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Adolescente indígena de 14 anos é torturado com palmatória por tribunal do crime no Acre
PM resgata vítima em Tarauacá após suspeitos aplicarem “justiçamento” por furto de shampoo; um criminoso foi preso e outro fugiu para o rio
Um adolescente indígena de 14 anos, da etnia Huni Kuí/Kaxinawá, foi torturado com 15 golpes de palmatória nas mãos por integrantes de uma facção criminosa em Tarauacá, interior do Acre. O caso ocorreu na última sexta-feira (4), no bairro Senador Pompeu, e só foi interrompido após uma ação da Polícia Militar, que resgatou o jovem em meio ao suposto “julgamento”.
A operação foi deflagrada após denúncia da inteligência policial, que alertou sobre o sequestro do menor para um suposto ritual de disciplina na casa de um homem conhecido como “Branco”. Ao chegarem ao local, os policiais surpreenderam os criminosos, que pularam no Rio Tarauacá para escapar.
Tortura por um shampoo e fuga com revólver
O adolescente, identificado como I.J.S.S.K., contou à PM que foi capturado por um homem chamado Arão e levado à residência de “Branco”, onde cerca de sete pessoas participaram da sessão de tortura. O motivo? Ele foi acusado de roubar um shampoo do banheiro de uma mulher do bairro.
Segundo o relato, os criminosos ligaram para um superior (chamado de “geral”), que ordenou a punição com palmatória — instrumento de madeira usado para castigos físicos. O jovem levou 15 golpes nas mãos antes da intervenção policial.
Na fuga, os suspeitos abandonaram um revólver, a palmatória e 5 gramas de maconha. Evanildo Aguiar Lisboa, o “Arão”, foi preso, enquanto Joel de Oliveira Davi, o “Branco”, escapou armado.
Histórico de violência do grupo
A PM informou que Arão já participou de outros “justiçamentos”, incluindo um caso em que arrancou o dedo de um homem identificado como Thiago, acusado de furtos e uso de drogas.
O caso expõe a atuação de tribunais do crime no interior do Acre, onde facções impõem punições brutais por supostas infrações. A polícia segue em busca de “Branco” e investiga a rede criminosa por sequestro, tortura e posse ilegal de arma.
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Vereador do Acre é alvo de operação da PF por compra de votos
A Polícia Federal deflagrou na manhã desta terça-feira, 15, a Operação Bona Fortuna, com o objetivo de apurar a prática de crimes eleitorais supostamente cometidos durante a campanha municipal de 2024, em benefício de um candidato a vereador no estado do Acre. Os nomes dos alvos não foram informados até o momento.
Foram cumpridos 19 mandados de busca e apreensão nas cidades de Rio Branco e Cruzeiro do Sul, com autorização da Justiça Eleitoral. A investigação, iniciada neste ano, aponta para um possível esquema de compra de votos por meio da distribuição de cestas básicas, organizado pelo então candidato com apoio de assessores.
Além da suspeita de corrupção eleitoral, a apuração também investiga possíveis fraudes nas contas de campanha, com indícios de que os gastos efetivamente realizados ultrapassaram os valores declarados oficialmente à Justiça Eleitoral.
Os materiais apreendidos serão agora analisados pelos investigadores. Os envolvidos poderão responder por crimes como compra de votos, falsidade ideológica eleitoral e associação criminosa.
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