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Livro “Depois do Fim” é lançado em Rio Branco
Roda de conversa sobre a obra ocorre na quinta-feira, 2, na Biblioteca Pública
Em outubro de 2021, em plena pandemia, com artistas e público usando máscaras, aconteceu no Memorial dos Autonomistas, no centro de Rio Branco, a exposição “Depois do Fim”. Nela, os escritores Antonio Alves e Natalia Jung, o fotógrafo Fabiano de Carvalho e a artista visual Marina Bylaardt, com participação da também artista visual convidada Rosilene Nobre, mostraram instigantes imagens e textos em meio a instalações e peças com enorme variedade de linguagens e materiais, com destaque para os objetos e imagens coletados no “lixão” da cidade. Arte no fim dos tempos? Estética contra a morte? Poesia entre o luto e a esperança? A exposição levantava essas e outras indagações num momento de mudança e incerteza sobre o futuro, ou ausência dele.
A exposição virou livro, com o mesmo título, Depois do Fim, e será lançado no dia 2 de fevereiro, às 18 horas, na Biblioteca Pública Estadual, na mesma praça central de Rio Branco. Os autores esclarecem, no posfácio: o livro não é apenas um catálogo da exposição, mas tem sua vida própria e pode ser visto como um álbum de fotografias, uma peça de arte gráfica e uma obra literária. “A gente busca causar o mesmo tipo de impacto gerado pela exposição, revelar as mesmas ideias, tratar dos mesmos temas, provocar as mesmas reflexões”, dizem.
O lançamento do livro é também, para os autores, uma oportunidade de demonstrar a necessidade de apoiar a arte e a produção cultural, cuja importância para a saúde pública consideram ter ficado evidente no período mais agudo da pandemia. Esses trabalhos fazem parte da safra cultural possibilitada pela Lei Aldir Blanc, a exposição através da Fundação Elias Mansour e o livro pelo Fundo Municipal de Cultura, administrado pela Fundação Garibaldi Brasil.
A programação do lançamento é simples: buffet, exposição de imagens, roda de conversa com os autores, venda do livro (R$ 60) e autógrafos. Para quem viu a exposição, uma atualização do debate; para quem não viu, a oportunidade de entrar na conversa.
Sinopse:
A obra é resultado de um projeto contemplado pelo edital 02/2022 do Fundo Municipal de Cultura, por meio da Fundação de Cultura, Esporte e Lazer Garibaldi Brasil.
O livro foi criado a partir da exposição de mesmo nome realizada em 2021 no Memorial dos Autonomistas, financiada pela Lei Aldir Blanc através da Fundação Elias Mansour. Para a exposição, a artista plástica Marina Bylaardt, o fotógrafo Fabiano Carvalho e os escritores Antonio Alves e Natália Jung criaram obras de múltiplas linguagens (fotografia, vídeo, bordados, performance, instalação, textos poéticos, crônicas, versos, etc) discutindo questões contemporâneas como as apresentadas no seguinte texto retirado do livro:
“O fim é uma noção central na nossa cultura, a base de muitos processos que configuram a civilização. Começa pela língua: a fala se destina, ela tem um ponto de chegada e o texto tem um ponto final. A vida termina na morte. Mas o que há depois do fim? Ao fazer essa pergunta, criamos um paradoxo e estendemos os limites da nossa linguagem, nossa estrutura mental, nossa civilização.
Podemos pensar em termos do fim de um período e de um tipo de vida e de sociedade, mais precisamente o fim do patriarcado e de um tempo de exploração desenfreada, de consumo, de produção de lixo. Esse é um tempo de mentalidade marcadamente masculina, de domínio e posse. Predominam as imagens do lixo, dos espaços urbanos, do inorgânico. Depois do fim podemos iniciar um novo tempo, determinado pelo feminino, pelo que agrega, acolhe e gera. Um momento de mais esperança e amor, onde predominam as imagens orgânicas, plantas, flores, pessoas, água, céu.
Como podemos expressar esses tempos e essas mudanças, as coisas antigas desaparecendo, as coisas novas surgindo, o sofrimento das pessoas, a vida no meio desse caos? Só mesmo as linguagens da arte. Sem a arte, não temos como dar conta desses momentos.”
Artistas:
Antonio Alves, acreano de Brasileia, radicado em Rio Branco, desde 1980 trabalhou como repórter e cronista nos principais jornais do Acre, editou revistas e jornais alternativos, participou, como poeta e letrista, de coletâneas e discos com vários autores, escreveu e dirigiu espetáculos teatrais e musicais, fez crônicas para televisão e quase cortou sua veia poética no submundo do marketing eleitoral na década de 90 e como secretário municipal (em Rio Branco) e estadual de Cultura. Escapou na floresta, trabalhando em projetos de desenvolvimento sustentável para povos indígenas e seringueiros. Publicou “Conversa Educada – reflexões sobre educação no Acre” (1995), “Artigos em Geral” (2004), “Política Zero” (2012), “Dias na Terra” (2020), “Encantes” (2021), “Naquele Tempo” (2022).
Fabiano Carvalho, paulista radicado em Rio Branco-AC, foi fundador do Arte de Ser em 2009 (atual CECO Arte de Ser), onde atua como psicólogo especializado em saúde mental. Foi responsável pela organização e curadoria de inúmeras exposições de Arte e do espetáculo “Sonho Meu Sonho Nosso”. Em 2017, ganhou o prêmio de fotografia “Um olhar sobre Rio Branco”, dando início a uma série de publicações de suas fotografias.
Marina Bylaardt, mineira radicada em Rio Branco-AC, iniciou seus trabalhos com arte quando conseguiu segurar um lápis. Formou-se em Belas Artes pela UFMG e seguiu experimentando arte quando e onde podia. Sempre quis fazer tudo com suas próprias mãos, aprendeu a crochetar, tricotar, bordar, costurar, modelar, esculpir. No mundo virtual decidiu também colocar as mãos e aprendeu a ilustrar e diagramar.
Natália Jung, paulista radicada em Rio Branco-AC, atuou em desenvolvimento de projetos socioambientais na Amazônia, durante 15 anos. Escreveu para jornais, sites e revistas, coordenou cineclube, foi professora do ensino básico e superior. É graduada em Ciências Sociais e Letras pela UFAC e atualmente é mestranda de Estudos Literários pela UFRGS.
Rosilene Nobre, acreana de Tarauacá, radicada em Rio Branco, buscou alternativas ao uso de corantes vegetais e minerais, iniciando a investigação de fontes de pigmentação natural encontrados em nossa região para a utilização pictórica. Licenciada em Artes Visuais com especialização em Metodologia da Arte e curso técnico em Artes Plásticas, pela Usina de Arte João Donato.
Lançamento do livro Depois do Fim
Autores: Marina Bylaardt, Natália Jung, Fabiano Carvalho e Antonio Alves.
Data: Quinta-feira, 2 de fevereiro
Local: Biblioteca Pública Estadual Adonay Barbosa dos Santos
Horário: 18h às 20h
Valor do livro: R$ 60
Roda de Conversa e Buffet
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Acre consolida rota de cocaína com apreensões recordes na fronteira e aeroportos, aponta Atlas da Violência
Relatório aponta que dados transparentes sobre substâncias apreendidas são cruciais para políticas de redução de danos e atendimento à população

Em recente declaração, especialistas argumentam que a identificação precisa das substâncias psicoativas em circulação no mercado ilegal é uma questão que transcende a segurança pública. Foto: cedida
O Acre se mantém como um dos principais corredores do narcotráfico no Brasil, com rotas terrestres e aéreas movimentando toneladas de cocaína, segundo o Atlas da Violência – 2025, divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Em 2023, cada delegacia da Polícia Federal no estado — localizadas em Epitaciolândia, Rio Branco e Cruzeiro do Sul — apreendeu entre 181,5 kg e 823,5 kg da droga, com destaque para as BRs 364 e 317.
Mas o tráfico não se limita às rodovias: o Aeroporto Internacional de Rio Branco também é um ponto crítico, com 22,3 kg a 41,9 kg de cocaína interceptados no mesmo período. Pesquisadores destacam que a transparência dos dados é essencial para combater o problema não só sob a ótica da segurança, mas também da saúde pública.
O relatório reforça a necessidade de políticas integradas para frear o avanço das drogas na região, que segue como porta de entrada da cocaína peruana e boliviana no Brasil.
“A disponibilidade de dados oficiais, transparentes e acessíveis é uma iniciativa louvável e necessária para compreendermos o fenômeno das drogas no Brasil, não só pelo aspecto da segurança pública ou da criminalidade, mas também pelo viés da saúde, visando a redução de dados e riscos à população. Um dado correto sobre a identificação das substâncias psicoativas que estão sendo comercializadas ilegalmente no país é uma questão de polícia, mas também de saúde pública, pois, afinal, essas substâncias estão sendo consumidas pela nossa população que precisarão do atendimento adequado em casos de intoxicação, consumo excessivo e demais efeitos adversos”, afirmam os pesquisadores.
É disseram mais. “Quando sabemos exatamente quais substâncias estão sendo consumidas, podemos salvar vidas não apenas combatendo o tráfico, mas principalmente preparando nosso sistema de saúde para lidar com as consequências desse consumo”, completaram.

A Polícia Militar de Goiás apreendeu um carregamento de drogas que saiu do Acre (Março 2025), com destino a Belo Horizonte, em Minas Gerais. Foto: cedida
A defesa por maior transparência de dados surge no contexto de discussões sobre novas abordagens para o problema das drogas, que integrem repressão qualificada e cuidado com a saúde pública no estado.
“Essas informações são fundamentais para:
Mapear padrões de consumo
Antecipar crises de saúde pública
Orientar atendimentos médicos em casos de intoxicação
Desenvolver estratégias de redução de danos eficazes”, explicam os pesquisadores.
Os especialistas ressaltam que a precisão nos dados permite:
- Melhor preparo das equipes de saúde para atendimentos de emergência
- Desenvolvimento de protocolos específicos para diferentes substâncias
- Formulação de políticas preventivas baseadas em evidências
O relatório reforça a necessidade de políticas integradas para frear o avanço das drogas na região, que segue como porta de entrada da cocaína peruana e boliviana no Brasil.
“Essas drogas estão sendo consumidas pela população, que precisa de atendimento adequado em casos de intoxicação e outros efeitos adversos, os dados oficiais e acessíveis permitem compreender o fenômeno não apenas como questão de segurança, mas como um grave problema de saúde pública”, destacaram os especialistas.
Veja vídeo da ação:
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Sebrae promove apoio a startups acreanas no Conecta Health
Soluções inovadoras e novas parcerias ganham destaque na Pitch Session
A Pitch Session do Conecta Health – Circuito Sebrae reuniu 16 startups do Acre em um evento de integração que permitiu o networking e a apresentação de ideias de negócios inovadores. O encontro foi realizado no auditório do Sebrae, no dia 28 de abril, e marcou o encerramento da jornada de aceleração da 1ª turma do programa, desenvolvido em parceria com a Fundação Pio XII.
A iniciativa foi concebida para fortalecer pequenos negócios voltados à área da saúde, com ênfase em healthtechs, impulsionando inovação, tecnologia, gestão e acesso ao mercado, além de contribuir para a melhoria do ambiente de negócios em todo o estado do Acre.
Estiveram presentes representantes do Sebrae no Acre, do Hospital de Amor (por meio do Harena Inovação), da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), da Universidade Federal do Acre, da Estácio Unimeta, da Uninorte e consultores de São Paulo, que ofereceram orientações e feedbacks para auxiliar no desenvolvimento dos projetos apresentados.
O evento também contou com a presença do secretário de Estado de Indústria, Ciência e Tecnologia, Assurbanipal Mesquita, que reforçou o compromisso do governo com o estímulo à inovação e ao desenvolvimento tecnológico, e do empresário acreano do setor supermercadista e presidente da Associação Acreana de Supermercados (ASAS), Adem Araújo, que celebrou o destaque de projetos locais e trouxe uma perspectiva sobre o potencial de investimentos nas startups. “É importante apostar em negócios inovadores como motor de crescimento sustentável e competitividade no mercado. Acredito que a inovação é o pilar que desenvolve um estado, principalmente como o nosso, que ainda está no início de suas produções”, comenta o empresário.
O diretor técnico do Sebrae, Kleber Campos, ressaltou a importância da parceria para o fortalecimento do setor de saúde e bem-estar, destacando o papel do programa na criação de oportunidades e no desenvolvimento de soluções inovadoras. “O Conecta Health se posiciona como um catalisador, para que empresas emergentes possam não só estruturar seus modelos de negócios, mas também escalar suas operações, o que gera um impacto positivo na economia regional. Graças a empreendedores como os participantes dessa sessão, o nosso ecossistema se fortaleceu e está sendo movimentado”, salienta o diretor.
Dayan, professor e pesquisador da Universidade Federal do Acre (UFAC) e CEO da Remédio Vivo, uma startup que trabalha com o uso de plantas medicinais, aromatologia e fazendas urbanas, participou do pitch e explicou que sua presença se deu pelo apoio e orientação do programa Conecta Health. “Em relação ao pitch, foi um momento de bastante aprendizado e desafios, pois tivemos que correr contra o tempo e nos adaptar às regras do programa. As mentorias proporcionadas pelo Conecta foram positivas, haja vista a grande experiência dos mentores, e foram bastante significativas, pois tivemos uma trilha muito interessante de aprendizagem, o que nos motivou a prosseguir com o projeto”, afirma.
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Polícia Civil prende autor de diversos furtos em Cruzeiro do Sul
Morador de rua foi detido nas proximidades da Ponte da União após mandado judicial e será encaminhado ao presídio

O homem foi localizado nas proximidades da Ponte da União. Ele é morador de rua e usuário de drogas. Foto: cedida
Cruzeiro do Sul, 13 de maio de 2025 – O Núcleo Especializado de Investigação de Crimes Patrimoniais (NEPATRI) da Polícia Civil de Cruzeiro do Sul cumpriu nesta terça-feira (13) um mandado de prisão preventiva contra Raimundo Nonato da Cunha dos Santos, acusado de cometer diversos furtos na região. O homem, morador de rua e usuário de drogas, foi localizado pelas autoridades nas proximidades da Ponte da União.
A prisão foi determinada pelo Poder Judiciário após representação do delegado responsável pelo caso, que considerou os antecedentes do indivíduo – incluindo uma prisão recente em flagrante. Com a medida cautelar decretada, Raimundo Nonato será encaminhado ao presídio local para início do cumprimento da pena.
A ação reforça o trabalho das forças de segurança no combate aos crimes patrimoniais em Cruzeiro do Sul. O NEPATRI tem intensificado as investigações e medidas judiciais contra reincidentes, visando a redução de furtos e roubos na cidade. A Polícia Civil não descarta a possibilidade de o detido estar envolvido em outros casos na região.
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