prefeito do Rio de Janeiro César Maia.
Em 2012, sua primeira tentativa de concorrer a um posto de maior expressão falhou. Candidato a ser ele agora o prefeito da capital fluminense, obteve apenas 95 mil votos, o equivalente a menos de 3% do total dos votos válidos naquela eleição.
O ocaso político do deputado perdurou até 2016, quando os tempos eram outros. Após o afastamento da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e com Eduardo Cunha (MDB-RJ) fora da Presidência da Câmara, Maia se cacifou a liderar os partidos de centro que representavam a maioria dos parlamentares e se elegeu presidente da Casa.
O que era para ser provisório, perdurou. Rodrigo Maia se reelegeu em 2017 e em 2019, conquistando uma longevidade rara no posto que exerceu.
À frente do Legislativo, se tornou protagonista dos debates no governo Michel Temer. A projeção política foi tanta que chegou a ser lançado, pelo DEM que agora o expulsa, como pré-candidato a presidente nas eleições de 2018. Na época, ACM Neto disse que ele era “o quadro mais preparado do país” para o Palácio do Planalto.
O futuro de Rodrigo Maia
Até esta segunda-feira, Maia corria o risco de perder o mandato caso migrasse do DEM para outro partido, por infidelidade partidária. Com a expulsão, esse risco não existe mais e o ex-presidente da Câmara pode migrar para outra legenda.
Entre as opções, desponta o PSD, para onde foi o prefeito do Rio de Janeiro Eduardo Paes. Nos últimos anos, Maia criou uma aliança próxima com Paes, que foi seu adversário no passado e voltou ao comando da cidade em 2020, eleito pelo DEM com o seu apoio.
Outros caminhos possíveis são o MDB, do seu aliado Baleia Rossi, e o PSDB.
Recentemente, o DEM sofreu com a defecção do vice-governador de São Paulo Rodrigo Garcia, que deixou o partido para ingressar na legenda do titular do Palácio dos Bandeirantes, João Doria. Maia também é considerado um nome próximo ao governador paulista.
Nota Oficial do DEM
“Em reunião realizada nesta segunda-feira (14), a Executiva Nacional do Democratas decidiu expulsar o deputado Rodrigo Maia (RJ) de seu quadro de filiados.
Após garantir o amplo direito de defesa ao parlamentar, os membros da Executiva apreciaram o voto da relatora, deputada Prof. Dorinha.
A comissão nacional, à unanimidade de votos, deliberou pelo cometimento de infração disciplinar, e consequente expulsão do deputado.
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Polícia Federal apreende 613 kg de cocaína em galpão de empresa de fachada em Blumenau
Droga estava escondida em bunker subterrâneo e seria enviada à Europa; um homem foi preso e investigação aponta ligação com cidadãos britânicos procurados internacionalmente

Cocaína estava armazenada em um bunker de empresa de fachada em Blumenau. Fot: captada
A Polícia Federal (PF) apreendeu 613 quilos de cocaína durante uma operação de combate ao tráfico internacional de drogas em Blumenau, no Vale do Itajaí (SC). A ação contou com apoio da Polícia Militar de Santa Catarina e resultou na prisão de um homem suspeito de integrar a organização criminosa.
A droga estava escondida em um bunker no subsolo de um galpão pertencente a uma empresa de exportação de ligas metálicas, que funcionava como fachada para o esquema. Segundo as investigações, o local era usado para o preparo e armazenamento da cocaína antes do envio para a Europa.
Durante a operação, a PF também cumpriu um mandado de busca em um endereço residencial em Florianópolis ligado ao suspeito, onde foram apreendidos veículos, embarcações, joias e documentos. O inquérito aponta a existência de uma estrutura criminosa internacional com base em Santa Catarina, que contava com suporte logístico de brasileiros e liderança de cidadãos britânicos com histórico de tráfico na Inglaterra e procurados internacionalmente.
A investigação continua para identificar outros integrantes do esquema, que já tinha rotas estabelecidas para o narcotráfico transatlântico.
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Exame toxicológico para primeira CNH é vetado pelo governo federal
Medida que exigia resultado negativo para condutores de motos e carros foi rejeitada com argumento de aumento de custos e risco de mais pessoas dirigirem sem habilitação; novas regras do Contran para tirar CNH sem autoescola, no entanto, podem alterar contexto

Na justificativa do veto, o governo argumentou que a exigência aumentaria os custos para tirar a CNH (Carteira Nacional de Habilitação) e poderia influenciar na decisão de mais pessoas dirigirem sem habilitação. Foto: captada
O governo federal vetou a exigência de exame toxicológico para obter a primeira habilitação nas categorias A (motos) e B (carros de passeio). A medida, que seria incluída no Código de Trânsito Brasileiro, foi rejeitada com a justificativa de que aumentaria os custos para tirar a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e poderia incentivar mais pessoas a dirigirem sem a documentação obrigatória.
O veto, no entanto, pode ter perdido parte de sua sustentação após o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) editar resolução que permite a retirada da CNH sem a obrigatoriedade de cursar autoescola, reduzindo significativamente o custo total do processo de habilitação.
Outro ponto do projeto que virou lei, e também relacionado aos exames toxicológicos, permite que clínicas médicas de aptidão física e mental instalem postos de coleta laboratorial em suas dependências — desde que contratem um laboratório credenciado pela Senatran para realizar o exame. O governo também vetou esse artigo, alegando riscos à cadeia de custódia do material, o que poderia comprometer a confiabilidade dos resultados e facilitar a venda casada de serviços(exame físico e toxicológico no mesmo local).
As decisões refletem um debate entre a busca por maior segurança no trânsito — com a triagem de possíveis usuários de substâncias psicoativas — e o impacto financeiro e logístico das novas exigências para os futuros condutores.
Assinatura eletrônica
O terceiro item a ser incluído na lei é o que permite o uso de assinatura eletrônica avançada em contratos de compra e venda de veículos, contanto que a plataforma de assinatura seja homologada pela Senatran ou pelos Detrans, conforme regulamentação do Contran.
A justificativa do governo para vetar o trecho foi que isso permitiria a fragmentação da infraestrutura de provedores de assinatura eletrônica, o que poderia gerar potencial insegurança jurídica diante da disparidade de sua aplicação perante diferentes entes federativos.
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Caixa de som que ficou três meses no mar é achada intacta e funcionando no litoral gaúcho
Equipamento JBL, resistente à água, foi encontrado na Praia do Hermenegildo após provavelmente cair de um navio a 300 km dali; aparelho ligou normalmente

A caixa de som, projetada para ser resistente à água, sobreviveu à corrosão salina por todo esse período. Ao ser ligada, o equipamento funcionou normalmente. Foto: captada
Uma caixa de som à prova d’água da marca JBL passou cerca de três meses no mar e foi encontrada intacta e ainda funcionando na Praia do Hermenegildo, no extremo sul do estado. A descoberta foi feita por um morador que passeava de quadriciclo na orla na última segunda-feira (30) e avistou o equipamento entre algas e areia.
Acredita-se que a caixa tenha caído de um container durante um transporte marítimo em agosto, próximo à Praia de São José do Norte, a cerca de 300 quilômetros dali. Apesar do longo período submerso e da exposição à água salgada, que acelera a corrosão, o aparelho resistiu e ligou normalmente quando testado.
O caso chamou atenção pela durabilidade do produto, projetado para ser resistente à água, e pela jornada incomum — percorrer centenas de quilômetros à deriva no oceano e ainda chegar em condições de uso à costa gaúcha. A situação virou uma curiosidade local e um exemplo inusitado de “sobrevivência” tecnológica.

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