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Não é só Lula: Senado também tenta surfar em “derrapadas” da Câmara
Senadores consideram receber de deputados, com pautas “tóxicas”, a mesma oportunidade de popularidade dada pelo Congresso ao Planalto

Parece setembro de um ano dourado para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Assim brincam aliados que atribuem ao Congresso a superação de sequenciais crises que prejudicaram o governo no início de 2025. O bom momento vale-se de derrapadas promovidas pela Câmara. Agora, o Senadotambém quer seu lugar ao Sol e surfa as ondas deixadas pelo naufrágio momentâneo da Câmara perante a opinião pública, por causa de pautas eleitoralmente tóxicas levantadas pelos próprios deputados.
Nessa quarta-feira (24/9), os senadores demonstraram que não seguirão a Câmara em intentonas que possam lhes prejudicar nas eleições de 2026. Não somente rejeitaram por unanimidade na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) a Proposta de Emenda à Constituição que dificulta investigação contra parlamentares, a PEC da Blindagem, como queriam reprová-la em plenário, mesmo sem necessidade regimental.
Os senadores entendem a natureza do seu cargo os torna alvos mais fáceis de retaliação na próxima campanha eleitoral, pois estão em menor número em comparação aos deputados, e disputam uma eleição proporcional com características de majoritárias. Mas ao olhar melhor para a PEC da Blindagem, viram que poderiam na verdade ganhar eleitores com a rejeição do texto empacotado pelos deputados.
O “toxímetro” das propostas:
- PEC da Blindagem é rejeitada por 72% do eleitorado, segundo pesquisa Pulso Brasil/Ipespe;
- Uma anistia ampla, incluindo Bolsonaro, tem 41% de rejeição e 36% de aprovação, segundo a Quaest;
- Outros 10% defendem anistiar apenas envolvidos nos ataques de 8 de Janeiro, ainda de acordo com a Quaest;
- A isenção de IR tem apoio de 70%, enquanto 76% defendem aumentar cobrança de mais ricos, segundo o Datafolha.
Em paralelo, os senadores também deram recados à Câmara ao aprovar um texto alternativo ao projeto de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, parado na Câmara diante de impasses sobre a anistia e dosimetria para os condenados por tentativa de golpe. Ao discursarem na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), afirmaram que, diferentemente dos deputados, se debruçavam sobre medidas de interesse da população.
O senador Rogério Carvalho (PT-SE), que presidiu a sessão da CAE, deu o tom. “Na Câmara priorizaram votar o aumento de privilégios com o aumento das prerrogativas e facilidades dos deputados, e esse grupo trata a isenção como um privilégio para a população. O Senado, no dia de hoje, mostra que estamos do lado do povo brasileiro”, afirmou.
O Senado ainda se prepara para surfar em torno da redução de penas ou anistia aos condenados por tentativa de golpe de Estado. A proposta, que pode ser votada na próxima semana na Câmara, também é vista como impopular. E uma ala considerável dos senadores quer derrotá-la, levantando para si novamente a pecha de salvadores da pátria diante da irresponsabilidade do Senado.
A bola pode vir ainda mais redonda para os senadores, caso de fato cumpra-se a previsão do relator do PL da Dosimetria, o deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP). Nesta quarta, ele afirmou que a isenção do Imposto de Renda corre risco de não ser aprovada na Câmara se a redução de penas não for votada. Nesse cenário, senadores farão campanha de que já aprovaram a sua versão da proposta que pode oferecer um alívio tributário à classe média.
Lula saiu das cordas
Senadores que querem seguir a mesma jornada de Lula. O petista atingiu em fevereiro de 2025 o pior nível de aprovação em seus três mandatos segundo o Datafolha, na esteira das mudanças nas regras do Pix e outros bate-cabeças do seu governo.
Na sequência ainda, ocorreram a crise do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e o estouro do escândalo do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Agora, o petista saiu das cordas e venceria qualquer nome no segundo turno, como mostrou a Genial/Quaest divulgada no da 18/9.
Parte do próprio governo atribui ao Legislativo a virada. O Congresso municiou o PT para reeditar o debate “ricos contra pobres” quando se recusou a taxar a nata do PIB para atingir a meta fiscal, mesmo sob risco de cortes em programas sociais importantes.
A campanha fez crescer o termo “Congresso da mamata” nas redes. Na sequência, a Câmara atraiu uma nova onda de insatisfação popular ao aprovar, com anuência do Senado, o aumento do número de deputados. A canetada de Lula para vetar o projeto ocorreu justamente visando ganhos eleitorais, mesmo que significasse desgaste com o Legislativo.
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Maioria dos trabalhadores de Rio Branco vive sob forte pressão financeira, aponta pesquisa
Os dados revelam uma realidade complexa. Enquanto a maior parte dos lares (25,5%) tem três moradores, seguidos por 24% com duas pessoas e 20,5% com quatro, uma fatia significativa de 17% abriga cinco ou mais indivíduos

Para 36,5% da população, a renda obtida pelo núcleo doméstico é declarada insuficiente para cobrir as necessidades básicas. Foto: captada
Ascom Fecomércio/AC
A combinação de baixa renda, avanço da informalidade e alto nível de endividamento está empurrando a maior parte dos trabalhadores de Rio Branco para um cenário de forte restrição orçamentária. A conclusão é da pesquisa do Instituto DataControl, encomendada pela Fecomércio/AC e divulgada nesta quinta-feira, 4.
Segundo o estudo, realizado com 200 pessoas economicamente ativas no final de novembro de 2025, 61,5% sobrevivem com até R$ 1.518 por mês, enquanto 51,5% possuem dívidas parceladas, das quais metade compromete mais de 20% da renda familiar. O aperto é tão grande que 27,5% recorrem a “bicos” para completar o orçamento, 16,5% buscam empréstimos e 10% deixam de pagar alguma conta considerada menos essencial. Apenas 41% conseguem poupar qualquer valor ao final do mês.
O levantamento mostra que 83,3% exercem alguma atividade remunerada, mas nem sempre em condições estáveis. Apenas 35,5% têm vínculo formal. Outros 17% trabalham sem contrato, sendo 11,5% realizando bicos e 5,5% atuando como empresários. Há ainda 12,5% de aposentados. Esse cenário de precariedade se reflete no fato de que 38% dos entrevistados não declaram um emprego fixo.
A taxa de desemprego atinge 16,7% da população e revela profunda desmotivação. 44,4% dos desempregados não procuram mais uma vaga, enquanto 31,9% buscam trabalho há mais de dois anos e 17,4% sequer lembram desde quando estão sem emprego. O estudo também aponta que 19,5% trocaram de emprego no último ano, reforçando o cenário de instabilidade.
Para o assessor da Fecomércio-AC, Egídio Garó, os dados reforçam uma tendência já percebida no setor produtivo. “Estamos diante de um mercado de trabalho que emprega, mas ainda não garante estabilidade financeira para grande parte das famílias. A renda é baixa, o endividamento é alto e a margem para poupar é mínima”, afirmou.
Os dados revelam uma realidade complexa. Enquanto a maior parte dos lares (25,5%) tem três moradores, seguidos por 24% com duas pessoas e 20,5% com quatro, uma fatia significativa de 17% abriga cinco ou mais indivíduos, o que intensifica a demanda por recursos. Contudo, essa carga muitas vezes não é distribuída de forma proporcional. Em 44,4% das famílias, o sustento recai sobre os ombros de uma única pessoa, e em 39,5%, apenas dois membros arcam com todas as despesas.
É neste cenário que a percepção de insuficiência se cristaliza. Para 36,5% da população, a renda obtida pelo núcleo doméstico é declarada insuficiente para cobrir as necessidades básicas. “Isso evidencia um descompasso estrutural entre o tamanho das responsabilidades e a capacidade financeira disponível para suportá-las”, detalhou o assessor da Fecomércio-AC, Egídio Garó.
A gestão das dívidas e a capacidade de planejamento financeiro revelam um cenário de constante tensão. O estudo aponta que 33,3% gastaram mais com compromissos, enquanto 37,5% mantiveram o nível de desembolso. Para mais da metade (54%) dos entrevistados, as parcelas mensais já representam uma dificuldade clara para o equilíbrio das contas. Ainda que a maioria (57,5%) declare realizar algum tipo de planejamento de gastos, a prática não é suficiente para evitar os apertos.
Quando o orçamento estoura, uma esmagadora maioria de 77,5% depende da negociação de prazos de até 30 dias para se reerguer, e 9,5% necessitam de mais de 45 dias, indicando uma fragilidade significativa na capacidade de absorção de choques.
A pesquisa também detalhou o perfil do mercado de trabalho de Rio Branco. 53% dos trabalhadores são mulheres, e 61,5% estão na faixa etária economicamente mais ativa, entre 16 e 44 anos. Em termos de formação, 37% concluíram o ensino médio, enquanto 16% possuem diploma de nível superior. A estrutura ocupacional é liderada pelo setor de serviços (21,5%), seguido pelo comércio (19%) e pelo setor público (16,5%).
A mobilidade urbana também pesa no bolso e no tempo dos trabalhadores. 29,5% consideram grande a distância entre casa e trabalho, enquanto 27,5% usam transporte coletivo, 18,5% a moto e 15% o carro próprio.
Egídio Garó explicou que os números são um alerta claro para a necessidade de mais oportunidades de emprego formal e de melhor remuneração em Rio Branco.
“A alta proporção de pessoas com a renda comprometida e sentindo a insuficiência de seus ganhos demonstra que a recuperação econômica precisa chegar com mais força ao bolso do trabalhador”, concluiu.
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Nota pública sobre atendimentos da Secretaria de Agricultura, Cageacre e Emater
A medida é temporária e visa garantir a continuidade dos serviços públicos enquanto são realizados ajustes administrativos e estruturais nas sedes dos órgãos

O governo do Acre, por meio da Secretaria de Estado de Agricultura (Seagri), da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) e da Companhia de Armazéns Gerais e Entrepostos do Acre (Cageacre), informa que as instituições listadas abaixo estarão com atendimentos presenciais nos seguintes locais:
- Emater – pontos de atendimento na Secretaria de Estado de Indústria, Ciência e Tecnologia (Seict), localizada no Hotel Pinheiro – Rua Rui Barbosa, 450, Centro – Rio Branco – AC;
- Cageacre – Rua Estado do Acre, número 16, no Bairro da Base; pontos de atendimento no Mercado dos Colonos, localizado na Rua Estado do Acre, número 16, no bairro da Base, Centro – Rio Branco – AC;
- Seagri – ponto de atendimento no novo prédio da Secretaria de Educação, situado na Avenida Nações Unidas, 1955, em frente ao 7º Batalhão de Engenharia de Construção (7º BEC), nas salas 501 e 502.
A medida é temporária e visa garantir a continuidade dos serviços públicos enquanto são realizados ajustes administrativos e estruturais nas sedes dos órgãos. O governo do Estado agradece a compreensão de todos e reforça o compromisso com a eficiência e a qualidade no atendimento à população.
Rynaldo Lúcio dos Santos
Presidente da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural
Pádua Cunha
Presidente da Companhia de Armazéns Gerais e Entrepostos do Acre
José Luís Tchê
Secretário de Estado de Agricultura
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Governo do Acre celebra conquista de servidor público em premiação nacional de fotojornalismo
Para o governo do Acre, o prêmio reafirma a importância do investimento público na qualificação das equipes de comunicação

Imagem vencedora é de reportagem que retrata coleta de coquinhos caídos das palmeiras, sementes de um ouro vegetal que alimenta sonhos e sustenta famílias: o murumuru. Foto: Pedro Devani/Secom
A Secretaria de Estado de Comunicação, por meio da Agência de Notícias do Acre, conquistou o segundo lugar no Prêmio Ampla de Jornalismo, na categoria Fotojornalismo, com um trabalho assinado pelo fotojornalista Pedro Devani. A imagem premiada ilustra a reportagem “Do murumuru ao mundo: mulheres do Acre moldam a bioeconomia com saber ancestral e cuidado com a floresta”, escrita pela repórter Tácita Muniz.
O reconhecimento reforça a excelência do trabalho desenvolvido por profissionais da comunicação do Estado e evidencia o resultado direto dos investimentos que o governo do Acre vem realizando na capacitação contínua de seus servidores.
Promovido pela Ampla Amazônia, o prêmio reconhece as melhores produções jornalísticas sobre Amazônia, inovação, impacto social e ambiental. A cerimônia oficial foi realizada nesta quarta-feira, 3, em Belém (PA), reunindo grandes nomes da comunicação e do jornalismo da região.
A Ampla Amazônia é uma organização apartidária, representativa de lideranças da Amazônia. Um laboratório de ideias e gerador de debates. Buscando fomentar o empreendedorismo no Pará e na Amazônia, dialogando com o setor público e fortalecendo o setor privado.

Ampla Amazônia é uma organização apartidária, representativa de lideranças da Amazônia. Foto: Marcos Nascimento
Pedro Devani também foi convidado a participar da cerimônia, simbolizando a importância da presença de profissionais que atuam diariamente na produção de conteúdo sobre a Amazônia. “Estou muito feliz”, afirmou Devani. “É um prêmio que destaca a bioeconomia na Amazônia, valorizando uma família de mulheres, que tira seu sustento da coleta diária de murumuru, coquinho. Há um detalhe curioso: a mulher retratada na foto que fiz é paraense e reside em Cruzeiro do Sul há mais de dez anos.”
“Sinto-me honrado por representar a Agência e, mais ainda, por este reconhecimento à fotografia e aos fotógrafos. Neste momento, represento o Acre, sendo o único a ganhar este prêmio de fotografia até agora. Lembro que no ano passado a [jornalista] Tácita [Muniz] se inscreveu e conquistou o terceiro lugar na categoria texto”, concluiu.

Pedro Devani tem mais de três décadas atuando na comunicação pública do estado do Acre. Foto: Marcos Nascimento
Para o governo do Acre, o prêmio reafirma a importância do investimento público na qualificação das equipes de comunicação. “Essa conquista demonstra que investir na formação e no aprimoramento dos nossos servidores gera resultados concretos. Pedro Devani é um exemplo do comprometimento e do talento que temos dentro do Estado”, destacou a secretária de Comunicação, Nayara Lessa.

Para o governo do Acre, o prêmio reafirma a importância do investimento público na qualificação das equipes de comunicação. Foto: José Caminha/Secom
Pedro atua como fotojornalista em diversas coberturas institucionais, registrando o cotidiano acreano com sensibilidade e rigor técnico. Sua vitória, além de celebrar o talento individual, reforça o compromisso do governo em fortalecer o jornalismo público, valorizando profissionais que ajudam a contar a história do Acre e da Amazônia com responsabilidade e profundidade.
A premiação representa mais um marco para o reconhecimento nacional da comunicação pública do Acre, que segue se destacando pela qualidade do conteúdo produzido e pela valorização dos servidores que constroem diariamente essa narrativa.




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