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O que explica a desaceleração da economia no 2º trimestre? Entenda
Fatores como a queda dos investimentos e a retração já esperada do agronegócio contribuíram para o resultado

Moeda Nacional, Real, Dinheiro, notas de real,Cédulas do real • Marcello Casal JrAgência Brasil
A economia brasileira registrou uma desaceleração no 2º trimestre deste ano em relação ao primeiro.
Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgados nesta terça-feira (2), o PIB (Produto Interno Bruto) avançou 0,4% no período, contra uma alta de 1,3% – na base revisada – registrada nos três meses anteriores.
Alguns fatores como a queda dos investimentos e uma retração já esperada do agronegócio contribuíram para o resultado.
Queda dos investimentos
A Formação Bruta de Capital Fixo – que mede o aumento da capacidade produtiva de uma economia através dos investimentos – teve queda de 2,2% no segundo trimestre.
O dado é um dos fatores que contribuem para a desaceleração registrada entre abril e junho.
“Os investimentos interromperam uma sequência de seis trimestres consecutivos de crescimento. No atual cenário de juros elevados, a demanda por máquinas e equipamentos perdeu força, enquanto os investimentos em construção também apresentaram desaceleração”, avalia a FIESP em nota.
Agronegócio
Após ser um dos destaques do PIB do primeiro trimestre, o agronegócio apresentou uma variação negativa de 0,1% no dado divulgado nesta terça. Essa contração do setor se deve a fatores sazonais, como é o caso do fim do impacto da safra de milho e de soja.
Ainda assim, o setor segue contribuindo para a economia ao longo do ano.
“Na comparação interanual, a agropecuária subiu cerca de 10% no segundo trimestre. Então, uma dinâmica bastante forte do setor em meio à safra recorde de grãos, contribuindo bastante para o PIB total na primeira metade de 2025”, avalia Rodolfo Margato, economista da XP.
Consumo do governo
No segundo trimestre de 2025, o consumo do governo registrou uma queda de 0,6%. O indicador é despesa que a administração pública realiza para a aquisição de bens e serviços.
“A retração decorreu da menor expansão dos gastos na primeira metade do ano, influenciada pela aprovação tardia do orçamento em abril, pelo efeito calendário dos precatórios, concentrados no terceiro trimestre, e pelo menor ritmo de expansão dos benefícios sociais”, explica Rafael Perez, economista da Suno Research.
Avaliação
A avaliação que tem sido feita por economistas é de que o resultado do segundo trimestre reforça uma desaceleração da atividade econômica de forma gradual para os próximos meses.
“Os resultados do PIB do segundo trimestre confirmam nosso cenário de desaceleração da atividade doméstica ao longo de 2025, em linha com o aperto das condições monetárias… as atividades mais sensíveis ao crédito veem arrefecendo”, diz Margato.
Após a divulgação do dado, o Ministério da Fazenda informou que a estimativa de crescimento da economia brasileira para 2025 tem leve viés de baixa devido à desaceleração mais acentuada no segundo trimestre. Para este ano, o governo federal projeta PIB em 2,5%.
“O quadro geral reforça a tendência de desaceleração da economia nos próximos trimestres. A política monetária restritiva tende a impactar com mais força a atividade na segunda metade do ano, ao mesmo tempo em que o elevado endividamento das famílias, as incertezas fiscais e as turbulências externas podem adicionar riscos”, afirma Perez.
Fonte: CNN
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Papa Leão XIV divulga nova orientação para sexo no casamento

Papa Leão na FAO em Roma • 16/10/2025 REUTERS/Remo Casilli
Em um novo decreto assinado pelo papa Leão XIV, o Vaticano divulgou orientações para fiéis sobre a prática sexual no casamento, reconhecendo que o sexo não se limita apenas à procriação, mas contribui para “enriquecer e fortalecer” a “união exclusiva do matrimônio”.
A questão está intimamente ligada à finalidade unitiva da sexualidade, que não se limita a assegurar a procriação, mas contribui para enriquecer e fortalecer a união única e exclusiva e o sentimento de pertencimento mútuo.
O documento assinado pelo Dicastério para a Doutrina da Fé cita o Código de Direito Canônico e diz que uma visão integral da caridade conjugal é aquela que “não nega sua fecundidade”, ainda que deva “naturalmente permanecer aberta à comunicação de vida”.
O texto também prevê o conceito de consentimento livre” e “pertencimento mútuo”, assegurando a mesma dignidade e direitos ao casal.
“Um cônjuge é suficiente”
No decreto publicano em italiano, o Vaticano orientou 1,4 bilhão de católicos do mundo a buscarem o casamento com uma única pessoa para a vida toda e a não manterem relações sexuais múltiplas, estabelecendo que o casamento é um vínculo perpétuo e “exclusivo”.
Criticando a prática da poligamia na África, inclusive entre membros da Igreja, o decreto reiterou a crença de que o casamento é um compromisso para toda a vida entre um homem e uma mulher.
“Sobre a unidade do matrimônio – o matrimônio entendido, isto é, como uma união única e exclusiva entre um homem e uma mulher – encontra-se, ao contrário, um desenvolvimento de reflexão menos extenso do que sobre o tema da indissolubilidade, tanto no Magistério quanto nos manuais dedicados ao assunto”, diz o documento.
“Embora cada união conjugal seja uma realidade única, encarnada dentro das limitações humanas, todo matrimônio autêntico é uma unidade composta por duas pessoas, que requer uma relação tão íntima e abrangente que não pode ser compartilhada com outros”, enfatizou a Santa Sé.
Fonte: CNN
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PF afasta delegado e policial em operação contra esquema de ouro ilegal no Amapá
Operação Cartucho de Midas apreende mais de R$ 1 milhão, € 25 mil e prende suspeito com arma restrita; movimentações acima de R$ 4,5 milhões reforçam indícios de lavagem de dinheiro.

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Roraima suspende novas licenças para extração de ouro após recomendação do MPF
Medida vale por prazo indeterminado e ocorre diante do uso ilegal de mercúrio em garimpos, inclusive licenciados; Femarh terá de revisar autorizações já emitidas.

No mês de fevereiro deste ano, o Estado do Amazonas exportou US$ 11 milhões em ouro para a Alemanha. (Foto: Shuttestock)
Atendendo a uma recomendação do Ministério Público Federal (MPF), a Fundação Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Roraima (Femarh) suspendeu, por prazo indeterminado, a emissão de novas licenças ambientais para extração de ouro em todo o estado. A decisão decorre de um inquérito civil que apura os impactos socioambientais do uso de mercúrio no garimpo na Amazônia.
Segundo o MPF, o mercúrio — substância altamente tóxica — vem sendo empregado inclusive em garimpos com licença ambiental, sem fiscalização adequada sobre o método de beneficiamento do minério. O órgão ressalta que todo o mercúrio utilizado nessas atividades é ilegal, uma vez que o Ibama não autoriza sua importação para fins minerários.
A recomendação determina que a Femarh passe a exigir dos empreendimentos a especificação da técnica de separação do ouro e documentos que comprovem o uso de tecnologia apropriada. Também orienta a revisão das licenças já concedidas e a suspensão daquelas que mencionem o uso do metal tóxico.
Em nota, a Femarh informou que não autorizará novas atividades de extração enquanto não houver estudos técnicos que garantam métodos alternativos ao uso do mercúrio.

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