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Com previsão de receber mil veículos por dia, ponte sobre o rio Madeira conecta o Acre à malha rodoviária federal
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Maior obra estruturante do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) da última década, sob a responsabilidade da unidade Rondônia, a Ponte do Abunã, sobre o rio Madeira, próximo da divisa entre Acre e Rondônia, vai encerrar um ciclo de isolamento entre o estado acreano e o Brasil.
A ponte vai conectar em definitivo Rio Branco (AC) a Porto Velho (RO), pela BR 364, rodovia de fundamental importância para o escoamento da produção das regiões Norte e Centro Oeste, com conexão na BR 317, a Transoceânica, que liga o Brasil ao Porto de Ilo, no Peru.

Financiada pelo governo federal, a obra começou em 2014, e por causa de atrasos na liberação dos recursos financeiros, ficou pronta depois do cronograma previsto no projeto que consumiu R$ 148 milhões. A empresa paranaense Arteleste foi a executora do projeto.
Encravada no encontro dos rios Madeira e Abunã, no distrito de Vista Alegre do Abunã (RO), região pertencente ao município de Porto Velho, a ponte é a segunda maior em água doce do Brasil, com 1.517 metros. A primeira é a ponte do rio Negro, em Manaus com 3.595 metros. Embora esteja dentro do território rondoniense, a obra também carrega o DNA do Acre, porque nela estão esforços de muitos parlamentares do estado, coordenados pelo governador Gladson Cameli, maior entusiasta do projeto.
“A construção dessa ponte foi um sonho de muitos acreanos e, hoje, já posso dizer que é uma realidade. A partir do próximo dia 7, vamos virar essa página marcada pelo atraso e daremos início a um novo tempo de desenvolvimento”, enfatizou.
De uma ponta a outra são três trechos distintos, do ponto de vista da engenharia. O trecho navegável, chamado de “vão”, que tem 170 metros (distância entre uma pilastra outra), o elevado, que reúne todo trecho entre uma margem e outra do rio, e o elevado, uma espécie de viaduto, construído na última etapa do projeto e que tem 430 metros de extensão.
A Ponte é curvada, nos moldes de um arco. No ponto mais alto atinge 31 metros em relação a lâmina d’água. Possui pista com 14,45 metros de largura. A pista de rolamento tem 3,5 metros de largura cada, com 2,5 metros de acostamento e 1,5 metros de calçada. Para concluir toda essa estrutura, a Arteleste atuou com 160 operários e aplicou 13 mil toneladas de cimento, 3.500 toneladas de aço e 12 mil toneladas de asfalto.
“Vou realizar um sonho”, diz superintendente do DNIT

Acreano de Bujari, o superintendente do DNIT/RO, André Lima dos Santos vai entregar junto com o governo federal e os governos do Acre e Rondônia, a obra mais esperada por quem mora nessa região, principalmente no seu estado natal. “É a maior ponte em água doce sob a nossa responsabilidade na Amazônia. Vamos incluí-la no Programa de Manutenção em Obras de Artes Especiais, onde prestamos manutenção a mais noventa pontes aqui em Rondônia. Eu nem pensava em trabalhar no DNIT, mas todas as vezes que passei por aqui usando as balsas sonhava com essa ponte e agora esse sonho vai se realizar”, destaca André.
Segundo levantamento realizado pelo DNIT, tomando por base o número de veículos no eixo da BR 364 entre Porto Velho e Rio Branco, a ponte vai receber um fluxo previsto superior a mil veículos por dia, com 60% desse percentual de caminhões e carretas.
Fim da travessia nas balsas

Foto: Diego Gurgel
Desde a década de 80, quando foi concluída a ligação rodoviária entre os dois estados pela 364, a travessia de veículos na Ponta do Abunã era feita por bolsas, de propriedade da empresa Amazonas Navegações. Hoje, três unidades atuam na travessia, sendo uma balsa exclusiva para veículos com carga inflamável. O preço do serviço varia de R$ 20 para carros de passeio até a R$ 270 para carretas bitrem.
Quarenta operários prestam serviço na empresa que já anunciou o fim das atividades no dia em que a ponte for inaugurada. No ano de 2015, a Marinha do Brasil chegou a abrir uma investigação em desfavor da Amazonas Navegações. A empresa foi acusada de tentar sabotar as obras da ponte. Naquele ano, um rebocador atingiu uma das pilastras da ponte durante a madrugada causando dano à estrutura. A investigação foi encerrada sem que ninguém fosse responsabilizado.

A PONTE EM NÚMEROS
1.517 metros de extensão
31 metros de inclinação
R$ 148 milhões de investimentos
160 operários
13 mil toneladas de cimento
3.500 toneladas de ferro
12 mil toneladas de asfalto
Tráfego estimado de 1.000 veículos por dia
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Violência doméstica em Epitaciolândia termina com ameaças e acidente de trânsito
Homem teria ameaçado ex-esposa com tijolo e se jogou encima do veículo; vítima registrou ocorrência na delegacia.
Um caso de violência doméstica foi registrado na tarde desta segunda-feira (3). O fato teria ocorrido na Rua Capitão Pedro de Vasconcelos, no bairro Aeroporto, em Epitaciolândia. A guarnição do 5º Batalhão de Polícia Militar foi acionada para atender uma ocorrência de acidente de trânsito, mas, ao chegar ao local, descobriu-se que o incidente estava relacionado a uma agressão doméstica.
Segundo relatos de populares, o autor da agressão identificado como Sandeson Kleito Gabriel, teria tentado jogar um tijolo no para-brisa do carro de sua ex-esposa, com a intenção de atingi-la. Ao perceber a ameaça, a mulher avançou com o veículo em direção ao agressor, que se ficou sobre o capô e foi carregado por vários metros até cair na rua. O Homem sofreu uma lesão na cabeça e arranhões pelo corpo devido à queda.
Após o ocorrido, a vítima dirigiu-se à delegacia para registrar o fato. A guarnição policial também se deslocou até o local para a confecção do boletim de ocorrência. O caso está sendo investigado, e Andeson foi levado ao hospital para ser medicado e ficou em observação até ser liberado.
O caso foi registrado como violência doméstica contra a mulher conforme o ART. 147 do CPB e as autoridades reforçam a importância de denunciar essas situações para garantir a segurança.
Veja vídeo abaixo:
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Serial Killer: Criminoso de alta periculosidade que escapou do presídio Urso Branco, em Porto Velho, continua foragido
João Luiz da Silva Filho, condenado a 22 anos por homicídio, estava em regime de cela livre e fugiu durante trabalho externo; polícia pede ajuda da população.
João Luiz da Silva Filho, de 53 anos, criminoso de alta periculosidade, fugiu do presídio José Mário Alves, conhecido como Urso Branco, em Porto Velho (RO), nesta sexta-feira (28). Condenado a 22 anos de prisão por homicídio e com histórico de reincidência, João Luiz estava no sistema de cela livre e fugiu quando saiu do presídio Vale do Guaporé para trabalhar no Urso Branco.
As autoridades estão em alerta e pedem a colaboração da população para localizar o fugitivo. Quem tiver informações sobre o paradeiro de João Luiz deve entrar em contato imediatamente com a polícia pelos números 190 ou 197.
A fuga reforça a necessidade de medidas de segurança mais rígidas no sistema prisional, especialmente para criminosos considerados de alta periculosidade. A população deve redobrar a atenção e evitar qualquer contato com o fugitivo.
Fonte: EuIdeial
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STF, PF e CNJ não sabem quantos juízes são investigados por corrupção e venda de sentenças
R7 pediu dados via LAI para os três órgãos, mas nenhum deles respondeu às demandas com dados de investigados ou condenados
Uma operação da Polícia Federal deflagrada em novembro do ano passado dainvestigação sobre juízes, desembargadores e servidores de sete tribunais de Justiça estaduais ligados a esquemas de corrupção e venda de sentenças no Brasil acendeu o alerta sobre o monitoramento dos envolvidos e a falta de dados a respeito de participação de membros do Judiciário nessas práticas criminosas. Os inquéritos, até o momento, levaram ao afastamento provisório de pelo menos 16 desembargadores e sete juízes de primeira instância. No entanto, faltam dados para diagnosticar se os episódios são parte de um problema isolado ou se atingem outros tribunais e regiões do país.
O R7 realizou reiterados pedidos via Lei de Acesso à Informação para STF (Supremo Tribunal Federal), CNJ (Conselho Nacional de Justiça) e Polícia Federal questionando se os órgãos têm informações sobre o número de magistrados investigados ou condenados por corrupção e venda de sentenças.
O STF, por exemplo, justificou que não tem os dados consolidados e enviou uma lista de 131 mil processos criminais públicos recebidos desde 2019 até o fim de 2024.
A PF disse que “as bases de dados não possuem tal informação sobre investigados/indiciados para consulta”. “Tal informação iria requerer consultar milhares de inquéritos individualmente para obtenção de tal informação, sendo assim inviável o fornecimento dos dados requeridos”, alegou.
O CNJ informou que tem padronizado todos os dados e informações compreendidas pelo processo judicial, “dessa forma, os assuntos cadastrados quando da distribuição dos procedimentos também são padronizados e têm por base as tabelas processuais unificadas”. Contudo, segundo a instituição, “atualmente, não há em referida tabela o assunto venda de sentenças ou algo relacionado como, por exemplo, corrupção e enriquecimento ilícito”.
De todo modo, o Conselho Nacional de Justiça enviou dados sobre as punições aplicadas a magistrados por alguma irregularidade de conduta. O levantamento aponta que 56% das punições envolvem aposentadoria compulsória, considerando o período de 2007 até o fim do ano passado.
Em 2024, por exemplo, o CNJ abriu 5.569 pedidos de providências na corregedoria, 1.734 reclamações disciplinares aos magistrados, 44 revisões disciplinares e 40 processos administrativos disciplinares.
Monitoramento
Em nota, o CNJ disse que mantém “rigoroso sistema de fiscalização e controle da atividade jurisdicional através de múltiplos mecanismos”. “A Corregedoria Nacional de Justiça realiza, sistematicamente, inspeções e correições para apurar o funcionamento dos serviços judiciais e auxiliares, das serventias e dos órgãos prestadores de serviços notariais, identificando eventuais irregularidades. O monitoramento é realizado de forma contínua para acompanhar o cumprimento das decisões proferidas e disponibiliza relatórios de conformidade no portal do CNJ”, afirmou.
O órgão destacou que exerce um controle funcional de magistrados dos cinco segmentos do Poder Judiciário brasileiro, com exceção do Supremo Tribunal Federal. “O Conselho também planeja, coordena e acompanha políticas judiciárias para aprimorar os serviços prestados pelos tribunais.”
O CNJ explicou que tem competência para investigar denúncias contra magistrados, realizando inspeções, correições e sindicâncias. “O Plenário do CNJ pode determinar, inclusive, o afastamento preventivo de magistrados durante a tramitação de processo disciplinar”, ressaltou a entidade.
“O CNJ prioriza o julgamento de processos relacionados a corrupção, improbidade administrativa e crimes contra a Administração Pública, bem como confere prioridade ao julgamento de ilícitos eleitorais. O CNJ monitora a atuação da magistratura por meio de diversas ferramentas, incluindo dados estatísticos sobre processos e outros indicadores. O Conselho também pode requisitar informações de autoridades fiscais, monetárias e outras autoridades competentes para esclarecer processos. Nos Processos Administrativos Disciplinares, após a fase de instrução, o relator apresenta relatório circunstanciado com proposta de penalidade, quando cabível. O relatório é submetido ao plenário, onde os conselheiros podem acompanhar a proposta do relator ou divergir, sugerindo penalidade diversa”, explicou.
Situação grave
Professor do Departamento de Sociologia e Ciência Política da Universidade Federal de Santa Catarina, Luciano Da Ros pontua que “o fato de que há juízes alegadamente envolvidos em venda de sentenças é, obviamente, muito grave”.
“Mas, por outro lado, não se pode antecipar culpabilidade, e todos, inclusive os magistrados, gozam de presunção de inocência. Com isso, quero dizer que, apesar das medidas tomadas pela PF, que eu saiba ainda não há condenação em todos esses casos que possam ensejar juízo de culpa. Há que se esperar o andar dos processos, que é lento”, opinou.
O especialista disse que a maioria das punições mais severas gera aposentadorias compulsórias. “Isso ocorre porque juízes, protegidos por suas garantias de independência, somente podem ser efetivamente removidos do Poder Judiciário após serem condenados em processo criminal [e não administrativo] de forma definitiva”, detalha.
Sobre a sensação da sociedade de falta de punição aos juízes, que são aposentados após uma acusação grave, a advogada Mariana Madeira, também professora do curso de Direito da Universidade Católica de Brasília e ex-assessora de ministro do STF, explicou que essa é a “forma mais severa e efetiva que o CNJ encontra para atribuir essa punição administrativamente, em razão da vitaliciedade, que é uma prerrogativa constitucional prevista para os juízes”.
“Na aposentadoria compulsória, os proventos são pagos de maneira proporcional ao tempo de serviço. Isso não impede, no entanto, que haja maior transparência na divulgação das infrações e punições administrativas como forma de reforçar a credibilidade e a confiança do jurisdicionado, até porque um dos princípios da atuação da administração pública é o da publicidade”, comentou.
Faltam dados
O professor Luciano Da Ros pontuou que é importante saber, caso a caso, quais magistrados, punidos no CNJ, eventualmente tiveram condenações criminais.
“Conheço poucos levantamentos dessa natureza, mas concordo que seria interessante, para fins de monitoramento, o CNJ manter uma base de dados pública e transparente que acompanhasse os desfechos dos processos criminais eventualmente decorrentes dos processos disciplinares”, sugeriu.
Sobre a venda de sentenças, o professor da UFSC reforçou que a situação é grave. “Mas lembro que juízes podem eventualmente ser corruptos de outras formas. Por exemplo, há várias funções administrativas que os tribunais desempenham [contratação de pessoal, construção de prédios, contratação de prestadores de serviço] que também podem estar sujeitas a problemas de magnitude semelhante”, alertou.
Para ele, é preciso mais transparência. “Mas a transparência, por um lado, requer que os dados sejam primeiramente coletados e registrados, algo que eu não sei se ocorre nesse particular, e que esses mesmos dados eventualmente públicos não firam a intimidade, a privacidade e mesmo a reputação, injustamente por vezes, dos acusados.”
Mensagem para a população
Para a professora Mariana Madeira, publicizar as sanções criminais eventualmente atribuídas a juízes corruptos também pode transmitir para a sociedade “a mensagem de que os crimes são rigorosamente punidos e, consequentemente, desestimula a prática de novas infrações penais”.
“Precisa haver um comprometimento de toda comunidade jurídica — advogados, defensores públicos, servidores, promotores — em denunciar irregularidades para que sejam seriamente apuradas, assim como qualquer cidadão que comete crime no país”, afirmou.
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