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Após três meses em falta, Acre volta a distribuir insulina a pacientes com diabetes

Sesacre diz que medicação disponível dá para um mês, porque reposição por parte do Ministério da Saúde agora será mensal. ‘Sensação de alívio, mas com medo de faltar novamente’, diz mãe de criança com diabetes.

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Após três meses em falta, Acre volta a distribuir insulina a pacientes com diabetes — Foto: Arquivo pessoal

Por Iryá Rodrigues

Depois de cerca de três meses em falta, as insulinas voltaram a ser distribuídas pela Secretaria de Saúde do Acre nessa quarta-feira (21) aos pacientes com diabetes. A informação foi confirmada ao G1 pelo chefe departamento de Assistência Farmacêutica da Sesacre, Rachid Amin.

Segundo ele, a quantidade de doses de insulina que foi enviada pelo Ministério da Saúde ao estado dá para um mês de distribuição aos 73 pacientes cadastrados no Componente Especializado da Assistência Farmacêutica (CEAF). Amin explicou que a partir de agora, a reposição por parte do MS será mensal.

“A insulina análoga de ação rápida já está sendo dispensada, porém, a marca é outra. Apenas a marca, o tipo de insulina é exatamente o mesmo. Será dispensado apenas para um mês porque a reposição por parte do Ministério da Saúde será mensalmente. Esta insulina é do grupo 1-A, adquirida e distribuída aos estados pelo Ministério da Saúde, apenas pelo Componente Especializado CEAF. O estoque previsto apenas visa atender aos que já fazem uso, que são 73 pacientes”, informou.

Sobre quando deve chegar ao estado o lote com mais insulina para o próximo mês, Amin disse que não tem essa informação ainda. “A única coisa que garantiram é que não deve faltar insulina nos próximos 90 dias.”

Alívio e preocupação

A universitária Débora Motta, mãe de uma das crianças que fazem uso da medicação no estado, contou que recebeu pela manhã de quarta uma mensagem do Centro de Referência de Medicamentos Especiais (Creme) informando que a insulina tinha chegado e que ela poderia retirar a medicação.

Logo em seguida, a universitária foi até o Creme e a alegria logo se misturou com preocupação. É que, diferente de como é feito normalmente, ela só pode pegar o suficiente para um mês e não mais para três.

A filha de Débora, a pequena Mariana Motta Mastub, de 8 anos, foi diagnosticada com diabetes tipo 1 em agosto de 2019 e, desde então, precisa fazer o uso diário da insulina após cada refeição. Ela disse que conseguiu pegar duas pistolas de insulina, sendo que sempre pegava seis.

“A felicidade durou muito pouco. Eles não estão liberando para os três meses, e sim somente para esse mês, porque chegaram poucas insulinas e não sabem nem se vai dar para todo mundo. Além disso, a insulina agora é de um outro tipo e já tem gente dizendo que não se dá com essa. Me deram um papel para voltar no dia 23 de agosto para ver se chegou mais e assim pegar para o próximo mês. Então, fica aquela sensação de alívio, mas com medo de faltar novamente”, disse Débora.

No início de junho, os pais de pacientes com diabetes que fazem o tratamento no Acre voltaram a reclamar da falta da medicação.

No dia 24 de junho, o chefe departamento de Assistência Farmacêutica da Sesacre, Rachid Amin, informou que o medicamento é fornecido pelo Ministério da Saúde e que tinha previsão de regularização até o dia 30 de junho o abastecimento. No entanto, no dia 12 de julho disse que já não havia mais uma previsão.

Em janeiro deste ano, os familiares chegaram a relatar que a medicação estava em falta no estado e que as últimas distribuídas estavam perto de vencer.

Medicação

A insulina de ação rápida é comprada e distribuída de graça pelo Ministério da Saúde para pacientes cadastrados. A medicação geralmente é usada por pacientes com diabetes tipo 1, quando o pâncreas para de produzir o hormônio.

Nesse caso, a caneta de insulina é necessária para manter os níveis de glicose estáveis depois da ingestão de alimentos. Por isso, é aplicada antes das refeições, e faz efeito em torno de meia hora.

Ao menos 70 pais de crianças com diabetes no Acre fazem parte do grupo “Família Doce” e estavam na mesma situação. Fora os demais pacientes que precisam da insulina.

Uma caneta de insulina custa em média R$ 98 em farmácias de Rio Branco, sendo que a maioria dos casos os pacientes usam duas por mês, além das outras medicações. Sem a medicação por cerca de três meses, muitos tiveram que comprar ou buscar doações. Como o caso da Ana Caroline Costa de Oliveira, de 12 anos, que recebeu doação de insulina da família do major da Polícia Militar Océlio de Araújo, de 65 anos, que morreu de Covid-19 em março.

Especialista alerta

Em entrevista publicada em janeiro deste ano, quando a medicação também estava em falta no estado, a médica especialista em endocrinologia pediátrica, Catarina de Oliveira Souza, que acompanha a maioria das crianças em tratamento da diabetes em Rio Branco, alertou sobre os riscos, caso os pacientes fiquem sem a insulina.

Ela explicou que sem a insulina, que é usada para controlar os níveis de açúcar no sangue, esses pacientes podem ter complicações sérias e até ir a óbito.

“Elas não têm como ficar sem insulina, é impossível, não tem medicamento para substituir. Então, infelizmente é um prejuízo muito grande. Essa medicação controla os níveis de glicemia, então quando comem precisam tomar, quando acordam também, se não comer tem que tomar. Se eles não fazem uso da insulina, eles entram para o quadro que a gente chama de cetoacidose diabética, que é a forma mais grave da diabetes e pode, inclusive, levar a óbito. Então, é muito importante”, afirmou a médica.

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Vídeo: ROTAM apreende adolescentes envolvidos com tráfico de drogas em Rio Branco

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Operação no bairro Estação Experimental resulta na apreensão de entorpecentes, simulacro de arma e prisão de maior de idade

Uma ação do Batalhão de Operações Especiais (BOPE), por meio da Companhia de Rondas Ostensivas Táticas Metropolitanas (ROTAM), resultou na apreensão de dois adolescentes e na prisão de um jovem adulto por envolvimento com o tráfico de drogas, na noite de sábado (3), no bairro Estação Experimental, em Rio Branco.

A equipe realizava patrulhamento de rotina na rua Coronel Fontenele de Castro quando identificou movimentação suspeita em frente a uma residência já conhecida por ser ponto de venda de entorpecentes. Na abordagem a um casal e outro homem que saíam do local, os policiais localizaram substâncias ilícitas prontas para comercialização.

Ao todo, foram apreendidos sete invólucros de skank, doze trouxinhas de cocaína, oito sacos de merla, uma balança de precisão, um simulacro de pistola e R$ 512 em espécie. Também foram encontrados adesivos com a imagem do personagem Tio Patinhas, utilizados como símbolo de identificação dos traficantes.

Os suspeitos foram identificados como um adolescente de 17 anos, uma jovem de 16, e um adulto de 20 anos, cujas iniciais são C.S. de A.R. Em depoimento, o menor afirmou que traficava para ajudar no sustento da família após a morte do pai.

Os três foram encaminhados à Delegacia Central de Flagrantes (DEFLA), onde permanecem à disposição da Justiça. A operação evidencia a crescente atuação de adolescentes em atividades criminosas e reforça o esforço das forças de segurança no combate ao tráfico de drogas na capital acreana.

 

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Com apoio do governo do Acre, filha resgata pai desaparecido há 38 anos em Bogotá

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A região onde Joaquim viveu é uma das mais remotas da Amazônia, com pouca presença do Estado e difícil acesso. Mesmo morando em território brasileiro, o contato com a família foi completamente perdido

Técnicos da Divisão dos Direitos Humanos da SEASDH acompanharam a chegada de seu Joaquim e a filha, no aeroporto de Rio Branco. Foto: Jairo Carioca/SEASDH

Quando o voo GOL 1246 pousou em Rio Branco por volta das 22h29 da última quinta-feira, 1º, chegava ao fim uma verdadeira maratona de quase sessenta dias vivida pela administradora Ana Maria Lima e sua família. Durante esse período intenso e carregado de esperança, Ana Maria se dedicou incansavelmente à missão de reencontrar e resgatar seu pai, Joaquim Olício de Lima, desaparecido há 38 anos.

“Eu tenho muito o que agradecer, primeiro a Deus, depois à Embaixada Brasileira na Colômbia e ao governo do Acre, na pessoa da vice-governadora Mailza. Essas instituições me ajudaram a reencontrar e trazer de volta ao nosso convívio o meu pai, após 38 anos sem notícias”, declarou Ana Maria, emocionada.

A história, marcada por fé e persistência, comoveu a todos que acompanharam a busca. Ao desembarcar em Rio Branco, Joaquim Olício relembrou os acontecimentos que o afastaram da família. Ele deixou a Vila Bittencourt em 1987, aos 30 anos, para trabalhar no garimpo e acabou vivendo por décadas na região de Traíra, no Departamento de Vaupés, área de fronteira com a Colômbia.

“Ajudei muito o Exército Brasileiro, vivi esse tempo todo do lado brasileiro. Lá [em Traíra] a gente atravessa o rio e muda de nacionalidade, eu tive que conviver com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia”, contou ele.

A região onde Joaquim viveu é uma das mais remotas da Amazônia, com pouca presença do Estado e difícil acesso. Mesmo morando em território brasileiro, o contato com a família foi completamente perdido. Após quase quatro décadas, foi por meio de um amigo da família, identificado como Jonathan, morador da Vila Bittencourt, que Ana Maria recebeu notícias do pai logo após o Carnaval deste ano. A informação era preocupante: Joaquim estava muito debilitado e havia sido transferido para Mitú, capital de Vaupés, e de lá, levado de helicóptero para Bogotá, onde deu entrada sem documentos em um hospital particular – já que a Colômbia não possui sistema público de saúde.

O tratamento só foi possível graças a uma cota social financiada pelo município de Bogotá. Após muitas buscas, Ana Maria conseguiu localizar o pai por meio do serviço social do Hospital Universitário Méderi Barrios, onde fez o primeiro contato por videochamada.

“Nossa, não consigo mensurar a emoção. Descobri que ele estava sem nenhum documento e que a cota social estava prestes a vencer. O prazo era 28 de abril. Independente do estado de saúde, ele seria deportado para a região de fronteira novamente”, explicou Ana Maria.

Aos 68 anos, Joaquim relembrou momentos em que conviveu com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia e de colaborações dadas ao Exército Brasileiro na faixa de fronteira amazônica. Foto: Jairo Carioca/SEASDH

A etapa seguinte era localizar os documentos de nascimento de Joaquim. A família fez buscas sem sucesso em cartórios de Tefé, Japurá, Maraã e Jataí, região do Médio Solimões. Diante da urgência, a filha acionou a ouvidoria do Instituto de Identificação do Amazonas, que recomendou contato com a Embaixada do Brasil na Colômbia.

No Acre, Ana Maria tinha apenas a passagem de ida, quando procurou o Centro de Referência dos Direitos Humanos, vinculado à Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos (SEASDH). Em apenas duas semanas, com o aval da vice-governadora e titular da pasta, Mailza Assis, o governo estadual providenciou todo o translado para que pai e filha pudessem retornar ao Brasil.

Paralelamente, a Embaixada Brasileira autorizou que Joaquim deixasse o país apenas com uma autorização definitiva – registro civil consular – enquanto o governo colombiano, sensibilizado pela situação, perdoou as multas pela estada irregular.

A viagem de volta ao Acre foi desafiadora, Ana Maria saiu de Rio Branco rumo a Assis Brasil, seguiu até Puerto Maldonado, embarcou para Lima e, finalmente, chegou a Bogotá. No dia 28 de abril – exatamente o último dia da cota hospitalar – pai e filha embarcaram juntos para Brasília e, de lá, para Rio Branco.

Momento emocionante que seu Joaquim recebeu a notícia no Hospital Universitário, de liberação pela Embaixada Brasileira. Foto: arquivo da família

O reencontro foi o desfecho de uma história marcada pela força de uma filha, a cooperação institucional e o cuidado com a dignidade humana. Ana Maria e Joaquim agora têm a oportunidade de reconstruir o vínculo interrompido por quase quatro décadas, com o apoio daqueles que acreditaram nessa causa.

“Eu fiz questão de registrar essa história porque as pessoas vivem tão desacreditadas nas instituições. Mais ainda tem servidor público e gestor comprometido em servir”, concluiu Ana Maria.

Garantia de direitos

A chefe da Divisão do Centro de Referência dos Direitos Humanos da SEASDH, Liliane Moura, destacou que, por determinação da vice-governadora e titular da SEASDH, Mailza Assis, o Estado seguirá acompanhando de perto o caso de Joaquim Lima, que retornou ao Brasil vindo de Bogotá sem ter uma nacionalidade oficialmente reconhecida.

“A orientação da nossa diretora, Joelma Pontes, e da vice-governadora Mailza é garantir todo o suporte necessário nesse processo. Vamos acompanhar a regularização da documentação e oferecer todo o acolhimento possível à família, com foco na proteção dos direitos fundamentais e na reintegração plena do senhor Joaquim que está muito feliz em pisar no solo acreano”, afirmou Liliane.

Momentos que marcaram a volta de seu Joaquim ao Brasil. Entre eles, a assinatura do registro civil consular na Embaixada Brasileira. Foto: arquivo da família

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Mulher sofre afogamento no Igarapé Preto e é resgatada por bombeiros

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Após essa fatalidade, foi anunciada a contratação de quatro guarda-vidas civis para atuar no balneário, fruto de uma parceria entre o Governo do Estado, a Prefeitura de Cruzeiro do Sul e o Corpo de Bombeiros

O Corpo de Bombeiros reforça a orientação para que visitantes dos balneários respeitem os limites físicos, evitem áreas com correnteza e sigam sempre as instruções das equipes de segurança. Foto: cedida 

Juruá em Tempo

Neste último sábado (3), um resgate rápido e eficiente evitou uma possível tragédia no Balneário Igarapé Preto, em Cruzeiro do Sul, no interior do Acre. Uma mulher de 27 anos, identificada pelas iniciais L.S.A., foi salva após sofrer um princípio de afogamento ao tentar atravessar o igarapé ao lado do esposo. A força inesperada da correnteza a deixou desorientada e incapaz de manter a flutuação, colocando sua vida em risco.

Por sorte, a equipe do Corpo de Bombeiros, composta pelo sargento Bernardo e pelo soldado David, estava presente no local realizando serviços de prevenção. Ao perceberem a situação, agiram prontamente e conseguiram retirar a vítima da água ainda consciente. O atendimento imediato revelou que se tratava de um caso de afogamento leve (grau 1), sem necessidade de encaminhamento hospitalar.

O resgate foi elogiado pelo vereador e bombeiro militar da reserva, Coronel Rômulo Barros, que destacou a importância da atuação dos profissionais de segurança aquática. Em um vídeo publicado nas redes sociais, ele reforçou a necessidade de atenção dos banhistas e celebrou o sucesso da ação dos bombeiros: “Graças à expertise da equipe, hoje podemos comemorar mais um salvamento. É fundamental garantir a presença de guarda-vidas nos balneários para evitar acidentes e preservar vidas.”

A preocupação com a segurança no Igarapé Preto se intensificou após um episódio trágico no início do ano, quando o jovem José Francisco Santos de Melo, de 18 anos, perdeu a vida ao tentar salvar uma garota. Na ocasião, o local não contava com profissionais de prevenção aquática, o que evidenciou a necessidade de medidas mais eficazes para garantir a proteção dos frequentadores.

Após essa fatalidade, foi anunciada a contratação de quatro guarda-vidas civis para atuar no balneário, fruto de uma parceria entre o Governo do Estado, a Prefeitura de Cruzeiro do Sul e o Corpo de Bombeiros. A iniciativa visa aumentar a segurança dos banhistas e evitar que novos casos de afogamento aconteçam.

Diante dos riscos, o Corpo de Bombeiros reforça a orientação para que visitantes dos balneários respeitem os limites físicos, evitem áreas com correnteza e sigam sempre as instruções das equipes de segurança. A conscientização e a prevenção continuam sendo as melhores ferramentas para preservar vidas.

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