Brasil
Acre tem a maior taxa de feminicídios do país, aponta estudo
Dados são do Monitor da Violência, divulgados nesta quinta-feira (5).

Maria José Silva dos Santos, Maria José Dória Maciel e Maria Eliete da Silva dos Santos foram algumas das vítimas de feminicídio em 2019 no Acre — Foto: Reprodução
Por Aline Nascimento, G1 AC
O Acre, novamente, aparece entre os estados brasileiros mais violentos para as mulheres. Dados do Monitor da Violência, uma parceria do G1com o Núcleo de Estudos da Violência da USP e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, mostram que o Acre tem a maior taxa de homicídios contra mulheres e de feminicídios do país.
Os números utilizados no estudo são casos registrados em 2018 e 2019. Segundo o balanço, a taxa de homicídios dolosos de mulheres do Acre é a maior do país, com 7 mortes a cada 100 mil mulheres.

Já em 2018, o número de homicídios dolosos de mulheres foi 35, sendo 14 de feminicídios. Neste mesmo ano, o Monitor da Violência já havia revelado que o Acre tinha a maior taxa de feminicídios do país, que era de 3,2 casos por 100 mil mulheres.
Já a de feminicídios do estado acreano é de 2,5 para cada 100 mil mulheres. Essa é a mesma taxa do registrada no estado de Alagoas (AL).
Em 2019, o Acre registrou 31 homicídios dolosos contra mulheres, e destes, 11 foram feminicídios, ou seja, casos em que mulheres foram mortas em crimes de ódio motivados pela condição de gênero.
Já em 2018, o número de homicídios dolosos de mulheres foi 35, sendo 14 de feminicídios. Neste mesmo ano, o Monitor da Violência já havia revelado que o Acre tinha a maior taxa de feminicídios do país, que era de 3,2 casos por 100 mil mulheres.
Redução
Mesmo com as maiores taxas do país, o estudo mostrou que houve redução nos casos registrados no período avaliado. A redução de homicídios dolosos de mulheres foi de 11,4% entre 2018 e 2019.
Já de feminicídios, a redução foi de 21,4% no período avaliado.
O Governo do Acre disse que vê com preocupação os casos de crimes contra as mulheres, mas destacou a redução nos números gerais no período. Segundo o governo, foi criado o aplicativo “Botão da Vida”, em parceria com a Secretaria de Estado de Assistência Social, Direitos Humanos e Políticas para as Mulheres ( SEASDHM) e o gabinete da primeira-dama, Ana Paula Cameli.
A ferramenta é destinada para mulheres que sofreram violência doméstica e estão sob medida protetiva. Em caso de descumprimento do agressor, a vítima pode acionar a Patrulha Maria da Penha. Por meio da ferramenta, a equipe chega até a foto da vítima e do agressor e o número do processo.

Acre tem uma das maiores taxas de feminicídio do país — Foto: Quésia Melo/G1
“Se a patrulha chegar ao local e averiguar o descumprimento, a simples aproximação do agressor, caso seja essa a medida protetiva de se manter distante, é o caso de prisão imediata, flagrante de descumprimento conforme a Lei 13.641/18, em uma detenção que vai de três meses a dois anos. Antes, isso era apenas uma contravenção, mas agora é crime. Sendo assim, a patrulha, bem como o Botão da Vida, já se estabelecem como ferramentas de combate ao que se denomina de ‘absurdo fato’ de ter mulheres em situação de risco de morte, agressão física, moral, bem como cerceamento de sua liberdade emocional”, frisou o governo em nota.
O governo garantiu ainda que tem investido em projetos e ações que mapeiam os locais onde há os maiores índicea de violência no estado. Uma das campanhas de combate é o Acre Pela Vida, lançada recentemente.
“Além disso, o governo tem constituído uma ampla rede de parceiros que atuam na persecução penal, visando não só concluir os inquéritos, pela identificação das autorias, mas ao tratamento das famílias que têm os seus direitos violados”, complementou.
Companheiros suspeitos
Maria José Dória Maciel, de 46 anos, Maria Eliete da Silva dos Santos, de 27, e Maria José Silva dos Santos, de 23 anos, são algumas das 11 vítimas de feminicídios em 2019 no Acre.
Além do primeiro nome em comum, as mulheres foram mortas brutalmente e os principais suspeitos são os companheiros.
Maria José Dória Maciel foi encontrada morta em novembro do ano passado dentro de casa no bairro da Várzea, em Cruzeiro do Sul, no interior do Acre. Ela tinha marcas no pescoço, nos braços e pernas, além de sinais de violência sexual.
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O delegado Alexnaldo Batista, responsável pelo caso, disse que o marido de Maria José se apresentou na delegacia, mas foi liberado por não estar mais no período de flagrante.
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Batista acrescentou que o casal era usuário de drogas, fazia uso de bebida alcoólica, e tinha discutido no dia do crime. As investigações apontaram que Maria foi morta durante essa discussão, e o marido vai ser indiciado por feminicídio.
A mais nova das vítimas, Maria José Silva dos Santos, de 23 anos, foi morta com 45 facadas na frente dos filhos, em outubro do ano passado, no bairro Conquista, em Rio Branco. O companheiro dela chegou a ligar para a cunhada perguntando como a mulher estava e que tinha cometido o crime porque estava sendo traído.
Ele foi preso no mês de novembro em um hotel da capital acreana. Porém, ele nem chegou a ser levado para o presídio de Rio Branco e foi solto. Em janeiro deste ano foi preso novamente por ter matado o padrasto também a facadas.
Maria Eliete da Silva dos Santos, de 27 anos, morreu após ser agredida com socos e chutes e levar várias facadas. O crime ocorreu em dezembro de 2019 na Rua do Porto, em Mâncio Lima, no interior do Acre.
A Polícia Civil informou que o principal suspeito do crime era o marido da vítima. O delegado responsável pelo caso, Obetâneo dos Santos, disse que a motivação do crime seria porque o homem não aceitava o fim do relacionamento. Maria Eliete chegou a ser atendida por uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e levada para o hospital da cidade.
Por conta da gravidade dos ferimentos, ela foi transferida para o Hospital do Juruá, em Cruzeiro do Sul, mas não resistiu e morreu. Maria tinha três filhos com o suspeito.
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Mulher trans é brutalmente agredida durante confraternização em Rio Branco
Paloma sofreu socos e chutes, ficando com ferimentos no rosto e cabeça; agressor fugiu do local e PM ainda não foi acionada

O agressor fugiu logo após a violência e, até o fechamento desta matéria, a Polícia Militar ainda não havia sido acionada para investigar o caso. Foto: cedida
Uma violenta agressão contra a mulher trans identificada pelo nome social Paloma, marcou uma confraternização entre amigos na tarde deste domingo (6), na Rua Eldorado, no bairro Jorge Lavocat, região alta de Rio Branco. Segundo testemunhas, o encontro, que tinha consumo de bebidas alcoólicas, terminou em discussão e culminou com Paloma sendo brutalmente agredida por um dos participantes.
A vítima foi alvo de socos e chutes, resultando em ferimentos no rosto, sangramento nasal e um hematoma na cabeça. Mesmo machucada, Paloma conseguiu caminhar alguns metros até desmaiar em frente a uma parada de ônibus.
Populares que passavam pelo local acionaram o SAMU, que prestou os primeiros atendimentos e a levou ao Pronto-Socorro da capital. De acordo com os socorristas, seu estado de saúde estava estável no momento da remoção.
O agressor fugiu do local e, até o fechamento desta reportagem, a Polícia Militar não havia sido acionada para registrar ocorrência.
O caso reacende o debate sobre a violência contra a população LGBTQIA+ e a necessidade de medidas eficazes para coibir crimes de ódio no estado. A sociedade civil e organizações de direitos humanos cobram apuração rigorosa e punição aos responsáveis.

A vítima teve ferimentos no rosto, incluindo um sangramento nasal e um hematoma na cabeça. Foto: ilustrativa
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Bebê baleada na cabeça em ataque criminoso deixa UTI após um mês internada em estado grave
Maitê Valentina, de 1 ano e 4 meses, foi transferida para reabilitação após cirurgia e traqueostomia; caso chocou o Acre após tiroteio no bairro Santa Inês

A bebê foi atingida por uma bala perdida durante um tiroteio no bairro Santa Inês, Segundo Distrito da Capital, ocorrido na noite do último dia 8 deste. Foto: cedia
Após quase um mês lutando pela vida, a pequena Maitê Valentina Pereira, de apenas 1 ano e 4 meses, deixou a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital da Criança em Rio Branco. A bebê foi vítima de um ataque criminoso no bairro Santa Inês, Segundo Distrito da capital, no dia 8 de março, quando foi atingida por uma bala perdida durante um tiroteio.
Socorrida às pressas, Maitê passou por uma delicada cirurgia na cabeça e enfrentou dias críticos na UTI. Seu quadro começou a apresentar melhora após um procedimento de traqueostomia, que estabilizou sua respiração. Agora, ela foi transferida para o Instituto de Traumatologia e Ortopedia do Acre (Into-AC), onde continuará o tratamento e iniciará o processo de reabilitação.

Bebê foi atingida por uma bala perdida durante um tiroteio no bairro Santa Inês, Segundo Distrito da Capital. Foto: captada
O caso comoveu a população acreana. A família de Maitê segue acompanhando de perto sua recuperação, enquanto aguarda justiça pelo crime que quase tirou a vida da criança. As investigações sobre o tiroteio continuam em andamento pela Polícia Civil.

Maitê permaneceu internada na UTI, enfrentando um período crítico, mas apresentou melhora no quadro clínico após um procedimento de traqueostomia. Foto: cedida
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Barranco desaba após fortes chuvas em Boca do Acre e obriga remoção de famílias em área de risco
Deslizamento na Praia do Gado expõe problema crônico de erosão no município; prefeitura busca recursos emergenciais com governo estadual

A Prefeitura reforça o alerta para que a população evite se aproximar de barrancos e áreas de risco, especialmente durante o período de chuvas. Foto: cedida
Um trecho de barranco às margens do Rio Purus desmoronou entre quarta (2) e quinta-feira (3) na Praia do Gado, comunidade ribeirinha de Boca do Acre (AM), após uma forte chuva atingir a cidade. O deslizamento foi provocado pela combinação entre a intensidade da chuva e os resquícios das recentes cheias dos rios Acre e Purus, que deixaram o solo encharcado e instável.
De acordo com a Defesa Civil do município, nenhuma pessoa ficou ferida. No entanto, por medida de precaução, famílias que moravam próximas à área do deslizamento foram retiradas de suas casas e levadas para locais seguros.

O deslizamento foi provocado pela combinação entre a intensidade da chuva e os resquícios das recentes cheias dos rios Acre e Purus. Foto: cedida
O terreno continua sendo monitorado para evitar novos desmoronamentos. O incidente:
Ocorreu em área já fragilizada pelas recentes cheias dos rios Acre e Purus
Não deixou vítimas, mas exigiu remoção preventiva de famílias
Expôs a vulnerabilidade de comunidades ribeirinhas à erosão fluvial
Ações emergenciais:
A Defesa Civil municipal atuou em três frentes:
- Isolamento da área afetada
- Remoção segura dos moradores próximos
- Monitoramento contínuo do terreno
Busca por soluções:
O prefeito Frank Barros se deslocou a Manaus para:
• Solicitar apoio técnico e financeiro ao Governo do Estado
• Viabilizar intervenções emergenciais
• Elaborar plano de contenção de encostas
Contexto histórico:
A Praia do Gado apresenta:
Solo instável por formação geológica
Histórico de deslizamentos no período chuvoso
Erosão acelerada após eventos extremos de cheia
Recomendações à população:
• Evitar aproximação de barrancos e margens instáveis
• Reportar novas fissuras ou movimentações de terra
• Acompanhar alertas oficiais da Defesa Civil
A Secretaria Municipal de Obras está atuando junto à Defesa Civil para avaliar os danos e planejar possíveis intervenções. A área afetada é considerada crítica, e o problema da erosão de barrancos é antigo em Boca do Acre, especialmente em regiões ribeirinhas como a Praia do Gado, onde o solo sofre maior desgaste após períodos prolongados de cheia.
O prefeito Frank Barros está em Manaus em busca de apoio do Governo do Estado e da Defesa Civil Estadual para viabilizar recursos e soluções emergenciais que ajudem a conter o avanço da erosão em áreas vulneráveis do município.
A Prefeitura reforça o alerta para que a população evite se aproximar de barrancos e áreas de risco, especialmente durante o período de chuvas, enquanto segue monitorando outros pontos da cidade que podem apresentar instabilidade no solo.

A Secretaria de Obras estuda medidas paliativas enquanto aguarda recursos para soluções estruturais, com prioridade para as áreas mais críticas mapeadas no município. Foto: cedida
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