Brasil
PIB do Brasil avança 1,2% no 2º trimestre, em sua quarta alta seguida
Frente ao mesmo trimestre de 2021, o PIB cresceu 3,2%. Atividade econômica fecha o primeiro semestre de 2022 com alta de 2,5%.
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Consumidores lotam a região de comércio popular do Brás, no centro de São Paulo. — Foto: Roberto Costa/Estadão Conteúdo
O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu 1,2% no 2º trimestre, na comparação com os três meses imediatamente anteriores, conforme divulgado nesta quinta-feira (1º) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Comparado ao mesmo trimestre de 2021, a alta foi de 3,2%. O PIB brasileiro fecha o primeiro semestre de 2022 com alta de 2,5%.
Em valores correntes, chegou a R$ 2,4 trilhões, contra R$ 2,249 trilhões no primeiro trimestre.
Segundo a gerente de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis, com o resultado do 2º trimestre, a economia brasileira atingiu um patamar apenas 0,3% abaixo do pico (registrado no 1º trimestre de 2014) e se encontra 3% acima do patamar pré-pandemia.
Este é o quarto trimestre de alta consecutiva da atividade econômica do país. Nesta divulgação, o IBGE também revisou resultados dos trimestres passados, o que elevou o primeiro trimestre do ano para um crescimento de 1% para 1,1%.
Ainda dentro das revisões, a queda no 2º trimestre de 2021 passou de -0,2% para -0,3%. No 4º trimestre de 2021, o crescimento passou de 0,7% para 0,8%. Já considerando os resultados revisados, o PIB teve o maior crescimento desde o 4º trimestre de 2020, quando houve alta de 3,2%.
O resultado também veio em linha com a projeção do indicador da Fundação Getulio Vargas (FGV), que previa alta de 1,1% no PIB do período entre abril e junho. A prévia do Banco Central apontava para uma alta de 0,57%.
A surpresa desta medição da atividade econômica foi o desempenho da indústria, que acelerou 2,2% no segundo trimestre. Em comparação ao mesmo período do ano passado, a alta foi de 1,9%.
Mas o puxador da economia foi, mais uma vez, o setor de serviços, que representa cerca de 70% do PIB do país. Os serviços tiveram alta de 1,3% no trimestre e de 4,5% no contraste com o mesmo período de 2021.
O consumo das famílias cresceu 2,6% na comparação com o primeiro trimestre do ano, e subiu 5,3% em relação ao mesmo período de 2021.
As atividades desse segmento sofreram com o pior do impacto da pandemia do coronavírus na economia, porque são altamente dependentes do contato humano e circulação de pessoas.
‘Surpreendeu o crescimento do PIB no primeiro semestre de 2022’, afirma economista
Principais destaques do PIB do 2º trimestre:
- Serviços: 1,3%;
- Indústria: 2,2%;
- Agropecuária: 0,5%;
- Consumo das famílias: 2,6%;
- Consumo do governo: -0,9%;
- Investimentos: 4,8%;
- Exportações: -2,5%;
- Importação: 7,6%.
PIB por setores — Foto: Editoria de Arte/g1
Segundo o IBGE, a indústria se beneficiou de um avanço de 3,1% na atividade de Eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos, mais 2,7% na Construção, de 2,2% nas Indústrias extrativas e de 1,7% nas de Transformação. Todos em comparação com o trimestre anterior.
No primeiro semestre, contudo, a Construção (9,5%) e a Eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos (9,2%) acumulam bom desempenho, enquanto as Indústrias Extrativas (-3,2%) e as de Transformação (-2,1%) recuam.
No acumulado em quatro trimestres versus o período imediatamente anterior, a indústria fica perto da estabilidade, com 0,1% de alta.
Economista comenta resultado do PIB no 2º trimestre
Os serviços também acumulam bom desempenho em 2022. Entre o primeiro e segundo trimestre, os destaques foram Outras atividades de serviços, que subiram 3,3%, Transporte, armazenagem e correio, com alta de 3,0%, Informação e comunicação, 2,9%, e Comércio, 1,7%.
Em seguida, vem Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (1,4%) e Atividades imobiliárias (0,3%). A única queda do setor foi em Administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social (-0,8%).
No semestre, o melhor resultado é de Outras atividades de serviços, que acumula alta de 13,1%. Também em campo positivo, Transporte, armazenagem e correio sobem 10,6%, Informação e comunicação, 5,1%, Administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social, 2,0%, e Atividades imobiliárias, 0,4%.
Apenas Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (-0,3%) e Comércio (-0,1%) recuaram na janela de 2022.
PIB do 2º trimestre sob a ótica da oferta — Foto: Arte g1
Agropecuária ainda patina
O resultado positivo da agropecuária no segundo trimestre (0,5%) ainda é insuficiente para tirá-la do posto de pior desempenho entre os setores. No acumulado de 2022, acumula queda de 5,4% comparado a igual período de 2021.
A título de comparação, os serviços têm alta de 4,1% e a indústria, de 0,2%.
No segundo trimestre, o agro também caiu 2,5% em relação a igual período de 2021. Segundo o IBGE, produtos agrícolas cujas safras são significativas no período, apresentaram decréscimo na estimativa de produção anual e perda de produtividade.
É o caso da soja (-12,0%) e do arroz (-8,5%). “Já o milho e o café apontaram crescimento em 2022, estimado em 27,0% e 8,6%, respectivamente”, diz o instituto.
Consumo das famílias em alta
Pela ótica da demanda, destaque absoluto para Consumo das Famílias, que enfileirou a quarta alta seguida e registrou crescimento de 2,6% no trimestre. Contra o mesmo período de 2021, sobe 5,3%.
De acordo com a analista do IBGE Claudia Dionísio o consumo das famílias atingiu o maior patamar da série histórica do PIB, iniciada em 1996, e 0,9% acima do pico anterior, registrado no quarto trimestre de 2014.
Já a despesa de Consumo do Governo caiu 0,9% entre os trimestres. Comparado ao mesmo trimestre de 2021, há uma leve alta de 0,7%.
Na análise do semestre, as notícias são melhores. Em relação à mesma janela de 2021, o aumento foi de 3,7% no Consumo das Famílias e de 2,0% no Consumo do Governo.
Miriam Leitão sobre PIB: ‘Puxado pelo consumo das famílias’
A Formação Bruta de Capital Fixo teve bom resultado, com alta de 4,8% entre o primeiro e segundo trimestres. O crescimento foi de 1,5% em relação ao mesmo período do ano passado.
A taxa de investimento foi de 18,7% do PIB no segundo trimestre, um resultado estável se comparado ao mesmo período do ano anterior (18,6%).
No setor externo, houve inversão de desempenho entre exportações e importações. As exportações de bens e serviços tiveram queda 2,5%, enquanto as importações cresceram 7,6% em relação ao primeiro trimestre de 2022.
Frente ao mesmo trimestre de 2021, as exportações caíram 4,8%, ao passo que a queda das importações foi de 1,1%.
Dados do Banco Central ficam de fora
Pela segunda vez seguida, ficaram de fora da divulgação do PIB as Contas Econômicas Integradas (que inclui a taxa de poupança e taxa de necessidade de financiamento do país) e a Conta Financeira Trimestral (que mostra quais ativos foram mais usados para financiar a economia do país).
“O Banco Central votou da greve, mas a divulgação do balanço financeiro continuou atrasada”, justificou a gerente de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis.
O bom resultado do 2º trimestre e indicadores antecedentes positivos nos últimos meses têm levado a uma revisão para cima das projeções para o crescimento da economia em 2022. Analistas apontam para um avanço do PIB de 2,1% no ano, enquanto o governo estima uma alta de 2%.
Por outro lado, parte das previsões para 2023 têm sido revistas para baixo, com algumas casas apontando até mesmo para o risco de retração, em meio à inflação persistente, juros em alta, temores de recessão global e incertezas relacionadas à corrida eleitoral no Brasil.
Segundo o boletim Focus, do Banco Central, a estimativa do mercado é de uma alta de apenas 0,37% no PIB do próximo ano.
Em 2021, o PIB do Brasil cresceu 4,6%, após o tombo de 3,9% em 2020.
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Prefeitura de Cruzeiro do Sul garante participação de 32 empresas na 50ª Expoacre, em Rio Branco
Janaína Terças ressaltou que a participação das empresas cruzeirenses na 50ª edição da Expoacre será estratégica e vai fortalecer o setor dentro do Acre

Na 50ª Expoacre as empresas cruzeirenses vão estar no espaço “Indústrias do Juruá”. Foto: cedida
A Secretária Municipal de Desenvolvimento Econômico e Turismo, Janaína Terças, informou que a Prefeitura de Cruzeiro do Sul, avaliou a 20ª Expoacre Juruá como um evento de grande sucesso, especialmente para os empresários que expuseram no Espaço Indústria e dos empreendedores e produtores rurais que mostraram sua produção nos demais estandes.
“Agora o foco é ampliar essa visibilidade para o cenário estadual e nacional”, enfatizou a secretária ao anunciar que o prefeito Zequinha Lima solicitou oficialmente ao governo do Estado um espaço para que os empresários da indústria cruzeirense possam participar da Expoacre, em Rio Branco.
Janaína Terças ressaltou que a participação das empresas cruzeirenses na 50ª edição da Expoacre será estratégica e vai fortalecer o setor dentro do Acre, além de possibilitar contatos com mercados da Bolívia e do Peru, que estarão presentes, ampliando as oportunidades de negócios para além das fronteiras estaduais.
“Com isso, o prefeito Zequinha Lima garantiu apoio e 32 indústrias do Juruá terão espaço garantido na Expoacre 2025, considerada a maior edição do evento. Entre os setores confirmados estão indústrias de móveis, café, bebidas, cooperativas, startups, confecções e construção civil que terão um estande para destacar a produção e o turismo”, disse.
A secretária destacou ainda a importância de mostrar os principais atrativos turísticos da região para promover o potencial cultural e econômico do município num estande da prefeitura chamado “Indústrias do Juruá” que será focado na promoção e visibilidade das empresas de Cruzeiro do Sul com total apoio da prefeitura.
“Nosso prefeito Zequinha Lima é um grande apoiador, entusiasta da indústria cruzeirense. Então, nós fizemos um pedido ao secretário Assur Barbary, secretário da Indústria, para que levasse as empresas cruzeirense para Expoacre 2025 para promover, dar visibilidade à essas indústrias e mostrar o que nós temos de melhor aqui em Cruzeiro do Sul, aqui no Juruá. Nós teremos nesse espaço 32 empresas, as indústrias do Juruá estarão lá representadas e queremos também agradecer ao nosso governador Gladson Cameli pela oportunidade”, disse Janaína Terças.
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Justiça garante “liberdade de expressão artística” para Léo Lins; entenda
Município de Novo Hamburgo (RS) buscou inicialmente impedir a realização do show, e posteriormente indenização por dano moral coletivo

O Município de Novo Hamburgo buscou inicialmente impedir a realização do show, agendado para 31 de agosto de 2023 no Teatro Municipal Paschoal Carlos Magno, alegando que um vídeo de divulgação e o próprio conteúdo do espetáculo ridicularizavam a cidade, seus habitantes e autoridades, além de conter piadas de cunho racista, capacitista e gordofóbico. A ação também pleiteava indenização por dano moral coletivo no valor mínimo de R$ 500 mil.
Os réus, Léo Lins e BTZ Produções Ltda., defenderam o exercício regular da liberdade de expressão artística, invocando o artigo 5º, IX, e o artigo 220 da Constituição Federal. Eles citaram o julgamento da ADI 4451 (conhecida como “ADI do Humor”) pelo STF (Supremo Tribunal Federal), que veda a censura prévia a manifestações humorísticas, por considerá-la incompatível com os valores democráticos.
Decisão judicial
Na sentença, o juízo reconheceu a perda do objeto em relação aos pedidos de suspensão do show e proibição de piadas, visto que o espetáculo foi efetivamente realizado. Quanto ao mérito, a decisão enfatizou que a liberdade de expressão, embora não seja absoluta, só pode ser restringida quando há uma transgressão evidente a outros direitos fundamentais. O tribunal diferenciou o humor – que tem intenção crítica e ausência de dolo direto de lesar – da violência simbólica ou do discurso de ódio.
De acordo com a sentença, o Município não conseguiu comprovar a existência de dano moral coletivo. A sentença destacou que não houve provas de comoção social negativa, protestos ou denúncias formais após o evento, e que a simples “antipatia institucional por determinado conteúdo artístico não é suficiente para justificar condenação judicial”.
A decisão ressaltou ainda a autonomia do público, afirmando que quem compra ingresso para shows de humor o faz por livre escolha, ciente do estilo do artista, e que o Judiciário não deve atuar como “tutor moral da coletividade”.
Assim, o pedido do Município de Novo Hamburgo foi julgado improcedente. O Município foi condenado ao pagamento de honorários advocatícios.
Fonte: CNN
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Pela 3ª vez, Justiça Eleitoral condena Pablo Marçal à inelegibilidade
TRE-SP entendeu que houve abuso de poder por parte de Marçal em 2024; penas não são somadas, ou seja, o empresário ficará impedido de disputar uma eleição por oito anos

Empresário Pablo Marçal (PRTB) • Leandro Torres/Divulgação
A Justiça Eleitoral de São Paulo condenou o empresário Pablo Marçal (PRTB) à inelegibilidade pela terceira vez neste ano. Ele é acusado de abuso de poder econômico, uso indevido dos meios de comunicação social e captação ilícita de recursos durante a campanha para a Prefeitura de São Paulo em 2024. Cabe recurso da decisão.
Apesar de ser a terceira inelegibilidade, as penas não são somadas, ou seja, ele ficará impedido de disputar uma eleição até 2032.
Nesta ação, o juiz Antonio Maria Patiño Zorz entendeu que algumas condutas como ofensas aos candidatos adversários, como dizer que Guilherme Boulos era usuário de cocaína, além de associar a Justiça Eleitoral à corrupção e a “vinculação implícita de recebimento de fundo partidário da candidata Tábata Amaral a ato ilícito”, foram “altamente reprováveis” e “violadoras do princípio da legitimidade das eleições”.
Zorz também afirmou que o réu violou o princípio de isonomia ao divulgar, em sua página nas redes sociais, “um “link” com a arte do boné para confecção, bem como para acesso a todos os materiais de campanha (adesivos, santinhos, bandeira) para impressão pelos eleitores com a transferência do ônus dos gastos de campanha eleitoral bem como de colocação do CPF de que está fazendo essa doação e do CNPJ da gráfica de quem está fazendo a impressão”.
Durante o período eleitoral, Marçal divulgou conteúdo sobre sorteio de boné para quem marcasse pessoas nas redes sociais, ofereceu sorteio de R$ 200,00 para quem compartilhasse seus conteúdos e passou a usar influenciadores digitais para atingir usuários das redes sociais, depois de ter seus perfis suspensos temporariamente.
“Deste modo, constato a gravidade da conduta praticada pelo réu Pablo Marçal ainda que não tivesse sido eleito e chegado ao 2° turno das eleições municipais para Prefeito do Município de São Paulo”, disse o juiz na decisão.
O que diz Pablo Marçal
Em nota, o empresário afirmou que recebeu a decisão “com serenidade” e reafirmou que tem “total convicção” que é inocente.
“Sigo confiante na revisão dessa decisão pelas instâncias superiores, seja em São Paulo, seja no Tribunal Superior Eleitoral, e continuo acreditando na Justiça como instrumento legítimo de equilíbrio e verdade”, diz trecho da nota.
Outras condenações
Em fevereiro, o mesmo juiz responsável pelo caso, Antonio Maria Patiño Zorz, entendeu que Marçal ofereceu apoio político para impulsionar a campanha eleitoral de candidatos a vereador por meio de vídeos divulgados na internet. A divulgação custaria R$ 5 mil.
“Ficou demonstrado que o réu Pablo Marçal ofereceu apoio político por meio de vídeo para impulsionar campanha eleitoral de candidatos a vereador [que não estivessem em partidos de esquerda] em troca de doação do valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) para sua campanha eleitoral”, escreveu Zorz na primeira condenação.
Segundo o magistrado, Marçal utilizou as redes para disseminar fake news sobre o sistema de arrecadação eleitoral, além de fazer propaganda eleitoral negativa.
Na segunda condenação, deferida em abril, o magistrado acusou Marçal de abuso de poder econômico, uso indevido dos meios de comunicação e captação e gastos ilícitos de recursos durante a campanha eleitoral de 2024. Ele determinou ainda que o empresário fique inelegível por oito anos e pague uma multa de R$ 420 mil.
O juiz julgou parcialmente procedente a Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije), proposta pelo PSB, partido de Tabata Amaral, ex-adverssária de Marçal nas eleições municipais. A sigla acusou o empresário de promover impulsionamento ilícito de sua candidatura nas redes sociais.
A decisão diz que “a repercussão no contexto específico da eleição (gravidade quantitativa) pôde ser constatada em razão dos referidos vídeos com oferta de pagamento a quem efetuasse cortes de vídeos de Marçal em concurso de cortes estar acessível a milhões de pessoas seguidoras em suas redes sociais (TikTok, Youtube, Instagram, entre outros)”.
Fonte: CNN
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