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Seis em cada dez jovens não participam da política além do voto

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64% dos jovens afirmam não ter vida politicamente ativa para além do voto
EDU GARCIA/R7 – 2.10.2022

Segundo estudo, 4 em cada 10 desconhecem formas de se envolver politicamente. Educação, saúde e economia são temas prioritários

Seis em cada dez jovens só voltarão a participar da política no segundo semestre de 2024. Essa é a conclusão do Atlas das Juventudes, que mostra que 64% das pessoas entre 15 e 24 anos afirmam não ter vida politicamente ativa para além do voto.

O estudo, que ouviu 16.326 jovens de todo o país entre julho e agosto, revelou que somente 12% do total participa muito da política e 24% participa pouco.

Há aqueles que não sabem como participar da política mas o fariam se soubessem (17%) e outros que não conhecem tampouco têm interesse na vida politicamente ativa (22%). Um em cada quatro (25%) afirma saber como, porém não participa.

Esse distanciamento se deve, em alguma medida, à falta de engajamento por parte da juventude, para Mayra Goulart, cientista política na UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).

“Os jovens muitas vezes se colocam numa posição de desalento em relação à política, mas também não estão participando de diferentes espaços disponíveis para o cidadão na política”, avalia.

Porém, isso não é algo particular do contexto brasileiro ou da atualidade, segundo Maurício Fronzaglia, professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie: “Podemos achar porcentagens muito semelhantes em outros países e em outros tempos também. A grande questão é que muitos não sabem como participar”.

Desinteressados de participar, de modo geral eles se mostram descrentes no comprometimento de políticos com a sociedade: muito pessimistas (38%) e parcialmente pessimistas (32%) formam a maioria, enquanto apenas três em cada dez estão otimistas, parcialmente (19%) ou muito (11%).

Além de não acreditar no compromisso dos políticos, somente metade dos jovens se vê representada na classe, o que denota um paradoxo próprio da democracia, segundo Fronzaglia:

“Realmente há um distanciamento entre representantes e representados, mas são os votos da população que fazem os políticos serem eleitos. Não há uma solução fácil para isso. É uma das características da crise de legitimidade da democracia em vários países em que os representantes não têm a questão de responsabilidade, não prestam contas regulares aos seus eleitores”.

Reprodução/Atlas das Juventudes

Sete em cada dez defendem o desarmamento

Segundo o Atlas, a maioria do jovens defende o desarmamento (71%), as urnas eletrônicas (81%) e a democracia (88%). Posturas progressistas e ousadas, de certa maneira, são mais comuns entre os jovens que em pessoas mais velhas, segundo os dois cientistas.

Valores como a defesa da democracia e das urnas indicam, para Maurício Fronzaglia, como o sistema democrático cria raízes.

“Ou seja, fazer as pessoas perceberem que a democracia é um sistema importante e oferece liberdade de culto, de crença, de expressão, o direito de ir e vir, o direito a voto. Que todas essas coisas dependem do funcionamento da democracia”, afirma o especialista.

Porém, tampouco trata-se de uma panaceia, prossegue ele: “É um método de escolha de governantes e garantia de direitos, mas que depende de governos responsáveis.”

Prioridades para votar: um em cada quatro valoriza redução das desigualdades

Solicitados a indicarem as três prioridades para garantir o voto, os respondentes definiram educação (63%), saúde (56%) entre as mais importantes. Economia, trabalho e renda (49%) vem logo na sequência.

Apenas um em cada quatro (25%) inclui a redução das desigualdades neste grupo, mas isso não necessariamente é um problema, segundo Fronzaglia e Goulart.

“Educação não é apenas aprender e ensinar, mas um espaço de mobilidade social importante. Então, tem uma conotação econômica importante para esses jovens, além de ser um espaço para prática de cidadania”, diz a cientista política.

REPRODUÇÃO/ATLAS DAS JUVENTUDES

O acesso à saúde de qualidade e a promoção de trabalho e renda também ‘atacam’ diretamente a desigualdade social, segundo Fronzaglia.

“Essas coisas estão interligadas. Estar preocupado com a renda, por exemplo, quer dizer também estar preocupado com as desigualdades. Indiretamente acabam considerando importante a questão da desigualdade visto que se preocupam com a educação, a saúde, o trabalho e a renda”, diz.

Quando a pergunta pedia as duas ações mais relevantes se eles próprios fossem os governantes, 32% dos jovens da capital paulista disseram que criariam um plano e fortalecimento da educação, e 30% investiriam em ações de combate à fome.

Planejar ações para o fortalecimento do SUS e criar um plano de recuperação econômica aparece em seguida, com 27% para cada.

Como participar da política

“O voto é uma forma, talvez a mais simples, de pensar a participação dos cidadãos numa democracia liberal”, lembra Mayra Goulart, diante dos 39% de jovens que dizem não saber como participar da política.

Existem vários outros meios, lembra a cientista: “participar diretamente da formação de políticas públicas, através de conselhos e conferências; participar de audiências públicas – um elemento muito importante do processo legislativo –, que acontece dentro das comissões no parlamento e assembleias estaduais; pressionando deputados, prefeitos e mandatários eleitos com várias ferramentas que existem nas mídias sociais e nos sites dos parlamentos, prefeituras e governos estaduais.”

Ao lembrar a falta de reconhecimento dos jovens na classe política, Maurício Fronzaglia comenta sobre a importância da população acompanhar instâncias como a Câmara dos Deputados, o Congresso Nacional e assembleias estaduais, e critica:

“A população não segue o dia a dia dessas instituições, mas elas também não fazem questão de melhorar sua comunicação com o eleitorado.”

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Rio Acre ultrapassa cota de transbordo e mantém Rio Branco em alerta máximo

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Defesa Civil registra 15,36 metros no nível do rio; aumento contínuo preocupa autoridades e moradores ribeirinhos

O Rio Acre segue em uma subida constante e preocupante em Rio Branco. Segundo medição da Defesa Civil Municipal realizada às 9h desta segunda-feira (29), o rio atingiu 15,36 metros, ultrapassando a cota de transbordo, que é de 14 metros, por mais de um metro e meio.

Nas últimas horas, o nível apresentou aumento de quatro centímetros em relação à medição anterior, realizada às 5h21, quando marcava 15,32 metros.

Apesar da ausência de chuvas na capital nas últimas 24 horas, o rio continua subindo devido ao grande volume de água acumulado nas cabeceiras, mantendo o alerta máximo para autoridades e população ribeirinha.

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Rio Tarauacá ultrapassa cota de transbordamento e mantém município em alerta

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Nível do rio atinge 10,05 metros e Defesa Civil intensifica monitoramento, apesar de não haver desabrigados

A cheia do Rio Tarauacá já ultrapassou a cota de transbordamento e mantém as autoridades em estado de atenção no município de Tarauacá, no interior do Acre. De acordo com o Informativo Hídrico divulgado pela Defesa Civil Municipal na manhã desta segunda-feira (29), o nível do rio atingiu 10,05 metros às 9h, registrando elevação em relação à medição das 6h, quando marcava 10,03 metros.

Os dados confirmam que o manancial permanece acima da cota de transbordamento, fixada em 9,50 metros, e bem acima da cota de alerta, estabelecida em 8,50 metros. Em apenas três horas, o aumento foi de dois centímetros, o que reforça a preocupação das equipes de monitoramento quanto à possibilidade de novos alagamentos em áreas ribeirinhas da cidade.

Apesar da elevação do nível do rio, a Defesa Civil Municipal informou que, até o momento, não há registro de pessoas desabrigadas em Tarauacá. As equipes seguem acompanhando a situação de forma contínua, realizando vistorias preventivas nas áreas mais vulneráveis, especialmente diante do histórico de grandes cheias no município.

O nível máximo já registrado no Rio Tarauacá foi de 11,15 metros, em 19 de fevereiro de 2021, referência que mantém as autoridades em vigilância permanente durante o atual período chuvoso.

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Homem é preso suspeito de matar a esposa e tentar simular suicídio em Porto Velho

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Pesquisas no celular e laudo do IML reforçam investigação por feminicídio ocorrido durante o Natal

Magno dos Santos Batista foi preso em Porto Velho suspeito de matar a esposa, Luciana, e tentar simular um suicídio durante o período de Natal. Segundo a Polícia Civil, além das contradições apresentadas em depoimento, análises realizadas no celular do investigado apontaram pesquisas na internet consideradas suspeitas, que reforçam a hipótese de feminicídio.

O crime ocorreu no dia 18 de dezembro, e a prisão preventiva foi cumprida no dia de Natal. Com autorização do próprio suspeito, os policiais acessaram o aparelho celular, onde encontraram buscas como “Como proceder após suicídio da esposa?”, “Se mexer no cadáver ele pode fazer barulho?” e “Quando a pessoa morre se vira o olho?”. Uma das pesquisas, realizada no dia anterior à morte, fazia referência ao que a Bíblia diz sobre pessoas que cometem suicídio.

Em depoimento, Magno afirmou que teve uma discussão com a esposa, que teria ficado “alterada”, e que foi dormir. Ao acordar, segundo ele, encontrou a companheira morta. No entanto, a investigação aponta que mensagens foram enviadas a partir do celular do suspeito no mesmo período em que ele alegou estar dormindo, o que levantou suspeitas sobre sua versão dos fatos.

Magno chegou a ser detido no dia do ocorrido, mas foi liberado inicialmente por falta de provas técnicas. A Polícia Civil, então, instaurou inquérito para apurar se a morte havia sido causada por suicídio ou homicídio.

Dias depois, o laudo do Instituto Médico Legal (IML) concluiu que Luciana não morreu por enforcamento, mas por asfixia decorrente de estrangulamento. O exame também identificou outras lesões no corpo da vítima, reforçando a suspeita de violência.

Com base nas conclusões do laudo pericial, o Ministério Público de Rondônia (MP-RO) solicitou a prisão preventiva do suspeito, pedido que foi acatado pela Justiça. Após a decisão judicial, a Polícia Civil localizou Magno dos Santos Batista e cumpriu o mandado de prisão.

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