Conecte-se conosco

Acre

Precariedade da BR-364 compromete transporte intermunicipal no Acre

Publicado

em

Foto: Whidy Melo/ac24horas

A situação da BR-364, principal via de ligação entre Rio Branco e os municípios do interior do Acre, tem impactado diretamente os serviços de transporte intermunicipal no estado. A empresa Transacreana, responsável exclusiva pelo transporte rodoviário entre as cidades, relata aumento nos custos de manutenção e no tempo de viagem devido às más condições da estrada.

Em entrevista, o supervisor de tráfego da Transacreana, Pedro Saldanha, explicou que a situação atual da BR é “crítica”. Segundo ele, o aumento expressivo no custo de manutenção, de combustível e o desgaste nos veículos têm afetado a operação. “Atualmente nós trocamos a nossa frota para colocar mais veículos mais rígidos, com a suspensão rígida, que é a suspensão de mola, para
poder aguentar esse período do inverno”, relatou.

Até o final de 2024, a empresa utilizava veículos mais confortáveis, com suspensão a ar, como os ônibus semileito, mais apreciados pelos passageiros. No entanto, a precariedade da rodovia inviabilizou esse tipo de frota. “Não deu mais conta”, reconheceu Pedro, ao mostrar um veículo que havia chegado naquela manhã de Cruzeiro do Sul para manutenção, já apresentando problemas como molas e amortecedores quebrados.

De acordo com o supervisor, a manutenção dos ônibus se tornou uma rotina diária. “Chega sempre com amortecedor quebrado, com mola quebrada. Muito buraco, para-choque quebrado. Estamos aí fazendo o possível para atender a população, mas é o que nós temos”, disse.

A empresa também mantém veículos de plantão em Feijó, para suprir eventuais emergências no meio das viagens, uma vez que o deslocamento a partir de Rio Branco é demorado, justamente por conta das condições ruins da estrada. “O deslocamento de um veículo daqui de Rio Branco é demorado para chegar. Um veículo quebra lá em Feijó, aí o deslocamento dele é demorado, daqui que ele chegue, enfrenta toda aquela buraqueira até chegar.”

Foto: Whidy Melo/ac24horas

Os impactos não param na manutenção. O tempo de viagem praticamente dobrou em relação a anos anteriores. “Em 2016 a gente fazia em 9 horas, e hoje atualmente nossos veículos estão gastando em média 18 horas de viagem”, afirmou Pedro. Um exemplo citado foi um ônibus que partiu de Cruzeiro do Sul às 19h de um dia e só chegou na garagem da empresa, em Rio Branco, por volta das 13h do dia seguinte.

Com o aumento dos custos e o agravamento da situação das estradas, os reajustes no preço das passagens se tornaram inevitáveis. “Esse preço da passagem já estava previsto, porque há vários anos não teve esse reajuste”, justificou o supervisor, acrescentando que a empresa busca manter o atendimento mesmo diante das dificuldades. “A gente tem que atender todo mundo. Inclusive vem agora os festivais, vem a Expoacre, e a gente tem que manter os carros em dia.”

Sobre a BR-317, que também é utilizada pela Transacreana para atender municípios como Assis Brasil, Brasileia, Epitaciolândia, Capixaba e Senador Guiomard, a situação é considerada um pouco melhor. “A gente está com uns veículos que rodavam para Cruzeiro do Sul, os standards, os double deck, chamados, eles estão fazendo aquela rota. São os veículos mais confortáveis, tem como dar mais conforto para o passageiro, por causa da estrada”, explicou Pedro. No entanto, frisou que esses ônibus não suportam a precariedade da BR-364: “Eles são suspensão, são uma bexiga, eles não suportam aquele trajeto de buraco, não”, explicou.

Comentários

Continue lendo
Publicidade

Acre

Prefeito de Rio Branco prorroga decreto de emergência após Rio Acre atingir 15,37 metros

Publicado

em

Tião Bocalom mantém estado de calamidade por mais um ano em resposta à maior cheia do rio em quase duas décadas; medida reforça ações de socorro e proteção às famílias afetadas

O Executivo de Rio Branco prorrogou nesta segunda (29/12), por mais um ano, o estado de emergência diante da nova cheia do Rio Acre, que já alcança cerca de 20 mil moradores na capital e em comunidades rurais. Foto: captada 

O prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom, prorrogou por mais um ano o decreto de emergência na capital após o Rio Acre atingir a marca histórica de 15,37 metros. A medida foi tomada diante da cheia severa que já alagou dezenas de bairros e deslocou centenas de famílias, o estado de emergência diante da nova cheia do Rio Acre, que já alcança cerca de 20 mil moradores na capital e em comunidades rurais.

Em coletiva de imprensa, o prefeito Tião Bocalom (PL) disse que a medida é necessária para garantir socorro imediato. “Vamos ampliar as ações de saúde e assistência às pessoas atingidas”, disse.

O boletim oficial registra 364 pessoas atendidas em abrigos improvisados nas escolas Anice Dib Jatene, Álvaro Vieira, Maria Lúcia Moura Marin, Georgete Eluan Kalume e Maria Gouveia Viana, além do Centro de Cultura Mestre Caboquinho. Alguns desses locais já não comportam novos desabrigados. Para ampliar a capacidade, o Executivo iniciou a construção de 60 unidades no Parque de Exposições Wildy Viana.

Ao meio-dia, o Rio Acre atingiu 15,37 metros. O coordenador da Defesa Civil, tenente-coronel Cláudio Falcão, descreveu o cenário como inédito para dezembro. “Em 55 anos de monitoramento, só vimos algo parecido em 1975. Agora já é a sexta enchente consecutiva”, afirmou. Ele advertiu para os próximos meses: “Janeiro, fevereiro e março são muito perigosos. Pode ser que, pela primeira vez, tenhamos um transbordamento duplo”.

Sem previsão de chuvas até terça (30/12), Falcão alertou que elas devem retornar já na virada do ano (31/12). “A tendência é que o volume volte a subir, e precisamos estar preparados”, explicou. O militar também relatou desmoronamentos em 12 pontos da cidade e mencionou riscos na estrutura do Serviço de Água e Esgoto de Rio Branco (Saerb), como a possibilidade de rompimento da adutora e de balseiros atingirem as bombas, o que poderia comprometer a captação e o abastecimento.

No bairro Papouco, o desbarrancamento às margens do rio trouxe de volta a crise. O secretário de Assistência Social, João Marcos Luz, chamou o episódio de tragédia anunciada. “Não dá para continuar do jeito que está. Precisamos mudar a vida dessas famílias”, afirmou, retomando a justificativa para a retirada das famílias anunciada meses atrás.

A Defesa Civil mantém vigilância constante e reforça que o telefone 193 está disponível para emergências.

A prorrogação do decreto permite a manutenção e o reforço de ações emergenciais, como o atendimento às famílias desabrigadas, o monitoramento hidrológico em tempo real e a articulação direta com a Defesa Civil estadual e o governo federal. O nível do rio, que superou a cota de transbordamento (14 metros) no último sábado (27), continua sendo acompanhado de perto, com previsão de novas chuvas nos próximas dias.

Com André Gonzaga

Comentários

Continue lendo

Acre

Rio Acre segue em elevação e permanece acima da cota de transbordo em Rio Branco

Publicado

em

Boletim da Defesa Civil aponta nível de 15,37 metros ao meio-dia desta segunda-feira

Foto: Jardy Lopes

A Defesa Civil Municipal de Rio Branco divulgou, nesta segunda-feira (29), um novo boletim informando que o nível do Rio Acre permanece acima da cota de transbordo na capital acreana, mantendo o cenário de atenção máxima.

De acordo com as medições oficiais, às 5h21 o rio marcava 15,32 metros. Às 9h, o nível subiu para 15,36 metros, atingindo 15,37 metros ao meio-dia, confirmando a tendência de elevação ao longo do dia.

Apesar de não haver registro de chuvas nas últimas 24 horas em Rio Branco, com índice pluviométrico de 0,00 milímetro, o manancial segue significativamente acima da cota de alerta, fixada em 13,50 metros, e da cota de transbordo, estabelecida em 14,00 metros. O boletim foi assinado pelo coordenador municipal da Defesa Civil, Cláudio Falcão.

Comentários

Continue lendo

Acre

Governo supera meta com 21 mil toneladas de massa asfáltica aplicadas

Publicado

em

Foto: Ascom/Deracre

O governo do Acre, por meio do Departamento de Estradas de Rodagem, Infraestrutura Hidroviária e Aeroportuária do Acre (Deracre), viabilizou a aplicação de cerca de 21 mil toneladas de massa asfáltica ao longo de 2025, como parte das ações da Operação Verão, contemplando os 22 municípios acreanos.

A presidente do Deracre, Sula Ximenes, afirmou que a ampliação do volume aplicado reflete a capacidade operacional do órgão durante o período de estiagem.

“Saímos de uma previsão de pouco mais de 5 mil toneladas e alcançamos cerca de 21 mil toneladas de massa asfáltica aplicadas, com apoio dos municípios e presença em todo o estado”, afirmou.

Foto: Ascom/Deracre

A operação começou a ser planejada ainda durante o período de chuvas, com aproximadamente cinco meses de organização técnica. A Operação Verão 2025, mobilizou de cerca de 1.500 trabalhadores e 700 máquinas, sendo 350 do próprio Deracre, com atuação simultânea em todas as regiões do estado.

O plano de trabalho previa, entre outras ações, o fornecimento de massa asfáltica a 11 municípios, com uma distribuição inicial estimada de 5 mil toneladas, destinada à recuperação de vias urbanas e à retomada de obras interrompidas durante o inverno amazônico. Com a execução da operação ao longo do ano, os resultados superaram a previsão inicial.

O apoio direto do Estado aos municípios somou R$ 34,6 milhões, possibilitando a aplicação de mais de 21 mil toneladas de massa asfáltica em serviços de pavimentação. As ações foram executadas em parceria com as prefeituras, com cessão de máquinas, equipes técnicas e suporte operacional do Deracre, garantindo atendimento aos 22 municípios.

Foto: Ascom/Deracre

Os dados sobre a aplicação de massa asfáltica integram o Relatório Anual de Gestão 2025, que aponta ainda a movimentação de R$ 664,8 milhões em obras de infraestrutura, com nove obras entregues e 105 frentes de serviço ativas executadas pelo Deracre em todo o Acre.

Comentários

Continue lendo