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Por dentro do Alemão: quando o tiro para, começa a corrida pela vida.

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Após a megaoperação resultar na morte de 121 pessoas, moradores das comunidades se mobilizaram para ajudar os feridos e resgatar corpos

Rio de Janeiro — Becos estreitos, escadarias íngremes e solo desnivelado dificultam a circulação nos complexos do Alemão e da Penha, onde ocorreu a operação mais letal da história do Rio de Janeiro (RJ), deflagrada contra o Comando Vermelho (CV) na última terça-feira (28/10).

Após a megaoperação deixar diversos baleados e resultar na morte de 121 pessoas — sendo 117 suspeitos e quatro policiais — , os moradores das duas comunidades se mobilizaram para socorrer os feridos e retirar corpos de locais de difícil acesso.

As vielas esburacadas e irregulares tornaram a atuação pós-operação um grande desafio. O terreno impossibilita a subida de ambulâncias e rabecões às áreas mais altas do morro.

Na quarta (29), dia seguinte à ação, a coluna esteve na Vila Cruzeiro, na Penha, onde mais de 60 corpos foram expostos em uma praça. Idosos, homens, mulheres e até crianças se mobilizaram na busca pelos desaparecidos na mata da Serra da Misericórdia, local em que ocorreu o tiroteio.

Entre o choro de revolta dos familiares dos mortos, os moradores da comunidade reclamavam dos empecilhos encontrados no resgate dos corpos e da falta de assistência por parte do governo.

Depois de serem achados na mata, os cadáveres eram amontoados na cabine de uma pick-up, dirigida por um morador da região, e levados à praça.

Por meio das redes sociais, moradores mostraram os efeitos do confronto entre a polícia e os faccionados, registrando cenas de destruição e tensão nas comunidades.

Os vídeos revelam marcas de balas por toda parte, além dos rastros das barricadas montadas pelos criminosos para impedir a entrada da polícia.

Área crítica

Conforme as autoridades policiais apontaram em coletivas de imprensa realizadas nos dias que sucederam a operação, os complexos são áreas críticas quando se fala em acesso de veículos e ferramentas que contribuem para o êxito de uma operação.

As ações coordenadas dos faccionados permitem a instalação de engenharias criminosas que impedem o acesso das forças de segurança.

As barricadas e os quebra-molas invertidos, por exemplo, obstruem a passagem para a entrada de caveirões. Enquanto os policiais, dentro do veículo, tentam se desvencilhar das barreiras, os narcoterroristas abrem fogo contra para impedir a ação das forças de segurança.

Plano de recuperação

Em coletiva de imprensa realizada na sexta (31/10), o secretário de segurança pública do Rio, Victor Santos, afirmou que entregará, em dezembro deste ano, o plano de retomada definitiva de áreas dominadas pelo crime ao governo federal.

O projeto atende a uma determinação da ADPF nº 635, do Supremo Tribunal Federal (STF), que limita operações policiais em favelas fluminenses e exige ações estruturais de longo prazo.

O secretário destacou que a estratégia do estado precisará ir além de operações pontuais, porque o efetivo policial não comporta ocupações prolongadas em centenas de comunidades dominadas por facções e milícias.

“Estado nenhum no Brasil tem condições de fazer de forma permanente ocupação dentro de comunidades. Se a gente pegar todo o efetivo e dividir pelas comunidades, daria sete policiais por comunidade. A solução não é a ocupação. A solução é a retomada.”

A retomada, explicou, exige reconstrução de serviços públicos, controle territorial do Estado e integração com políticas federais de inteligência, fronteiras, prisões e lavagem de dinheiro.

Fonte: Metrópoles

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Papa Leão XIV divulga nova orientação para sexo no casamento

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Papa Leão na FAO em Roma • 16/10/2025 REUTERS/Remo Casilli

Em um novo decreto assinado pelo papa Leão XIV, o Vaticano divulgou orientações para fiéis sobre a prática sexual no casamento, reconhecendo que o sexo não se limita apenas à procriação, mas contribui para “enriquecer e fortalecer” a “união exclusiva do matrimônio”.

A questão está intimamente ligada à finalidade unitiva da sexualidade, que não se limita a assegurar a procriação, mas contribui para enriquecer e fortalecer a união única e exclusiva e o sentimento de pertencimento mútuo.

O documento assinado pelo Dicastério para a Doutrina da Fé cita o Código de Direito Canônico e diz que uma visão integral da caridade conjugal é aquela que “não nega sua fecundidade”, ainda que deva “naturalmente permanecer aberta à comunicação de vida”.

O texto também prevê o conceito de consentimento livre” e “pertencimento mútuo”, assegurando a mesma dignidade e direitos ao casal.

“Um cônjuge é suficiente”

No decreto publicano em italiano, o Vaticano orientou 1,4 bilhão de católicos do mundo a buscarem o casamento com uma única pessoa para a vida toda e a não manterem relações sexuais múltiplas, estabelecendo que o casamento é um vínculo perpétuo e “exclusivo”.

Criticando a prática da poligamia na África, inclusive entre membros da Igreja, o decreto reiterou a crença de que o casamento é um compromisso para toda a vida entre um homem e uma mulher.

“Sobre a unidade do matrimônio – o matrimônio entendido, isto é, como uma união única e exclusiva entre um homem e uma mulher – encontra-se, ao contrário, um desenvolvimento de reflexão menos extenso do que sobre o tema da indissolubilidade, tanto no Magistério quanto nos manuais dedicados ao assunto”, diz o documento.

“Embora cada união conjugal seja uma realidade única, encarnada dentro das limitações humanas, todo matrimônio autêntico é uma unidade composta por duas pessoas, que requer uma relação tão íntima e abrangente que não pode ser compartilhada com outros”, enfatizou a Santa Sé.

 

Fonte: CNN

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PF afasta delegado e policial em operação contra esquema de ouro ilegal no Amapá

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Operação Cartucho de Midas apreende mais de R$ 1 milhão, € 25 mil e prende suspeito com arma restrita; movimentações acima de R$ 4,5 milhões reforçam indícios de lavagem de dinheiro.

Como resultado da ação, o delegado Charles Corrêa e o policial Daniel Lima das Neves foram afastados cautelarmente de suas funções. Em um dos endereços alvo, a PF apreendeu mais de R$ 1 milhão em espécie e cerca de € 25 mil. Uma pessoa foi presa em flagrante por posse de arma de uso restrito.

As investigações tiveram início após a identificação de movimentações bancárias suspeitas, incompatíveis com os rendimentos declarados pelos investigados. Segundo a PF, empresários e agentes públicos atuantes na região de fronteira estariam envolvidos na ocultação de recursos provenientes do comércio ilegal de ouro.

A corporação identificou ainda que joalherias de diversos estados transferiam valores para um posto de combustíveis em Oiapoque. O estabelecimento, por sua vez, repassava o dinheiro a um agente público local, reforçando os indícios de lavagem de capitais.

A PF também apurou movimentações superiores a R$ 4,5 milhões feitas por servidores públicos sem justificativa econômica. Para disfarçar a origem ilícita dos recursos, teriam sido usadas empresas de fachada.

Os investigados podem responder pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro, organização criminosa e peculato — somadas, as penas ultrapassam 60 anos de prisão.

A operação contou com apoio da Corregedoria-Geral da Polícia Civil do Amapá no cumprimento das medidas judiciais.

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Roraima suspende novas licenças para extração de ouro após recomendação do MPF

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Medida vale por prazo indeterminado e ocorre diante do uso ilegal de mercúrio em garimpos, inclusive licenciados; Femarh terá de revisar autorizações já emitidas.

No mês de fevereiro deste ano, o Estado do Amazonas exportou US$ 11 milhões em ouro para a Alemanha. (Foto: Shuttestock)

 

Atendendo a uma recomendação do Ministério Público Federal (MPF), a Fundação Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Roraima (Femarh) suspendeu, por prazo indeterminado, a emissão de novas licenças ambientais para extração de ouro em todo o estado. A decisão decorre de um inquérito civil que apura os impactos socioambientais do uso de mercúrio no garimpo na Amazônia.

Segundo o MPF, o mercúrio — substância altamente tóxica — vem sendo empregado inclusive em garimpos com licença ambiental, sem fiscalização adequada sobre o método de beneficiamento do minério. O órgão ressalta que todo o mercúrio utilizado nessas atividades é ilegal, uma vez que o Ibama não autoriza sua importação para fins minerários.

A recomendação determina que a Femarh passe a exigir dos empreendimentos a especificação da técnica de separação do ouro e documentos que comprovem o uso de tecnologia apropriada. Também orienta a revisão das licenças já concedidas e a suspensão daquelas que mencionem o uso do metal tóxico.

Em nota, a Femarh informou que não autorizará novas atividades de extração enquanto não houver estudos técnicos que garantam métodos alternativos ao uso do mercúrio.

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