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PM apreende quase duas toneladas de drogas em micro-ônibus abandonado no interior do Amazonas
Veículo fugiu de abordagem policial e foi encontrado em ramal de Rio Preto da Eva; ninguém foi preso

A Polícia Militar do Amazonas apreendeu quase duas toneladas de entorpecentes na madrugada deste sábado (20), após localizar um micro-ônibus abandonado em um ramal do município de Rio Preto da Eva, no interior do estado. Nenhum suspeito foi preso durante a ação.
Segundo a PM, o veículo foi avistado por volta das 4h ainda na área urbana da cidade. Ao receber ordem de parada, o motorista desobedeceu e fugiu em direção à rodovia que liga o município a Manaus, dando início a uma perseguição policial.
Durante a fuga, o micro-ônibus entrou em um ramal logo após deixar o perímetro urbano. Pouco tempo depois, os policiais encontraram o veículo abandonado. O condutor e possíveis ocupantes teriam escapado para uma área de mata próxima.
Na vistoria, os militares localizaram 45 sacos de rafia, cada um com aproximadamente 50 quilos, contendo tabletes de drogas. Foram apreendidos entorpecentes do tipo skunk e cocaína, totalizando uma carga que se aproxima de duas toneladas.
De acordo com a polícia, o micro-ônibus apresentava condições precárias de manutenção. O veículo e os entorpecentes foram encaminhados à delegacia de Rio Preto da Eva e, posteriormente, levados para Manaus, onde o material passará por perícia.
A ocorrência foi registrada pela Polícia Militar do município, com apoio do Departamento de Investigação sobre Narcóticos (Denarc). As investigações seguem em andamento para identificar os responsáveis pelo transporte da droga.
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Quaest: 49% acham que Flávio vai até o fim com candidatura
Candidatura do filho 01 do ex-presidente foi anunciada no início de dezembro, mas decisão de Bolsonaro não é unânime na direita
Pesquisa nacional do instituto Genial/Quaest mostra que 49% dos eleitores acreditam que o senador Flávio Bolsonaro (PL-SP) vá até o fim com sua candidatura à Presidência, anunciada no início de dezembro e revelada pelo Metrópoles.
De acordo com o levantamento, 38% consideram que o movimento teria como objetivo principal a negociação política. Outros 13% afirmam não saber ou preferiram não responder.
A percepção varia conforme o posicionamento político dos eleitores. Dentre aqueles que acreditam que o filho 01 do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) vá até o fim com sua candidatura, 81% se consideram bolsonaristas. A taxa cai para 32% entre os que se dizem eleitores do presidente Lula (PT).
Dentre os lulistas, também está o maior percentual daqueles que acham que Flávio deve usar a candidatura para “negociar”, que somam 57%, frente aos 12% dentre aqueles que se dizem bolsonaristas.
Flávio lançou sua candidatura à Presidência após receber a bênção do pai, Jair Bolsonaro, que está preso em Brasília depois de ser condenado a 27 anos por liderar a trama golpista. Encarcerado e inelegível, Bolsonaro não pode concorrer em 2026 e decidiu indicar o filho mais velho para ficar com seu espólio político.
O anúncio, contudo, não foi recebido com unanimidade nem mesmo entre aliados do bolsonarismo e, nos primeiros dias, chegou a ser tratado como suposto balão de ensaio – especialmente por aqueles que defendiam uma candidatura do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
A pesquisa foi realizada com 2.004 entrevistados, entre os dias 11 e 14 de dezembro, com margem de erro de 1 ponto percentual e nível de confiança de 95%.
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Motta limpa a pauta e deve se reaproximar de Lula de olho em 2026
Com a pauta econômica resolvida, Lula chega em 2026 com Congresso mais previsível e foco deslocado para a disputa eleitoral
Com a pauta econômica prioritária aprovada e sem urgências legislativas imediatas, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegará a 2026 em um ambiente mais previsível no Congresso, após um fim de ano marcado pelo esforço da Câmara para destravar pautas mais polêmicas.
Ainda que o cenário político permaneça sujeito a imprevistos, a expectativa entre aliados é de um 2026 mais calmo na relação entre os Poderes, com o foco progressivamente deslocado para a disputa eleitoral, o que deve ser reforçado por uma maior aproximação do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), com o Palácio do Planalto.
Além disso, a coordenação entre Motta e o governo deve influenciar temas que ficaram para o próximo ano, como o PL Antifacção e a PEC da Segurança Pública, que podem avançar com menos resistência. A relação também tem potencial impacto eleitoral, já que a base de Motta é na Paraíba, e a aproximação com o Planalto pode refletir nas articulações políticas locais.
A leitura é reforçada pelo próprio presidente da Câmara, que vem demonstrando seu interesse em “limpar a pauta” legislativa antes do recesso. Segundo Motta, a aceleração das votações no fim de 2025 teve como objetivo reduzir pendências e permitir que o próximo ano comece sem a pressão de projetos considerados polêmicos, a fim de evitar a contaminação da pauta em ano eleitoral.
O movimento ocorre em um momento no qual o Planalto concluiu um ciclo intenso de negociações com o Legislativo, marcadas, mais recentemente, por momentos de tensão entre os Poderes e seus respectivos presidentes.
A relação entre Planalto e Congresso
- Ao longo de 2023, 2024 e 2025, o governo conseguiu aprovar as principais iniciativas de sua agenda econômica, o que diminui a dependência do Congresso em um ano marcado por eleições gerais e tende a deslocar o foco do debate para o campo político-eleitoral.
- Entre as principais vitórias do governo petista, está a isenção do Imposto de Renda para trabalhadores que recebem até R$ 5 mil por mês, uma das bandeiras centrais do terceiro mandato de Lula.
- A proposta avançou com apoio amplo e ganhou tração durante a tramitação, quando o relator, Arthur Lira, negociou ajustes que ampliaram os benefícios para faixas de renda superiores, estendendo a faixa de redução parcial do IR para R$ 7.350. Os benefícios passam a valer em 2026, ano em que Lula tentará a reeleição.
- Além da mudança no Imposto de Renda, o governo encerra o ano com a aprovação de um conjunto de medidas fiscais e econômicas que estruturaram o novo regime fiscal, ajustaram regras de arrecadação e buscaram reforçar a previsibilidade das contas públicas.
Atritos
Nem todas as pautas, porém, avançaram conforme a orientação do Executivo. A mais recente derrota foi a aprovação do PL da Dosimetria, combatido pelo governo durante a tramitação. Apesar disso, o tema não integrava o núcleo da agenda governista, sendo a resistência do Planalto mais um caráter político do que de agenda pública.
O assunto, embora aprovado no Congresso, ainda não está encerrado e deve avançar sobre 2026. O presidente Lula já indicou que deve vetar o texto aprovado pelo Congresso, o que fará com que a proposta retorne ao Legislativo para análise do veto em 2026. Há a possibilidade de judicialização do caso.
Outros projetos relevantes também ficaram para o ano que vem, como o PL Antifacção e a PEC da Segurança Pública, considerada uma das principais apostas do governo Lula na área. Motta decidiu que esses temas devem ser retomados somente depois do recesso.
A segurança pública é, justamente, o tema que tende a ocupar espaço central no debate eleitoral do ano que vem e, por reunirem apoio de diferentes campos políticos, os projetos podem avançar com menos resistência no Legislativo.
Esta semana também foi marcada por notícias positivas para o governo. Pesquisas de opinião divulgadas nos últimos dias animaram o Planalto ao indicar boa posição de Lula em cenários eleitorais.
Embora o último levantamento da Quaest, divulgado na terça-feira (16/12), tenha mostrado alguma força na pré-candidatura do senador Flávio Bolsonaro (PL), também apontou níveis elevados de rejeição ao parlamentar, com 62% dos entrevistados dizendo que não votariam no filho 01 do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Nesse contexto, Lula reforçou publicamente sua confiança em relação a 2026 durante evento realizado em São Paulo, na sexta-feira (19/12), afirmando que vai “dar uma surra” na extrema direita na próxima eleição.
A postura de Hugo Motta também é observada à luz das articulações para o próximo ciclo eleitoral. A tendência do presidente da Câmara é manter uma relação mais próxima com o Planalto em 2026, movimento que pode ter impacto direto em sua estratégia eleitoral na Paraíba, seu principal reduto político.
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PF prende suspeito de financiar garimpo ilegal em terra indígena no sul do Pará
Terceira fase da operação investiga invasão de terras públicas e contaminação do rio Fresco na Terra Indígena Kayapó
A Polícia Federal deflagrou, na sexta-feira (19), a terceira fase de uma operação que investiga crimes de invasão de terras públicas e garimpo ilegal às margens do rio Fresco, na Terra Indígena Kayapó, no sul do Pará. Durante a ação, um dos investigados foi preso no bairro Buriti 1, nas proximidades do centro do município de Redenção.
Os agentes cumpriram um mandado de prisão e outro de busca e apreensão. Na residência do suspeito, a Polícia Federal apreendeu mais de R$ 16 mil em dinheiro e uma arma de fogo. De acordo com as investigações, o homem é apontado como um dos financiadores do garimpo ilegal instalado dentro da Terra Indígena Kayapó.
Segundo a PF, a atividade criminosa ocorria diretamente às margens do rio Fresco, com o despejo de rejeitos como lama, óleo diesel e mercúrio no leito do rio. A prática, conforme os investigadores, provoca danos ambientais considerados irreparáveis e representa sérios riscos à saúde das populações locais.
O suspeito vinha sendo investigado desde abril deste ano, período em que a Polícia Federal identificou a intensificação das invasões na Terra Indígena Kayapó e a atuação de pelo menos três garimpos ilegais responsáveis pela contaminação do rio Fresco.
Com área superior a três milhões de hectares, a Terra Indígena Kayapó abrange os municípios de Cumaru do Norte, São Félix do Xingu, Bannach e Ourilândia do Norte. Conforme a Polícia Federal, a região é alvo recorrente de invasores que exploram ilegalmente recursos minerais, motivando operações contínuas de repressão e fiscalização.



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