Brasil
Cresce a desaprovação do comportamento de Lula como presidente

Lula, em entrevista à CCTV, da China Imagem: Reprodução/CCTV
Pesquisa Genial-Quaest divulgada esta semana mostra que cresceu em todos os estratos a desaprovação do comportamento de Lula como presidente. A comparação é com a pesquisa feita no mês de fevereiro e mostra a antecipação de uma preocupação para o governo.
Depois do governo Bolsonaro, era esperado que simplesmente se diferenciar do ex-presidente fosse suficiente para manter a aprovação em níveis razoáveis. Pelo jeito, apenas não ser Bolsonaro não é suficiente para manter a aprovação ao comportamento presidencial. Agora o presidente é Lula e as ações dele são analisadas com lupa pela população.
Uma das indústrias mais prolíficas do Brasil é a do meme. Logo que começou o governo Bolsonaro, fabricaram um gif que você deve conhecer. Trata-se de uma cena da série japonesa Kamen Rider Den-O. A criatura vermelha Momotaros aproxima-se da criatura azul Urataros e então surge um letreiro: “E o PT?”.
Isso foi usado exaustivamente durante o governo de Jair Bolsonaro para tirar sarro da militância mais fanática. Diante de qualquer crítica ao ex-presidente, os bolsomínions lançavam mão da comparação. Daí o meme que tira sarro da prática.
Este ano, o meme foi atualizado para “E o Bolsonaro?”. A prática das paquitas de político segue igual. Ambas as militâncias, vira e mexe, apelam para apontar a “falsa simetria”. Elas inferem que, quando alguém diz que os adoradores de político agem de forma semelhante, está dizendo que os dois políticos seriam iguais, o que não é verdade. Lula é Lula e Bolsonaro é Bolsonaro.
Até pela polarização tóxica em que vivemos, existe a certeza absoluta de que Lula é diferente de Bolsonaro. Ambos são populistas latinoamericanos e arregimentam muitos adoradores com base na rejeição ao adversário. Ainda assim, não há dúvida de que sejam diferentes.
Lula ganhou a eleição por uma diferença muito pequena. Contou muito com a votação de quem rejeita a forma como Bolsonaro governou. Como mostra a pesquisa, isso não significa uma aprovação automática ao governo ou à forma como Lula se comporta na presidência.
Em fevereiro, 65% aprovavam o comportamento de Lula como presidente de 29% reprovavam. A diferença, 6%, é dos que não opinaram. Agora, a aprovação caiu 12 pontos percentuais, para 53%. A desaprovação subiu 11 pontos percentuais, para 40%. Os que não opinaram subiram um ponto percentual, para 7%.
Entre quem votou em Lula, o apoio ao comportamento continua consistente apesar da queda, foi de 94% para 90%. Entre quem votou em Bolsonaro, 72% já rejeitavam a forma de Lula atuar na presidência e isso subiu para 79%. Entre quem não optou por nenhum dos dois, a diferença entre aprovação e reprovação diminuiu. Em fevereiro, estava em 57% que aprovavam contra 29% que desaprovavam. Agora, está em 51% contra 35%.
Um resíduo da comparação entre as duas formas de se comportar diante da presidência permanece no imaginário das pessoas. Há quatro grupos em que o cenário mudou e agora a maioria passou a desaprovar a forma de Lula se comportar como presidente: evangélicos, quem ganha mais de 5 salários mínimos, pessoas brancas e quem tem ensino superior, seja completo ou incompleto.
Como vivemos numa sociedade em polarização tóxica, é necessário desfazer uma conclusão que pode ser automática, a de que as pessoas dos demais grupos estão aprovando mais o comportamento de Lula. Não estão. A desaprovação subiu em todos os grupos, seja na divisão econômica, por gênero, por idade, por religião ou racial. A aprovação também caiu em todos esses grupos. A avaliação do governo segue a mesma tendência, com alta na desaprovação e queda na aprovação em todos os segmentos.
Vivemos a sociedade da hipercomunicação, em que a velocidade dos acontecimentos nos atropela. Lula assumiu o governo diante da boa vontade nacional e internacional em entender sua forma de governar, esperando um retorno às vitórias de seu primeiro mandato.
Nessa altura do campeonato de seu primeiro mandato, a desaprovação do governo Lula era residual, de 10%. No segundo, era de 14%. Agora está em 29%, muito próxima à de Bolsonaro no mesmo período, 30%.
Governar na era da apoteose da superficialidade e da economia da atenção reduz a gordura que um governo tem para queimar. Não temos nem seis meses de governo. Lançar mão da comparação com Bolsonaro ainda funciona no meio luloafetivo, mas já é uma estratégia esgotada na comunicação com a população.
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Polícia Federal apreende 613 kg de cocaína em galpão de empresa de fachada em Blumenau
Droga estava escondida em bunker subterrâneo e seria enviada à Europa; um homem foi preso e investigação aponta ligação com cidadãos britânicos procurados internacionalmente

Cocaína estava armazenada em um bunker de empresa de fachada em Blumenau. Fot: captada
A Polícia Federal (PF) apreendeu 613 quilos de cocaína durante uma operação de combate ao tráfico internacional de drogas em Blumenau, no Vale do Itajaí (SC). A ação contou com apoio da Polícia Militar de Santa Catarina e resultou na prisão de um homem suspeito de integrar a organização criminosa.
A droga estava escondida em um bunker no subsolo de um galpão pertencente a uma empresa de exportação de ligas metálicas, que funcionava como fachada para o esquema. Segundo as investigações, o local era usado para o preparo e armazenamento da cocaína antes do envio para a Europa.
Durante a operação, a PF também cumpriu um mandado de busca em um endereço residencial em Florianópolis ligado ao suspeito, onde foram apreendidos veículos, embarcações, joias e documentos. O inquérito aponta a existência de uma estrutura criminosa internacional com base em Santa Catarina, que contava com suporte logístico de brasileiros e liderança de cidadãos britânicos com histórico de tráfico na Inglaterra e procurados internacionalmente.
A investigação continua para identificar outros integrantes do esquema, que já tinha rotas estabelecidas para o narcotráfico transatlântico.
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Exame toxicológico para primeira CNH é vetado pelo governo federal
Medida que exigia resultado negativo para condutores de motos e carros foi rejeitada com argumento de aumento de custos e risco de mais pessoas dirigirem sem habilitação; novas regras do Contran para tirar CNH sem autoescola, no entanto, podem alterar contexto

Na justificativa do veto, o governo argumentou que a exigência aumentaria os custos para tirar a CNH (Carteira Nacional de Habilitação) e poderia influenciar na decisão de mais pessoas dirigirem sem habilitação. Foto: captada
O governo federal vetou a exigência de exame toxicológico para obter a primeira habilitação nas categorias A (motos) e B (carros de passeio). A medida, que seria incluída no Código de Trânsito Brasileiro, foi rejeitada com a justificativa de que aumentaria os custos para tirar a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e poderia incentivar mais pessoas a dirigirem sem a documentação obrigatória.
O veto, no entanto, pode ter perdido parte de sua sustentação após o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) editar resolução que permite a retirada da CNH sem a obrigatoriedade de cursar autoescola, reduzindo significativamente o custo total do processo de habilitação.
Outro ponto do projeto que virou lei, e também relacionado aos exames toxicológicos, permite que clínicas médicas de aptidão física e mental instalem postos de coleta laboratorial em suas dependências — desde que contratem um laboratório credenciado pela Senatran para realizar o exame. O governo também vetou esse artigo, alegando riscos à cadeia de custódia do material, o que poderia comprometer a confiabilidade dos resultados e facilitar a venda casada de serviços(exame físico e toxicológico no mesmo local).
As decisões refletem um debate entre a busca por maior segurança no trânsito — com a triagem de possíveis usuários de substâncias psicoativas — e o impacto financeiro e logístico das novas exigências para os futuros condutores.
Assinatura eletrônica
O terceiro item a ser incluído na lei é o que permite o uso de assinatura eletrônica avançada em contratos de compra e venda de veículos, contanto que a plataforma de assinatura seja homologada pela Senatran ou pelos Detrans, conforme regulamentação do Contran.
A justificativa do governo para vetar o trecho foi que isso permitiria a fragmentação da infraestrutura de provedores de assinatura eletrônica, o que poderia gerar potencial insegurança jurídica diante da disparidade de sua aplicação perante diferentes entes federativos.
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Caixa de som que ficou três meses no mar é achada intacta e funcionando no litoral gaúcho
Equipamento JBL, resistente à água, foi encontrado na Praia do Hermenegildo após provavelmente cair de um navio a 300 km dali; aparelho ligou normalmente

A caixa de som, projetada para ser resistente à água, sobreviveu à corrosão salina por todo esse período. Ao ser ligada, o equipamento funcionou normalmente. Foto: captada
Uma caixa de som à prova d’água da marca JBL passou cerca de três meses no mar e foi encontrada intacta e ainda funcionando na Praia do Hermenegildo, no extremo sul do estado. A descoberta foi feita por um morador que passeava de quadriciclo na orla na última segunda-feira (30) e avistou o equipamento entre algas e areia.
Acredita-se que a caixa tenha caído de um container durante um transporte marítimo em agosto, próximo à Praia de São José do Norte, a cerca de 300 quilômetros dali. Apesar do longo período submerso e da exposição à água salgada, que acelera a corrosão, o aparelho resistiu e ligou normalmente quando testado.
O caso chamou atenção pela durabilidade do produto, projetado para ser resistente à água, e pela jornada incomum — percorrer centenas de quilômetros à deriva no oceano e ainda chegar em condições de uso à costa gaúcha. A situação virou uma curiosidade local e um exemplo inusitado de “sobrevivência” tecnológica.

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