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Saída de gado do Acre dispara 74% em 2025, mas imposto incide sobre apenas 60% dos animais comercializados

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Dados do Idaf mostram que, de janeiro a novembro, mais de 351 mil bovinos deixaram o estado; transferências para o mesmo dono, isentas de tributação, pressionam frigoríficos locais e acendem alerta sobre sustentabilidade da indústria local.

Dados da FAEAC mostram que transferências para mesmo proprietário representam 40% da movimentação; abate de fêmeas supera machos pelo 11º mês consecutivo. Foto: captada 

A comercialização de bovinos para fora do Acre cresceu 74,3% em 2025, na comparação com igual período do ano anterior, mas um detalhe tributário tem preocupado lideranças do setor: apenas 60% dos animais que deixam o estado geram imposto para os cofres públicos. Os dados são da Análise de Fluxo de Produção, Abate e Comercialização de Bovinos no Acre, elaborada pela Federação da Agricultura e Pecuária do Acre (Faeac) com base em números do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal (Idaf).

Entre janeiro e novembro deste ano, 351.915 bovinos foram comercializados para outros estados – alta expressiva frente aos 201.886 do mesmo período em 2024. Em novembro, o total foi de 26.924 cabeças, sendo que 10.782 (40%) foram transferências para o mesmo proprietário (mesmo CPF ou CNPJ), movimento permitido por lei e não tributado. Apenas os 16.142 animais (60%) vendidos para terceiros geram cobrança de imposto.

Para representantes da indústria frigorífica, os números evidenciam um desequilíbrio na competição: enquanto os frigoríficos locais arcam com todos os custos tributários, parte expressiva do gado sai sem incidência fiscal, pressionando os preços e a viabilidade das unidades instaladas no Acre.

— Sem o Estado pautar a saída de boi pelo preço de mercado, o cenário vai ficar insustentável para os frigoríficos — alertam lideranças do setor, que participaram da Câmara Temática de Agronegócio do Fórum Empresarial de Inovação e Desenvolvimento do Acre.

Outro indicador que chama atenção é o abate de fêmeas, que segue superior ao de machos – sinal de possível descapitalização do rebanho. Em novembro, 55,73% dos animais abatidos eram fêmeas, volume 11,40% maior que no mesmo mês de 2024, embora tenha havido redução de 4.751 cabeças na comparação com outubro.

O estoque total de bovinos no Acre foi estimado em 5.158.779 animais em novembro, mas o aumento expressivo na comercialização para fora do estado – especialmente sob regime de transferência não tributada – mantém o alerta sobre a sustentabilidade da cadeia produtiva localno médio prazo.

Distribuição da comercialização em novembro:
  • Vendas para diferentes proprietários: 16.142 bovinos (60%)

  • Transferências para mesmo proprietário: 10.782 bovinos (40%)

  • Total comercializado: 26.924 bovinos

Tendência anual preocupante:

De janeiro a novembro de 2025, 351.915 bovinos saíram do Acre – um aumento de 74,3% em relação ao mesmo período de 2024. O estoque estadual fechou novembro em 5.158.779 animais.

Abate de fêmeas em alta:

Pelo 11º mês consecutivo, o abate de fêmeas superou o de machos:

  • Fêmeas abatidas: 55,73% do total

  • Redução em relação a outubro: 4.751 cabeças a menos

  • Aumento anual: 11,40% maior que novembro de 2024

Impacto na indústria frigorífica:

Lideranças do setor industrial alertam que sem o estado pautar a saída de boi pelo preço de mercado, o cenário torna-se insustentável para os frigoríficos acreanos. A prática de transferências para o mesmo proprietário, embora legal, reduz a base tributária e pode distorcer os preços, prejudicando a competitividade da indústria local.

Os números revelam a complexidade da cadeia pecuária no Acre, onde a expressiva movimentação de gado contrasta com a perda de arrecadação e os desafios de valorização da produção local.

Observação: os valores são contagens de animais fornecidas pelo usuário.

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Dois jovens ficam feridos em grave acidente de moto na AC-475, entre Acrelândia e Plácido de Castro

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Dois jovens ficaram feridos na tarde desta quinta-feira (4) após um grave acidente de motocicleta registrado na Rodovia AC-475, no trecho que liga os municípios de Acrelândia e Plácido de Castro. O condutor da moto, João Gustavo Muniz, de 19 anos, perdeu o controle do veículo ao passar por uma curva. A motocicleta saiu da pista, arrancou uma estaca e arremessou os dois ocupantes a cerca de oito metros, lançando-os em uma área de pasto.

A dupla trafegava em uma Honda Fan 160, de cor prata. Com o impacto, João Gustavo sofreu fraturas no fêmur, na tíbia e na fíbula da perna esquerda, além de fratura exposta em um dos dedos da mão esquerda. Mesmo com a gravidade das lesões, seu quadro é considerado estável.

O garupa, Antônio Taguá da Silva Monteiro, de 18 anos, também teve ferimentos significativos. Ele apresentou fratura na clavícula esquerda, ferimento com exposição óssea em um dedo do pé esquerdo e um corte profundo na mão direita. Assim como o condutor, permanece em estado estável.

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) enviou uma ambulância de suporte básico de Plácido de Castro para o resgate. Após os primeiros atendimentos, as vítimas foram levadas à Unidade Mista de Saúde do município e, devido à gravidade dos ferimentos, transferidas ainda na noite desta quinta-feira para o Pronto-Socorro de Rio Branco em uma ambulância municipal.

A Polícia Militar esteve no local e deve apurar as circunstâncias que resultaram no acidente.

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Atualização: Idosa de 90 anos é encontrada desorientada em via pública é resgatada pelo filho

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Uma idosa identificada como Antônia Moraes da Silva, de 90 anos, foi encontrada desorientada na noite desta quinta-feira (4) na Rua Fátima Maia, próximo à UniNorte, no bairro Jardim de Alah, em Rio Branco.

Populares perceberam que ela não conseguia informar seu endereço nem fornecer contatos de familiares, e acionaram o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). A equipe realizou os primeiros atendimentos no local e conduziu a idosa ao Pronto-Socorro da capital.

Até o momento, Antônia não foi reconhecida por nenhum parente. As equipes de saúde pedem que, caso alguém a conheça ou possua informações sobre seus familiares, procure o Pronto-Socorro para auxiliar na identificação e no contato com a família.

A direção da unidade reforça a importância da colaboração da comunidade para que a idosa possa retornar em segurança ao convívio familiar.

Atualizacão

Momentos após a publicação desta nota e de outros meios de comunicação, o filho devidamente identificado, soube e se deslocou até o pronto-socorro para buscar sua genitora. O caso devidamente esclarecido, resultou no resgate da idosa para sua residência.

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Acre

Câmara de Epitaciolândia convoca gerente do Banco do Brasil para explicar falta de dinheiro em caixas e falhas no atendimento

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Problema se agrava nos finais de semana e limita saques de moradores e turistas; agência do Banco do Brasil na cidade será convidada a dar explicações na Câmara Municipal

Vereador Rosimar do Rubicon denuncia que problema se agrava nos finais de semana e prejudica moradores e turistas na região de fronteira com a Bolívia. Foto: captada 

A constante falta de dinheiro nos caixas eletrônicos da única agências bancária do Banco do Brasil de Epitaciolândia, cidade acreana na fronteira com a Bolívia, foi tema de discussão na Câmara Municipal na sessão da última segunda-feira (1). O vereador Rosimar do Rubicon (Republicanos) foi o autor da reclamação em plenário, relatando que o problema se intensifica nos finais de semana e afeta moradores e turistas.

Segundo o parlamentar, ao buscar explicações com a única agência bancária do município, foi informado de que os bancos têm um limite de valores para abastecimento dos terminais. A situação piora quando o quinto dia útil do mês cai em uma sexta-feira – período em que saques costumam aumentar –, resultando na alta probabilidade de os caixas ficarem sem cédulas durante o sábado e o domingo.

— É um absurdo o cidadão não poder sacar um dinheiro que é dele, conquistado com o suor do seu trabalho durante um mês inteiro — protestou vereador Rosimar do Rubicon.

O problema ganha dimensão adicional por Epitaciolândia ser uma cidade fronteiriça, vizinha a Cobija, na Bolívia – um polo turístico e de compras da zona franca (Zonfra) que atrai visitantes. A falta de dinheiro nos caixas impacta tanto a população local quanto o fluxo de turistas que circulam pela região.

A Câmara Municipal de Epitaciolândia recebeu o gerente da agência local do Banco do Brasil, André, para prestar esclarecimentos públicos em relação a constante falta de cédulas nos caixas Foto: captada 

Diante da repercussão, insatisfação generalizada com a falta de dinheiro nos caixas eletrônicos e outros problemas nos serviços bancários, a Câmara Municipal de Epitaciolândia convocou o gerente da agência local do Banco do Brasil, André, para prestar esclarecimentos públicos. O gerente foi questionado sobre três questões principais: a constante falta de cédulas nos caixas, os transtornos causados pela reformas na agência e as intermitências no serviço de internet que comprometem o atendimento. O objetivo foi pressionar por uma solução que garanta o abastecimento regular, especialmente em períodos de maior demanda.

Veja vídeo entrevista:

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