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Como a guerra está afetando o Petróleo e como isso impacta os ativos

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Sócio-fundador do Hub do Investidor, Ricardo Penha, comenta sobre os ciclos de mercado e as perspectivas para o mercado de petróleo

Curitiba, julho de 2022 – Como a Europa se tornou refém do Putin? Essa crise energética pode se traduzir em uma recessão econômica? Como ficam as ações nesse cenário? Oriente será capaz de derrubar a cotação do óleo? Ricardo Penha, sócio-fundador do Hub do Investidor comenta esses pontos e como o investidor se torna refém das emoções e acaba deixando de lado a estratégia e o plano de investimento de longo prazo.

Penha começa explicando como os ciclos de mercado influenciam o preço dos ativos. Segundo ele, o mercado funciona como um pêndulo, se movimentando como ondas, e nos últimos 10 anos vimos que os países desenvolvidos tiveram fortes crescimentos; os ativos de risco tiveram boa performance, muito por conta de uma baixa inflação e, também, porque os juros estavam estimulativos. “Inclusive na Europa, o Banco Central Europeu ainda tem esses juros estimulativos mesmo com a inflação super alta. É importante entender esse momento de conjuntura porque as pessoas, normalmente, se ancoram: os últimos 5 anos, 10 anos foram assim, mas, não necessariamente, os próximos serão dessa forma. Estamos vendo um cenário muito desafiador por lá, um cenário de alta nos rendimentos de títulos de dívidas europeu, combinado também com uma queda no preço dos ativos de risco. Europa tem a situação mais delicada do mundo desenvolvido. A questão da Rússia impacta bastante, pois a guerra com a Ucrânia adicionou uma pitada de preocupação que não pode ser descartada, uma crise energética profunda. E aí, com toda essa conjuntura, combinada com a inflação, será que ainda assim o Banco Central Europeu vai subir os juros?”, pergunta.

Impactos da Guerra na Europa

“Gosto da frase: ‘não existe tragédia anunciada’. Agora temos toda a mídia e influenciadores falando de recessão e crise, como sabem os agentes tem a característica de antecipar os eventos e dessa vez não foi diferente, as bolsas caíram aproximadamente 20% e só agora se fala dos problemas. Ninguém acha correto o que o Putin fez, mas não podemos deixar de reconhecê-lo como um grande estrategista, ele está com a ‘faca e o queijo nas mãos’ e conseguiu colocar o Ocidente de joelhos. A Europa, de forma equivocada, – e aqui não precisamos discutir o que levou a Europa a depender tanto da energia russa – se tornou altamente dependente do Putin, se amanhã ele decidir cortar de vez o fornecimento de gás, teríamos uma grave crise energética, que viria acompanhada de uma recessão”, avalia.

Sócio-fundador do Hub do Investidor, Ricardo Penha, comenta sobre os ciclos de mercado e as perspectivas para o mercado de petróleo

Para entender e tangibilizar mais o tema, Penha lembra que o Brasil, nos anos 2000, enfrentou problema similar com a crise energética e racionamento, foi muito claro o impacto que isso causou no PIB. “Falou de racionamento não adianta: energia é economia e ela vai entrar em recessão”, diz. Segundo Penha, esse é o pior dos cenários, porque se tem um aumento muito intenso da energia, do aumento do preço de alimentos e de serviços, os sindicatos na Europa estão reivindicando aumentos salariais, que não tínhamos visto nos últimos 20 anos. “Enquanto a classe trabalhadora brigava por 2%, 3% de reajuste salarial, agora pedem 7% e 8%, mostrando que a dinâmica do mercado de trabalho poderá ser diferente. O que pouca gente fala é que no Ocidente, numa Democracia, as pessoas têm vozes, se as pessoas não estão satisfeitas elas vão para a internet e para as ruas protestar. Quando se vive numa ditadura, num sistema de autocracia, não adianta, você não vai sair nas ruas da Rússia protestar contra o Putin”, comenta. “Então, a “dor” que um americano ou europeu pode sentir pela guerra é muito menor que a de um russo ou chinês. Ninguém no Ocidente está disposto a pagar 10x mais caro na conta de luz ou 2x mais caro para abastecer o carro. Essa situação causa uma convulsão social”, analisa.

Sobre o petróleo: hora de comprar ou não?

Conforme o especialista, é difícil “cravar” a precisão de preços. A forma como se precifica um iPhone é diferente da forma de precificação de commodities. Em commodities vale a lei básica da oferta e demanda. “Nós vemos, nesse caso, uma demanda muito sólida e uma manutenção da oferta. Quando você olha para essa equação parece óbvio de enxergar onde está a assimetria de preço da commodity. De duas, uma: ou a gente terá uma destruição da demanda muito grande causada pela alta do preço e recessão ou teremos que ter um aumento significativo na variável oferta, o que parece ter uma chance mais remota de acontecer. Entre os maiores produtores, a Arábia Saudita já está no seu limite de produção, não consegue crescer muito mais. A Rússia, que é um player importante no mercado de óleo global, o Ocidente está sancionando, portando não podemos contar; sobraram os Estados Unidos, só que por lá, grande parte da produção é privada, e vimos, há poucos anos, parte dessa indústria passar por grandes dificuldades financeiras e agora há uma pressão enorme pelo lado dos acionistas para que elas tenham foco na geração de valor para o acionista e não no crescimento de produção. Então, do lado da oferta, a gente tem dificuldade de ver de onde virá essa oferta extra de óleo, ou seja, a solução para um petróleo mais barata deve vir de uma desaceleração econômica global”, explica.

Segundo Penha, a visão otimista da casa com a commodity é baseada no descompasso entre oferta e demanda, estoques de petróleo no mundo em mínimas e dificuldade de enxergar um aumento substancial da oferta nos próximos anos. Para se ter uma ideia, os americanos fecharam 5 refinarias nos últimos 3 anos, retirando aproximadamente 5 milhões de barris por dia de oferta de combustíveis do mercado, a última refinaria construída por lá aconteceu em 1974. “Ninguém parece querer investir em um setor que é crucificado por governos, mídias e parte da população, as incertezas com o futuro são enormes”, comenta.

Para conhecer mais sobre o Hub do Investidor acesse https://hubdoinvestidor.com.br/; no linkedin: https://www.linkedin.com/company/hub-do-investidor; no Twitter: @hubdoinvestidor; no Instagram: @hubdoinvestidor; e no canal do Youtube: https://www.youtube.com/channel/HubdoInvestidor.

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PM de folga impede assalto e prende dois homens após família ser feita refém em Cruzeiro do Sul

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Suspeitos foram baleados e detidos após invadir residência no bairro 25 de Agosto; quatro criminosos participaram da ação.

Dois homens foram presos na noite desta quinta-feira (4) após invadirem uma residência e fazerem uma família refém durante um assalto no bairro 25 de Agosto, em Cruzeiro do Sul. A ação foi interrompida por um policial militar que estava de folga, que reagiu ao ser abordado por um dos suspeitos armados. Um dos detidos, identificado como Cauã, foi baleado na perna, e o outro, Jarlisson, sofreu um ferimento no supercílio. Ambos receberam atendimento médico e foram conduzidos à Delegacia de Polícia Civil.

Segundo relatos das vítimas, quatro assaltantes armados com pistolas entraram na casa e fizeram a família — incluindo uma criança — refém. Eles procuravam ouro e joias, por saberem que a moradora comercializava esses itens. Durante a ação, as vítimas foram algemadas, e a mulher chegou a ser enforcada para revelar onde supostamente guardava o ouro. Sem encontrar os objetos desejados, o grupo fugiu levando relógios, pulseiras, celulares e cerca de R$ 2 mil em dinheiro.

Durante as buscas, a Polícia Militar foi informada de que um colega havia contido dois suspeitos nas proximidades. O PM relatou que estava em frente à própria residência quando viu três indivíduos correndo. Ao perceber que um deles portava uma pistola e apontava em sua direção, reagiu e efetuou um disparo que atingiu Cauã.

Com a dupla, os policiais apreenderam sete relógios, uma pulseira, um perfume, dinheiro, dois celulares e uma pistola Taurus modelo .838, com 13 munições intactas. As vítimas reconheceram os dois como participantes do roubo.

Os outros envolvidos na ação criminosa ainda não foram localizados.

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Justiça do Acre funciona em regime de plantão nesta segunda (8)

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Foto: TJAC/assessoria

O Tribunal de Justiça do Acre (TJAC) informa que não haverá expediente nas unidades jurisdicionais e administrativas na próxima segunda-feira, 8 de dezembro, em virtude do feriado do Dia da Justiça.

A data é comemorada desde 1940, mas sua primeira celebração oficial ocorreu somente dez anos mais tarde, por iniciativa da Associação dos Magistrados Brasileiros. A Lei 1.408, de 1951, criou o Dia da Justiça como feriado forense em todo o território nacional.

O atendimento das demandas emergenciais, no âmbito do primeiro e segundo graus de jurisdição, ocorrerá em regime de plantão, conforme escala definida. A relação de magistradas, magistrados, servidoras e servidores plantonistas pode ser consultada na aba Plantão Judiciário do portal do TJAC ou diretamente pelo link: https://www.tjac.jus.br/spj/.

Os prazos processuais que tenham início ou término durante o feriado serão automaticamente prorrogados para o primeiro dia útil subsequente, garantindo segurança e continuidade à tramitação processual.

 

Fonte: Ascom/TJAC

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Acusado de homicídio em disputa entre facções volta a júri popular nesta quinta em Rio Branco

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Raimundo Fernandes Silva, que havia sido condenado a mais de 21 anos de prisão em 2022, passa por novo julgamento após anulação da sentença pelo TJAC.

Raimundo Fernandes Silva, acusado de homicídio qualificado, voltou a sentar no banco dos réus na manhã desta quinta-feira (5), na 2ª Vara do Tribunal do Júri e Auditoria Militar de Rio Branco. Ele é apontado como o autor do assassinato de Alessandro da Silva Santos, ocorrido em 2018. A sessão teve início às 8h30, no Fórum Criminal, e o resultado do julgamento deve ser conhecido no início da tarde.

O réu chegou a ser condenado em fevereiro de 2022 a 21 anos, 10 meses e 15 dias de prisão, em regime fechado. No entanto, a defesa recorreu ao Tribunal de Justiça do Acre (TJAC), alegando que testemunhas consideradas essenciais não haviam sido ouvidas, o que poderia alterar o entendimento dos jurados.

A Câmara Criminal acolheu o recurso e anulou a sentença, determinando um novo julgamento.

Segundo a denúncia do Ministério Público, o crime ocorreu na noite de 8 de agosto de 2018, em meio a uma disputa entre facções criminosas. Alessandro da Silva Santos foi surpreendido quando chegava em casa, no bairro Tancredo Neves, por um homem armado com uma espingarda de grosso calibre e executado com vários disparos.

Raimundo Fernandes Silva foi indiciado pela Delegacia de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) e não compareceu à sessão do júri realizada em 2022, quando acabou condenado pela primeira vez.

Fonte: PCAC

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