Acre
No Dia Mundial da Água, governo do Acre reforça importância da união para preservação dos recursos hídricos
No Acre, onde a biodiversidade se entrelaça com a cultura e a história, o Dia Mundial da Água ressoa como um chamado à união e à ação. No estado, a data ganha contornos ainda mais significativos, refletindo a interconexão entre as águas que percorrem a floresta e o clima, que molda o destino de toda a população.

Criado pela ONU, o Dia Mundial da Água é celebrado anualmente em 22 de março. Foto: Alexandre Cruz-Noronha/Sema
Criado pela Organização das Nações Unidas (ONU), o Dia Mundial da Água é celebrado anualmente em 22 de março, como um lembrete de que a substância é um patrimônio do planeta, vital para a vida em todas as suas formas, enfatizando a importância da água doce e da gestão sustentável dos recursos hídricos.
Em 2024, o Brasil escolheu um tema diferente do proposto pela ONU, o que é justificado pelo grave problema que os eventos extremos têm causado à população. A temática escolhida para o Dia Mundial da Água no Brasil em 2024, A Água nos Une, o Clima nos Move, destaca a importância da gestão integrada para enfrentar os desafios climáticos na preservação desse recurso tão precioso.

O Dia Mundial da Água é um lembrete de que a água é vital para a vida em todas as suas formas. Foto: Alexandre Cruz-Noronha/Sema
O governo do Acre, por meio da Secretaria do Meio Ambiente (Sema), desempenha um papel crucial na elaboração e execução de políticas públicas que visam aprimorar a gestão das águas acreanas. É um esforço contínuo para garantir que as futuras gerações possam desfrutar da riqueza característica da região.
“É fundamental o planejamento, a gestão e o uso consciente dos recursos hídricos. É o mais importante recurso para a vida humana, é fonte de vida em todos os sentidos”, afirma a secretária de Estado do Meio Ambiente, Julie Messias.
Povos da floresta
As águas são as veias que alimentam a terra e unem as comunidades. São elas que sustentam a vida, permitindo que a floresta respire e que os povos mantenham suas tradições. E é o clima, com seus ciclos de chuvas e estiagens, que move a dinâmica da região, influenciando a agricultura, a pesca e a própria sobrevivência.

O barqueiro Samuel Silva tira o sustento da família do Rio Croa. Foto: Janine Brasil/Sema
“Trabalho no Croa como barqueiro e é do rio que eu sustento minha família. Precisamos cuidar desse bem tão precioso. Aqui no interior, a maioria das pessoas depende do rio para fazer várias coisas do dia a dia. Eu levo turistas para ver essa imensidão aqui”, relata o barqueiro Samuel Silva, que vive às margens do Rio Croa, no município de Cruzeiro do Sul.
Já a indígena Jéssica Luisa Rodrigues Yawanawa, da Aldeia Yawasay, localizada às margens do Rio Gregório, em Tarauacá, que atualmente tem 26 anos, foi morar na cidade com cinco anos de idade e, após 20 anos, decidiu voltar a viver na aldeia com o marido e os três filhos.
“Aqui na aldeia tem um rio pra eles tomarem banho, tem a praia pra eles se divertirem, brincar no final de semana. Aqui na floresta é mais frio. É bom na aldeia porque não tem aquela zoada, o trânsito, a preocupação de estar na rua”, conta.

A indígena Jéssica Luisa Rodrigues Yawanawa vive em uma aldeia localizada às margens do Rio Gregório com o marido e os três filhos. Foto: Alexandre Cruz-Noronha
Gestão de recursos hídricos e qualidade ambiental
A Sema é responsável pela implementação de políticas relacionadas à gestão das bacias hidrográficas e pelo monitoramento da qualidade da água. Suas ações estão fundamentadas na integração de políticas, sustentabilidade socioambiental e na participação da sociedade.
Entre as ações desenvolvidas pela Sema estão o Plano Estadual de Recursos Hídricos (PLERH), que estabelece a política de gestão da água, priorizando a preservação, a qualidade e a quantidade, aliados à necessidade do uso racional e consciente para garantir a segurança hídrica.
A secretária Julie Messias reforça que houve também a implementação do Pacto pela Governança da Água. “Essa é uma ação coordenada pela Sema, em parceria com o Imac [Instituto de Meio Ambiente do Acre]. O acordo, estabelecido entre a ANA [Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico] e o Estado, visa estimular a articulação federal, estadual e distrital, com o propósito de fortalecimento, sinergia e integração das ações estratégicas na gestão das águas, que são de suma importância no que tange às políticas públicas dos recursos hídricos”, explica.

Sema é responsável pela implementação de políticas relacionadas à gestão das bacias hidrográficas e pelo monitoramento da qualidade da água. Foto: Alexandre Cruz-Noronha/Sema
Outra atividade coordenada pela Sema no Acre é o Programa de Consolidação do Pacto Nacional pela Gestão das Águas (Progestão), a partir de um incentivo financeiro do governo federal destinado aos estados para aplicação exclusiva em ações de fortalecimento institucional e gerenciamento de recursos hídricos, mediante o alcance de metas definidas.
Além disso, a Sema tem como atribuição a gestão hidrometeorológica, que monitora os recursos hídricos do Acre, a gestão da qualidade da água, contribuindo para a gestão sistemática dos recursos hídricos, por meio de dados sobre a qualidade das águas no estado e o apoio às gestões municipais de bacias hidrográficas, por meio de oficinas, treinamentos, cursos, palestras presenciais e virtuais e apoio aos planejamentos municipais.

Rio Acre, na capital do estado, em fevereiro de 2024. Foto: Alexandre Cruz-Noronha/Sema
Eventos extremos
A Sema subsidiou o Estado do Acre na tomada de decisões, com dados mapeados e qualificados gerado pelo Centro Integrado de Geoprocessamento e Monitoramento Ambiental (Cigma), durante a seca extrema do ano passado e também ao longo da cheia, este ano.
A gestora afirma que ano passado, com a união de diversas secretarias e órgãos, foi possível atuar no enfrentamento da seca e ainda conseguir bons resultados com a redução de alertas de desmatamentos e focos de queimadas.

Rio Acre, na capital do estado, em setembro de 2023. Foto: Alexandre Cruz-Noronha/Sema
“Este ano tivemos uma cheia que afetou 19 dos 22 municípios acreanos. Estamos analisando dados meteorológicos, padrões climáticos e históricos de eventos similares para tentar nos antecipar e nos munir de informações. É importante que as diversas instituições governamentais estejam mobilizadas para que juntos, sob o comando do governador Gladson Cameli, formemos estratégias de mitigação e adaptação”, acrescenta.

São as águas que sustentam a vida, permitindo que a floresta respire e que os povos vivam com dignidade e mantenham suas tradições. Foto: Alexandre Cruz-Noronha/Sema
A Água nos Une, o Clima nos Move
A água que nos une também nos move a cuidar dela e do clima. No Acre, o Dia Mundial da Água é mais do que uma data, é um momento de reafirmar o compromisso com a vida, com a floresta e com as futuras gerações.
As políticas e ações do governo, em parceria com a população, são passos concretos em direção a um futuro em que a água continue a ser uma fonte de vida, cultura e união. Que o respeito pela natureza e a ação climática sejam os pilares de um mundo mais justo e sustentável.
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Acre
Morador em situação de rua é esfaqueado no pescoço em Rio Branco
Um homem de 50 anos, identificado como Edilmo Inácio Pereira, foi vítima de um ataque a faca na noite desta quinta-feira (25) no bairro 6 de Agosto, em Rio Branco. Ele caminhava pela Rua Seis de Agosto quando foi abordado por um homem armado com uma faca, que desferiu um golpe no pescoço da vítima.
Edilmo conseguiu caminhar até um posto de combustíveis próximo, onde desabou com intenso sangramento. O SAMU foi acionado e o levou ao Pronto-Socorro de Rio Branco, onde deu entrada em estado estável, mas com risco de agravamento.
A Polícia Militar esteve no local e iniciou as investigações, que agora seguem com a Polícia Civil, que busca identificar e prender o autor do crime.
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Acre deve arrecadar R$ 6,4 bilhões em impostos em 2025, aponta Impostômetro
Valor representa 0,16% da arrecadação nacional e supera em R$ 500 milhões o total de 2024; até 25 de dezembro, contribuintes já pagaram R$ 6,3 bilhões

Em comparação até o fim de novembro de 2025, os recursos recolhidos por prefeituras, governo estadual e União somavam R$5,8 bilhões no estado. Foto: captada
A arrecadação de impostos municipais, estaduais e federais no Acre deve alcançar cerca de R$ 6,4 bilhões em 2025, segundo estimativa do Impostômetro, ferramenta mantida pela Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp), Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT). O valor corresponde a aproximadamente 0,16% de toda a arrecadação nacional.
Comparativo anual:
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2025 (previsão): R$ 6,4 bilhões
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2024 (realizado): R$ 5,9 bilhões
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Até 25/12/2025: R$ 6,3 bilhões já arrecadados
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Até novembro/2025: R$ 5,8 bilhões acumulados
Principais tributos pagos pelos acreanos:
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Impostos sobre produção e circulação: ICMS e ISS
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Tributos sobre renda: Imposto de Renda (pessoa física e jurídica)
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Impostos sobre propriedade: IPTU e IPVA
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Taxas de comércio exterior e outros encargos
Destinação dos recursos:
Os valores arrecadados são utilizados para:
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Custeio da máquina pública (salários e manutenção)
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Financiamento de obras e infraestrutura
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Execução de programas governamentais
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Pagamento de servidores públicos
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Quitação de dívidas do estado e municípios
O crescimento da arrecadação reflete tanto a expansão da atividade econômica no estado quanto a melhoria na eficiência da cobrança tributária. Entretanto, especialistas alertam que o Acre continua com uma das menores participações na arrecadação nacional, refletindo suas limitações econômicas estruturais e baixa densidade populacional.
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Acre
Cânticos de fé e acolhimento transformam Natal de pacientes no PS

Foto: Cedida
Corredores do Pronto-Socorro de Rio Branco foram tomados por um som diferente do habitual nesta quarta-feira (24). Em meio à rotina intensa da unidade, servidores se reuniram para realizar um cântico natalino, levando música, palavras de fé e gestos de acolhimento a pacientes e profissionais que permanecem em serviço durante a data.
A iniciativa, que já se tornou tradição, tem como propósito aproximar o verdadeiro significado do Natal de quem passa esse período longe de casa. Para muitos pacientes, a internação na véspera da data simboliza medo e solidão. Para os servidores, é o desafio de cumprir o dever de cuidar enquanto a família celebra à distância. O cântico surge, então, como um gesto simples, mas carregado de sensibilidade, capaz de aquecer corações e renovar esperanças.
Para o gerente de Assistência do Pronto-Socorro, Matheus Araújo, a ação representa uma forma de humanizar ainda mais o atendimento e fortalecer os vínculos dentro da unidade.
“O Natal fala sobre amor, cuidado e presença. Sabemos que muitos servidores passam essa data longe de suas famílias e que muitos pacientes gostariam de estar em casa. Esse momento é para lembrar a todos que eles não estão sozinhos, que aqui existe acolhimento, humanidade e compromisso com o cuidado”, destacou.
A programação percorreu diferentes setores do hospital e contou com a participação de servidores da gestão, do corpo de enfermagem, supervisores e colaboradores do Núcleo de Atendimento ao Servidor (NAST). A organização da ação é feita de forma voluntária e colaborativa, com recursos arrecadados entre os próprios profissionais, que se mobilizam todos os anos para tornar o momento possível.
Além do simbolismo, o cântico também revela o outro lado do cotidiano do pronto-socorro: o cuidado que vai além da técnica e alcança o emocional e o espiritual. Em um cenário marcado por desafios e dias difíceis, a iniciativa ajuda a reforçar para a população que, diariamente, a unidade trabalha com dedicação, empatia e compromisso com a vida.
A enfermeira emergencista Jonnyka Lima, que atua na linha de frente do atendimento, ressaltou o impacto do momento tanto para os pacientes quanto para os profissionais.
“Esse momento toca profundamente quem está aqui dentro. Para o paciente, é um alívio no coração; para nós, profissionais, é uma renovação de forças. Às vezes, tudo o que alguém precisa é ouvir uma música, uma palavra de carinho, sentir que não foi esquecido. O Natal nos lembra exatamente isso: cuidar do outro também é um ato de amor”, afirmou.
Após a apresentação, as reações falavam por si. Olhares emocionados, sorrisos tímidos, lágrimas discretas e palavras de gratidão marcaram o encerramento da ação. Muitos pacientes relataram que precisavam exatamente daquela música ou daquela mensagem. Entre os servidores, o sentimento era de comunhão e fortalecimento coletivo.
Em meio à urgência, ao cansaço e aos desafios diários, o cântico reafirmou que o Natal pode acontecer em qualquer lugar, inclusive dentro de um hospital e que, onde há cuidado, há também humanidade, esperança e amor.





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