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Na visita de Lula ao Acre, o silêncio sobre Ramal Barbary frustra moradores de Porto Walter
Estrada interditada desde 2023 continua isolando comunidades; preços disparam com transporte fluvial como única opção durante seca histórica

Enquanto presidente anuncia investimentos no estado, interdição da estrada estratégica desde 2023 triplica custos e isola comunidades no JuruáFoto: captada
A visita do presidente Lula ao Acre na última sexta-feira (8) deixou uma dívida não resolvida: o silêncio sobre o Ramal Barbary, estrada estratégica que liga Porto Walter a Cruzeiro do Sul, interditada judicialmente desde 2023. A ausência do tema na agenda presidencial frustrou moradores que enfrentam custos exorbitantes e isolamento logístico na região.
Com a via fechada, a população tem enfrentado dificuldades, já que o transporte fluvial, único meio de acesso, é limitado, mais lento e mais caro, especialmente por causa da seca prolongada.
Moradores relatam que os preços do frete, que antes eram baixos, aumentaram consideravelmente, chegando a custar até quatro vezes mais em alguns casos. Além disso, os preços da gasolina, do gás de cozinha e dos materiais de construção também subiram bastante. Quem precisa viajar de avião enfrenta passagens caras, cerca de R$ 500, o que dificulta ainda mais o deslocamento. Esse aumento nos custos impacta diretamente a economia local e a vida dos moradores.
Crise logística na prática
Com o bloqueio da via terrestre:
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Frete quadruplicou (de R$ 50 para R$ 200 por saca em alguns casos)
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Gasolina e gás chegam a custar 3 vezes mais
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Passagens aéreas a R$ 500 inviabilizam viagens essenciais
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Seca recorde piora a navegabilidade dos rios
“Antes tínhamos opção. Agora só nos resta o rio, que está cada vez mais raso”, desabafa o comerciante José Ribeiro, de Porto Walter.
O impasse histórico
A polêmica envolve:
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Decisão judicial por impactos ambientais
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Reivindicações indígenas (terras não demarcadas no trajeto)
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Projetos parados há 15 anos no DNIT
Enquanto isso, a rota fluvial alternativa pelo Rio Juruá:
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Demora 3 dias (contra 4h pela estrada)
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Depende de condições climáticas
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Triplica custos de produtos essenciais
O que dizem as partes
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MPF: “A interdição preserva áreas sensíveis”
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Lideranças indígenas: “Não fomos contra a estrada, mas sim contra o trajeto atual”
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Prefeitura de Porto Walter: “Prejuízo mensal de R$ 2 milhões ao comércio local”
O governo federal não incluiu o tema nos R$ 1,2 bilhão anunciados para obras no Acre, deixando a população entre a urgência logística e o dilema socioambiental. Enquanto não houver solução, Porto Walter segue ilhado em pleno século XXI.
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Papa Leão XIV divulga nova orientação para sexo no casamento

Papa Leão na FAO em Roma • 16/10/2025 REUTERS/Remo Casilli
Em um novo decreto assinado pelo papa Leão XIV, o Vaticano divulgou orientações para fiéis sobre a prática sexual no casamento, reconhecendo que o sexo não se limita apenas à procriação, mas contribui para “enriquecer e fortalecer” a “união exclusiva do matrimônio”.
A questão está intimamente ligada à finalidade unitiva da sexualidade, que não se limita a assegurar a procriação, mas contribui para enriquecer e fortalecer a união única e exclusiva e o sentimento de pertencimento mútuo.
O documento assinado pelo Dicastério para a Doutrina da Fé cita o Código de Direito Canônico e diz que uma visão integral da caridade conjugal é aquela que “não nega sua fecundidade”, ainda que deva “naturalmente permanecer aberta à comunicação de vida”.
O texto também prevê o conceito de consentimento livre” e “pertencimento mútuo”, assegurando a mesma dignidade e direitos ao casal.
“Um cônjuge é suficiente”
No decreto publicano em italiano, o Vaticano orientou 1,4 bilhão de católicos do mundo a buscarem o casamento com uma única pessoa para a vida toda e a não manterem relações sexuais múltiplas, estabelecendo que o casamento é um vínculo perpétuo e “exclusivo”.
Criticando a prática da poligamia na África, inclusive entre membros da Igreja, o decreto reiterou a crença de que o casamento é um compromisso para toda a vida entre um homem e uma mulher.
“Sobre a unidade do matrimônio – o matrimônio entendido, isto é, como uma união única e exclusiva entre um homem e uma mulher – encontra-se, ao contrário, um desenvolvimento de reflexão menos extenso do que sobre o tema da indissolubilidade, tanto no Magistério quanto nos manuais dedicados ao assunto”, diz o documento.
“Embora cada união conjugal seja uma realidade única, encarnada dentro das limitações humanas, todo matrimônio autêntico é uma unidade composta por duas pessoas, que requer uma relação tão íntima e abrangente que não pode ser compartilhada com outros”, enfatizou a Santa Sé.
Fonte: CNN
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PF afasta delegado e policial em operação contra esquema de ouro ilegal no Amapá
Operação Cartucho de Midas apreende mais de R$ 1 milhão, € 25 mil e prende suspeito com arma restrita; movimentações acima de R$ 4,5 milhões reforçam indícios de lavagem de dinheiro.

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Roraima suspende novas licenças para extração de ouro após recomendação do MPF
Medida vale por prazo indeterminado e ocorre diante do uso ilegal de mercúrio em garimpos, inclusive licenciados; Femarh terá de revisar autorizações já emitidas.

No mês de fevereiro deste ano, o Estado do Amazonas exportou US$ 11 milhões em ouro para a Alemanha. (Foto: Shuttestock)
Atendendo a uma recomendação do Ministério Público Federal (MPF), a Fundação Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Roraima (Femarh) suspendeu, por prazo indeterminado, a emissão de novas licenças ambientais para extração de ouro em todo o estado. A decisão decorre de um inquérito civil que apura os impactos socioambientais do uso de mercúrio no garimpo na Amazônia.
Segundo o MPF, o mercúrio — substância altamente tóxica — vem sendo empregado inclusive em garimpos com licença ambiental, sem fiscalização adequada sobre o método de beneficiamento do minério. O órgão ressalta que todo o mercúrio utilizado nessas atividades é ilegal, uma vez que o Ibama não autoriza sua importação para fins minerários.
A recomendação determina que a Femarh passe a exigir dos empreendimentos a especificação da técnica de separação do ouro e documentos que comprovem o uso de tecnologia apropriada. Também orienta a revisão das licenças já concedidas e a suspensão daquelas que mencionem o uso do metal tóxico.
Em nota, a Femarh informou que não autorizará novas atividades de extração enquanto não houver estudos técnicos que garantam métodos alternativos ao uso do mercúrio.

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