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Ameaça de escassez de arroz no mercado
DEPOIS DO FEIJÃO, AGORA É O ARROZ QUE COMEÇA A FALTAR NA MESA DO CONSUMIDOR E O PREÇO SOBE 29%
Por Tião Maia – Produto indispensável à mesa do brasileiro, o arroz nosso de cada dia, assim como o feijão, que no primeiro semestre do ano bateu recorde de preço e praticamente sumiu das prateleiras, também já apresenta um cenário de baixa oferta no mercado acreano, principalmente na capital. Em função disso, o produto já apresenta uma majoração de preços da ordem de 20 por cento acima do que era praticado em janeiro deste ano.
Um exemplo: o pacote do arroz “Brilhante” de 5 kg, que em janeiro de 2016 era vendido na praça de Rio Branco a R$ 13,65, custa agora em agosto R$ 16,45 – um aumento de 20 por cento, que pode chegar até a 30 por cento no final do mês de setembro, segundo o presidente em exercício da Associação dos Supermercados do Acre (Asa), Adém Araújo. Outras marcas menos nobres, que eram vendidas em Rio Branco em janeiro deste ano a R$ 11,00 o pacote de 5Kg, chegaram a R$ 15,00. De todas as marcas, a mais cara é a “Tio Urbano”, cujo pacote de 5 kg não sai por menos de R$ 17, 44.
O presidente da Associação Comercial, Industrial, de Serviços e Agrícolas do Acre (Acisa), Celestino Bento de Oliveira, também manifestou preocupação com a ameaça de baixa oferta do produto nos mercados, assim como ocorreu com o feijão. Por conta da escassez, nos primeiros meses do ano, o preço do feijão ultrapassou o valor do café.
Dados do Instituto Brasileiro do Feijão (Ibrafe) mostraram que, pela primeira vez na história do país, a saca de feijão bateu o café. A saca de feijão com 60 kg chegou a custar R$ 550 em alguns estados, enquanto a de café ficou na casa dos R$ 480. A previsão para que o mercado do feijão venha a ser estabilizado é para fevereiro de 2017, segundo o presidente do Ibrafe, Marcelo Eduardo Lüders. Para o arroz, não há previsão de estabilidade, principalmente em relação ao Acre.
O mais grave é que, em relação ao Acre, segundo o secretário de Agricultura e Pecuária (Seap), José Carlos dos Reis, o arroz consumido no Estado é praticamente todo importado, principalmente dos estados do Centro-Sul. De acordo com Reis, além de não ter tradição no plantio, a cultura do arroz chega a dar prejuízo ao produtor. “Quando um agricultor local planta o arroz, o quilo do produto final chega a sair mais barato no mercado do que os investimentos feitos pelo produtor”, disse José Reis.
Foi o caso, por exemplo, do produtor Mário Maffi, de Epitaciolândia, no Alto Acre. Na safra do ano passado, ele plantou 60 hectares de arroz. “A produção foi boa, deu um arroz bonito até, mas na hora de vender o preço foi um desastre”, disse o produtor. Ele desistiu de plantar o produto.
Safra deste ano será 15% menor que a do ano passado
Os baixos índices de preço são um dos sinais da escassez do arroz ou da baixa oferta do produto no país. Os outros sinais são o de seca em vários estados produtores ou de cheias no Rio Grande do Sul, o campeão da produção de arroz no Brasil.
Os indicativos das análises de mercado mostram que a safra 2015/2016 será 15,3% menor que a do ano passado. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o preço do arroz já chegou a R$ 59,12 a saca de 60 quilos em Mato Grosso, valorização semanal de 3,5%. No Rio Grande do Sul não é diferente: o preço do arroz com casca está cotado, em média, a R$ 49,55 a saca de 50 quilos.
Diante da escassez do grão, provocada especialmente pela quebra de safra no Rio Grande do Sul, a expectativa é que aumente as importações de arroz vindas do Paraguai e da Argentina. Medida necessária para atender à crescente demanda do consumidor brasileiro que, segundo dados da Conab, absorve mais de 11 milhões de toneladas a cada safra.
O cenário de baixa oferta não deve mudar na temporada 2016/2017. Endividados, os arrozeiros do Rio Grande do Sul, Estado responsável por 70% da produção nacional, vão reduzir os investimentos na próxima safra.
A Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz) aponta que vão ser semeados apenas 1,5 milhão de hectares, redução de cerca de 500 mil hectares, a menor intenção de plantio dos últimos 10 anos. Segundo o levantamento de estimativa de safra da Conab, divulgado no último dia 9 de agosto, a produção de arroz 2015/2016 sofreu queda de 15,3%, fechando com um pouco mais de 10 milhões de toneladas e produtividade média 2,9% menor.
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Defesa Civil do Acre entra em alerta por elevação do Rio Acre e risco de alagamentos na capital

Rio Acre na fronteira já deu sinal de estabilidade e poderá dar sinais de vazantes nas próximas horas – Foto: Eldson Júnior
A Defesa Civil do Acre colocou suas equipes em estado de alerta em razão das fortes chuvas que atingiram o estado nas últimas horas e elevaram o nível do Rio Acre, com possibilidade de alagamentos e famílias desabrigadas, principalmente em Rio Branco.
De acordo com dados do sistema de hidrotelemetria, a chuva ultrapassou 100 milímetros em cerca de 12 horas, especialmente na região das Aldeias dos Patos, acima de Assis Brasil. Apesar do volume elevado, o nível do rio apresenta tendência de estabilização e leve recuo. Nas últimas quatro horas, a medição indicou nível abaixo dos 4 metros nos pontos mais altos do curso do rio.

Ponte metálica Dr José Augusto, que liga os municípios de Brasiléia e Epitaciolândia – Foto: Eldson Júnior
Na régua de medição instalada na ponte que liga Brasiléia e Epitaciolândia, o Rio Acre chegou próximo dos 9 metros por volta das 10h (horário local), mas também apresenta sinal de estabilização.
O coordenador da Defesa Civil na região de fronteira, major do Corpo de Bombeiros Sandro, divulgou vídeo tranquilizando a população, ao mesmo tempo em que reforçou que as equipes seguem em prontidão, com apoio das prefeituras de Brasiléia e Epitaciolândia.
Em Rio Branco, no entanto, a situação exige mais atenção. Nas próximas 48 horas, o cenário pode demandar maior atuação das autoridades estaduais e municipais, já que foram registrados alagamentos em áreas mais baixas próximas ao Rio Acre, além de bairros e igarapés atingidos pelas águas da chuva.

Em Rio Branco, regiões como o Bairro da Base já foi alcançados pelas águas em alguns pontos deixando a dEfesa Civil em alerta – Foto ac24horas
Diante do quadro, o governador Gladson Cameli e a vice-governadora Mailza Assis se reuniram com secretários e técnicos para definir estratégias, alinhar ações e colocar em prática o Plano de Contingência, com foco em reduzir impactos e prestar assistência às famílias afetadas.
A reunião do Gabinete de Crise ocorreu na Secretaria de Estado da Casa Civil e contou com a participação de órgãos estaduais e instituições envolvidas direta ou indiretamente na gestão ambiental e de riscos, reforçando a articulação para enfrentar o período de chuvas intensas no Acre.

Governo do Acre reuniu pastas comprometidas com o plano de contigência para antecipar ações emergenciais. Foto: José Caminha/Secom
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Apenas Brasiléia e Rio Branco estão aptas a receber recursos do governo federal por estarem adimplentes no CAUC
Dos 22 municípios do Acre, 20 estão impossibilitados de receberem recursos do governo federal por não cumprirem recomendações do Sistema de Informações sobre Requisitos Fiscais (CAUC).
Apenas Brasiléia e Rio Branco estão adimplentes com esse sistema, atendendo a todas as exigências legais para a celebração de convênios e o recebimento de transferências voluntárias de recursos da União.
Fruto de um trabalho técnico e bem elaborado, Brasiléia voltou a adimplência, depois de anos nessa batalha, o que deixou o prefeito Carlinhos do Pelado bastante animado. “Fechar o ano com o município totalmente regular no CAUC, além de conquistar o Selo Ouro de Transparência e uma certificação nacional em governança, demonstra que estamos no caminho certo. Isso é fruto de muito trabalho, organização e compromisso da nossa equipe com o dinheiro público e com a população de Brasiléia”, afirmou o gestor.
O CAUC é um sistema informatizado, de acesso público e atualização diária, que reúne informações sobre o cumprimento de requisitos fiscais necessários para que estados e municípios possam receber transferências voluntárias da União. Ele consolida dados financeiros, contábeis e fiscais em um único documento, facilitando a verificação da regularidade dos entes federativos.
Entre os pontos avaliados estão o cumprimento dos limites constitucionais e legais, as obrigações de transparência, o adimplemento na prestação de contas de convênios e a regularidade financeira, regularidade no pagamento de precatórios, transparência da execução orçamentária, adoção do SIAFIC, aplicação correta dos recursos do Fundeb do município, dentre outros.
A regularidade no CAUC garante que os municípios continuem aptos a captar recursos, firmar parcerias e investir em áreas essenciais como saúde, educação, infraestrutura e assistência social. É um trabalho contínuo, que exige atenção diária e integração entre as secretarias em favor da gestão como um todo.
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Polícia Civil prende dois suspeitos pela morte do jornalista Moisés Alencastro em Rio Branco

Primeiro a ser detido foi Antônio de Souza Morais, de 22 anos, estava escondido em uma área de mata na região do Eldorado, nas proximidades do bairro Quixadá.
Crime ocorrido no fim de semana teve repercussão estadual; polícia aponta motivação passional e segue investigando a dinâmica do assassinato
A Polícia Civil do Acre prendeu os dois principais suspeitos envolvidos no assassinato do ativista cultural e jornalista Moisés Alencastro, encontrado morto em seu apartamento na noite da última segunda-feira (22), em Rio Branco. O crime ocorreu no domingo (21), mas só foi descoberto após uma amiga registrar boletim de ocorrência informando o desaparecimento da vítima.

Moisés Alencastro foi encontrado morto na segunda-feira (22) no apartamento onde morava — Foto: Arquivo pessoal
Diante da ausência de contato, amigos foram até o imóvel, arrombaram a porta e encontraram Moisés deitado sobre a cama, já sem vida. A cena apresentava sinais claros de violência, levantando de imediato a suspeita de homicídio.
Durante as diligências iniciais, a Polícia Civil localizou o veículo da vítima abandonado no bairro São Francisco, na parte alta da capital, o que reforçou as investigações e auxiliou na identificação dos envolvidos.
No início da semana, a polícia deteve o primeiro suspeito, na casa de quem foram encontrados objetos pessoais pertencentes à vítima. O nome não foi divulgado para não comprometer o andamento do inquérito.
Na madrugada desta quinta-feira (25), Antônio de Souza Morais, de 22 anos, se entregou à polícia após ter a prisão decretada. Ele estava escondido em uma área de mata entre os bairros Eldorado e Quixadá, conforme denúncias recebidas pelos investigadores. Antônio teria confessado a autoria do crime, mas os detalhes ainda não foram tornados públicos.

Ainda nesta quinta-feira, a Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) prendeu o segundo suspeito, Nataniel Oliveira de Lima, em uma residência localizada na Rua Sete de Setembro, no bairro Eldorado.
Ainda nesta quinta-feira, a Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) prendeu o segundo suspeito, Nataniel Oliveira de Lima, em uma residência localizada na Rua Sete de Setembro, no bairro Eldorado. A prisão foi realizada após análise da perícia, que apontava a participação de mais de uma pessoa na dinâmica do crime.
Segundo a Polícia Civil, a principal linha de investigação indica que o homicídio pode ter sido motivado por razões passionais. As investigações seguem em andamento para esclarecer completamente as circunstâncias do assassinato e a participação individual de cada suspeito.





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