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Por que fumar cigarro é hábito mais comum entre os menos escolarizados
Dados de 2018 mostram que, no país, parcela de fumantes aumenta quanto menos são os anos de estudo. OMS diz que, no mundo, pobreza e tabagismo formam ‘círculo vicioso’.
Por BBC
Na meta de reduzir o hábito de fumar, o Brasil recebeu notícias positivas neste mês de julho: foi o segundo país, depois da Turquia, a alcançar patamares da Organização Mundial da Saúde (OMS) em ações como a proibição do tabaco em espaços públicos e a ajuda àqueles que querem largar o vício.
Dados recém-divulgados pelo Ministério da Saúde também mostraram que, em 2018, 9,3% dos adultos brasileiros das 27 capitais declararam fumar – uma diminuição significativa em relação a 2006, quando o percentual era de 16,2%.
Mas a publicação anual da qual estes dados fazem parte, o Vigitel (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), mostrou também algo que é uma tendência não só no Brasil, mas no mundo: o hábito de fumar persiste entre aqueles com menor escolaridade e renda.
O percentual dos que se declaram fumantes no Brasil cai à medida que os anos de estudo aumentam: tabagistas são 13% entre aqueles que estudaram durante 0 a 8 anos; 8,8% na faixa de 9 a 11 anos de estudo; e 6,2% para aqueles com 12 ou mais anos de estudo.
A tendência também é observada entre aqueles que fumam 20 ou mais cigarros por dia: 3,3% na faixa de 0 a 8 anos de estudo; 2,4% de 9 a 11 anos; e 1,7% de 12 ou mais anos.
A publicação não traz dados para renda mas, segundo especialistas, o fumo também acompanha os mais pobres – afinal, sobretudo em países desiguais como o Brasil, os mais escolarizados tendem a ser mais ricos. Um boletim do Banco Central publicado no início do ano demonstrou, por exemplo, que em relação a um trabalhador sem instrução, o ensino fundamental adiciona 38% ao rendimento por hora; o nível médio, 66%; e o superior, 243%.

Foi anunciado recentemente que o Brasil atingiu metas da OMS para combater o tabagismo — Foto: Pixabay
“A associação entre pobreza e fumo é uma das relações mais consolidadas no conhecimento sobre tabagismo”, resume à BBC News Brasil Tânia Cavalcante, médica do Instituto Nacional do Câncer (Inca) e secretária-executiva da Comissão Nacional para Implementação da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco (Conicq).
“Estas pessoas têm menor acesso à informação, como sobre os malefícios do tabagismo, e às escolas, que hoje de uma forma ou de outra abordam o tema. Também têm menos acesso a tratamentos para deixar de fumar.”
De produto luxuoso a danoso
Paula Johns, diretora da organização ACT Promoção em Saúde, lembra também que o acesso à informação foi na história um divisor de águas no perfil de quem fuma.
“No pós-guerra, o cigarro era vendido como um produto glamuroso. Tinha um apelo da emancipação, que atingia os formadores de opinião, como as sufragistas. A partir da década de 1960, 70, aumenta o conhecimento sobre os malefícios do produto, e o perfil começa a mudar”, explica.
“A questão do acesso à informação é a principal explicação para o fato de hoje os mais pobres fumarem mais, globalmente”.
Johns aponta que isto implica em um maior impacto da participação do tabagismo no orçamento dos mais pobres, que é menor – tomando o lugar de custos com alimentação, educação e saúde.
Foi o que demonstrou uma pesquisa publicada em 2016, com o título Tabagismo e pobreza no Brasil: uma análise do perfil da população tabagista a partir da POF 2008-2009.
A partir de dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os autores concluíram que 84% da população tabagista recebia entre 1 e 3 salários mínimos per capita; 8,4% de 3 a 5 salários; e 7,5% acima de 5 salários mínimos.
A renda média dos tabagistas, segundo cálculos com os dados de 2008 e 2009, foi de R$ 867, enquanto para não tabagistas foi de R$ 957.
Foram considerados tabagistas aqueles que consumiram produtos relacionados, como cigarros, charutos, isqueiros e papel para cigarro. Na pesquisa, eles compuseram cerca de 10% da população, com predominância de homens. O consumo com estes produtos comprometeu 1,5% da renda, em média.
“Isso mostra porque é uma medida efetiva para prevenir o tabagismo o aumento do preço destes produtos”, diz Johns, destacando a importância de taxas e impostos incidindo sobre esses itens, o que é classificado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como “a ação com melhor custo-benefício” para redução do tabagismo.
Se toda mudança de comportamento em relação ao dinheiro é difícil, isto é agravado, no caso do tabagismo, por tratar-se de um vício.

Aviso em maço de cigarro — Foto: G1/G1
Tabaco e pobreza: ‘Círculo vicioso’
A Organização Mundial da Saúde já intitulou uma de suas campanhas como “Tabaco e pobreza: um círculo vicioso”, dizendo que ambos estão “ligados inextricavelmente”.
Argumentando que o tabagismo é um dos principais fatores de risco para doenças em todo o mundo – o principal no caso daquelas crônicas e não transmissíveis, como diabetes e hipertensão -, a OMS diz em um dos seus comunicados que “fumar mata as pessoas no auge de sua produtividade, privando casas de chefes de família e nações de trabalhadores saudáveis”.
“Tabagistas também são menos produtivos enquanto estão vivos por conta de uma saúde mais fragilizada”, acrescenta.
No mundo, isto tem implicações marcantes para países de baixa e média renda – origem de 80% dos 1,1 bilhão de fumantes no mundo.
Um relatório publicado no prestigiado periódico Lancet em 2017 diagnosticou: “A prevalência do fumo e consequente morbidade e mortalidade está caindo na maioria (mas não em todos) países ricos, mas a mortalidade futura em países de baixa e média renda tende a ser enorme”.
Países do primeiro mundo não escapam a esta discussão, como está acontecendo na Inglaterra, onde o governo está escrevendo um novo projeto para alterar a legislação visando tornar o país livre do tabaco até 2030.
O país comemora ter uma das menores taxas de fumantes da Europa, mas os dados mostram que o hábito persiste desproporcionalmente em lares de menor renda. Lá, 1 em cada 3 moradores de conjuntos habitacionais fuma; entre trabalhadores manuais, o número é de 1 a cada 4. Para ocupações a nível gerencial, a participação é de 1 para 10.
Um estudo já indicou que os homens mais pobres da Inglaterra e do País de Gales tinham duas vezes mais chances de morrer entre 35 e 69 anos do que os mais ricos – e a morte deles foi quase cinco vezes mais provável de ser causada pelo fumo.
Na Inglaterra, os dados mostram também maior prevalência do fumo entre pessoas LGBT e com distúrbios mentais.
Pesquisadores avaliam que pessoas com mais vulnerabilidades têm níveis mais altos de dependência; são mais propensas a estar perto de outros fumantes, normalizando o comportamento; e também podem ter que lidar com mais fatores de estresse, como instabilidade de renda e moradia precária.
Indígenas
Paula Johns aponta que outro grupo sabidamente mais propenso a fumar em vários países são indígenas – algo observado em lugares como Estados Unidos, Canadá e Brasil.
Estas variáveis não foram consideradas no Vigitel, mas no estudo Tabagismo e pobreza no Brasil: uma análise do perfil da população tabagista a partir da POF 2008-2009 sim.
Entre os brancos, o percentual de fumantes foi de 9,4%; pardos, 9,9%; pretos, 12,3%; e indígenas, 12,4%.
Em relação à divisão regional, pesquisas indicam maior percentual de tabagistas nas regiões Sul e Sudeste, que ao mesmo tempo apresentam os melhores indicadores socioeconômicos no país.
Por que pessoas com menos escolaridade e renda tendem mais ao tabagismo, e as regiões com estas características não?
Segundo as entrevistadas, não há explicações consolidadas, mas hipóteses.
“No Sul, temos a leitura do impacto da produção de tabaco nestes locais, como no Rio Grande do Sul, onde empresas desta indústria têm grande poder político e econômico. Estados com fronteiras, como perto do Paraguai, também podem ter mais fumantes, por estarem em rotas de contrabando e terem acesso a produtos mais baratos”, diz Tânia Cavalcante, acrescentando que experiências locais de políticas públicas de prevenção ao tabagismo também podem explicar diferenças.
Johns lembra também de hábitos culturais. “Alguns casos na Europa mostram uma relação entre tabagismo e cidades mais frias. O estilo de vida pode ter um impacto também.”
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No segundo distrito, Polícia Militar encerra festa apreende arma de fogo e entorpecentes
Policiais militares do 2° Batalhão, apreenderam arma de fogo, entorpecentes e vários menores de idade em uma festa na noite de sábado, 08, no Belo Jardim.
Os militares foram acionados para atender uma ocorrência no local, onde uma briga teria acontecido e um indivíduo teria sido atingido por uma garrafa e sangrava, bastante. Os militares foram ao endereço e observaram que existiam muito menores ingerindo bebidas alcoólicas e fumando.
Os policiais encerraram a festa e iniciaram abordagens aos participantes que ficaram no local, foram realizadas buscas nas pessoas e uma varredura no ambiente, onde foi encontrado com um dos indivíduos uma arma de fogo, espingarda de cano cortado, dinheiro e substâncias aparentando ser maconha e cocaína.
Os militares conduziram à delegacia de flagrantes, Defla 18 pessoas entre maiores e menores de idade, juntamente com os ilícitos encontrados para que fossem tomadas as providências cabíveis aos fatos.
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Vídeo: Ciclista fica ferido após cair em ladeira no bairro Portal da Amazônia, em Rio Branco
Gercione Viana da Silva, de 44 anos, sofreu traumatismo craniano leve e escoriações; estado de saúde é estável após atendimento no pronto-socorro.
Gercione Viana da Silva, de 44 anos, ficou ferido na noite deste sábado (8) após perder o controle da bicicleta e cair enquanto descia uma ladeira na Rua Iáco, no bairro Portal da Amazônia, em Rio Branco. Segundo testemunhas, ele seguia no sentido Centro-Bairro quando se desequilibrou e sofreu uma queda brusca, resultando em ferimentos na cabeça e no corpo.
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) foi acionado e enviou uma ambulância de suporte avançado para prestar socorro. Após os primeiros atendimentos, Gercione foi encaminhado ao Pronto-Socorro de Rio Branco, onde recebeu cuidados no Setor de Traumatologia.
Ele foi diagnosticado com um traumatismo cranioencefálico (TCE) leve, hematomas na cabeça e escoriações na perna direita. Apesar dos ferimentos, seu estado de saúde é considerado estável.
O caso reforça a importância de cuidados ao pedalar, especialmente em ladeiras e vias com declives acentuados.
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Venezuelano é esfaqueado após perseguição no bairro Seis de Agosto, em Rio Branco
Enderson Enrique Miranda, de 26 anos, sofreu três facadas e foi socorrido por fiéis de igreja; agressor fugiu e segue foragido.
O venezuelano Enderson Enrique Miranda, de 26 anos, foi ferido a golpes de faca após ser perseguido na madrugada deste domingo (9), em frente a uma igreja evangélica no bairro Seis de Agosto, em Rio Branco. Segundo testemunhas, Enderson chegou correndo pela via pública, fugindo de um agressor não identificado, que desferiu três golpes de faca: um nas costas, um no braço esquerdo e outro na mão esquerda.
Mesmo ferido, a vítima tentou continuar correndo, mas caiu em frente à igreja “Deus é Amor”. O agressor, ao perceber a presença de fiéis que participavam de uma vigília, desistiu dos ataques e fugiu pelo Beco da Cigana.
Os fiéis saíram da igreja ao ouvir os pedidos de socorro e ajudaram Enderson, acionando a Polícia Militar e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Uma ambulância de suporte básico foi enviada ao local, prestou os primeiros socorros e estabilizou o quadro clínico da vítima, que foi encaminhada ao pronto-socorro de Rio Branco, onde seu estado de saúde foi considerado estável.
A Polícia Militar realizou buscas pela região, mas o agressor não foi encontrado. O caso está sendo investigado inicialmente pela Equipe de Pronto Emprego (EPE) da Polícia Civil e, posteriormente, será encaminhado à Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
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