Brasil
País precisa de professores, mas matrículas em licenciaturas não crescem
Dados do Censo da Educação Superior mostram que percentual em 2012 ficou em 19,41%. Preocupados com a situação, MEC lança programa de estímulo nesta quarta
Em números absolutos, a quantidade de estudantes matriculada em cursos para a formação de professores – as licenciaturas – é maior a cada ano. No entanto, esse crescimento não acompanha a evolução de matrículas em outros cursos de graduação. O percentual de alunos das licenciaturas está estagnado e, em 2012, foi o menor dos últimos 11 anos: 19,41%.
Os dados do Censo da Educação Superior 2012, divulgados nesta terça-feira pelo Ministério da Educação, mostram que 1.366.559 brasileiros estavam matriculados em licenciaturas. Ao todo, 7.037.688 cursavam alguma graduação. Em 2011, o número de universitários em cursos que formam professores era 1.356.329. Em 2010, 1.354.989.
Apesar de não ter se afastado dos 20% nos últimos anos, a proporção de universitários em licenciaturas já foi maior. Em 2003, 22,48% dos estudantes cursavam esse tipo de graduação, o percentual mais alto desde 2001. Em 2008, caiu para 19,96%, chegou a 21,24% em 2010 e voltou a diminuir em 2011, passando para 20,12%.
Pouco mais de um terço (33%) dos estudantes brasileiros de cursos de licenciaturas não estão próximos às salas de aulas físicas das instituições do país. Há 449.966 alunos de educação a distância no Brasil.
Preocupado com o cenário nada animador diante do déficit de professores na educação básica – que chega a 170 mil na rede pública, segundo o ministro Aloizio Mercadante – o Ministério da Educação vai lançar, nesta quarta-feira, um programa para estimular jovens de ensino médio a procurarem os cursos da área de exatas, especialmente os que formam docentes.
Nomeado de “Quero ser cientista, quero ser professor”, o programa atenderá 30 mil alunos, que desenvolverão pesquisas em universidades federais e ganharão bolsas de estudo de R$ 150. “A área tecnológica é que mais cresceu nos últimos anos, que é importante para o desenvolvimento do país. Mas precisamos estimular as licenciaturas”, afirmou o ministro.
Sem garantias
Mas estimular os jovens a escolherem as licenciaturas – no caso do programa, especialmente os da área de exatas, Física, Química, Biologia e Matemática – não será suficiente para garantir a formação de professores. Convencê-los a ingressar nessas graduações e fazê-los se formar será outro desafio que o governo terá de enfrentar.
De acordo com o censo, o número de ingressantes nas licenciaturas aumentou em termos absolutos e diminuiu em percentual. Em 2006, 22,2% dos 1.043.308 ingressantes no ensino superior optaram por cursos de licenciatura. Em 2012, caiu para 17,87% (491 mil de 2,7 milhões de alunos).
A situação não é diferente entre os que estão se formando. Em 2001, 106 mil universitários concluíram uma licenciatura. Eles representavam 26,97% dos 396 mil concluintes daquele ano. Em 2006, caiu para 24,77% do total de concluintes (188 mil de 762 mil) e, em 2012, chegou a 21,31% (223.892 alunos do universo de 1.050.413 concluintes).
Matrículas no ensino superior
A quantidade de matrículas em cursos de licenciatura não acompanha o ritmo das outras modalidades, como a área tecnológica
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Brasil
Casa Branca rebate fala de Lula à CNN sobre Trump: “Líder do mundo livre”
Presidente brasileiro afirmou em entrevista à CNN que líder americano não foi eleito para ser imperador do mundo
A Casa Branca rebateu a fala do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à CNN de que Donald Trump não foi eleito para ser “imperador do mundo”. A porta-voz do governo americano, Karoline Leavitt, afirmou que o líder americano é líder do mundo livre.
“O presidente [Donald Trump] certamente não está tentando ser o imperador do mundo; ele é um presidente forte dos Estados Unidos da América e também o líder do mundo livre. E vimos uma grande mudança em todo o mundo devido à forte liderança deste presidente”, comentou Leavitt.
A entrevista exclusiva de Lula à âncora Christiane Amanpour foi exibida pela CNN Internacional.
“Não podemos deixar o Presidente Trump esquecer que ele foi eleito para governar os EUA. Ele não foi eleito para ser o imperador do mundo”, disse o chefe de Estado brasileiro.
A resposta da Casa Branca veio durante uma entrevista coletiva com a porta-voz nesta quinta.
Além de reforçar que Trump é o líder do mundo livre, Karoline Leavitt também reafirmou as ações dos Estados Unidos contra o Brasil: “O presidente enviou uma carta ao Brasil anunciando a nova porcentagem de tarifa. Ele também orientou o embaixador do USTR, Jamieson Greer, a iniciar uma investigação sobre o Brasil sob a Seção 301 da Lei de Comércio de 1974, projetada para lidar com práticas estrangeiras desleais que estão afetando o comércio dos EUA”.
A Casa Branca também criticou as regulamentações digitais do Brasil e o que chamou de “fraca proteção à propriedade intelectual”. Segundo o governo americano, esses fatores prejudicam empresas americanas.
Leavitt também acusou o Brasil de tolerar o desmatamento ilegal e outras práticas ambientais que colocam produtores americanos em desvantagem. E completou: “O presidente sempre age no melhor interesse do povo americano e dos Estados Unidos da América e continuará fazendo isso”.
Após o anúncio de tarifas de 50% ao Brasil, Lula disse que Donald Trump estava mal informado. “Os EUA não têm déficit comercial com o Brasil, é o Brasil que tem déficit comercial com os EUA. Só pra vocês terem ideia, em 15 anos, entre comércio e serviço, nós temos um déficit de 400 bilhões de dólares com os EUA. Eu que deveria taxar ele”, disse o presidente.
Durante a entrevista à CNN nesta quinta, Lula voltou a repetir que a carta de Trump contém várias alegações falsas.
Fonte: CNN
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Brasil
À CNN, Lula diz que pode ir à OMC ou usar Lei de Reciprocidade após tarifa
Presidente brasileiro afirmou que não aceitará imposição de taxa de 50% por Donald Trump

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) • Marcelo Camargo/Agência Brasil
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva ponderou as possibilidades de resposta ao tarifaço de Donald Trump durante entrevista à CNN nesta quinta-feira (17). O petista não descartou ir à OMC (Organização Mundial do Comércio).
“Se não conseguirmos chegar a um acordo, posso garantir que iremos à Organização Mundial do Comércio ou podemos reunir um grupo de países para responder ou podemos usar a Lei de Reciprocidade que foi aprovada pelo Congresso nacional”, destacou Lula à âncora da CNN Internacional Christiane Amanpour.
“Lamento que dois países que tem uma relação histórica de 201 anos prefiram ficar brigando através de meios judiciais porque um presidente não respeita a soberania do outro”, comentou.
A Lei de Reciprocidade econômica foi assinada pelo presidente brasileiro na segunda-feira (14). Ela estabelece critérios de proporcionalidade para adoção de medidas em resposta a barreiras impostas a produtos e interesses brasileiros.
Assim, o Brasil pode oferecer a cidadãos e governos estrangeiros o mesmo tratamento em questões comerciais e relações econômicas, por exemplo.
Durante a entrevista, Lula afirmou que responderá à tarifa de 50% imposta por Donald Trump no momento certo e que não aceitará nada que for imposto, mas que está disposto a negociar.
“Se o presidente Trump estiver disposto a levar a sério as negociações em andamento entre o Brasil e os EUA, estarei aberto a negociar o que for necessário. Mas o importante é que a relação entre os dois países não pode continuar assim”, comentou.
Fonte: CNN
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Brasil
Lula veta aumento de número de deputados na Câmara
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vetou o projeto de lei que aumenta o número de deputados federais de 513 para 531. O despacho foi publicado, nesta quinta-feira (17), no Diário Oficial da União.
Em mensagem ao Congresso, Lula justificou o veto por contrariedade ao interesse público e por inconstitucionalidade. Os ministérios da Justiça e Segurança Pública, da Fazenda, do Planejamento e Orçamento e a Advocacia-Geral da União manifestaram-se contrários à medida, citando diversos dispositivos legais, como a Lei de Responsabilidade Fiscal.
“Ao prever a ampliação do número de parlamentares, a medida acarreta aumento de despesas obrigatórias, sem a completa estimativa de impacto orçamentário, de previsão de fonte orçamentária e de medidas de compensação, onerando não apenas a União, mas também entes federativos (Constituição Federal, art. 27, caput). Ademais, o art. 6º, parágrafo único, do Projeto de Lei Complementar está em dissonância com o art. 131, IV, da Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2025, já que prevê a possibilidade de atualização monetária de despesa pública”, diz a mensagem da Presidência
O texto foi aprovado pelos parlamentares no fim de junho como resposta à uma exigência do Supremo Tribunal Federal (STF). A Corte julgou uma ação do governo do Pará que apontou omissão do Legislativo em atualizar o número de deputados de acordo com a mudança populacional, atualizada pelo censo demográfico a cada dez anos. O Pará argumentou que teria direito a mais quatro deputados desde 2010. A última atualização foi em 1993.
O STF, então, determinou que o Congresso votasse uma lei para redistribuir a representação de deputados federais em relação à proporção da população brasileira em cada estado e no Distrito Federal. A Constituição determina que nenhuma unidade da Federação tenha menos de oito ou mais de 70 deputados.
Na ocasião, os deputados não quiseram reduzir o número de parlamentares de algumas unidades da Federação seguindo o critério proporcional. Se essa regra fosse seguida, Rio de Janeiro, Bahia, Paraíba, Piauí, Rio Grande do Sul, Pernambuco e Alagoas poderiam perder cadeiras.
No lugar, o projeto aprovado na Câmara aumenta o número de vagas para os estados que tenham apresentado crescimento populacional e poderia gerar um custo de R$ 65 milhões por ano com novas estruturas. Outro impacto seria de emendas parlamentares que os novos representantes passam a ter direito de indicar no âmbito do Orçamento da União.
Além disso, com o aumento no número de deputados federais, a quantidade de deputados estaduais também teria alterações, de acordo com a previsão constitucional. As assembleias legislativas devem ter o triplo da representação do estado na Câmara dos Deputados, com uma trava de 36. Com isso, o impacto nos orçamentos estaduais seria de R$ 2 milhões a R$ 22 milhões anuais.
A partir do veto do presidente Lula, os parlamentares terão 30 dias para analisar a medida, podendo manter ou derrubar o veto. Caso seja mantido, a redistribuição das vagas será feita pelo Tribunal Superior Eleitoral, até 1º de outubro, conforme decisão do STF.
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